Que terapia é mais indicada?
A Hiperuricemia e Orientações Dietéticas
O ácido úrico é resultado do metabolismo das purinas e êle pode resultar de:
- biossíntese a partir de aminoácidos e outros elementos, reguladas por enzimas específicas.
- lesão e/ou destruição celular e catabolismo dos ácidos nucléicos, normalmente processada no organismo.
- catabolismo das purinas contidas na alimentação e não utilizadas.
Nosso organismo elimina o ácido úrico pelos rins (70%) ou através da ação de uma enzima bacteriana na luz intestinal.
Os valores normais do ácido úrico sanguíneo variam segundo o método utilizado na dosagem, mas em geral seus valores normais situam-se:
Homem: 2,5 a 7,0 mg / ml
Mulheres: 1,5 a 6,0 mg / ml
Recomendações dietéticas para pessoas com aumento da taxa sanguínea de Ácido Úrico:
Alimentos proibitivos:
Carnes: vitela, bacon, cabrito, carneiro.
Miúdos em geral: fígado, coração, rins, língua, miolo.
Peixes e Frutos do Mar: sardinha, salmão, truta, bacalhau, arenque, anchova, ovas de peixe, mexilhão.
Aves: galeto, peru, pombo, ganso
Alimentos de uso moderado:
Carnes: vaca, frango, porco, coelho, presunto
Peixes e Frutos do Mar: peixes não citados acima, além de camarão, ostra, lagosta e caranguejo
Leguminosas: feijão, soja, grão de bico, lentilha, ervilha, aspargo, cogumelo, couve-flor, espinafre
Cereais Integrais: todos, a exemplo do arroz integral, trigo em grão, centeio e aveia
Oleaginosas: coco, nozes, amendoim, castanha do Pará e de caju
Alimentos Permitidos:
Gerais: leite, chá, café, chocolate, ovo, margarina, pão, macarrão, sagu, fubá, araruta, arroz e milho
Vegetais: legumes e verduras, excetuadas as acima.
Doces e Frutas: açúcar e doces, todas as frutas inclusive os sucos naturais.
Usar moderadamente o sal e ingerir os alimentos com líquidos em abundância, moderando o consumo de álcool.
Quanto a terapia só procurando um clínico para avaliação geral e ao vivo.
Dr. Jorge Magalhães -
webmaster@boaspraticasfarmaceuticas.com.br
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Medicamento retirado da planta (avelós) poderá ser eficaz para o tratamento de câncer
Data: 29/08/2008
De uma garrafada tipicamente nordestina pode nascer o primeiro medicamento 100% brasileiro para o tratamento de cânceres. O produto foi desenvolvido a partir de uma planta conhecida como avelós e se mostrou eficaz em testes in vitro e com animais. Agora ele começa a ser avaliado clinicamente em pacientes no Hospital Albert Einstein, em São Paulo.
A árvore, presente no Brasil e em outras partes do mundo, há anos é manipulada em chás e nas tais garrafadas - misturas feitas com plantas consideradas medicinais pelo conhecimento popular e usadas para os mais diversos fins.
O suposto potencial antitumoral do avelós havia despertado a curiosidade de cientistas, mas as várias tentativas de transformá-lo em medicamento se mostravam frustradas, por conta do seu alto teor de toxicidade. Nenhuma ainda tinha conseguido comprovar sua segurança ou eficácia.
Até que entrou em cena o empresário do setor de bebidas Everardo Ferreira Telles, que viu um parente com câncer apresentar melhora após tomar o preparado em Teresina (PI). Oncologistas disseram que era apenas uma coincidência, mas, intrigado com o resultado, Telles resolveu investir em pesquisas com a planta.
O pesquisador Luiz Francisco Pianowski, proprietário de uma empresa de consultoria farmacêutica, foi chamado para fazer o meio de campo entre pesquisadores e indústria. "Quando ele me procurou, confesso que estava um pouco cético, mas depois percebi que os resultados eram realmente promissores", conta o farmacêutico, que coordenou os estudos junto a laboratórios e uma universidade do Brasil e do exterior, além do Einstein.
O trabalho começou há apenas cinco anos, tempo considerado curto para a média de desenvolvimento de novas drogas, que costuma ser de dez anos, mas Pianowski afirma que isso se deveu aos altos investimentos. Sem citar cifras nem mais detalhes sobre a molécula isolada, o pesquisador só conta que ela age inibindo enzimas relacionadas à multiplicação dos tumores e tem potencial antiinflamatório e analgésico.
Ele credita boa parte do avanço dos estudos também ao fato de os pesquisadores terem identificado uma espécie menos comum de avelós (família das Euphorbiaceaes) que apresenta uma concentração menor de substâncias tóxicas. Mas os pesquisadores fizeram ainda uma depuração da toxicidade para deixá-la adequada ao consumo humano.
No trabalho de desenvolvimento da molécula esteve envolvido, entre outros, o laboratório do farmacologista João Calixto, da Universidade Federal de Santa Catarina. Parcerias anteriores entre Calixto e Pianowski renderam, por exemplo, o antiinflamatório de uso tópico feito com a erva-baleeira ou maria-milagrosa (Cordia verbenacea) - um dos mais vendidos hoje no Brasil.
Além de atestar a segurança, as pesquisas farmacológicas serviram ainda para padronizar a planta, aumentando seu potencial, visto que não chegou a ser desenvolvida uma molécula sintética. "A idéia é continuar usando a planta, para não desfigurar a característica fitoterápica", explica Pianowski.
O projeto recém-iniciado no Einstein tenta agora comprovar a eficácia e a qualidade do produto. Segundo o médico Dagoberto Brandão, da empresa PHC Pharma Consulting, que coordena os testes clínicos junto com Augusto Paranhos, gerente de pesquisa clínica do Einstein, a droga está sendo avaliada originalmente para tumores de mama e próstata.
Esta primeira etapa, com 20 voluntários, busca descobrir a dose mais bem tolerada pelos pacientes. "Um possível efeito colateral é a diarréia, então tentamos ver a dose máxima que podemos dar sem que isso se torne um problema", diz Brandão, que participou do desenvolvimento do antiinflamatório à base de erva-baleeira.
Fonte: O Estado de São Paulo
De uma garrafada tipicamente nordestina pode nascer o primeiro medicamento 100% brasileiro para o tratamento de cânceres. O produto foi desenvolvido a partir de uma planta conhecida como avelós e se mostrou eficaz em testes in vitro e com animais. Agora ele começa a ser avaliado clinicamente em pacientes no Hospital Albert Einstein, em São Paulo.
A árvore, presente no Brasil e em outras partes do mundo, há anos é manipulada em chás e nas tais garrafadas - misturas feitas com plantas consideradas medicinais pelo conhecimento popular e usadas para os mais diversos fins.
O suposto potencial antitumoral do avelós havia despertado a curiosidade de cientistas, mas as várias tentativas de transformá-lo em medicamento se mostravam frustradas, por conta do seu alto teor de toxicidade. Nenhuma ainda tinha conseguido comprovar sua segurança ou eficácia.
Até que entrou em cena o empresário do setor de bebidas Everardo Ferreira Telles, que viu um parente com câncer apresentar melhora após tomar o preparado em Teresina (PI). Oncologistas disseram que era apenas uma coincidência, mas, intrigado com o resultado, Telles resolveu investir em pesquisas com a planta.
O pesquisador Luiz Francisco Pianowski, proprietário de uma empresa de consultoria farmacêutica, foi chamado para fazer o meio de campo entre pesquisadores e indústria. "Quando ele me procurou, confesso que estava um pouco cético, mas depois percebi que os resultados eram realmente promissores", conta o farmacêutico, que coordenou os estudos junto a laboratórios e uma universidade do Brasil e do exterior, além do Einstein.
O trabalho começou há apenas cinco anos, tempo considerado curto para a média de desenvolvimento de novas drogas, que costuma ser de dez anos, mas Pianowski afirma que isso se deveu aos altos investimentos. Sem citar cifras nem mais detalhes sobre a molécula isolada, o pesquisador só conta que ela age inibindo enzimas relacionadas à multiplicação dos tumores e tem potencial antiinflamatório e analgésico.
Ele credita boa parte do avanço dos estudos também ao fato de os pesquisadores terem identificado uma espécie menos comum de avelós (família das Euphorbiaceaes) que apresenta uma concentração menor de substâncias tóxicas. Mas os pesquisadores fizeram ainda uma depuração da toxicidade para deixá-la adequada ao consumo humano.
No trabalho de desenvolvimento da molécula esteve envolvido, entre outros, o laboratório do farmacologista João Calixto, da Universidade Federal de Santa Catarina. Parcerias anteriores entre Calixto e Pianowski renderam, por exemplo, o antiinflamatório de uso tópico feito com a erva-baleeira ou maria-milagrosa (Cordia verbenacea) - um dos mais vendidos hoje no Brasil.
Além de atestar a segurança, as pesquisas farmacológicas serviram ainda para padronizar a planta, aumentando seu potencial, visto que não chegou a ser desenvolvida uma molécula sintética. "A idéia é continuar usando a planta, para não desfigurar a característica fitoterápica", explica Pianowski.
O projeto recém-iniciado no Einstein tenta agora comprovar a eficácia e a qualidade do produto. Segundo o médico Dagoberto Brandão, da empresa PHC Pharma Consulting, que coordena os testes clínicos junto com Augusto Paranhos, gerente de pesquisa clínica do Einstein, a droga está sendo avaliada originalmente para tumores de mama e próstata.
Esta primeira etapa, com 20 voluntários, busca descobrir a dose mais bem tolerada pelos pacientes. "Um possível efeito colateral é a diarréia, então tentamos ver a dose máxima que podemos dar sem que isso se torne um problema", diz Brandão, que participou do desenvolvimento do antiinflamatório à base de erva-baleeira.
Fonte: O Estado de São Paulo
O QUE É DEPRESSÃO, SEUS SINTOMAS E CONSEQUÊNCIAS
Depressão. Tudo o que você precisa saber.
Depressão é o nome que se dá a certos estados de sofrimento psíquico, que podem causar desordens no comportamento, na afetividade, no humor e na relação com o meio ambiente. Várias fatores são responsabilizados como causadores de depressão: hereditários, constitucionais, biológicos, psicológicos e sociais.
A depressão pode se manifestar de diferentes formas e, por isso, são inúmeros os sintomas que se envolvem e se associam para determinar o seu diagnóstico. Além disso, é uma doença que pode atingir pessoas de todas as idades, mesmo aqueles jovens em que a variação de humor, as crises emocionais e a rebeldia possam parecer normais para a idade.
É uma doença que apresenta sintomas de duração e gravidades importantes, podendo, inclusive, comprometer a pessoa que está deprimida a levar uma vida normal. Além do tratamento psicoterápico, há necessidade de se introduzir o tratamento farmacológico ou biológico.
O tratamento feito por psicólogos ou psiquiatras ou mesmo pelo médico da família é muito importante para o paciente compreender a doença e desenvolver formas de lidar com ela, mas a ajuda da família e dos amigos é muito mais importante na recuperação desse paciente. O tratamento é demorado e os resultados não são imediatos, por isso, é preciso der muita paciência e força de vontade.
Os sintomas da depressão e suas conseqüências
ISOLAMENTO DO CONVÍVIO FAMILIAR - O isolamento ocorre porque há perda de parte da identidade e do interesse pelas outras pessoas. Este isolamento agrava ainda mais a doença e seus sintomas.
DESINTERESSE PELAS ATIVIDADES NORMAIS - A pessoa quando está deprimida acredita que o seu desejo nunca será alcançado, por isso perde a busca pelo ideal, pelos objetivos e pelo amor próprio, havendo pouca ou nenhuma coisa que lhe desperte o interesse.
PERDA DA AUTO-ESTIMA - O deprimido perde a autoconfiança, levando-o a um estado de auto depreciação. O sentimento de culpa é um estado doloroso, no qual a pessoa se vê como alguém que está quebrando uma regra, porém, manifesta-se de maneira hostil ou agressiva.
CONCENTRAÇÃO DIMINUÍDA - O paciente perde o interesse, fica abatido e ansioso e tem dificuldade de interpretar o mundo à sua volta.
INQUIETAÇÃO E HOSTILIDADE - Em alguns quadros o paciente fica inquieto, irritado e com comportamento agressivo. A apatia promove um atraso nas idéias e como conseqüência a pessoa se retrai socialmente, e seu estado fica confuso e tem dificuldade de tomar decisões.
PERDA DE INTERESSE PELO TRABALHO - Quando a pessoa está deprimida costuma se ausentar do trabalho, muitas vezes, o motivo é a fraqueza ou a fadiga, e como conseqüência a atenção , a concentração e a produtividade diminuem.
O APETITE É ALTERADO - Normalmente, há um quadro significativo de perda de apetite, em algumas situações o paciente chega ao extremo de se negar a comer. Entretanto, também é freqüente um aumento exagerado do apetite.
DIMINUIÇÃO DO APETITE SEXUAL - Normalmente o deprimido perde o interesse e a satisfação sexual, que vêm também acompanhados da perda de esperança em relação ao futuro.
CANSAÇO - O humor triste, o ânimo e a energia baixos levam o deprimido a um quadro de fadiga crônica, com diminuição da força e da atividade física.
INSÔNIA - É um quadro comum e acompanhado de dores crônicas de cabeça ou de distúrbios gastrointestinais. O quadro também pode ser o inverso, um estado de sonolência permanente, com total apatia, cansaço e lentificação.
IDÉIA DE SUICÍDIO - O baixo rendimento no trabalho ou na escola, a tristeza, as alterações da personalidade e do comportamento, a desesperança, a agressividade, a sensação de pânico e o fato de falar constantemente na morte, podem ser sinais indicativos dos risco de suicídio da pessoa deprimida. A intervenção deve ser imediata, tanto do ponto de vista psicoterápico como farmacológico.
Lúcia Helena Salvetti De Cicco
Depressão é o nome que se dá a certos estados de sofrimento psíquico, que podem causar desordens no comportamento, na afetividade, no humor e na relação com o meio ambiente. Várias fatores são responsabilizados como causadores de depressão: hereditários, constitucionais, biológicos, psicológicos e sociais.
A depressão pode se manifestar de diferentes formas e, por isso, são inúmeros os sintomas que se envolvem e se associam para determinar o seu diagnóstico. Além disso, é uma doença que pode atingir pessoas de todas as idades, mesmo aqueles jovens em que a variação de humor, as crises emocionais e a rebeldia possam parecer normais para a idade.
É uma doença que apresenta sintomas de duração e gravidades importantes, podendo, inclusive, comprometer a pessoa que está deprimida a levar uma vida normal. Além do tratamento psicoterápico, há necessidade de se introduzir o tratamento farmacológico ou biológico.
O tratamento feito por psicólogos ou psiquiatras ou mesmo pelo médico da família é muito importante para o paciente compreender a doença e desenvolver formas de lidar com ela, mas a ajuda da família e dos amigos é muito mais importante na recuperação desse paciente. O tratamento é demorado e os resultados não são imediatos, por isso, é preciso der muita paciência e força de vontade.
Os sintomas da depressão e suas conseqüências
ISOLAMENTO DO CONVÍVIO FAMILIAR - O isolamento ocorre porque há perda de parte da identidade e do interesse pelas outras pessoas. Este isolamento agrava ainda mais a doença e seus sintomas.
DESINTERESSE PELAS ATIVIDADES NORMAIS - A pessoa quando está deprimida acredita que o seu desejo nunca será alcançado, por isso perde a busca pelo ideal, pelos objetivos e pelo amor próprio, havendo pouca ou nenhuma coisa que lhe desperte o interesse.
PERDA DA AUTO-ESTIMA - O deprimido perde a autoconfiança, levando-o a um estado de auto depreciação. O sentimento de culpa é um estado doloroso, no qual a pessoa se vê como alguém que está quebrando uma regra, porém, manifesta-se de maneira hostil ou agressiva.
CONCENTRAÇÃO DIMINUÍDA - O paciente perde o interesse, fica abatido e ansioso e tem dificuldade de interpretar o mundo à sua volta.
INQUIETAÇÃO E HOSTILIDADE - Em alguns quadros o paciente fica inquieto, irritado e com comportamento agressivo. A apatia promove um atraso nas idéias e como conseqüência a pessoa se retrai socialmente, e seu estado fica confuso e tem dificuldade de tomar decisões.
PERDA DE INTERESSE PELO TRABALHO - Quando a pessoa está deprimida costuma se ausentar do trabalho, muitas vezes, o motivo é a fraqueza ou a fadiga, e como conseqüência a atenção , a concentração e a produtividade diminuem.
O APETITE É ALTERADO - Normalmente, há um quadro significativo de perda de apetite, em algumas situações o paciente chega ao extremo de se negar a comer. Entretanto, também é freqüente um aumento exagerado do apetite.
DIMINUIÇÃO DO APETITE SEXUAL - Normalmente o deprimido perde o interesse e a satisfação sexual, que vêm também acompanhados da perda de esperança em relação ao futuro.
CANSAÇO - O humor triste, o ânimo e a energia baixos levam o deprimido a um quadro de fadiga crônica, com diminuição da força e da atividade física.
INSÔNIA - É um quadro comum e acompanhado de dores crônicas de cabeça ou de distúrbios gastrointestinais. O quadro também pode ser o inverso, um estado de sonolência permanente, com total apatia, cansaço e lentificação.
IDÉIA DE SUICÍDIO - O baixo rendimento no trabalho ou na escola, a tristeza, as alterações da personalidade e do comportamento, a desesperança, a agressividade, a sensação de pânico e o fato de falar constantemente na morte, podem ser sinais indicativos dos risco de suicídio da pessoa deprimida. A intervenção deve ser imediata, tanto do ponto de vista psicoterápico como farmacológico.
Lúcia Helena Salvetti De Cicco
ARTRITE REUMATÓIDE (AR)
A Artrite Reumatóide (AR) é uma doença inflamatória crônica sistêmicaque afeta as articulações e outros órgãos. A causa é desconhecida e não possui nenhum teste diagnóstico específico.
O American College of Rheumatology recentemente revisou os critérios diagnósticos da doença para dar uniformidade em sua investigação e epidemiologia e são eles:
rigidez articular matinal com duração > ou = a 1 hora
edema (inchaço) de 3 ou mais articulações
edema das articulações das mãos (dedos), interfalangeanas, e/ou pulso(punho) metacarpofalangeanas
edema simétrico (bilateral) dos tecidos moles periarticulares
presença de nódulos subcutâneos
Fator reumatóide no sangue positivo
erosões articulares e/ou periarticulares com diminuição da densidade óssea, nas mãos ou pulsos, observadas em exames radiológicos.
O critério para o diagnóstico é a observação contínua por 6 semanas ou mais e 4 dos 7 critérios estarem presentes.
Seu aparecimento ocorre entre a 4 e 6 década de vida (exceto a forma juvenil). As mulheres são mais freqüentemente acometidas que os homens ( 2a 3 vezes ).
Sua etiologia (causa) permanece desconhecida e os pesquisadores tentam 3 pontos de investigação que são promissores: 1) fatores genéticos. 2)anormalidades autoimunes e 3) uma infecção microbiana aguda ou crônica como gatilho para a doença.
Os achados clínicos podem variar. As articulações das mãos, pulsos, joelhos, pés e tornozelos, pescoço, cotovelos, ombros, quadris, esterno-claviculares, têmporo-mandibulares e cricoaritenóide (na frente do pescoço) podem ser acometidas (dor, inchaço e inflamação com destruição progressiva articular). Outros órgãos ou tecidos como a pele, tecido subcutâneo, unhas, músculos, rins, coração, pulmão, sistema nervoso, olhos e sangue podem apresentar alterações. A chamada Síndrome de Felty (aumento do baço, dos gânglios linfáticos e queda dos glóbulos brancos em paciente com a forma crônica da AR) também pode ocorrer.
Laboratorialmente a anemia é um achado comum, assim como o nível de ferro sangüíneo. O fator reumatóide no sangue é positivo em cerca de 80% dos casos e anticorpos antinucleares, detectados por imunofluorescência em geral em baixa titulagem são encontrados em 30 a 40% dos casos.
O tratamento tem como objetivos: aliviar a dor, reduzir a inflamação, minimizar os efeitos colaterais indesejáveis, preservar a força e a massa muscular (atrofias são freqüentes) assim como a função da articulação e o retorno ao estilo de vida normal do paciente o mais rapidamente possível.
O programa inicial básico que deve ser proposto para a grande maioria dos pacientes é: repouso adequado, terapêutica antiinflamatória e medidas físicas (fisioterápicas) para manter a função articular e a massa muscular. Geralmente a hospitalização é desnecessária. Os exercícios, mesmo passivos(feitos com ajuda) devem ser mantidos assim como a terapia com calor (que causa dilatação dos vasos sangüíneos, com aumento do fluxo de sangue para a área e maior velocidade na remoção das substâncias metabólicas indesejáveis).
Os antiinflamatórios não esteróides são a base do tratamento e dentre eles podemos usar o ácido acetil salicílico, ibuprofeno, naproxeno, tolmetim, indometacina, sulindac, piroxicam, diclofenaco e outros. Oácido acetil salicílico geralmente é mais efetiva que os outros, mas pela necessidade de altas dosagens os outros podem ser melhor tolerados.
Os efeitos colaterais destas drogas podem tornar-se um problema terapêutico e os mais comuns são: irritação gatrointestinal, reações na pele, aumento do tempo de coagulação sangüíneo, toxicidade hepática reversível e comprometimento da função dos rins.
Se os medicamentos acima falham podemos usar os antimaláricos, sais de ouro, penicilamina e o metotrexate.
O antimalárico mais usado é a hidroxicloroquina que pode causar lesões retinianas e o acompanhamento oftalmológico se faz necessário.
Os sais de ouro produzem remissão do quadro em muitos casos tendo como efeitos colaterais a lesão renal e da medula óssea, também devendo ser monitorizado o uso da droga.
A penicilamina é também usada e pode produzir melhora e até remissão, mas como os sais de ouro seus efeitos demoram a ocorrer e os mesmos cuidados acima mencionados devem ser feitos. Pode ainda induzir outras doenças autoimunes como a Miastenia Gravis, o Lúpus Eritematoso e a Síndrome de Goodpasture.
As drogas imunosupressoras como a azatioprina, o metotrexate, aciclofosfamida e o clorambucil são usados nos casos graves de AR. O mais efetivo no tratamento é o metotrexate, mas possui inúmeros efeitos colaterais.
O uso dos chamados corticóides possuem efeitos consideráveis na AR, mas devem ser evitados rotineiramente e a longo prazo, devido a suas complicações. São indicados no fracasso da terapêutica conservadora, lesões articulares severas, presença de importantes manifestações sistêmicas (outros órgãos) e existência de alterações oculares. Qdo. usados devem ser prescritos na menor dose possível, mas em alguns casos grandes doses são necessárias (neuropatia, cardite, pleurite, etc...). Podem causar aumento excessivo de peso, face de lua cheia, acne, manchas arroxeadas pelo corpo (equimoses), hirsutismo, diabetes, úlcera péptica, osteoporose, catarata, miopatia, distúrbios mentais e aumento do número de infecções oportunísticas. O sal mais indicado é a prednisona.
Dr. Jorge W. Magalhães de Souza -
O American College of Rheumatology recentemente revisou os critérios diagnósticos da doença para dar uniformidade em sua investigação e epidemiologia e são eles:
rigidez articular matinal com duração > ou = a 1 hora
edema (inchaço) de 3 ou mais articulações
edema das articulações das mãos (dedos), interfalangeanas, e/ou pulso(punho) metacarpofalangeanas
edema simétrico (bilateral) dos tecidos moles periarticulares
presença de nódulos subcutâneos
Fator reumatóide no sangue positivo
erosões articulares e/ou periarticulares com diminuição da densidade óssea, nas mãos ou pulsos, observadas em exames radiológicos.
O critério para o diagnóstico é a observação contínua por 6 semanas ou mais e 4 dos 7 critérios estarem presentes.
Seu aparecimento ocorre entre a 4 e 6 década de vida (exceto a forma juvenil). As mulheres são mais freqüentemente acometidas que os homens ( 2a 3 vezes ).
Sua etiologia (causa) permanece desconhecida e os pesquisadores tentam 3 pontos de investigação que são promissores: 1) fatores genéticos. 2)anormalidades autoimunes e 3) uma infecção microbiana aguda ou crônica como gatilho para a doença.
Os achados clínicos podem variar. As articulações das mãos, pulsos, joelhos, pés e tornozelos, pescoço, cotovelos, ombros, quadris, esterno-claviculares, têmporo-mandibulares e cricoaritenóide (na frente do pescoço) podem ser acometidas (dor, inchaço e inflamação com destruição progressiva articular). Outros órgãos ou tecidos como a pele, tecido subcutâneo, unhas, músculos, rins, coração, pulmão, sistema nervoso, olhos e sangue podem apresentar alterações. A chamada Síndrome de Felty (aumento do baço, dos gânglios linfáticos e queda dos glóbulos brancos em paciente com a forma crônica da AR) também pode ocorrer.
Laboratorialmente a anemia é um achado comum, assim como o nível de ferro sangüíneo. O fator reumatóide no sangue é positivo em cerca de 80% dos casos e anticorpos antinucleares, detectados por imunofluorescência em geral em baixa titulagem são encontrados em 30 a 40% dos casos.
O tratamento tem como objetivos: aliviar a dor, reduzir a inflamação, minimizar os efeitos colaterais indesejáveis, preservar a força e a massa muscular (atrofias são freqüentes) assim como a função da articulação e o retorno ao estilo de vida normal do paciente o mais rapidamente possível.
O programa inicial básico que deve ser proposto para a grande maioria dos pacientes é: repouso adequado, terapêutica antiinflamatória e medidas físicas (fisioterápicas) para manter a função articular e a massa muscular. Geralmente a hospitalização é desnecessária. Os exercícios, mesmo passivos(feitos com ajuda) devem ser mantidos assim como a terapia com calor (que causa dilatação dos vasos sangüíneos, com aumento do fluxo de sangue para a área e maior velocidade na remoção das substâncias metabólicas indesejáveis).
Os antiinflamatórios não esteróides são a base do tratamento e dentre eles podemos usar o ácido acetil salicílico, ibuprofeno, naproxeno, tolmetim, indometacina, sulindac, piroxicam, diclofenaco e outros. Oácido acetil salicílico geralmente é mais efetiva que os outros, mas pela necessidade de altas dosagens os outros podem ser melhor tolerados.
Os efeitos colaterais destas drogas podem tornar-se um problema terapêutico e os mais comuns são: irritação gatrointestinal, reações na pele, aumento do tempo de coagulação sangüíneo, toxicidade hepática reversível e comprometimento da função dos rins.
Se os medicamentos acima falham podemos usar os antimaláricos, sais de ouro, penicilamina e o metotrexate.
O antimalárico mais usado é a hidroxicloroquina que pode causar lesões retinianas e o acompanhamento oftalmológico se faz necessário.
Os sais de ouro produzem remissão do quadro em muitos casos tendo como efeitos colaterais a lesão renal e da medula óssea, também devendo ser monitorizado o uso da droga.
A penicilamina é também usada e pode produzir melhora e até remissão, mas como os sais de ouro seus efeitos demoram a ocorrer e os mesmos cuidados acima mencionados devem ser feitos. Pode ainda induzir outras doenças autoimunes como a Miastenia Gravis, o Lúpus Eritematoso e a Síndrome de Goodpasture.
As drogas imunosupressoras como a azatioprina, o metotrexate, aciclofosfamida e o clorambucil são usados nos casos graves de AR. O mais efetivo no tratamento é o metotrexate, mas possui inúmeros efeitos colaterais.
O uso dos chamados corticóides possuem efeitos consideráveis na AR, mas devem ser evitados rotineiramente e a longo prazo, devido a suas complicações. São indicados no fracasso da terapêutica conservadora, lesões articulares severas, presença de importantes manifestações sistêmicas (outros órgãos) e existência de alterações oculares. Qdo. usados devem ser prescritos na menor dose possível, mas em alguns casos grandes doses são necessárias (neuropatia, cardite, pleurite, etc...). Podem causar aumento excessivo de peso, face de lua cheia, acne, manchas arroxeadas pelo corpo (equimoses), hirsutismo, diabetes, úlcera péptica, osteoporose, catarata, miopatia, distúrbios mentais e aumento do número de infecções oportunísticas. O sal mais indicado é a prednisona.
Dr. Jorge W. Magalhães de Souza -
A Verdade sobre os antidepressivos (Artigo)
A Verdade sobre os antidepressivos
Ao abrir sua caixa, a mítica Pandora libertou as doenças no mundo. Felizmente, entre os vários males que escaparam, os deuses haviam colocado um consolo, a Esperança. E a Esperança nos fez acreditar que para todo mal existe uma cura: se Pandora tinha as doenças guardadas em uma caixa, ela certamente possuía uma frasqueira para guardar utensílios, cosméticos, duas aspirinas, uma caixa de antibióticos, a cura do câncer, etc.
Nas últimas décadas, as doenças mentais que escaparam da Caixa de Pandora vêm ganhando destaque, a ponto da maioria dos médicos concordar que o século XXI será o século dos transtornos da mente. Estamos relativamente bem aparelhados para lidar com a maioria das infecções, temos recursos paliativos para boa parte dos tumores malignos, mas a mente... ah, a mente... essa ainda dá um baile na gente. Não é de surpreender que a indústria dos antidepressivos movimente várias centenas de milhões de dólares por ano. Estamos vasculhando a frasqueira de Pandora em busca daquela única pílula capaz de sumir com todos os problemas e pintar o mundo novamente de azul e cor de rosa.
Foi neste contexto que, no final da década de 1980, os cientistas acharam ter descoberto algo. Há muito se sabia que a Serotonina, uma substância utilizada para transmitir informações entre os neurônios, estava envolvida com a sensação de bem estar e a percepção de “felicidade”. Quanto mais serotonina no seu cérebro, mais você ri à toa. Quanto menos serotonina, mais segundas-feiras você encontra na sua semana. Em 1987, o lançamento da Fluoxetina inaugurou a era dos Inibidores Seletivos de Recaptação da Serotonina - ou ISRS -, antidepressivos que agem diretamente sobre os níveis cerebrais de Serotonina. Não demorou muito para que a Fluoxetina fosse elevada à categoria de panacéia para toda sorte de tristeza e angústias – e virasse uma máquina de fazer dinheiro.
Entretanto, como qualquer bom casamento é capaz de provar, bastaram alguns anos de lua-de-mel para que os problemas começassem a surgir. Em junho de 2001, um júri nos EUA determinou que um certo antidepressivo da família dos ISRS foi o causador de uma crise psicótica em um homem. Durante o surto, o homem assassinou sua mulher, a filha e a neta, cometendo suicídio logo em seguida. A família processou o laboratório e ganhou a causa e uma indenização de 8 milhões de dólares. Outros casos se seguiram, e a cada dia mais e mais pessoas vêm acionando judicialmente médicos e companhias farmacêuticas por motivos similares: antidepressivos que matam.
Do meu ponto de vista, o problema teve início justamente com a propaganda em torno da expectativa de “felicidade-a-uma-pílula-de-distância”. Isto fez com que os ISRS fossem recomendados para tudo quanto é tipo de queixa. Ah, você não dorme? Tome um antidepressivo. O quê, você dorme demais? Tome mais antidepressivo. Você não dorme nem fica acordado, muito pelo contrário? Tudo bem, tome montes de antidepressivos! Mas ei, os antidepressivos ISRS devem ser empregados dentro de critérios específicos de indicação. E principalmente: se utilizados em excesso, podem provocar acúmulos tóxicos de Serotonina no cérebro.
Quando os níveis de Serotonina superam o tolerável, seu sistema nervoso começa a apresentar sintomas de envenenamento, incluindo tics nervosos, insônia, vertigens, alucinações, náuseas, disfunção sexual, sensações de “choques” pelo corpo, pensamentos e comportamentos auto-mutilantes, suicidas ou homicidas. Infelizmente, a maioria dos médicos e pacientes esquece de prestar atenção para este risco e não se mantém alerta para os sinais de que algo não vai bem – e que este algo pode ser um efeito colateral potencialmente grave do antidepressivo.
Você deve ter consciência de que não somos robôs. Ninguém é. Um pouco de angústia, tristeza e desânimo fazem parte da vida de cada um – lembre-se de agradecer à Pandora, certo? Se os sintomas depressivos que você apresenta sugerem baixos níveis cerebrais de Serotonina, existem vários recursos naturais e dietéticos que você pode empregar para tentar levantar seu humor ANTES de partir para o uso de drogas mais fortes. Além disso, lá no fundo, dependerá de VOCÊ – não de seu médico e certamente não de uma pílula – encontrar o caminho para superar as dificuldades desse mundo. Sua VONTADE sempre terá mais peso que qualquer receita tirada da frasqueira de Pandora.
- Dr. Alessandro Loiola é médico, escritor, palestrante e autor de Vida e Saúde da Criança e Obesidade Infantil.
Ao abrir sua caixa, a mítica Pandora libertou as doenças no mundo. Felizmente, entre os vários males que escaparam, os deuses haviam colocado um consolo, a Esperança. E a Esperança nos fez acreditar que para todo mal existe uma cura: se Pandora tinha as doenças guardadas em uma caixa, ela certamente possuía uma frasqueira para guardar utensílios, cosméticos, duas aspirinas, uma caixa de antibióticos, a cura do câncer, etc.
Nas últimas décadas, as doenças mentais que escaparam da Caixa de Pandora vêm ganhando destaque, a ponto da maioria dos médicos concordar que o século XXI será o século dos transtornos da mente. Estamos relativamente bem aparelhados para lidar com a maioria das infecções, temos recursos paliativos para boa parte dos tumores malignos, mas a mente... ah, a mente... essa ainda dá um baile na gente. Não é de surpreender que a indústria dos antidepressivos movimente várias centenas de milhões de dólares por ano. Estamos vasculhando a frasqueira de Pandora em busca daquela única pílula capaz de sumir com todos os problemas e pintar o mundo novamente de azul e cor de rosa.
Foi neste contexto que, no final da década de 1980, os cientistas acharam ter descoberto algo. Há muito se sabia que a Serotonina, uma substância utilizada para transmitir informações entre os neurônios, estava envolvida com a sensação de bem estar e a percepção de “felicidade”. Quanto mais serotonina no seu cérebro, mais você ri à toa. Quanto menos serotonina, mais segundas-feiras você encontra na sua semana. Em 1987, o lançamento da Fluoxetina inaugurou a era dos Inibidores Seletivos de Recaptação da Serotonina - ou ISRS -, antidepressivos que agem diretamente sobre os níveis cerebrais de Serotonina. Não demorou muito para que a Fluoxetina fosse elevada à categoria de panacéia para toda sorte de tristeza e angústias – e virasse uma máquina de fazer dinheiro.
Entretanto, como qualquer bom casamento é capaz de provar, bastaram alguns anos de lua-de-mel para que os problemas começassem a surgir. Em junho de 2001, um júri nos EUA determinou que um certo antidepressivo da família dos ISRS foi o causador de uma crise psicótica em um homem. Durante o surto, o homem assassinou sua mulher, a filha e a neta, cometendo suicídio logo em seguida. A família processou o laboratório e ganhou a causa e uma indenização de 8 milhões de dólares. Outros casos se seguiram, e a cada dia mais e mais pessoas vêm acionando judicialmente médicos e companhias farmacêuticas por motivos similares: antidepressivos que matam.
Do meu ponto de vista, o problema teve início justamente com a propaganda em torno da expectativa de “felicidade-a-uma-pílula-de-distância”. Isto fez com que os ISRS fossem recomendados para tudo quanto é tipo de queixa. Ah, você não dorme? Tome um antidepressivo. O quê, você dorme demais? Tome mais antidepressivo. Você não dorme nem fica acordado, muito pelo contrário? Tudo bem, tome montes de antidepressivos! Mas ei, os antidepressivos ISRS devem ser empregados dentro de critérios específicos de indicação. E principalmente: se utilizados em excesso, podem provocar acúmulos tóxicos de Serotonina no cérebro.
Quando os níveis de Serotonina superam o tolerável, seu sistema nervoso começa a apresentar sintomas de envenenamento, incluindo tics nervosos, insônia, vertigens, alucinações, náuseas, disfunção sexual, sensações de “choques” pelo corpo, pensamentos e comportamentos auto-mutilantes, suicidas ou homicidas. Infelizmente, a maioria dos médicos e pacientes esquece de prestar atenção para este risco e não se mantém alerta para os sinais de que algo não vai bem – e que este algo pode ser um efeito colateral potencialmente grave do antidepressivo.
Você deve ter consciência de que não somos robôs. Ninguém é. Um pouco de angústia, tristeza e desânimo fazem parte da vida de cada um – lembre-se de agradecer à Pandora, certo? Se os sintomas depressivos que você apresenta sugerem baixos níveis cerebrais de Serotonina, existem vários recursos naturais e dietéticos que você pode empregar para tentar levantar seu humor ANTES de partir para o uso de drogas mais fortes. Além disso, lá no fundo, dependerá de VOCÊ – não de seu médico e certamente não de uma pílula – encontrar o caminho para superar as dificuldades desse mundo. Sua VONTADE sempre terá mais peso que qualquer receita tirada da frasqueira de Pandora.
- Dr. Alessandro Loiola é médico, escritor, palestrante e autor de Vida e Saúde da Criança e Obesidade Infantil.
Câncer: Como evitá-lo
Dez dicas mais comprovadamente eficazes para evitar o Câncer:
1. FAÇA EXAMES MÉDICOS PERIÓDICOS. O Câncer no testículo é mais comum em homens entre os 15-35 anos de idade. Após os 40 anos, o problema pode ir para a próstata, os pulmões e o intestino grosso. Mulheres em idade fértil devem fazer o preventivo ginecológico a cada 12 meses, e, a partir dos 50 anos de idade, devem incluir mamografias também e...
Em resumo: facilite sua vida e não fique tentando descobrir sozinho(a) o que pode dar errado. Conte com seu médico para saber os tipos de exames preventivos que devem ser feitos. Estes exames podem variar de acordo com a presença de alguns fatores de risco específicos da sua família.
A avaliação médica periódica também é importante para checar a presença de infecção pelo HPV, ou Papilomavírus Humano. Este micróbio, transmitido pelo contato sexual, pode levar ao desenvolvimento de câncer no útero ou no pênis.
2. CUIDADO COM SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS POTENCIALMENTE DANOSAS. Produtos químicos contidos em alguns pesticidas e sprays podem aumentar o risco para câncer. Alimentos industrializados ou muito processados também podem ser perigosos.
O próprio ambiente de trabalho pode oferecer risco: a exposição repetida e prolongada a gasolina, diesel, arsênico, berílio, cloreto de vinil, cromados, gás mostarda e certos éteres pode resultar em vários tipos de câncer.
3. NÃO FUME.
E por falar em substâncias químicas perigosas... Fumar é a causa número 1 de várias doenças evitáveis, tais como câncer nos pulmões, infecções das vias respiratórias, problemas cardíacos, desentendimentos na praça de alimentação do shopping, e 342.112 outros distúrbios.
Eu sei que você não vai fumar para sempre, porém, quanto mais fumar, mais vai estar perto do “para sempre”. Faça todo esforço possível para largar o cigarro – e passe esta iniciativa adiante.
4. NÃO CONSUMA BEBIDAS ALCOÓLICAS EM EXCESSO.
O consumo regular de bebidas alcoólicas (mais de duas doses por dia, todos os dias) aumenta o risco para cânceres na cavidade oral, na garganta e no esôfago. Acredita-se isto esteja relacionado à deficiência de vários nutrientes.
5. MANTENHA-SE NA FAIXA DE PESO IDEAL.
A Obesidade aumenta o risco para câncer nas mamas, no intestino grosso e na próstata – isso se a pessoa não sofrer um infarto ou derrame antes. A Obesidade é uma doença e deve ser tratada não com descaso ou preguiça, mas com força de vontade e amor próprio. Você foi o espermatozóide mais rápido e esperto daquela noite! Faça valer a diferença!
6. LEVE UMA ALIMENTAÇAO RICA EM NUTRIENTES E POBRE EM CALORIAS. Vários estudos indicam que dietas pobres em fibras e ricas em gorduras aumentam o risco para câncer no intestino grosso, na próstata, nas mamas, nos ovários e no útero. Defumados e picles também aumentam seu risco. Dê preferência para frutas, legumes, cereais integrais e peixes.
Eu adoro um churrasco e confesso que fiquei um pouco (‘um pouco' é mentira, mas me dê algum crédito, ok?) assustado quando pesquisas realizadas pelo National Cancer Institute mostraram que o cozimento de carne vermelha é capaz de produzir mais de 17 tipos diferentes de Aminas Heterocíclicas – todas elas potencialmente causadoras de câncer. Pessoas que comem carne vermelha bem-passada mais de 4 vezes por semana possuem um risco até 3 vezes maior para câncer no estômago.
Para meu alívio, os cientistas também descobriram que pré-cozinhar as carnes no forno microondas por 2 minutos, antes de levá-las ao fogo, é capaz de reduzir em 90% o conteúdo de Aminas Heterocíclicas. Esta é uma boa maneira de manter as carnes na sua dieta (pois elas são uma fonte importante de nutrientes), ao mesmo tempo em que você reduz a concentração de substâncias nocivas.
7. USE SUPLEMENTOS NUTRICIONAIS.
Frutas, vegetais e cereais integrais ricos em carotenóides, vitamina A e vitamina C ajudam a proteger contra cânceres nos pulmões, no intestino grosso, nas mamas, na cavidade oral, no esôfago, no estômago, no pâncreas, no colo do útero e nos ovários.
Os Carotenóides são encontrados em vegetais e frutas de cor amarela ou alaranjada (p.ex.: cenouras e batata doce) e vegetais folhosos de cor verde escura (p.ex.: brócolis e espinafre). Os cientistas descobriram que os Carotenóides são capazes de reduzir a incidência de câncer no pulmão até mesmo em pessoas fumantes. É óbvio que parar de fumar é a principal medida para evitar o câncer no pulmão, mas mesmo entre os fumantes, aqueles que apresentam baixas concentrações de carotenóides no organismo possuem um risco maior.
8. PRATIQUE EXERCÍCIOS REGULARMENTE.
Os exercícios melhoram a oxigenação dos órgãos e tecidos, removem radicais livres e ajudam a manter o peso ideal, além de promoverem um bem estar tremendo, graças à liberação de endorfinas e outros neurotransmissores ‘do bem'.
9. APRENDA A LIDAR COM O ESTRESSE.
“Será que não tem nada fácil nessa lista?”, você deve estar pensando. Passar pelo médico periodicamente, não comer, não fumar, não beber, fazer exercícios e ainda aprender a lidar com o estresse!!?? Como !!!!!!!?????? @@$%)E*&/#]+!
Calma, calma. A fúria e a ansiedade diminuem a eficácia do Sistema Imune, o guarda-costas do seu organismo. Entre outras coisas, ele gerencia uma célula chamada Natural Killer, responsável pela eliminação de qualquer foco potencialmente canceroso. O Estresse contínuo diminui o nível dessa proteção e abre caminho para uma série de doenças, inclusive o câncer.
Para reduzir o estresse, não tenha vergonha de experimentar uma massagem de verdade, uma sessão revigorante de ioga, meditação, tai-chi, etc. E faça sexo pelo menos algumas vezes por semana.
10. TENHA UMA ATITUDE POSITIVA.
Ei, diga a verdade: com essa dica do sexo, você já começou a ter uma atitude positiva! Tente mantê-la pelo resto do dia – mas guarde o sorrisinho quando estiver naquela reunião com seu chefe. “Uma atitude positiva” significa amar a vida que existe em você. Ela é um tesouro ÚNICO e lhe pertence acima de todas as coisas. Assim que você tomar consciência disso, verá como é simples seguir o que foi dito até aqui.
- Dr. Alessandro Loiola é médico, escritor, palestrante e autor de Vida e Saúde da Criança e Obesidade Infantil.
1. FAÇA EXAMES MÉDICOS PERIÓDICOS. O Câncer no testículo é mais comum em homens entre os 15-35 anos de idade. Após os 40 anos, o problema pode ir para a próstata, os pulmões e o intestino grosso. Mulheres em idade fértil devem fazer o preventivo ginecológico a cada 12 meses, e, a partir dos 50 anos de idade, devem incluir mamografias também e...
Em resumo: facilite sua vida e não fique tentando descobrir sozinho(a) o que pode dar errado. Conte com seu médico para saber os tipos de exames preventivos que devem ser feitos. Estes exames podem variar de acordo com a presença de alguns fatores de risco específicos da sua família.
A avaliação médica periódica também é importante para checar a presença de infecção pelo HPV, ou Papilomavírus Humano. Este micróbio, transmitido pelo contato sexual, pode levar ao desenvolvimento de câncer no útero ou no pênis.
2. CUIDADO COM SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS POTENCIALMENTE DANOSAS. Produtos químicos contidos em alguns pesticidas e sprays podem aumentar o risco para câncer. Alimentos industrializados ou muito processados também podem ser perigosos.
O próprio ambiente de trabalho pode oferecer risco: a exposição repetida e prolongada a gasolina, diesel, arsênico, berílio, cloreto de vinil, cromados, gás mostarda e certos éteres pode resultar em vários tipos de câncer.
3. NÃO FUME.
E por falar em substâncias químicas perigosas... Fumar é a causa número 1 de várias doenças evitáveis, tais como câncer nos pulmões, infecções das vias respiratórias, problemas cardíacos, desentendimentos na praça de alimentação do shopping, e 342.112 outros distúrbios.
Eu sei que você não vai fumar para sempre, porém, quanto mais fumar, mais vai estar perto do “para sempre”. Faça todo esforço possível para largar o cigarro – e passe esta iniciativa adiante.
4. NÃO CONSUMA BEBIDAS ALCOÓLICAS EM EXCESSO.
O consumo regular de bebidas alcoólicas (mais de duas doses por dia, todos os dias) aumenta o risco para cânceres na cavidade oral, na garganta e no esôfago. Acredita-se isto esteja relacionado à deficiência de vários nutrientes.
5. MANTENHA-SE NA FAIXA DE PESO IDEAL.
A Obesidade aumenta o risco para câncer nas mamas, no intestino grosso e na próstata – isso se a pessoa não sofrer um infarto ou derrame antes. A Obesidade é uma doença e deve ser tratada não com descaso ou preguiça, mas com força de vontade e amor próprio. Você foi o espermatozóide mais rápido e esperto daquela noite! Faça valer a diferença!
6. LEVE UMA ALIMENTAÇAO RICA EM NUTRIENTES E POBRE EM CALORIAS. Vários estudos indicam que dietas pobres em fibras e ricas em gorduras aumentam o risco para câncer no intestino grosso, na próstata, nas mamas, nos ovários e no útero. Defumados e picles também aumentam seu risco. Dê preferência para frutas, legumes, cereais integrais e peixes.
Eu adoro um churrasco e confesso que fiquei um pouco (‘um pouco' é mentira, mas me dê algum crédito, ok?) assustado quando pesquisas realizadas pelo National Cancer Institute mostraram que o cozimento de carne vermelha é capaz de produzir mais de 17 tipos diferentes de Aminas Heterocíclicas – todas elas potencialmente causadoras de câncer. Pessoas que comem carne vermelha bem-passada mais de 4 vezes por semana possuem um risco até 3 vezes maior para câncer no estômago.
Para meu alívio, os cientistas também descobriram que pré-cozinhar as carnes no forno microondas por 2 minutos, antes de levá-las ao fogo, é capaz de reduzir em 90% o conteúdo de Aminas Heterocíclicas. Esta é uma boa maneira de manter as carnes na sua dieta (pois elas são uma fonte importante de nutrientes), ao mesmo tempo em que você reduz a concentração de substâncias nocivas.
7. USE SUPLEMENTOS NUTRICIONAIS.
Frutas, vegetais e cereais integrais ricos em carotenóides, vitamina A e vitamina C ajudam a proteger contra cânceres nos pulmões, no intestino grosso, nas mamas, na cavidade oral, no esôfago, no estômago, no pâncreas, no colo do útero e nos ovários.
Os Carotenóides são encontrados em vegetais e frutas de cor amarela ou alaranjada (p.ex.: cenouras e batata doce) e vegetais folhosos de cor verde escura (p.ex.: brócolis e espinafre). Os cientistas descobriram que os Carotenóides são capazes de reduzir a incidência de câncer no pulmão até mesmo em pessoas fumantes. É óbvio que parar de fumar é a principal medida para evitar o câncer no pulmão, mas mesmo entre os fumantes, aqueles que apresentam baixas concentrações de carotenóides no organismo possuem um risco maior.
8. PRATIQUE EXERCÍCIOS REGULARMENTE.
Os exercícios melhoram a oxigenação dos órgãos e tecidos, removem radicais livres e ajudam a manter o peso ideal, além de promoverem um bem estar tremendo, graças à liberação de endorfinas e outros neurotransmissores ‘do bem'.
9. APRENDA A LIDAR COM O ESTRESSE.
“Será que não tem nada fácil nessa lista?”, você deve estar pensando. Passar pelo médico periodicamente, não comer, não fumar, não beber, fazer exercícios e ainda aprender a lidar com o estresse!!?? Como !!!!!!!?????? @@$%)E*&/#]+!
Calma, calma. A fúria e a ansiedade diminuem a eficácia do Sistema Imune, o guarda-costas do seu organismo. Entre outras coisas, ele gerencia uma célula chamada Natural Killer, responsável pela eliminação de qualquer foco potencialmente canceroso. O Estresse contínuo diminui o nível dessa proteção e abre caminho para uma série de doenças, inclusive o câncer.
Para reduzir o estresse, não tenha vergonha de experimentar uma massagem de verdade, uma sessão revigorante de ioga, meditação, tai-chi, etc. E faça sexo pelo menos algumas vezes por semana.
10. TENHA UMA ATITUDE POSITIVA.
Ei, diga a verdade: com essa dica do sexo, você já começou a ter uma atitude positiva! Tente mantê-la pelo resto do dia – mas guarde o sorrisinho quando estiver naquela reunião com seu chefe. “Uma atitude positiva” significa amar a vida que existe em você. Ela é um tesouro ÚNICO e lhe pertence acima de todas as coisas. Assim que você tomar consciência disso, verá como é simples seguir o que foi dito até aqui.
- Dr. Alessandro Loiola é médico, escritor, palestrante e autor de Vida e Saúde da Criança e Obesidade Infantil.
Alimentação na Terceira Idade
Alimentação na Terceira Idade
A alimentação correta é um dos fatores que tem maior influencia na saúde e no bem estar. Múltiplos fatores contribuem para a má nutrição dos idosos: dificuldade para engolir alimentos sólidos, devidos doenças da garganta e do esôfago; perda ou diminuição da visão, do paladar e do olfato; problemas odontológicos como falta de dentes, próteses velhas e mal ajustadas, doenças da cavidade oral e das gengivas; problemas psico-geriátricos principalmente a depressão, a tristeza, o desânimo, a apatia e a solidão; o uso de muitas medicações ocasionando como efeito colateral a perda de apetite; anemia (deficiência de ferro e vitamina A); a falta de vontade de cozinhar, e condições econômicas reduzidas. Além disso, muitos idosos são obesos, porque a atividade física é reduzida, quando a necessidade energética (em calorias) do organismo cai e o corpo ganha mais gordura ao envelhecer.
Algumas recomendações simples, que podem ser postas em prática na sua próxima refeição devem ser abordadas. Faça delas motivo de mudança em seus hábitos alimentares.
Procure ingerir de seis a oito copos de água por dia, mesmo que, habitualmente, você esteja acostumado a consumir chás e sucos. Lembre-se de que a partir dos 60 anos aumenta a propensão da pessoa ficar desidratada. Beba muitos líquidos especialmente quando o tempo estiver quente. Esta regra é muito importante. A sede não é um sinal que traduza as necessidades orgânicas e, por isso, é importante beber mesmo quando não se tem sede. Beba água ou bebidas não açucaradas, como sucos ou chá.
Alimente-se a cada três horas, alternando, entre uma refeição e outra frutas e chás. Realize, por dia, 3 a 5 refeições em horas certas; isto o ajudará a lembrar-se mais facilmente do que comeu e em que quantidade. Não coma demasiado, nem coma coisas que não são necessárias. Não tente fazer as dietas da moda. Elas não se ajustam às necessidades do idoso.
Verifique quais são os remédios que causam náuseas e azia, e peça para o seu médico programá-los para horários distantes das refeições. Use ervas, alecrim, salsinha, coentro, orégano e gengibre, entre outras, para acentuar o sabor dos alimentos, sem abusar do sal, mesmo que você não sofra de hipertensão. Não coma açúcar em excesso. Reduza as gorduras e os alimentos gordos. Não beba mais do que um copo de vinho ou de cerveja por dia, de preferência ao almoço.
A grande maioria de nossos idosos não tem dentes, e apenas 75% destes utiliza prótese dentária satisfatória o que geralmente dificulta a mastigação. Nesse caso os alimentos devem ser na sua maioria cozidos ou preparados de modo que a mastigação seja facilitada. Mas não esqueça de variar, pois estes tipos de alimentos contêm menos vitaminas, sais minerais e fibras. P asse a comer produtos mais macios, como ovos, lacticínios ou papas (feitas de arroz, massas, cereais). Coma alimentos que não seja necessário mastigar, como, por exemplo, sucos de fruta e de vegetais, ou coza o peixe, a carne e os vegetais até ficarem bem tenros e depois, se achar necessário, esmague-os ou pique-os. Privilegie pratos cremosos, como sopas e purês, além de carne moída, frango desfiado e peixes, panquecas, macarrão a bolonhesa, rocambole de carne moída e bolo com frutas.
A visão geralmente debilitada dificulta a escolha dos alimentos, no caso de se fazer as suas próprias compras, então sempre que possível vá as compras acompanhado. Na escolha do cardápio opte por preparações mais coloridas que possibilitem um melhor estímulo visual, que sabemos é muito importante.
Segundo o Ministério da Saúde devem-se seguir os 10 passos para uma alimentação saudável para idosos:
1º passo: Aumente e varie o consumo de frutas, legumes e verduras. Coma-os 5 vezes por dia.
2º passo: Coma feijão pelo menos 1 vez por dia, no mínimo 4 vezes por semana.
3º passo: Reduza o consumo de alimentos gordurosos, como carne com gordura aparente, salsicha, mortadela, frituras e salgadinhos, para no máximo 1 vez por semana.
4º passo: Reduza o consumo de sal. Tire o saleiro da mesa.
5º passo: Faça pelo menos 3 refeições e 1 lanche por dia. Não pule as refeições.
6º passo: Reduza o consumo de doces, bolos, biscoitos e outros alimentos ricos em açúcar para no máximo 2 vezes por semana.
7º passo: Reduza o consumo de álcool e refrigerantes. Evite o consumo diário. A melhor bebida é a água.
8º passo: Aprecie a sua refeição. Coma devagar.
9º passo: Mantenha o seu peso dentro dos limites saudáveis.
10º passo: Seja ativo. Acumule 30 minutos de atividade física todos os dias. Caminhe no seu bairro. Não passe muitas horas assistindo TV.
Lembre-se de que não existe o mito em que o idoso “come menos” ou “não tem apetite”. Uma alimentação saudável depende de quão prazerosa se torna esta atividade. Independente de patologias que necessitam de dietas, como hipertensão arterial, diabetes ou colesterol alto, ou dificuldades impostas pela sua idade, procure um profissional de saúde que estará apto a reconhecer tais obstáculos e ajudá-lo a manter a melhor qualidade de vida possível e merecida por você.
Dra. Roberta da Silva
CRMRS 27659
Médica em especialização em Geriatria
Email: robertageriatria@yahoo.com.br
A alimentação correta é um dos fatores que tem maior influencia na saúde e no bem estar. Múltiplos fatores contribuem para a má nutrição dos idosos: dificuldade para engolir alimentos sólidos, devidos doenças da garganta e do esôfago; perda ou diminuição da visão, do paladar e do olfato; problemas odontológicos como falta de dentes, próteses velhas e mal ajustadas, doenças da cavidade oral e das gengivas; problemas psico-geriátricos principalmente a depressão, a tristeza, o desânimo, a apatia e a solidão; o uso de muitas medicações ocasionando como efeito colateral a perda de apetite; anemia (deficiência de ferro e vitamina A); a falta de vontade de cozinhar, e condições econômicas reduzidas. Além disso, muitos idosos são obesos, porque a atividade física é reduzida, quando a necessidade energética (em calorias) do organismo cai e o corpo ganha mais gordura ao envelhecer.
Algumas recomendações simples, que podem ser postas em prática na sua próxima refeição devem ser abordadas. Faça delas motivo de mudança em seus hábitos alimentares.
Procure ingerir de seis a oito copos de água por dia, mesmo que, habitualmente, você esteja acostumado a consumir chás e sucos. Lembre-se de que a partir dos 60 anos aumenta a propensão da pessoa ficar desidratada. Beba muitos líquidos especialmente quando o tempo estiver quente. Esta regra é muito importante. A sede não é um sinal que traduza as necessidades orgânicas e, por isso, é importante beber mesmo quando não se tem sede. Beba água ou bebidas não açucaradas, como sucos ou chá.
Alimente-se a cada três horas, alternando, entre uma refeição e outra frutas e chás. Realize, por dia, 3 a 5 refeições em horas certas; isto o ajudará a lembrar-se mais facilmente do que comeu e em que quantidade. Não coma demasiado, nem coma coisas que não são necessárias. Não tente fazer as dietas da moda. Elas não se ajustam às necessidades do idoso.
Verifique quais são os remédios que causam náuseas e azia, e peça para o seu médico programá-los para horários distantes das refeições. Use ervas, alecrim, salsinha, coentro, orégano e gengibre, entre outras, para acentuar o sabor dos alimentos, sem abusar do sal, mesmo que você não sofra de hipertensão. Não coma açúcar em excesso. Reduza as gorduras e os alimentos gordos. Não beba mais do que um copo de vinho ou de cerveja por dia, de preferência ao almoço.
A grande maioria de nossos idosos não tem dentes, e apenas 75% destes utiliza prótese dentária satisfatória o que geralmente dificulta a mastigação. Nesse caso os alimentos devem ser na sua maioria cozidos ou preparados de modo que a mastigação seja facilitada. Mas não esqueça de variar, pois estes tipos de alimentos contêm menos vitaminas, sais minerais e fibras. P asse a comer produtos mais macios, como ovos, lacticínios ou papas (feitas de arroz, massas, cereais). Coma alimentos que não seja necessário mastigar, como, por exemplo, sucos de fruta e de vegetais, ou coza o peixe, a carne e os vegetais até ficarem bem tenros e depois, se achar necessário, esmague-os ou pique-os. Privilegie pratos cremosos, como sopas e purês, além de carne moída, frango desfiado e peixes, panquecas, macarrão a bolonhesa, rocambole de carne moída e bolo com frutas.
A visão geralmente debilitada dificulta a escolha dos alimentos, no caso de se fazer as suas próprias compras, então sempre que possível vá as compras acompanhado. Na escolha do cardápio opte por preparações mais coloridas que possibilitem um melhor estímulo visual, que sabemos é muito importante.
Segundo o Ministério da Saúde devem-se seguir os 10 passos para uma alimentação saudável para idosos:
1º passo: Aumente e varie o consumo de frutas, legumes e verduras. Coma-os 5 vezes por dia.
2º passo: Coma feijão pelo menos 1 vez por dia, no mínimo 4 vezes por semana.
3º passo: Reduza o consumo de alimentos gordurosos, como carne com gordura aparente, salsicha, mortadela, frituras e salgadinhos, para no máximo 1 vez por semana.
4º passo: Reduza o consumo de sal. Tire o saleiro da mesa.
5º passo: Faça pelo menos 3 refeições e 1 lanche por dia. Não pule as refeições.
6º passo: Reduza o consumo de doces, bolos, biscoitos e outros alimentos ricos em açúcar para no máximo 2 vezes por semana.
7º passo: Reduza o consumo de álcool e refrigerantes. Evite o consumo diário. A melhor bebida é a água.
8º passo: Aprecie a sua refeição. Coma devagar.
9º passo: Mantenha o seu peso dentro dos limites saudáveis.
10º passo: Seja ativo. Acumule 30 minutos de atividade física todos os dias. Caminhe no seu bairro. Não passe muitas horas assistindo TV.
Lembre-se de que não existe o mito em que o idoso “come menos” ou “não tem apetite”. Uma alimentação saudável depende de quão prazerosa se torna esta atividade. Independente de patologias que necessitam de dietas, como hipertensão arterial, diabetes ou colesterol alto, ou dificuldades impostas pela sua idade, procure um profissional de saúde que estará apto a reconhecer tais obstáculos e ajudá-lo a manter a melhor qualidade de vida possível e merecida por você.
Dra. Roberta da Silva
CRMRS 27659
Médica em especialização em Geriatria
Email: robertageriatria@yahoo.com.br
A alimentação correta é um dos fatores que tem maior influencia na saúde e no bem estar. Múltiplos fatores contribuem para a má nutrição dos idosos: dificuldade para engolir alimentos sólidos, devidos doenças da garganta e do esôfago; perda ou diminuição da visão, do paladar e do olfato; problemas odontológicos como falta de dentes, próteses velhas e mal ajustadas, doenças da cavidade oral e das gengivas; problemas psico-geriátricos principalmente a depressão, a tristeza, o desânimo, a apatia e a solidão; o uso de muitas medicações ocasionando como efeito colateral a perda de apetite; anemia (deficiência de ferro e vitamina A); a falta de vontade de cozinhar, e condições econômicas reduzidas. Além disso, muitos idosos são obesos, porque a atividade física é reduzida, quando a necessidade energética (em calorias) do organismo cai e o corpo ganha mais gordura ao envelhecer.
Algumas recomendações simples, que podem ser postas em prática na sua próxima refeição devem ser abordadas. Faça delas motivo de mudança em seus hábitos alimentares.
Procure ingerir de seis a oito copos de água por dia, mesmo que, habitualmente, você esteja acostumado a consumir chás e sucos. Lembre-se de que a partir dos 60 anos aumenta a propensão da pessoa ficar desidratada. Beba muitos líquidos especialmente quando o tempo estiver quente. Esta regra é muito importante. A sede não é um sinal que traduza as necessidades orgânicas e, por isso, é importante beber mesmo quando não se tem sede. Beba água ou bebidas não açucaradas, como sucos ou chá.
Alimente-se a cada três horas, alternando, entre uma refeição e outra frutas e chás. Realize, por dia, 3 a 5 refeições em horas certas; isto o ajudará a lembrar-se mais facilmente do que comeu e em que quantidade. Não coma demasiado, nem coma coisas que não são necessárias. Não tente fazer as dietas da moda. Elas não se ajustam às necessidades do idoso.
Verifique quais são os remédios que causam náuseas e azia, e peça para o seu médico programá-los para horários distantes das refeições. Use ervas, alecrim, salsinha, coentro, orégano e gengibre, entre outras, para acentuar o sabor dos alimentos, sem abusar do sal, mesmo que você não sofra de hipertensão. Não coma açúcar em excesso. Reduza as gorduras e os alimentos gordos. Não beba mais do que um copo de vinho ou de cerveja por dia, de preferência ao almoço.
A grande maioria de nossos idosos não tem dentes, e apenas 75% destes utiliza prótese dentária satisfatória o que geralmente dificulta a mastigação. Nesse caso os alimentos devem ser na sua maioria cozidos ou preparados de modo que a mastigação seja facilitada. Mas não esqueça de variar, pois estes tipos de alimentos contêm menos vitaminas, sais minerais e fibras. P asse a comer produtos mais macios, como ovos, lacticínios ou papas (feitas de arroz, massas, cereais). Coma alimentos que não seja necessário mastigar, como, por exemplo, sucos de fruta e de vegetais, ou coza o peixe, a carne e os vegetais até ficarem bem tenros e depois, se achar necessário, esmague-os ou pique-os. Privilegie pratos cremosos, como sopas e purês, além de carne moída, frango desfiado e peixes, panquecas, macarrão a bolonhesa, rocambole de carne moída e bolo com frutas.
A visão geralmente debilitada dificulta a escolha dos alimentos, no caso de se fazer as suas próprias compras, então sempre que possível vá as compras acompanhado. Na escolha do cardápio opte por preparações mais coloridas que possibilitem um melhor estímulo visual, que sabemos é muito importante.
Segundo o Ministério da Saúde devem-se seguir os 10 passos para uma alimentação saudável para idosos:
1º passo: Aumente e varie o consumo de frutas, legumes e verduras. Coma-os 5 vezes por dia.
2º passo: Coma feijão pelo menos 1 vez por dia, no mínimo 4 vezes por semana.
3º passo: Reduza o consumo de alimentos gordurosos, como carne com gordura aparente, salsicha, mortadela, frituras e salgadinhos, para no máximo 1 vez por semana.
4º passo: Reduza o consumo de sal. Tire o saleiro da mesa.
5º passo: Faça pelo menos 3 refeições e 1 lanche por dia. Não pule as refeições.
6º passo: Reduza o consumo de doces, bolos, biscoitos e outros alimentos ricos em açúcar para no máximo 2 vezes por semana.
7º passo: Reduza o consumo de álcool e refrigerantes. Evite o consumo diário. A melhor bebida é a água.
8º passo: Aprecie a sua refeição. Coma devagar.
9º passo: Mantenha o seu peso dentro dos limites saudáveis.
10º passo: Seja ativo. Acumule 30 minutos de atividade física todos os dias. Caminhe no seu bairro. Não passe muitas horas assistindo TV.
Lembre-se de que não existe o mito em que o idoso “come menos” ou “não tem apetite”. Uma alimentação saudável depende de quão prazerosa se torna esta atividade. Independente de patologias que necessitam de dietas, como hipertensão arterial, diabetes ou colesterol alto, ou dificuldades impostas pela sua idade, procure um profissional de saúde que estará apto a reconhecer tais obstáculos e ajudá-lo a manter a melhor qualidade de vida possível e merecida por você.
Dra. Roberta da Silva
CRMRS 27659
Médica em especialização em Geriatria
Email: robertageriatria@yahoo.com.br
A alimentação correta é um dos fatores que tem maior influencia na saúde e no bem estar. Múltiplos fatores contribuem para a má nutrição dos idosos: dificuldade para engolir alimentos sólidos, devidos doenças da garganta e do esôfago; perda ou diminuição da visão, do paladar e do olfato; problemas odontológicos como falta de dentes, próteses velhas e mal ajustadas, doenças da cavidade oral e das gengivas; problemas psico-geriátricos principalmente a depressão, a tristeza, o desânimo, a apatia e a solidão; o uso de muitas medicações ocasionando como efeito colateral a perda de apetite; anemia (deficiência de ferro e vitamina A); a falta de vontade de cozinhar, e condições econômicas reduzidas. Além disso, muitos idosos são obesos, porque a atividade física é reduzida, quando a necessidade energética (em calorias) do organismo cai e o corpo ganha mais gordura ao envelhecer.
Algumas recomendações simples, que podem ser postas em prática na sua próxima refeição devem ser abordadas. Faça delas motivo de mudança em seus hábitos alimentares.
Procure ingerir de seis a oito copos de água por dia, mesmo que, habitualmente, você esteja acostumado a consumir chás e sucos. Lembre-se de que a partir dos 60 anos aumenta a propensão da pessoa ficar desidratada. Beba muitos líquidos especialmente quando o tempo estiver quente. Esta regra é muito importante. A sede não é um sinal que traduza as necessidades orgânicas e, por isso, é importante beber mesmo quando não se tem sede. Beba água ou bebidas não açucaradas, como sucos ou chá.
Alimente-se a cada três horas, alternando, entre uma refeição e outra frutas e chás. Realize, por dia, 3 a 5 refeições em horas certas; isto o ajudará a lembrar-se mais facilmente do que comeu e em que quantidade. Não coma demasiado, nem coma coisas que não são necessárias. Não tente fazer as dietas da moda. Elas não se ajustam às necessidades do idoso.
Verifique quais são os remédios que causam náuseas e azia, e peça para o seu médico programá-los para horários distantes das refeições. Use ervas, alecrim, salsinha, coentro, orégano e gengibre, entre outras, para acentuar o sabor dos alimentos, sem abusar do sal, mesmo que você não sofra de hipertensão. Não coma açúcar em excesso. Reduza as gorduras e os alimentos gordos. Não beba mais do que um copo de vinho ou de cerveja por dia, de preferência ao almoço.
A grande maioria de nossos idosos não tem dentes, e apenas 75% destes utiliza prótese dentária satisfatória o que geralmente dificulta a mastigação. Nesse caso os alimentos devem ser na sua maioria cozidos ou preparados de modo que a mastigação seja facilitada. Mas não esqueça de variar, pois estes tipos de alimentos contêm menos vitaminas, sais minerais e fibras. P asse a comer produtos mais macios, como ovos, lacticínios ou papas (feitas de arroz, massas, cereais). Coma alimentos que não seja necessário mastigar, como, por exemplo, sucos de fruta e de vegetais, ou coza o peixe, a carne e os vegetais até ficarem bem tenros e depois, se achar necessário, esmague-os ou pique-os. Privilegie pratos cremosos, como sopas e purês, além de carne moída, frango desfiado e peixes, panquecas, macarrão a bolonhesa, rocambole de carne moída e bolo com frutas.
A visão geralmente debilitada dificulta a escolha dos alimentos, no caso de se fazer as suas próprias compras, então sempre que possível vá as compras acompanhado. Na escolha do cardápio opte por preparações mais coloridas que possibilitem um melhor estímulo visual, que sabemos é muito importante.
Segundo o Ministério da Saúde devem-se seguir os 10 passos para uma alimentação saudável para idosos:
1º passo: Aumente e varie o consumo de frutas, legumes e verduras. Coma-os 5 vezes por dia.
2º passo: Coma feijão pelo menos 1 vez por dia, no mínimo 4 vezes por semana.
3º passo: Reduza o consumo de alimentos gordurosos, como carne com gordura aparente, salsicha, mortadela, frituras e salgadinhos, para no máximo 1 vez por semana.
4º passo: Reduza o consumo de sal. Tire o saleiro da mesa.
5º passo: Faça pelo menos 3 refeições e 1 lanche por dia. Não pule as refeições.
6º passo: Reduza o consumo de doces, bolos, biscoitos e outros alimentos ricos em açúcar para no máximo 2 vezes por semana.
7º passo: Reduza o consumo de álcool e refrigerantes. Evite o consumo diário. A melhor bebida é a água.
8º passo: Aprecie a sua refeição. Coma devagar.
9º passo: Mantenha o seu peso dentro dos limites saudáveis.
10º passo: Seja ativo. Acumule 30 minutos de atividade física todos os dias. Caminhe no seu bairro. Não passe muitas horas assistindo TV.
Lembre-se de que não existe o mito em que o idoso “come menos” ou “não tem apetite”. Uma alimentação saudável depende de quão prazerosa se torna esta atividade. Independente de patologias que necessitam de dietas, como hipertensão arterial, diabetes ou colesterol alto, ou dificuldades impostas pela sua idade, procure um profissional de saúde que estará apto a reconhecer tais obstáculos e ajudá-lo a manter a melhor qualidade de vida possível e merecida por você.
Dra. Roberta da Silva
CRMRS 27659
Médica em especialização em Geriatria
Email: robertageriatria@yahoo.com.br
Conselho de Medicina determina que receitas sejam escritas por extenso e de forma legível
Conselho de Medicina determina que receitas sejam escritas por extenso e de forma legível
Rio - De tão ilegível, letra de médico já virou sinônimo de rabisco ou garrancho. Em alguns casos, a caligrafia indecrifável pode causar riscos à saúde dos pacientes. Quando o que foi escrito na receita não está claro o suficiente, os pacientes podem confundir o nome dos remédios ou tomar doses incorretas dele.
Segundo a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), 34% dos prontuários escritos a mão não são interpretados corretamente. Só em 2007, o Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas (Sinitox) registrou 1.853 casos de intoxicação por erro de administração, que inclui ‘letra ilegível’.
“Se o paciente não presta atenção ao nome do remédio, acha que o farmacêutico vai entender depois. Mas farmacêutico não tem obrigação de decifrar garrancho”, alerta Rosany Bochner, coordenadora do Sinitox.
O Conselho Federal de Medicina admite o problema. Seu artigo 39 determina que as receitas médicas sejam escritas por extenso e de forma legível. Além disso, o capítulo 3 do Código de Ética Médica proíbe o médico de receitar ou atestar de forma secreta ou ilegível.
Na opinião de Rosany, o médico também não é o único culpado. “O paciente precisa aprender a tirar dúvidas na consulta”, recomenda. E é isso o que faz a auxiliar de Contabilidade Leonora Suely Silva, 53: “Quando não entendo a letra, falo que não entendi e ainda anoto o nome do remédio. Se não faço isso, posso comprar o produto errado e piorar mais”.
Mas pacientes como Leonora ainda são exceção. A grande maioria já desistiu de decifrar os garranchos médicos. “Nem leio mais. Pego a receita, jogo na bolsa e entrego ao ‘rapaz da farmácia’”, confessa a aposentada Amália Souza Gomes, 68.
Mas e se o ‘rapaz da farmácia’ não entender o garrancho? “Se o rabisco for indecifrável, aconselho o paciente a ligar para o médico. Na dúvida, não vendo o produto”, assegura o balconista Luiz da Costa, 60.
Para piorar a situação, há remédios que têm o nome muito parecido. É o caso de um paciente de Adamantina (SP) que foi comprar remédio para gripe (Dipirona) e levou outro para o coração (Digoxina). É por essas e outras que a aposentada Maria Elizabeth Monteiro, 61, evita comprar remédio por telefone. Para não perder a clientela, o balconista André Gonçalves, 31, desloca um funcionário até a casa dela só para ter certeza do nome do remédio. “No fundo, os garranchos são todos iguais. Parece até que eles estudaram na mesma faculdade”, ironiza.
Computador: remédio seguro
Os pacientes do ginecologista João Ricardo Auler não têm do que reclamar. Há 10 anos, ele digita tudo: de receita médica a pedido de exames. “Minha letra é tão feia que nem eu mesmo entendo. Muitos pacientes já perguntaram se sou médico porque tenho letra feia ou se tenho letra feia porque sou médico”, diverte-se.
Para o presidente do Conselho Regional de Farmácia do Rio de Janeiro, Paulo Oracy Azeredo, o maior prejudicado com a letra feia é o paciente. “Se o médico tem consultório, tudo bem. É só você ligar para ele e desfazer o mal-entendido. Mas e se não tiver? E se for médico de posto de saúde? Como o paciente vai saber quando será o próximo plantão dele?”, indaga Paulo.
Segundo Pablo Chasel, do CFM, o paciente que se sentir prejudicado pode denunciar o médico ao Conselho Regional de Medicina de seu estado. “O conselho abrirá uma sindicância e, dependendo do caso, a punição poderá variar desde uma advertência até a cassação do diploma”, observa Pablo, que garante não lembrar de denúncias do gênero.
Rio - De tão ilegível, letra de médico já virou sinônimo de rabisco ou garrancho. Em alguns casos, a caligrafia indecrifável pode causar riscos à saúde dos pacientes. Quando o que foi escrito na receita não está claro o suficiente, os pacientes podem confundir o nome dos remédios ou tomar doses incorretas dele.
Segundo a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), 34% dos prontuários escritos a mão não são interpretados corretamente. Só em 2007, o Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas (Sinitox) registrou 1.853 casos de intoxicação por erro de administração, que inclui ‘letra ilegível’.
“Se o paciente não presta atenção ao nome do remédio, acha que o farmacêutico vai entender depois. Mas farmacêutico não tem obrigação de decifrar garrancho”, alerta Rosany Bochner, coordenadora do Sinitox.
O Conselho Federal de Medicina admite o problema. Seu artigo 39 determina que as receitas médicas sejam escritas por extenso e de forma legível. Além disso, o capítulo 3 do Código de Ética Médica proíbe o médico de receitar ou atestar de forma secreta ou ilegível.
Na opinião de Rosany, o médico também não é o único culpado. “O paciente precisa aprender a tirar dúvidas na consulta”, recomenda. E é isso o que faz a auxiliar de Contabilidade Leonora Suely Silva, 53: “Quando não entendo a letra, falo que não entendi e ainda anoto o nome do remédio. Se não faço isso, posso comprar o produto errado e piorar mais”.
Mas pacientes como Leonora ainda são exceção. A grande maioria já desistiu de decifrar os garranchos médicos. “Nem leio mais. Pego a receita, jogo na bolsa e entrego ao ‘rapaz da farmácia’”, confessa a aposentada Amália Souza Gomes, 68.
Mas e se o ‘rapaz da farmácia’ não entender o garrancho? “Se o rabisco for indecifrável, aconselho o paciente a ligar para o médico. Na dúvida, não vendo o produto”, assegura o balconista Luiz da Costa, 60.
Para piorar a situação, há remédios que têm o nome muito parecido. É o caso de um paciente de Adamantina (SP) que foi comprar remédio para gripe (Dipirona) e levou outro para o coração (Digoxina). É por essas e outras que a aposentada Maria Elizabeth Monteiro, 61, evita comprar remédio por telefone. Para não perder a clientela, o balconista André Gonçalves, 31, desloca um funcionário até a casa dela só para ter certeza do nome do remédio. “No fundo, os garranchos são todos iguais. Parece até que eles estudaram na mesma faculdade”, ironiza.
Computador: remédio seguro
Os pacientes do ginecologista João Ricardo Auler não têm do que reclamar. Há 10 anos, ele digita tudo: de receita médica a pedido de exames. “Minha letra é tão feia que nem eu mesmo entendo. Muitos pacientes já perguntaram se sou médico porque tenho letra feia ou se tenho letra feia porque sou médico”, diverte-se.
Para o presidente do Conselho Regional de Farmácia do Rio de Janeiro, Paulo Oracy Azeredo, o maior prejudicado com a letra feia é o paciente. “Se o médico tem consultório, tudo bem. É só você ligar para ele e desfazer o mal-entendido. Mas e se não tiver? E se for médico de posto de saúde? Como o paciente vai saber quando será o próximo plantão dele?”, indaga Paulo.
Segundo Pablo Chasel, do CFM, o paciente que se sentir prejudicado pode denunciar o médico ao Conselho Regional de Medicina de seu estado. “O conselho abrirá uma sindicância e, dependendo do caso, a punição poderá variar desde uma advertência até a cassação do diploma”, observa Pablo, que garante não lembrar de denúncias do gênero.
Uso de paracetamol por bebê pode aumentar o risco de asma e eczema
Paracetamol facilitaria asma
Uso do medicamento por bebê pode aumentar risco da doença aos seis anos
Hong Kong - Bebês que consomem paracetamol podem ter mais risco de sofrer de asma e eczema quando tiverem 6 ou 7 anos, aponta estudo realizado com 205 mil crianças em 31 países. Segundo o trabalho, publicado na revista Lancet, o uso do paracetamol está associado a uma chance 46% maior de desenvolver asma. O trabalho indica ainda que o consumo da substância mais de uma vez por mês poderia até triplicar o risco da doença respiratória.
Os médicos já suspeitavam que houvesse uma associação dessa droga, muito usada no combate a febres e dores, com a asma. Segundo eles, o paracetamol reduz os antioxidantes do organismo. Alguns especialistas dizem que os antioxidantes impedem que radicais livres danifiquem o organismo, provocando doenças como o câncer. “O paracetamol pode reduzir os níveis de antioxidantes, e isso pode gerar um estresse oxidante nos pulmões e causar asma”, disse um dos pesquisadores, Richard Beasley, do Instituto de Pesquisa Médica da Nova Zelândia.
O uso mensal do paracetamol também dobra o risco de eczema e triplica o de rinoconjuntivite — espirros, nariz escorrendo e congestão nasal — quando a criança atinge 6 ou 7 anos, diz o estudo. Apesar disso, os pesquisadores dizem que, como analgésico infantil, o paracetamol continua sendo preferível à aspirina.
Só para febre alta
A Organização Mundial da Saúde recomenda que o paracetamol só seja administrado em crianças em casos de febre superior a 38,5 graus, evitando-se o uso rotineiro. Outro estudo diz que aqueles que vivem com o nariz escorrendo, por causa de rinite ou alergias, tem 3,5 vezes mais chance de desenvolver asma. Um terceiro trabalho apontou que bebês com chiado na respiração podem ter asma em adultos.
Fonte: O Dia
Uso do medicamento por bebê pode aumentar risco da doença aos seis anos
Hong Kong - Bebês que consomem paracetamol podem ter mais risco de sofrer de asma e eczema quando tiverem 6 ou 7 anos, aponta estudo realizado com 205 mil crianças em 31 países. Segundo o trabalho, publicado na revista Lancet, o uso do paracetamol está associado a uma chance 46% maior de desenvolver asma. O trabalho indica ainda que o consumo da substância mais de uma vez por mês poderia até triplicar o risco da doença respiratória.
Os médicos já suspeitavam que houvesse uma associação dessa droga, muito usada no combate a febres e dores, com a asma. Segundo eles, o paracetamol reduz os antioxidantes do organismo. Alguns especialistas dizem que os antioxidantes impedem que radicais livres danifiquem o organismo, provocando doenças como o câncer. “O paracetamol pode reduzir os níveis de antioxidantes, e isso pode gerar um estresse oxidante nos pulmões e causar asma”, disse um dos pesquisadores, Richard Beasley, do Instituto de Pesquisa Médica da Nova Zelândia.
O uso mensal do paracetamol também dobra o risco de eczema e triplica o de rinoconjuntivite — espirros, nariz escorrendo e congestão nasal — quando a criança atinge 6 ou 7 anos, diz o estudo. Apesar disso, os pesquisadores dizem que, como analgésico infantil, o paracetamol continua sendo preferível à aspirina.
Só para febre alta
A Organização Mundial da Saúde recomenda que o paracetamol só seja administrado em crianças em casos de febre superior a 38,5 graus, evitando-se o uso rotineiro. Outro estudo diz que aqueles que vivem com o nariz escorrendo, por causa de rinite ou alergias, tem 3,5 vezes mais chance de desenvolver asma. Um terceiro trabalho apontou que bebês com chiado na respiração podem ter asma em adultos.
Fonte: O Dia
5S- Porta de entrada para a Qualidade Total
5S- Porta de entrada para a Qualidade Total
Os cinco sensos, comumente chamados de 5S, são por assim dizer a porta de entrada de um Programa de Qualidade Total. Isto porque tem um grande efeito sobre a motivação para a qualidade, visto que seus resultados são rápidos e visíveis.
Mas a sua grande virtude é seu grande defeito, ou melhor, nós a tornamos seu maior defeito ao pensarmos que o Programa 5S se resume a melhorar a aparência do local de trabalho ou outro ambiente qualquer.
É um programa baseado em 5 palavras japonesas: SEIRI (Seleção), SEITON (Ordenação), SEISOH (Limpeza), SEIKETSU (padronização) e SHITSUKE (disciplina).
Uma forma simples de definir é: são atividades que praticadas por todos, com determinação é método, resultarão em um ambiente (casa, local de trabalho, clube ou mesmo cidade) agradável e seguro.
Compreendendo melhor a definição acima:
SEIRI (senso de seleção)
Outras traduções : Organização; Utilização; Classificação; Descarte.
Senso: "A arte de colocar fora coisas inúteis sem uso"
É o passo inicisal do programa de 5S. Consiste basicamente de eliminar aquilo que é desnecessário do local de trabalho ou de outro ambiente em que se esteja implantando os 5S. Para isso é preciso definir claramente o que é necessário e o que é desnecessário.
O que é necessário?
Necessário é aquilo que se está utilizando ou que se tem previsão de uso em breve. Olhe para cada objeto e pergunte:
Isto REALMENTE é necessário?
Estou utilizando-o no momento?
Se não, qual foi a última vez que utilizei?
Quando eu irei precisar disto?
Como eu faço para manter a seleção?
Seja crítico no seu dia a dia. Pergunte para todo objeto que você olhar - no trabalho, em casa, na rua, etc. - "isto é necessário?". Mas isso não vai virar uma paranóia? Não. O hábito repetido diversas vezes irá sedimentar o procedimento até que se torne automático, como veremos ao estudar o Senso de Autodisciplina.
Qual é o resultado da aplicação do Senso de Seleção? Poderia citar e comentar sobre vários, mas ficarei apenas com os seguintes:
Ganho de espaço
Maior segurança
Facilidade de limpeza e manutenção
Melhor controle de estoque
Redução de custos
Disposição mental para a Qualidade
SEITON (senso de ordenação)
Outras traduções: Sistematização; Arrumação.
Senso: "A arte de cada coisa em seu lugar para pronto uso".
Após a Seleção, na qual você descarta aqueles itens desnecessários, você precisa organizar o que sobrou. A essa organização damos o nome de ordenação, que é determinar um local adequado para cada item, de modo que ao necessitar dele não seja necessário perder tempo procurando.
Ordenação é, em suma, guarda de objetos de forma a facilitar sua localização e uso. Quando a localizacão de um item não é imediata, significa que a ordenação não foi bem feita. Faça de novo!
Como eu faço a Ordenação?
Determine os locais que mais facilitam o uso. Os itens mais utilizados, aqueles que se usa toda hora, devem estar ao alcance da mão. Por exemplo canetas, telefones, ferramentas em uso, etc. O importante é que não se tenha que fazer esforço para pegar esses itens. Numa prateleira, devem ficar na altura média: nem acima, onde se tenha que subir em apoios ou se esticar, nem embaixo, onde se tenha que se abaixar ou curvar-se para pegá-los. Se em gavetas, na mais próxima, geralmente a de cima.
Os itens de uso menos freqüente devem estar a uma distância um pouco maior ou em local de acesso menos fácil. Mas não muito. E, finalmente, os itens os você utiliza muito pouco, devem estar no local menos acessível e que menos atrapalhe.
Melhor disposição de móveis e equipamentos
Maior segurança
Facilidade de limpeza e manutenção
Melhor controle de estoque
Redução de desperdícios, principalmente de tempo
Aproveitamento do espaço que sobrou, para "praças"
SEISOH (senso de limpeza)
Outras traduções: Inspeção; Zelo.
Senso: "A arte de tirar o pó".
O senso de limpeza tem dois aspectos importantes. O primeiro refere-se à limpeza do ambiente físico, seja ele no trabalho, em casa etc. Este aspecto, em se tratando de indústria ou serviço de alimentos, se reveste de especial importância, visto que a higiene deficiente é uma das principais causas de doenças de origem alimentar.
Outro aspecto a ser considerado diz respeito ao relacionamento pessoal. Um ambiente onde impera a franqueza, a transparência de intenções e o respeito pelo próximo é um ambiente limpo. O terceiro senso objetiva isso: que o ambiente seja asseado, e portanto saudável, e que o relacionamento pessoal seja o mais aberto possível, criando condições de trabalho em equipe.
Como faço a limpeza?
No que se refere à limpeza física, a recomendação é que se atue sobre as causas da sujeira, e não apenas na sujeira aparente. As dicas são basicamente comportamental:
Faça uso correto de sanitários
Jogue o lixo dentro do lixeiro, observando a coleta seletiva
Mantenha limpo corredores, vestiários, pátios e outras áreas comuns
Demarque e observe local apropriado para a prática de tabagismo
Papel de balas devem ser colocados no lixeiro. Mas atenção: em área de processamento ou manipulação de alimentos não se deve comer nada, inclusive balas
Defina períodos para limpezas, não esperando que a sujeira apareça
Identifique e corrija vazamento de fluidos
Faça os reparos no edifício, móveis e equipamentos o mais rápido possóvel
Quanto ao relacionamento, a regra que normalmente funciona é: Fale com as pessoas e não das pessoas
Como eu faço para manter a limpeza?
Discipline-se a cumprir e exigir dos outros que o ambiente encontrado limpo seja deixado limpo após o uso. Se cada um fizer a sua parte, cuidando para não sujar e limpando quando isto acontecer, por certo o ambiente será bem melhor.
Quanto ao relacionamento, tome a iniciativa: coloque seus colegas a vontade para dizer o que pensam de você. Ouça as críticas, vendo nelas a oportunidade de melhorar. É saudável ouvir a opinião sobre nós de alguém que não seja nós mesmos.
Após dispor-se a melhorar naquilo que foi apontado como pontos falhos em você, então poderá dizer o que não gosta nos outros.
Isto é fácil? De forma alguma! Mas quem disse que melhorias são alcançadas sem esforço? Quando acontece, não tem tempo de fortalecer as raízes e o resultado é que diante de uma situação adversa e imprevista, retrocede-se à posição anterior, quando não pior.
Lembre-se: cem melhorias de 1% é maior que uma melhoria de 100%.
Ambiente agradável e saudável
Melhor resultado do trabalhado
Melhoria do relacionamento interpessoal e por conseguinte do trabalho em equipe
Melhor conservação de móveis, equipamentos e ferramentas
Redução de desperdícios
Aumento da vida de prateleira dos produtos e garantia da saúde do consumidor.
SEIKETSU (senso de padronização)
Outras traduções: Padrões; Ambientação; Higiene; Conservação; Saúde; Asseio.
Senso: "A arte de manter em estado de limpeza".
Padronização significa manter "em estado de limpeza" que, no contexto dos 5s, inclui outras considerações, tais como: cores, formas, iluminação, ventilação, calor, vestuário, higiene pessoal e tudo o que causar uma impressão de limpeza. A padronização busca então manter os três primeiros Ss (seleção, ordenação e limpeza) de forma contínua.
A padronização, ou seja, a definição de métodos standard de trabalho é fundamental, por exemplo:
Pintura das paredes, devem ser usados padrões de cores para cada setor, a sinalização também é bastante importante, devemos usar placas padronizadas e que tenham fácil visualização, com letras claras e grandes, pisos, de tubulações, de alerta (tigrado), marcas no piso de onde deve ficar a lixeira, voltagem de cada tomada, indicadores de extintores de incêndio, itens móveis, tamanho das setas que estão sendo utilizadas, tipos de etiquetas, cores "padrões" de máquinas. A partir do estabelecimento do que é certo, fica fácil para o funcionário saber o que está errado.
Exemplo: pintamos no piso, ou há uma placa de identificação na parede, do local de um equipamento móvel e identificamos o local e o equipamento. Cada equipamento deve contar com 2 pontos: facilidade para visualizar onde se encontra, facilidade para devolver para o local correto. A partir deste ponto, se o funcionário usa o equipamento e não o devolve ao local fica evidente que há uma anomalia. As anomalias devem saltar aos olhos devido ao processo de padronização.
Outros aspectos de padronização são:
Cuidado com a higiene pessoal, com o uniforme, etc.
A folha de verificação reflete o padrão de cada área. Fica fácil saber onde devemos atacar.
A padronização buscar criar o "O Estado de Limpeza". Não basta estar limpo, é necessário também parecer limpo.
Devemos definir qual o padrão ideal para o nosso ambiente de trabalho, buscando, como objetivo, a melhoria da qualidade de vida no trabalho.
Devemos nos preocupar com a ambientação, quebrando o peso da área de trabalho, através de uso de aquários, plantas (auxiliam o relaxamento), salas dos funcionários – praças), paisagens, em suma, tudo aquilo que possa contribuir positivamente para um bom ambiente. Isto é uma forma de desacelerar as pessoas.
SHITSUKE (disciplina)
Outras traduções: Auto-disciplina; Educação; Harmonia.
Senso: "A arte de fazer as coisas certas, naturalmente".
Disciplina é a base de uma civilização e o mínimo para que a sociedade funcione em harmonia. A disciplina é o caminho para a melhoria do caráter dos funcionários.
Nós enxergamos a disciplina nos 5Ss quando:
executamos a limpeza diária dos 3 minutos, como rotina
Fazemos a medição periódica, utilizando a folha de verificação e colocando os resultados no gráfico de controle.
Quando não sujamos mais
E quando sujamos, limpamos imediatamente
Quando devolvemos ao seu local os instrumentos que utilizamos
Quando repintamos os letreiros que estão apagados e corrigimos a pintura do piso se aparecem falhas
E quando se quer fazer algo bem feito e com habilidade o que se deve fazer? Praticar, repetir. Atletas repetem os lances, o estudante que almeja uma vaga na Universidade estuda estuda e estuda. Artistas repetem o ensaio. Disciplinar é praticar e praticar para que as pessoas façam a coisa certa naturalmente. É uma forma de criar bons hábitos. Disciplina é um processo de repetição e prática. Assim estaremos no caminho certo.
Os cinco sensos, comumente chamados de 5S, são por assim dizer a porta de entrada de um Programa de Qualidade Total. Isto porque tem um grande efeito sobre a motivação para a qualidade, visto que seus resultados são rápidos e visíveis.
Mas a sua grande virtude é seu grande defeito, ou melhor, nós a tornamos seu maior defeito ao pensarmos que o Programa 5S se resume a melhorar a aparência do local de trabalho ou outro ambiente qualquer.
É um programa baseado em 5 palavras japonesas: SEIRI (Seleção), SEITON (Ordenação), SEISOH (Limpeza), SEIKETSU (padronização) e SHITSUKE (disciplina).
Uma forma simples de definir é: são atividades que praticadas por todos, com determinação é método, resultarão em um ambiente (casa, local de trabalho, clube ou mesmo cidade) agradável e seguro.
Compreendendo melhor a definição acima:
SEIRI (senso de seleção)
Outras traduções : Organização; Utilização; Classificação; Descarte.
Senso: "A arte de colocar fora coisas inúteis sem uso"
É o passo inicisal do programa de 5S. Consiste basicamente de eliminar aquilo que é desnecessário do local de trabalho ou de outro ambiente em que se esteja implantando os 5S. Para isso é preciso definir claramente o que é necessário e o que é desnecessário.
O que é necessário?
Necessário é aquilo que se está utilizando ou que se tem previsão de uso em breve. Olhe para cada objeto e pergunte:
Isto REALMENTE é necessário?
Estou utilizando-o no momento?
Se não, qual foi a última vez que utilizei?
Quando eu irei precisar disto?
Como eu faço para manter a seleção?
Seja crítico no seu dia a dia. Pergunte para todo objeto que você olhar - no trabalho, em casa, na rua, etc. - "isto é necessário?". Mas isso não vai virar uma paranóia? Não. O hábito repetido diversas vezes irá sedimentar o procedimento até que se torne automático, como veremos ao estudar o Senso de Autodisciplina.
Qual é o resultado da aplicação do Senso de Seleção? Poderia citar e comentar sobre vários, mas ficarei apenas com os seguintes:
Ganho de espaço
Maior segurança
Facilidade de limpeza e manutenção
Melhor controle de estoque
Redução de custos
Disposição mental para a Qualidade
SEITON (senso de ordenação)
Outras traduções: Sistematização; Arrumação.
Senso: "A arte de cada coisa em seu lugar para pronto uso".
Após a Seleção, na qual você descarta aqueles itens desnecessários, você precisa organizar o que sobrou. A essa organização damos o nome de ordenação, que é determinar um local adequado para cada item, de modo que ao necessitar dele não seja necessário perder tempo procurando.
Ordenação é, em suma, guarda de objetos de forma a facilitar sua localização e uso. Quando a localizacão de um item não é imediata, significa que a ordenação não foi bem feita. Faça de novo!
Como eu faço a Ordenação?
Determine os locais que mais facilitam o uso. Os itens mais utilizados, aqueles que se usa toda hora, devem estar ao alcance da mão. Por exemplo canetas, telefones, ferramentas em uso, etc. O importante é que não se tenha que fazer esforço para pegar esses itens. Numa prateleira, devem ficar na altura média: nem acima, onde se tenha que subir em apoios ou se esticar, nem embaixo, onde se tenha que se abaixar ou curvar-se para pegá-los. Se em gavetas, na mais próxima, geralmente a de cima.
Os itens de uso menos freqüente devem estar a uma distância um pouco maior ou em local de acesso menos fácil. Mas não muito. E, finalmente, os itens os você utiliza muito pouco, devem estar no local menos acessível e que menos atrapalhe.
Melhor disposição de móveis e equipamentos
Maior segurança
Facilidade de limpeza e manutenção
Melhor controle de estoque
Redução de desperdícios, principalmente de tempo
Aproveitamento do espaço que sobrou, para "praças"
SEISOH (senso de limpeza)
Outras traduções: Inspeção; Zelo.
Senso: "A arte de tirar o pó".
O senso de limpeza tem dois aspectos importantes. O primeiro refere-se à limpeza do ambiente físico, seja ele no trabalho, em casa etc. Este aspecto, em se tratando de indústria ou serviço de alimentos, se reveste de especial importância, visto que a higiene deficiente é uma das principais causas de doenças de origem alimentar.
Outro aspecto a ser considerado diz respeito ao relacionamento pessoal. Um ambiente onde impera a franqueza, a transparência de intenções e o respeito pelo próximo é um ambiente limpo. O terceiro senso objetiva isso: que o ambiente seja asseado, e portanto saudável, e que o relacionamento pessoal seja o mais aberto possível, criando condições de trabalho em equipe.
Como faço a limpeza?
No que se refere à limpeza física, a recomendação é que se atue sobre as causas da sujeira, e não apenas na sujeira aparente. As dicas são basicamente comportamental:
Faça uso correto de sanitários
Jogue o lixo dentro do lixeiro, observando a coleta seletiva
Mantenha limpo corredores, vestiários, pátios e outras áreas comuns
Demarque e observe local apropriado para a prática de tabagismo
Papel de balas devem ser colocados no lixeiro. Mas atenção: em área de processamento ou manipulação de alimentos não se deve comer nada, inclusive balas
Defina períodos para limpezas, não esperando que a sujeira apareça
Identifique e corrija vazamento de fluidos
Faça os reparos no edifício, móveis e equipamentos o mais rápido possóvel
Quanto ao relacionamento, a regra que normalmente funciona é: Fale com as pessoas e não das pessoas
Como eu faço para manter a limpeza?
Discipline-se a cumprir e exigir dos outros que o ambiente encontrado limpo seja deixado limpo após o uso. Se cada um fizer a sua parte, cuidando para não sujar e limpando quando isto acontecer, por certo o ambiente será bem melhor.
Quanto ao relacionamento, tome a iniciativa: coloque seus colegas a vontade para dizer o que pensam de você. Ouça as críticas, vendo nelas a oportunidade de melhorar. É saudável ouvir a opinião sobre nós de alguém que não seja nós mesmos.
Após dispor-se a melhorar naquilo que foi apontado como pontos falhos em você, então poderá dizer o que não gosta nos outros.
Isto é fácil? De forma alguma! Mas quem disse que melhorias são alcançadas sem esforço? Quando acontece, não tem tempo de fortalecer as raízes e o resultado é que diante de uma situação adversa e imprevista, retrocede-se à posição anterior, quando não pior.
Lembre-se: cem melhorias de 1% é maior que uma melhoria de 100%.
Ambiente agradável e saudável
Melhor resultado do trabalhado
Melhoria do relacionamento interpessoal e por conseguinte do trabalho em equipe
Melhor conservação de móveis, equipamentos e ferramentas
Redução de desperdícios
Aumento da vida de prateleira dos produtos e garantia da saúde do consumidor.
SEIKETSU (senso de padronização)
Outras traduções: Padrões; Ambientação; Higiene; Conservação; Saúde; Asseio.
Senso: "A arte de manter em estado de limpeza".
Padronização significa manter "em estado de limpeza" que, no contexto dos 5s, inclui outras considerações, tais como: cores, formas, iluminação, ventilação, calor, vestuário, higiene pessoal e tudo o que causar uma impressão de limpeza. A padronização busca então manter os três primeiros Ss (seleção, ordenação e limpeza) de forma contínua.
A padronização, ou seja, a definição de métodos standard de trabalho é fundamental, por exemplo:
Pintura das paredes, devem ser usados padrões de cores para cada setor, a sinalização também é bastante importante, devemos usar placas padronizadas e que tenham fácil visualização, com letras claras e grandes, pisos, de tubulações, de alerta (tigrado), marcas no piso de onde deve ficar a lixeira, voltagem de cada tomada, indicadores de extintores de incêndio, itens móveis, tamanho das setas que estão sendo utilizadas, tipos de etiquetas, cores "padrões" de máquinas. A partir do estabelecimento do que é certo, fica fácil para o funcionário saber o que está errado.
Exemplo: pintamos no piso, ou há uma placa de identificação na parede, do local de um equipamento móvel e identificamos o local e o equipamento. Cada equipamento deve contar com 2 pontos: facilidade para visualizar onde se encontra, facilidade para devolver para o local correto. A partir deste ponto, se o funcionário usa o equipamento e não o devolve ao local fica evidente que há uma anomalia. As anomalias devem saltar aos olhos devido ao processo de padronização.
Outros aspectos de padronização são:
Cuidado com a higiene pessoal, com o uniforme, etc.
A folha de verificação reflete o padrão de cada área. Fica fácil saber onde devemos atacar.
A padronização buscar criar o "O Estado de Limpeza". Não basta estar limpo, é necessário também parecer limpo.
Devemos definir qual o padrão ideal para o nosso ambiente de trabalho, buscando, como objetivo, a melhoria da qualidade de vida no trabalho.
Devemos nos preocupar com a ambientação, quebrando o peso da área de trabalho, através de uso de aquários, plantas (auxiliam o relaxamento), salas dos funcionários – praças), paisagens, em suma, tudo aquilo que possa contribuir positivamente para um bom ambiente. Isto é uma forma de desacelerar as pessoas.
SHITSUKE (disciplina)
Outras traduções: Auto-disciplina; Educação; Harmonia.
Senso: "A arte de fazer as coisas certas, naturalmente".
Disciplina é a base de uma civilização e o mínimo para que a sociedade funcione em harmonia. A disciplina é o caminho para a melhoria do caráter dos funcionários.
Nós enxergamos a disciplina nos 5Ss quando:
executamos a limpeza diária dos 3 minutos, como rotina
Fazemos a medição periódica, utilizando a folha de verificação e colocando os resultados no gráfico de controle.
Quando não sujamos mais
E quando sujamos, limpamos imediatamente
Quando devolvemos ao seu local os instrumentos que utilizamos
Quando repintamos os letreiros que estão apagados e corrigimos a pintura do piso se aparecem falhas
E quando se quer fazer algo bem feito e com habilidade o que se deve fazer? Praticar, repetir. Atletas repetem os lances, o estudante que almeja uma vaga na Universidade estuda estuda e estuda. Artistas repetem o ensaio. Disciplinar é praticar e praticar para que as pessoas façam a coisa certa naturalmente. É uma forma de criar bons hábitos. Disciplina é um processo de repetição e prática. Assim estaremos no caminho certo.
FUMO, BEBIDA & BATATA FRITA: PERIGO
FUMO, BEBIDA & BATATA FRITA
13/09/2008
Eles são hoje três vilões combatidos - em nome da saúde pública - com força cada vez maior. E se tornaram símbolos do conflito que opõe a liberdade de escolha à vocação do Estado para tutelar nossa vida.
Em 1976, Roberto Carlos lançou um funk com a seguinte letra: Se faço alguma coisa sempre alguém vem me dizer/Que isso ou aquilo não se deve fazer/Já não sei mais o que é certo/E como vou saber/O que devo fazer/Que culpa tenho eu/Me diga amigo meu/Será que tudo o que eu gosto/É ilegal, é imoral ou engorda?.
Esse divertido libelo contra o movimento politicamente correto fez sucesso em pleno regime militar. O que inspirou Roberto Carlos a esse ato de transgressão foram as patrulhas morais que rechaçavam as auto-indulgências do cidadão comum por seus pequenos prazeres terrenos. Naquele ano o brasileiro habitava um modesto paraíso de liberdades individuais: podia tomar uma taça de vinho e dirigir seu Opala SS, soltar baforadas de Minister onde bem entendesse e comer biscoitos recheados sem se preocupar se cada mordida aumentaria seu risco de sofrer um infarto.
De lá para cá, não foi apenas Roberto Carlos que se tornou mais conservador. O Estado brasileiro também enquadrou alguns hábitos cotidianos. No dia 20 de junho, entrou em vigor a Lei número 11.705, conhecida como "Lei Seca". Seu objetivo é nobre: coibir a mistura de álcool e direção, uma combinação responsável por boa parte das 35 mil mortes no trânsito a cada ano. Para combater um problema tão nocivo à sociedade, a lei recorre a medidas extremas: ela não permite que o condutor de um veículo tenha bebido uma gota de álcool antes de dirigir - a tolerância mínima de 0,2 grama de álcool por litro de sangue foi proposta pelo Ministério da Saúde para evitar que medicamentos e enxaguantes bucais fossem pegos pelo bafômetro. Se o motorista estiver acima do limite de 0,6 grama por litro, além da multa de R$ 955 e de perder a habilitação por um ano, ele vai para a cadeia. Os reincidentes podem pegar uma pena de três anos. Uma tolerância tão baixa ao álcool só é vista em poucos países: nos que adotam a lei islâmica, como o Azerbaijão (onde também é proibido comer carne de porco e segurar a mão de uma mulher em público), em alguns dos ex-integrantes da União Soviética, como a Estônia, na problemática Colômbia e em países nos níveis mais baixos do Índice de Desenvolvimento Humano, como Etiópia, Mongólia e Nepal. Em geral, são países em que os cidadãos já estão acostumados a uma intervenção mais rígida do Estado em sua vida. Na Inglaterra e nos Estados Unidos, de cultura mais liberal, o limite é de 0,8 grama por litro de sangue, quatro vezes maior que o brasileiro.
A Lei Seca não é o único exemplo de preocupação do Estado com hábitos particulares. Há três semanas, o governador José Serra enviou um projeto de lei à Assembléia Legislativa de São Paulo proibindo o fumo em lugares fechados, públicos ou privados. Nem mesmo as áreas livres dentro de condomínios ou os fumódromos de empresas seriam permitidos. A multa para os estabelecimentos poderá ir de R$ 220 a R$ 3,3 milhões. Acabariam também as alas para fumantes dos restaurantes. "Queremos prevenir problemas de saúde ligados ao tabaco e eliminar o fumo passivo", afirmou o secretário de Saúde de São Paulo, Luiz Roberto Barradas Barata.
"O projeto não é moralista, é uma medida de saúde pública", disse Serra. De fora, ficaram apenas os locais de culto religioso como centros de umbanda, onde o tabaco faz parte do ritual, instituições de saúde onde o fumo tenha sido recomendado por médicos, espaços ao ar livre e estabelecimentos como charutarias, devotados à turma das baforadas. Se a lei for aprovada, a fiscalização será feita pela Vigilância Sanitária, pelo Procon e pela Polícia Militar. Um número de telefone será criado para denúncias anônimas.
Uma lei de teor semelhante está em vigor no Rio de Janeiro desde 31 de maio. No caso do cigarro, as duas capitais brasileiras estão seguindo uma tendência dos países mais desenvolvidos. Assim como a bebida e o cigarro, a indústria dos alimentos também está sob a vigilância da turma da saúde. No fim do século XX, o mundo acordou para o problema da obesidade. Não mais como uma questão estética, mas como um dos mais graves problemas da sociedade moderna. Nos países desenvolvidos, os problemas de saúde relacionados à má qualidade e aos excessos da alimentação matam mais gente que a fome.
A reação envolve o cerco às empresas de fast-food, de açúcar e biscoitos, principalmente. Na semana passada, a ofensiva foi contra a gordura trans. Patenteado em 1902 na Alemanha, esse tipo de gordura artificial foi adotado pela indústria alimentícia desde os anos 1960 como substituto das gorduras de origem animal. A gordura trans é obtida pela adição de uma molécula de hidrogênio a um óleo vegetal, tornando-o sólido. A princípio, acreditava-se que ela tornaria os alimentos mais saudáveis. Em 1988, um estudo ligou sua presença em alimentos a uma série de doenças vasculares. De lá para cá, várias pesquisas revelaram que ela aumenta um tipo de colesterol, chamado LDL, nocivo ao organismo. Atualmente, os rótulos de alimentos com gorduras trans devem informar em que quantidade ela é usada na composição. Alguns alardeiam ser livres desse tipo de gordura. Para o governo, isso é pouco. Numa reunião com os fabricantes de alimentos realizada neste ano, o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, citou os números de pessoas hospitalizadas por causa de acidentes vasculares cerebrais para justificar o banimento do ingrediente.
A gordura trans deixa a batata frita crocante, dá consistência à margarina e aos requeijões cremosos e tem uma infinidade de aplicações na indústria alimentícia. Para Edmund Klotz, presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Alimentação, não é possível eliminar esse ingrediente em três anos, como pede o Ministério da Saúde. "Se for fixado um prazo para acabar com a gordura trans, vamos ter de voltar à velha banha", disse. Não há dúvida de que todos esses ataques a hábitos individuais são sustentados pela lógica do bem-estar geral. Trata-se, afinal, de um esforço coletivo para salvar vidas humanas. Mas será que, para conquistar esse objetivo nobre, é necessária uma intervenção tão radical sobre os direitos individuais? Até que ponto a defesa - legítima - da saúde e do bem-estar coletivos deve se sobrepor à defesa - também legítima - da liberdade de escolha de cada um de nós? No Brasil de hoje, a balança pende claramente para a defesa da saúde coletiva. Pesquisas feitas antes da publicação da Lei Seca já sugeriam a predisposição da população em aceitá-la. Em São Paulo, 88% dos motoristas concordavam em não beber uma gota de álcool antes de dirigir. Nas semanas seguintes à sua entrada em vigor, os argumentos em seu favor só cresceram. Em julho, o atendimento a vítimas feito pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), em 14 capitais brasileiras, caiu 24% em relação ao mesmo período do ano passado. Nas rodovias federais, as mortes caíram 14,5%.
Se a tendência se mantiver, terão sido salvas 5 mil vidas em um ano. Antes da lei, o país desperdiçava anualmente R$ 24,6 bilhões com acidentes, entre custos hospitalares e perda de produtividade. "Algo estava profundamente errado", diz o ministro Temporão. "Pesquisas do Ministério vinham apontando que as pessoas, principalmente jovens, estavam bebendo e dirigindo sem o menor cuidado".
A lei pode salvar vidas e evitar o desperdício de bilhões de reais na saúde pública. Para os liberais convictos, o indivíduo é integralmente responsável por seus atos. Se decidir entornar um barril de chope e em seguida guiar um caminhão, à noite, o problema é dele. Mas, se não conseguir respeitar as normas do trânsito ou, pior, se provocar um acidente, deverá sofrer uma punição severa - proporcional à sua irresponsabilidade. A certeza da punição em caso de infração está intimamente ligada à defesa da liberdade de escolha. No Brasil, um país acostumado à impunidade e à vista grossa sobre as transgressões, muitas leis só pegam se forem radicais - e eliminarem por completo a possibilidade de transgressão. Para pegar, elas também precisam mobilizar a opinião pública. Por isso, o maior mérito da Lei Seca não é o texto em si, e sim sua ampla divulgação - e a fiscalização que a acompanha. Até porque o texto não é diferente do que estava em vigor havia dois anos. "Desde 2006 não é permitida uma gota de álcool no sangue do motorista", diz Luis Flávio Gomes, doutor em Direito Penal, ex-promotor de justiça e ex-juiz de Direito. "A lei pegou porque houve uma decisão política nos órgãos fiscalizadores de levar a questão a sério". O caso de Macapá, no Amapá, reforça essa tese. Lá não há bafômetros. Mesmo assim, a Polícia Militar registrou uma queda de 32% no número de acidentes no primeiro fim de semana pós-Lei Seca. "Mas aí os motoristas descobriram que ainda estávamos sem bafômetros, e a coisa desandou", diz o capitão Jones da Silva, da Companhia de Trânsito de Macapá. Na segunda semana, os acidentes aumentaram 40%.
Enquanto a população achou que poderia sofrer o rigor da lei, evitou beber e dirigir. Quando intuiu que não havia fiscalização, voltou ao hábito anterior. Se o principal é fiscalizar, seria necessário ter uma nova lei? Os defensores da Lei Seca dizem que sim. Primeiro, porque sua rigidez provocou a divulgação necessária para mobilizar a população. Em segundo lugar, porque o limite zero é claro. Claríssimo. Um limite diferente do zero criaria uma zona cinzenta de permissão para beber - uma zona em que qualquer transgressão passaria a ser tolerada. E aí ficaria difícil controlar a mistura de álcool e direção. Mas repousa justamente aí o dilema: deve o Estado garantir que ninguém seja capaz de transgredir uma norma ou deixar que os cidadãos exerçam suas escolhas - e arquem com as conseqüências? Assim como beber e dirigir, fumar na frente dos outros é um hábito hoje rechaçado pela maioria.
Uma pesquisa encomendada pelo governo de São Paulo sugere que a população parece preparada para a proibição do fumo em locais fechados, públicos ou privados. Segundo a pesquisa, 90% dos paulistas aprovam a restrição. Só 8% acharam que o novo projeto é uma arbitrariedade. O combate ao fumo passivo é uma tendência mundial. Ele tem crescido junto com o esclarecimento da medicina sobre os problemas de saúde que o cigarro causa. Até cidades em que o ato de fumar gozava de certa tradição, como Londres e Paris, baniram os fumantes de locais fechados. Os países mais desenvolvidos da Europa já adotaram algum tipo de restrição, com o apoio maciço da população. A questão das liberdades individuais, aqui, é um pouco mais difusa. Porque ao direito de um cidadão de fumar opõe-se o direito de seu vizinho de não inalar a fumaça que seu cigarro exala.
Algumas décadas atrás, o não-fumante era um sujeito oprimido. Tinha de tolerar a fumaça alheia em cinemas, ônibus e até elevadores. Agora, o pêndulo virou totalmente a seu favor.
Quem fuma é considerado um agressor do ambiente - e a perseguição ao fumante está se tornando implacável. Nas empresas, eles são confinados a um espaço em geral diminuto, que junta uma quantidade de fumaça difícil de agüentar até para o mais empedernido dos tabagistas. Nos restaurantes, eles têm de sentar-se em geral no pior lugar. E, nas cidades em que já vigoram leis mais restritivas, resta-lhes sair do prédio para fumar. Se é forçoso escolher entre a liberdade do fumante e a do não-fumante, a lógica diz que a do segundo deve ser privilegiada. Mas o cerco aos cidadãos que, mesmo informados de todos os malefícios, decidem fumar não é exagerado? Barata, o secretário da Saúde de São Paulo, diz que não. "O mundo acordou para o problema do tabagismo passivo", afirma.
O mundo parece ter acordado também para o problema da gordura trans. "A publicidade dos sorvetes deveria trazer advertências, junto com imagens, tais como: 'consumir gordura trans causa gordura visceral, aumentando o risco de infarto e derrame cerebral', acompanhada das imagens dessas doenças", escreveu a pesquisadora Mérces da Silva Nunes num livro que critica os efeitos nocivos dos alimentos industrializados. Seria uma ação rigorosamente igual à adotada contra o fumo. Se a discussão filosófica sobre liberdade e proteção à saúde é algo intangível, há um campo bastante pragmático para analisar os hábitos individuais: seu custo.
Acidentes de trânsito, tabagismo e doenças ligadas aos hábitos alimentares pesam nas contas públicas. Somente o cigarro drena R$ 338 milhões por ano do Sistema Único de Saúde (SUS) em tratamentos de doenças relacionadas ao fumo. Isso equivale a 7,7% do custo de todas as internações e quimioterapias no país. O SUS gastou R$ 118 milhões no ano passado com o tratamento de pacientes com acidente vascular cerebral - um dos possíveis efeitos colaterais da gordura trans (leia o quadro sobre os gastos com doenças abaixo).
É tudo em nome da saúde?
NAS LEIS, NOS IMPOSTOS E NOS GASTOS PÚBLICOS, O QUE ESTÁ POR TRÁS DE CADA NOVO VILÃO - O que dizia a legislação - A Lei no 11.705 proibiu o consumo de bebidas alcoólicas por condutores de veículos. Até 0,6 g/l (grama de álcool por litro de sangue), o equivalente a dois copos de cerveja, a multa é de R$ 955 e a habilitação fica suspensa por 12 meses. Acima desse limite, o motorista pode ser preso por 3 anos Se aprovada pela Assembléia Legislativa de São Paulo, a lei deverá banir os espaços destinados aos fumantes em todos os ambientes coletivos fechados, privados ou públicos.
Os fumantes só poderão fumar ao ar livre ou dentro de casa. As multas poderão chegar a R$ 3,2 milhões
A intenção do Ministério da Saúde é estabelecer um prazo, entre três e cinco anos, para que 100% dos alimentos fabricados no país deixem de utilizar gordura trans. A Organização Mundial da Saúde recomenda que apenas 1% das calorias consumidas diariamente tenha como origem a gordura trans. O mercado - Em 2007 foram consumidos 10,3 bilhões de litros de cerveja no Brasil. Os bares e restaurantes movimentaram R$ 50 bilhões no ano passado. O faturamento da indústria de fumo no país foi de R$ 9,5 bilhões em 2005. Os brasileiros compraram 131 bilhões de cigarros.
Em 2007, a indústria de produtos alimentícios faturou no Brasil R$ 196 bilhões. Os óleos e as gorduras ocupam o quarto lugar no ranking de faturamento entre os itens alimentícios. O imposto - As cervejarias pagam em impostos 35% do que faturam. Em 2007, o total pago foi de R$ 8,7 bilhões. A partir de 1º de outubro, a alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) das bebidas será elevada em 30%. Ele será de R$ 0,14 a R$ 17,39 por litro, dependendo do tipo de bebida. Segundo a entidade que representa o setor, os impostos somam 66,63% do preço de um maço de cigarros no Brasil. O total arrecadado pelo governo com impostos sobre cigarro foi de R$ 5 bilhões em 2006.
A alíquota que incide sobre alimentos industrializados não discrimina produtos com ou sem gordura trans. Em média, a carga tributária bruta dos alimentos para o consumidor é de 35,5%. O custo social - O número de acidentes fatais nas rodovias federais caiu 13,6% nos primeiros dois meses da Lei Seca, segundo a Polícia Rodoviária Federal. De 20 de junho a 20 de agosto, o país deixou de gastar R$ 48,4 milhões em atendimento médico, internações, pagamentos de seguros etc. em decorrência de mortes no trânsito nas estradas federais O SUS gasta R$ 338 milhões por ano com fumantes, o equivalente a 7,7% do custo de todas as internações e quimioterapias no país, segundo um estudo da Fundação Oswaldo Cruz. Contando os casos de câncer relacionado ao cigarro atendidos pela rede privada, esse valor sobe para cerca de R$ 1,12 bilhão. Em 2007, 168 mil pessoas foram hospitalizadas em decorrência de acidente vascular cerebral (AVC), que tem como uma das causas o colesterol alterado.
A gordura trans, entre outros fatores, provoca o aumento de colesterol ruim. O Sistema Único de Saúde gastou R$ 118 milhões no ano passado com o tratamento de pacientes com AVC. Mas o governo também enche os cofres com os tributos sobre o fumo, as bebidas alcoólicas e os alimentos que contêm gorduras trans. Em 2006, foram R$ 5 bilhões em taxas cobradas sobre o cigarro. Os fabricantes de cerveja pagaram, juntos, outros R$ 7,2 bilhões. O imposto sobre produtos industrializados (IPI) que incide sobre bebidas alcoólicas será reajustado em 30% no dia 1º de outubro.
Esses não são impostos que todos pagam. Apenas aqueles que consomem cigarros ou cervejas. A economia que bares e restaurantes movimentam também não pode ser desconsiderada. "Houve uma queda de 40% no movimento nos bares. Isso quer dizer que 100 mil pessoas ficarão sem emprego em breve", diz Percival Maricato, diretor-jurídico da Associação Brasileira de Restaurantes e Empresas de Entretenimento (Abrasel).
No dia 4 de julho, a entidade questionou na Justiça a constitucionalidade da Lei Seca.
O Supremo Tribunal Federal deverá se pronunciar a respeito até o fim do ano. O ministro Gilmar Mendes, presidente do STF, estaria preocupado com "interesses da coletividade".
Ninguém questiona os malefícios do fumo - inclusive, com crescentes evidências, do fumo passivo -, da gordura e da irresponsável mistura de bebida e direção. Mas isso não significa que devemos saudar alegremente a intromissão do Estado em nossa vida particular
"A História ensina que, quando o Estado começa a controlar totalmente o indivíduo, ele termina considerando-o um incapaz de decidir por si mesmo", diz Denis Lerrer Rosenfield, professor de Filosofia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. "O mais perigoso é que isso começa de uma forma politicamente correta, com todo mundo aceitando em nome de um bem maior, no caso a saúde.
" Rosenfield afirma que, quando o Estado passa a ter uma tutela sobre o cidadão, sua liberdade de escolha pode ser restringida. "Há um interesse do Estado em transformar o cidadão numa máquina que não adoeça, trabalhe para gerar riqueza e pagar impostos".
NUNCA FUI MAGRA - O consumo de gordura trans não deve passar de 2 gramas ao dia. Descubra onde ela se esconde (valores referentes a porções de 100 gramas). A ficção também é pródiga em apontar os riscos representados por essa tendência de controlar tudo em nome do bem comum.
No filme O Demolidor, de 1993, Sylvester Stallone vive um policial da década de 1990 condenado a ser congelado por 30 anos por um crime que não cometeu. Quando acorda, em 2032, o mundo é irreconhecível. No futuro é proibido dizer palavrões (máquinas imprimem multas automaticamente quando ouvem um), o sexo só pode ser feito mentalmente com a ajuda de um computador e os policiais estão proibidos de usar armas. A agente designada para acompanhá-lo tenta dissuadi-lo de acender um cigarro. "Cigarros não fazem bem para você, e tudo o que não é bom para você é ilegal. Álcool, cafeína, esportes de contato, carne..." Mas nada surpreende tanto o personagem de Stallone quanto sua primeira ida a um restaurante do futuro. "Me passa o sal", diz. "Sal não é bom para você, portanto é ilegal". Também na academia há exemplos de como o politicamente correto pode degenerar em totalitarismo. Um recente artigo do americano Stephen J. Dubner, co-autor do livro Freakonomics, uma visão original da economia, mostra como a corrida para sanar o aquecimento global pode se desvirtuar.
Dubner cita um artigo de uma revista inglesa de medicina segundo o qual os obesos contribuem para o aquecimento global. Como a produção de alimentos libera gases do efeito estufa, quem consome mais calorias prejudica mais o meio ambiente.
Partindo do mesmo princípio, o autor diz que quem faz exercícios e queima calorias também é responsável pelo efeito estufa. Ele propõe, sarcasticamente, a criação de um imposto sobre ciclistas e corredores, algo como US$ 0,1 por hora de atividade. O antropólogo Roberto DaMatta, ex-fumante, diz que a proibição ao fumo é essencial para a vida em ambientes saudáveis. Mas afirma que criar leis que proíbem liberdades pode ser uma grande dor de cabeça. "As leis de igualdade são incompatíveis com as de liberdade", diz. "Cada um tem a liberdade de fumar.
Mas é proibido fumar em lugares públicos. Não há conjugação das leis, temos de escolher entre elas." Para DaMatta, num ambiente livre, o mais poderoso tende a engolir o mais fraco. "A menos que se restrinja a liberdade que ele tem para isso, em prol da igualdade." E quem é o mais forte? No Brasil, terra do "jeitinho", o mais forte tende a "engolir" também as leis - sobretudo as fracas. Daí decorreria, portanto, a necessidade de rigidez da Lei Seca, que prevê pena de prisão a quem dirigir embriagado.
A tentação de elevar o grau de punição para coibir o mau comportamento já levou a abusos históricos. Um dos exemplos mais conhecidos foi a lei seca que vigorou nos Estados Unidos entre 1920 e 1933. Ela proibia a fabricação, o comércio e o consumo de álcool em todo o país.
A idéia era eliminar, pela raiz, a corrupção e o crime e diminuir a violência doméstica. O efeito foi o oposto. Amadores começaram a fazer bebida em casa, médicos receitavam uísque medicinal, vendido em farmácias, a Máfia cresceu e corrompeu a polícia. Com o aumento da intoxicação por bebidas não-fiscalizadas, o custo para a saúde pública aumentou. E o número de estabelecimentos ilegais vendendo álcool chegou a 30 mil em 1927 - o dobro do número de bares que existiam antes da lei. "Os decretos presidenciais, ministeriais, as portarias, as medidas provisórias e as resoluções terminam dando ao Executivo um poder enorme", diz Rosenfield.
O perigo de conceder poder ao Estado para decidir sobre as escolhas individuais é chegar ao ponto em que a regulação deixa de proteger para invadir. É o que ocorre quando o Estado eleva um tributo. Ele obriga o contribuinte a abrir mão de suas escolhas de consumo para sustentar um aparelho que não abre mão dos próprios gastos. "Este não é um movimento exclusivamente brasileiro", diz o jurista Tércio Sampaio Ferraz Junior, autor do livro Direito Constitucional.
Nos Estados Unidos, o colunista David Harsanyi escreveu um livro sobre as liberdades individuais seqüestradas. Ele cita como exemplos, além de leis que proíbem o fumo, o álcool e a gordura trans, os playgrounds ultra-seguros (chamados de "sem-diversão"), o banimento de skatistas e de pornografia. "Esses ataques à liberdade são cheios de boas intenções", diz. "Mas são basicamente como babás puritanas e autoritárias, que não toleram ninguém vivendo de forma diferente".
Harsanyi usa o termo Estado-babá para definir políticas intervencionistas. "Somos todos crianças, e o Estado virou a grande babá que cuida de nós", diz Ferraz. Mesmo o valor da saúde pública não pode ser considerado absoluto. Não apenas porque pode se opor a outros valores ideais - como a liberdade ou o prazer -, mas também porque é passível de manipulação. O argumento da saúde pública já deu base para políticas esdrúxulas, como a eugenia, conceito com seguidores nos governos de Alemanha, Estados Unidos e Rússia na primeira metade do século XX.
Na Alemanha nazista, a saúde pública ajudou a justificar políticas de segregação, perseguição e depois eliminação de não-arianos. Na União Soviética, o defensores da eugenia calaram-se assim que a primeira crise se instalou. Como mais trabalhadores eram necessários para compor as engrenagens do sistema, a "higiene racial" foi suspensa. Houve traços de eugenia também nos EUA.
Em 1907, 20 Estados tinham leis de esterilização. Tudo feito em nome da cidadania. Ao Estado-babá corresponde em geral um processo de "vitimização" do cidadão. Isso ficou claro nos EUA, a partir da década de 1950, quando se descobriu que a indústria de tabaco escondia os malefícios do fumo. A partir daí, começou uma indústria de processos, que persiste até hoje - mesmo com toda a informação disponível sobre o risco de câncer. Os pedidos de indenização estão agora chegando à indústria do fast-food. O argumento por trás das ações é que o indivíduo é indefeso ante a máquina de propaganda e, posteriormente, ante o vício dos açúcares e das frituras. "Isso limita profundamente a dignidade humana", diz o jurista Ferraz. Um valor indispensável à condição humana é a responsabilidade que vem com cada ato. Pelo menos em tese, quem fuma o faz porque quer.
Quem come batata frita o faz porque tem prazer. "Tirar das pessoas a responsabilidade por seus atos as torna infantis para o resto da vida", diz Ferraz. No mundo perfeito, todos teriam todas as informações à disposição, e as escolhas seriam sempre as melhores: trariam saúde, prazer, conhecimento, riqueza, bem geral. Mas, como disse o filósofo inglês Isaiah Berlin no ensaio Sobre a Busca do Ideal, nossos ideais são muitas vezes contraditórios.
E, quando se persegue um deles com afinco demais, acaba-se por deixar outros pelo caminho.
O CERCO AOS RISCOS - Como cinco países de culturas diferentes lidam com os fumantes e com os motoristas que bebem.
ARGENTINA - Fumo: o país tem o maior índice de fumantes da América Latina - 38% da população. As principais cidades restringiram o fumo em bares, restaurantes, casas noturnas e shoppings; Bebida: o carro de motoristas flagrados com mais de 0,5 grama de álcool por litro de sangue é apreendido. Os fiscais permitem uma segunda prova.
EUA - Fumo: em quase metade dos 50 Estados americanos é proibido fumar em locais coletivos públicos ou privados; Bebida: as leis variam em cada Estado. O limite fica entre 0,1 e 0,8 grama por litro de sangue, mas o motorista é obrigado a fazer o teste do bafômetro. Na Califórnia, a tolerância é zero até 21 anos. Inglaterra - Fumo: proibiu o cigarro em lugares públicos em julho de 2007.
Uma pesquisa recente revela que 400 mil pessoas pararam de fumar em decorrência da lei antitabaco. Bebida: o limite é 0,8 g/l, e os ingleses são obrigados a passar pelo teste do bafômetro sob pena de permanecerem detidos por pelo menos 12 horas. Japão - Fumo: é um dos países mais permissivos em relação ao cigarro. Os fumantes são 33% da população, segundo a OMS; Bebida: foi um dos primeiros países que diminuíram a tolerância ao álcool para zero, ainda na década de 1970. Até passageiros podem ser presos se permitirem que alguém embriagado dirija.
Rússia - Fumo: uma lei de 2002 restringe o cigarro em edifícios públicos federais, locais de trabalho, universidades, hospitais, cinemas e transportes públicos. Bebida: motoristas bêbados causaram 15 mil mortes no trânsito em 2007. O limite de álcool permitido no sangue é de 0,3 grama por litro.
FONTES: OMS, Ministério da Saúde, International Center for Alcohol Policies, Sindicato da Indústria do Fumo, Instituto Nacional do Câncer, Fundação Oswaldo Cruz, Abrasel, Polícia Rodoviária Federal, Federação Nacional das Empresas de Seguro, Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação. - Marcelo Zorzanelli, shutterstock.com -
13/09/2008
Eles são hoje três vilões combatidos - em nome da saúde pública - com força cada vez maior. E se tornaram símbolos do conflito que opõe a liberdade de escolha à vocação do Estado para tutelar nossa vida.
Em 1976, Roberto Carlos lançou um funk com a seguinte letra: Se faço alguma coisa sempre alguém vem me dizer/Que isso ou aquilo não se deve fazer/Já não sei mais o que é certo/E como vou saber/O que devo fazer/Que culpa tenho eu/Me diga amigo meu/Será que tudo o que eu gosto/É ilegal, é imoral ou engorda?.
Esse divertido libelo contra o movimento politicamente correto fez sucesso em pleno regime militar. O que inspirou Roberto Carlos a esse ato de transgressão foram as patrulhas morais que rechaçavam as auto-indulgências do cidadão comum por seus pequenos prazeres terrenos. Naquele ano o brasileiro habitava um modesto paraíso de liberdades individuais: podia tomar uma taça de vinho e dirigir seu Opala SS, soltar baforadas de Minister onde bem entendesse e comer biscoitos recheados sem se preocupar se cada mordida aumentaria seu risco de sofrer um infarto.
De lá para cá, não foi apenas Roberto Carlos que se tornou mais conservador. O Estado brasileiro também enquadrou alguns hábitos cotidianos. No dia 20 de junho, entrou em vigor a Lei número 11.705, conhecida como "Lei Seca". Seu objetivo é nobre: coibir a mistura de álcool e direção, uma combinação responsável por boa parte das 35 mil mortes no trânsito a cada ano. Para combater um problema tão nocivo à sociedade, a lei recorre a medidas extremas: ela não permite que o condutor de um veículo tenha bebido uma gota de álcool antes de dirigir - a tolerância mínima de 0,2 grama de álcool por litro de sangue foi proposta pelo Ministério da Saúde para evitar que medicamentos e enxaguantes bucais fossem pegos pelo bafômetro. Se o motorista estiver acima do limite de 0,6 grama por litro, além da multa de R$ 955 e de perder a habilitação por um ano, ele vai para a cadeia. Os reincidentes podem pegar uma pena de três anos. Uma tolerância tão baixa ao álcool só é vista em poucos países: nos que adotam a lei islâmica, como o Azerbaijão (onde também é proibido comer carne de porco e segurar a mão de uma mulher em público), em alguns dos ex-integrantes da União Soviética, como a Estônia, na problemática Colômbia e em países nos níveis mais baixos do Índice de Desenvolvimento Humano, como Etiópia, Mongólia e Nepal. Em geral, são países em que os cidadãos já estão acostumados a uma intervenção mais rígida do Estado em sua vida. Na Inglaterra e nos Estados Unidos, de cultura mais liberal, o limite é de 0,8 grama por litro de sangue, quatro vezes maior que o brasileiro.
A Lei Seca não é o único exemplo de preocupação do Estado com hábitos particulares. Há três semanas, o governador José Serra enviou um projeto de lei à Assembléia Legislativa de São Paulo proibindo o fumo em lugares fechados, públicos ou privados. Nem mesmo as áreas livres dentro de condomínios ou os fumódromos de empresas seriam permitidos. A multa para os estabelecimentos poderá ir de R$ 220 a R$ 3,3 milhões. Acabariam também as alas para fumantes dos restaurantes. "Queremos prevenir problemas de saúde ligados ao tabaco e eliminar o fumo passivo", afirmou o secretário de Saúde de São Paulo, Luiz Roberto Barradas Barata.
"O projeto não é moralista, é uma medida de saúde pública", disse Serra. De fora, ficaram apenas os locais de culto religioso como centros de umbanda, onde o tabaco faz parte do ritual, instituições de saúde onde o fumo tenha sido recomendado por médicos, espaços ao ar livre e estabelecimentos como charutarias, devotados à turma das baforadas. Se a lei for aprovada, a fiscalização será feita pela Vigilância Sanitária, pelo Procon e pela Polícia Militar. Um número de telefone será criado para denúncias anônimas.
Uma lei de teor semelhante está em vigor no Rio de Janeiro desde 31 de maio. No caso do cigarro, as duas capitais brasileiras estão seguindo uma tendência dos países mais desenvolvidos. Assim como a bebida e o cigarro, a indústria dos alimentos também está sob a vigilância da turma da saúde. No fim do século XX, o mundo acordou para o problema da obesidade. Não mais como uma questão estética, mas como um dos mais graves problemas da sociedade moderna. Nos países desenvolvidos, os problemas de saúde relacionados à má qualidade e aos excessos da alimentação matam mais gente que a fome.
A reação envolve o cerco às empresas de fast-food, de açúcar e biscoitos, principalmente. Na semana passada, a ofensiva foi contra a gordura trans. Patenteado em 1902 na Alemanha, esse tipo de gordura artificial foi adotado pela indústria alimentícia desde os anos 1960 como substituto das gorduras de origem animal. A gordura trans é obtida pela adição de uma molécula de hidrogênio a um óleo vegetal, tornando-o sólido. A princípio, acreditava-se que ela tornaria os alimentos mais saudáveis. Em 1988, um estudo ligou sua presença em alimentos a uma série de doenças vasculares. De lá para cá, várias pesquisas revelaram que ela aumenta um tipo de colesterol, chamado LDL, nocivo ao organismo. Atualmente, os rótulos de alimentos com gorduras trans devem informar em que quantidade ela é usada na composição. Alguns alardeiam ser livres desse tipo de gordura. Para o governo, isso é pouco. Numa reunião com os fabricantes de alimentos realizada neste ano, o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, citou os números de pessoas hospitalizadas por causa de acidentes vasculares cerebrais para justificar o banimento do ingrediente.
A gordura trans deixa a batata frita crocante, dá consistência à margarina e aos requeijões cremosos e tem uma infinidade de aplicações na indústria alimentícia. Para Edmund Klotz, presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Alimentação, não é possível eliminar esse ingrediente em três anos, como pede o Ministério da Saúde. "Se for fixado um prazo para acabar com a gordura trans, vamos ter de voltar à velha banha", disse. Não há dúvida de que todos esses ataques a hábitos individuais são sustentados pela lógica do bem-estar geral. Trata-se, afinal, de um esforço coletivo para salvar vidas humanas. Mas será que, para conquistar esse objetivo nobre, é necessária uma intervenção tão radical sobre os direitos individuais? Até que ponto a defesa - legítima - da saúde e do bem-estar coletivos deve se sobrepor à defesa - também legítima - da liberdade de escolha de cada um de nós? No Brasil de hoje, a balança pende claramente para a defesa da saúde coletiva. Pesquisas feitas antes da publicação da Lei Seca já sugeriam a predisposição da população em aceitá-la. Em São Paulo, 88% dos motoristas concordavam em não beber uma gota de álcool antes de dirigir. Nas semanas seguintes à sua entrada em vigor, os argumentos em seu favor só cresceram. Em julho, o atendimento a vítimas feito pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), em 14 capitais brasileiras, caiu 24% em relação ao mesmo período do ano passado. Nas rodovias federais, as mortes caíram 14,5%.
Se a tendência se mantiver, terão sido salvas 5 mil vidas em um ano. Antes da lei, o país desperdiçava anualmente R$ 24,6 bilhões com acidentes, entre custos hospitalares e perda de produtividade. "Algo estava profundamente errado", diz o ministro Temporão. "Pesquisas do Ministério vinham apontando que as pessoas, principalmente jovens, estavam bebendo e dirigindo sem o menor cuidado".
A lei pode salvar vidas e evitar o desperdício de bilhões de reais na saúde pública. Para os liberais convictos, o indivíduo é integralmente responsável por seus atos. Se decidir entornar um barril de chope e em seguida guiar um caminhão, à noite, o problema é dele. Mas, se não conseguir respeitar as normas do trânsito ou, pior, se provocar um acidente, deverá sofrer uma punição severa - proporcional à sua irresponsabilidade. A certeza da punição em caso de infração está intimamente ligada à defesa da liberdade de escolha. No Brasil, um país acostumado à impunidade e à vista grossa sobre as transgressões, muitas leis só pegam se forem radicais - e eliminarem por completo a possibilidade de transgressão. Para pegar, elas também precisam mobilizar a opinião pública. Por isso, o maior mérito da Lei Seca não é o texto em si, e sim sua ampla divulgação - e a fiscalização que a acompanha. Até porque o texto não é diferente do que estava em vigor havia dois anos. "Desde 2006 não é permitida uma gota de álcool no sangue do motorista", diz Luis Flávio Gomes, doutor em Direito Penal, ex-promotor de justiça e ex-juiz de Direito. "A lei pegou porque houve uma decisão política nos órgãos fiscalizadores de levar a questão a sério". O caso de Macapá, no Amapá, reforça essa tese. Lá não há bafômetros. Mesmo assim, a Polícia Militar registrou uma queda de 32% no número de acidentes no primeiro fim de semana pós-Lei Seca. "Mas aí os motoristas descobriram que ainda estávamos sem bafômetros, e a coisa desandou", diz o capitão Jones da Silva, da Companhia de Trânsito de Macapá. Na segunda semana, os acidentes aumentaram 40%.
Enquanto a população achou que poderia sofrer o rigor da lei, evitou beber e dirigir. Quando intuiu que não havia fiscalização, voltou ao hábito anterior. Se o principal é fiscalizar, seria necessário ter uma nova lei? Os defensores da Lei Seca dizem que sim. Primeiro, porque sua rigidez provocou a divulgação necessária para mobilizar a população. Em segundo lugar, porque o limite zero é claro. Claríssimo. Um limite diferente do zero criaria uma zona cinzenta de permissão para beber - uma zona em que qualquer transgressão passaria a ser tolerada. E aí ficaria difícil controlar a mistura de álcool e direção. Mas repousa justamente aí o dilema: deve o Estado garantir que ninguém seja capaz de transgredir uma norma ou deixar que os cidadãos exerçam suas escolhas - e arquem com as conseqüências? Assim como beber e dirigir, fumar na frente dos outros é um hábito hoje rechaçado pela maioria.
Uma pesquisa encomendada pelo governo de São Paulo sugere que a população parece preparada para a proibição do fumo em locais fechados, públicos ou privados. Segundo a pesquisa, 90% dos paulistas aprovam a restrição. Só 8% acharam que o novo projeto é uma arbitrariedade. O combate ao fumo passivo é uma tendência mundial. Ele tem crescido junto com o esclarecimento da medicina sobre os problemas de saúde que o cigarro causa. Até cidades em que o ato de fumar gozava de certa tradição, como Londres e Paris, baniram os fumantes de locais fechados. Os países mais desenvolvidos da Europa já adotaram algum tipo de restrição, com o apoio maciço da população. A questão das liberdades individuais, aqui, é um pouco mais difusa. Porque ao direito de um cidadão de fumar opõe-se o direito de seu vizinho de não inalar a fumaça que seu cigarro exala.
Algumas décadas atrás, o não-fumante era um sujeito oprimido. Tinha de tolerar a fumaça alheia em cinemas, ônibus e até elevadores. Agora, o pêndulo virou totalmente a seu favor.
Quem fuma é considerado um agressor do ambiente - e a perseguição ao fumante está se tornando implacável. Nas empresas, eles são confinados a um espaço em geral diminuto, que junta uma quantidade de fumaça difícil de agüentar até para o mais empedernido dos tabagistas. Nos restaurantes, eles têm de sentar-se em geral no pior lugar. E, nas cidades em que já vigoram leis mais restritivas, resta-lhes sair do prédio para fumar. Se é forçoso escolher entre a liberdade do fumante e a do não-fumante, a lógica diz que a do segundo deve ser privilegiada. Mas o cerco aos cidadãos que, mesmo informados de todos os malefícios, decidem fumar não é exagerado? Barata, o secretário da Saúde de São Paulo, diz que não. "O mundo acordou para o problema do tabagismo passivo", afirma.
O mundo parece ter acordado também para o problema da gordura trans. "A publicidade dos sorvetes deveria trazer advertências, junto com imagens, tais como: 'consumir gordura trans causa gordura visceral, aumentando o risco de infarto e derrame cerebral', acompanhada das imagens dessas doenças", escreveu a pesquisadora Mérces da Silva Nunes num livro que critica os efeitos nocivos dos alimentos industrializados. Seria uma ação rigorosamente igual à adotada contra o fumo. Se a discussão filosófica sobre liberdade e proteção à saúde é algo intangível, há um campo bastante pragmático para analisar os hábitos individuais: seu custo.
Acidentes de trânsito, tabagismo e doenças ligadas aos hábitos alimentares pesam nas contas públicas. Somente o cigarro drena R$ 338 milhões por ano do Sistema Único de Saúde (SUS) em tratamentos de doenças relacionadas ao fumo. Isso equivale a 7,7% do custo de todas as internações e quimioterapias no país. O SUS gastou R$ 118 milhões no ano passado com o tratamento de pacientes com acidente vascular cerebral - um dos possíveis efeitos colaterais da gordura trans (leia o quadro sobre os gastos com doenças abaixo).
É tudo em nome da saúde?
NAS LEIS, NOS IMPOSTOS E NOS GASTOS PÚBLICOS, O QUE ESTÁ POR TRÁS DE CADA NOVO VILÃO - O que dizia a legislação - A Lei no 11.705 proibiu o consumo de bebidas alcoólicas por condutores de veículos. Até 0,6 g/l (grama de álcool por litro de sangue), o equivalente a dois copos de cerveja, a multa é de R$ 955 e a habilitação fica suspensa por 12 meses. Acima desse limite, o motorista pode ser preso por 3 anos Se aprovada pela Assembléia Legislativa de São Paulo, a lei deverá banir os espaços destinados aos fumantes em todos os ambientes coletivos fechados, privados ou públicos.
Os fumantes só poderão fumar ao ar livre ou dentro de casa. As multas poderão chegar a R$ 3,2 milhões
A intenção do Ministério da Saúde é estabelecer um prazo, entre três e cinco anos, para que 100% dos alimentos fabricados no país deixem de utilizar gordura trans. A Organização Mundial da Saúde recomenda que apenas 1% das calorias consumidas diariamente tenha como origem a gordura trans. O mercado - Em 2007 foram consumidos 10,3 bilhões de litros de cerveja no Brasil. Os bares e restaurantes movimentaram R$ 50 bilhões no ano passado. O faturamento da indústria de fumo no país foi de R$ 9,5 bilhões em 2005. Os brasileiros compraram 131 bilhões de cigarros.
Em 2007, a indústria de produtos alimentícios faturou no Brasil R$ 196 bilhões. Os óleos e as gorduras ocupam o quarto lugar no ranking de faturamento entre os itens alimentícios. O imposto - As cervejarias pagam em impostos 35% do que faturam. Em 2007, o total pago foi de R$ 8,7 bilhões. A partir de 1º de outubro, a alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) das bebidas será elevada em 30%. Ele será de R$ 0,14 a R$ 17,39 por litro, dependendo do tipo de bebida. Segundo a entidade que representa o setor, os impostos somam 66,63% do preço de um maço de cigarros no Brasil. O total arrecadado pelo governo com impostos sobre cigarro foi de R$ 5 bilhões em 2006.
A alíquota que incide sobre alimentos industrializados não discrimina produtos com ou sem gordura trans. Em média, a carga tributária bruta dos alimentos para o consumidor é de 35,5%. O custo social - O número de acidentes fatais nas rodovias federais caiu 13,6% nos primeiros dois meses da Lei Seca, segundo a Polícia Rodoviária Federal. De 20 de junho a 20 de agosto, o país deixou de gastar R$ 48,4 milhões em atendimento médico, internações, pagamentos de seguros etc. em decorrência de mortes no trânsito nas estradas federais O SUS gasta R$ 338 milhões por ano com fumantes, o equivalente a 7,7% do custo de todas as internações e quimioterapias no país, segundo um estudo da Fundação Oswaldo Cruz. Contando os casos de câncer relacionado ao cigarro atendidos pela rede privada, esse valor sobe para cerca de R$ 1,12 bilhão. Em 2007, 168 mil pessoas foram hospitalizadas em decorrência de acidente vascular cerebral (AVC), que tem como uma das causas o colesterol alterado.
A gordura trans, entre outros fatores, provoca o aumento de colesterol ruim. O Sistema Único de Saúde gastou R$ 118 milhões no ano passado com o tratamento de pacientes com AVC. Mas o governo também enche os cofres com os tributos sobre o fumo, as bebidas alcoólicas e os alimentos que contêm gorduras trans. Em 2006, foram R$ 5 bilhões em taxas cobradas sobre o cigarro. Os fabricantes de cerveja pagaram, juntos, outros R$ 7,2 bilhões. O imposto sobre produtos industrializados (IPI) que incide sobre bebidas alcoólicas será reajustado em 30% no dia 1º de outubro.
Esses não são impostos que todos pagam. Apenas aqueles que consomem cigarros ou cervejas. A economia que bares e restaurantes movimentam também não pode ser desconsiderada. "Houve uma queda de 40% no movimento nos bares. Isso quer dizer que 100 mil pessoas ficarão sem emprego em breve", diz Percival Maricato, diretor-jurídico da Associação Brasileira de Restaurantes e Empresas de Entretenimento (Abrasel).
No dia 4 de julho, a entidade questionou na Justiça a constitucionalidade da Lei Seca.
O Supremo Tribunal Federal deverá se pronunciar a respeito até o fim do ano. O ministro Gilmar Mendes, presidente do STF, estaria preocupado com "interesses da coletividade".
Ninguém questiona os malefícios do fumo - inclusive, com crescentes evidências, do fumo passivo -, da gordura e da irresponsável mistura de bebida e direção. Mas isso não significa que devemos saudar alegremente a intromissão do Estado em nossa vida particular
"A História ensina que, quando o Estado começa a controlar totalmente o indivíduo, ele termina considerando-o um incapaz de decidir por si mesmo", diz Denis Lerrer Rosenfield, professor de Filosofia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. "O mais perigoso é que isso começa de uma forma politicamente correta, com todo mundo aceitando em nome de um bem maior, no caso a saúde.
" Rosenfield afirma que, quando o Estado passa a ter uma tutela sobre o cidadão, sua liberdade de escolha pode ser restringida. "Há um interesse do Estado em transformar o cidadão numa máquina que não adoeça, trabalhe para gerar riqueza e pagar impostos".
NUNCA FUI MAGRA - O consumo de gordura trans não deve passar de 2 gramas ao dia. Descubra onde ela se esconde (valores referentes a porções de 100 gramas). A ficção também é pródiga em apontar os riscos representados por essa tendência de controlar tudo em nome do bem comum.
No filme O Demolidor, de 1993, Sylvester Stallone vive um policial da década de 1990 condenado a ser congelado por 30 anos por um crime que não cometeu. Quando acorda, em 2032, o mundo é irreconhecível. No futuro é proibido dizer palavrões (máquinas imprimem multas automaticamente quando ouvem um), o sexo só pode ser feito mentalmente com a ajuda de um computador e os policiais estão proibidos de usar armas. A agente designada para acompanhá-lo tenta dissuadi-lo de acender um cigarro. "Cigarros não fazem bem para você, e tudo o que não é bom para você é ilegal. Álcool, cafeína, esportes de contato, carne..." Mas nada surpreende tanto o personagem de Stallone quanto sua primeira ida a um restaurante do futuro. "Me passa o sal", diz. "Sal não é bom para você, portanto é ilegal". Também na academia há exemplos de como o politicamente correto pode degenerar em totalitarismo. Um recente artigo do americano Stephen J. Dubner, co-autor do livro Freakonomics, uma visão original da economia, mostra como a corrida para sanar o aquecimento global pode se desvirtuar.
Dubner cita um artigo de uma revista inglesa de medicina segundo o qual os obesos contribuem para o aquecimento global. Como a produção de alimentos libera gases do efeito estufa, quem consome mais calorias prejudica mais o meio ambiente.
Partindo do mesmo princípio, o autor diz que quem faz exercícios e queima calorias também é responsável pelo efeito estufa. Ele propõe, sarcasticamente, a criação de um imposto sobre ciclistas e corredores, algo como US$ 0,1 por hora de atividade. O antropólogo Roberto DaMatta, ex-fumante, diz que a proibição ao fumo é essencial para a vida em ambientes saudáveis. Mas afirma que criar leis que proíbem liberdades pode ser uma grande dor de cabeça. "As leis de igualdade são incompatíveis com as de liberdade", diz. "Cada um tem a liberdade de fumar.
Mas é proibido fumar em lugares públicos. Não há conjugação das leis, temos de escolher entre elas." Para DaMatta, num ambiente livre, o mais poderoso tende a engolir o mais fraco. "A menos que se restrinja a liberdade que ele tem para isso, em prol da igualdade." E quem é o mais forte? No Brasil, terra do "jeitinho", o mais forte tende a "engolir" também as leis - sobretudo as fracas. Daí decorreria, portanto, a necessidade de rigidez da Lei Seca, que prevê pena de prisão a quem dirigir embriagado.
A tentação de elevar o grau de punição para coibir o mau comportamento já levou a abusos históricos. Um dos exemplos mais conhecidos foi a lei seca que vigorou nos Estados Unidos entre 1920 e 1933. Ela proibia a fabricação, o comércio e o consumo de álcool em todo o país.
A idéia era eliminar, pela raiz, a corrupção e o crime e diminuir a violência doméstica. O efeito foi o oposto. Amadores começaram a fazer bebida em casa, médicos receitavam uísque medicinal, vendido em farmácias, a Máfia cresceu e corrompeu a polícia. Com o aumento da intoxicação por bebidas não-fiscalizadas, o custo para a saúde pública aumentou. E o número de estabelecimentos ilegais vendendo álcool chegou a 30 mil em 1927 - o dobro do número de bares que existiam antes da lei. "Os decretos presidenciais, ministeriais, as portarias, as medidas provisórias e as resoluções terminam dando ao Executivo um poder enorme", diz Rosenfield.
O perigo de conceder poder ao Estado para decidir sobre as escolhas individuais é chegar ao ponto em que a regulação deixa de proteger para invadir. É o que ocorre quando o Estado eleva um tributo. Ele obriga o contribuinte a abrir mão de suas escolhas de consumo para sustentar um aparelho que não abre mão dos próprios gastos. "Este não é um movimento exclusivamente brasileiro", diz o jurista Tércio Sampaio Ferraz Junior, autor do livro Direito Constitucional.
Nos Estados Unidos, o colunista David Harsanyi escreveu um livro sobre as liberdades individuais seqüestradas. Ele cita como exemplos, além de leis que proíbem o fumo, o álcool e a gordura trans, os playgrounds ultra-seguros (chamados de "sem-diversão"), o banimento de skatistas e de pornografia. "Esses ataques à liberdade são cheios de boas intenções", diz. "Mas são basicamente como babás puritanas e autoritárias, que não toleram ninguém vivendo de forma diferente".
Harsanyi usa o termo Estado-babá para definir políticas intervencionistas. "Somos todos crianças, e o Estado virou a grande babá que cuida de nós", diz Ferraz. Mesmo o valor da saúde pública não pode ser considerado absoluto. Não apenas porque pode se opor a outros valores ideais - como a liberdade ou o prazer -, mas também porque é passível de manipulação. O argumento da saúde pública já deu base para políticas esdrúxulas, como a eugenia, conceito com seguidores nos governos de Alemanha, Estados Unidos e Rússia na primeira metade do século XX.
Na Alemanha nazista, a saúde pública ajudou a justificar políticas de segregação, perseguição e depois eliminação de não-arianos. Na União Soviética, o defensores da eugenia calaram-se assim que a primeira crise se instalou. Como mais trabalhadores eram necessários para compor as engrenagens do sistema, a "higiene racial" foi suspensa. Houve traços de eugenia também nos EUA.
Em 1907, 20 Estados tinham leis de esterilização. Tudo feito em nome da cidadania. Ao Estado-babá corresponde em geral um processo de "vitimização" do cidadão. Isso ficou claro nos EUA, a partir da década de 1950, quando se descobriu que a indústria de tabaco escondia os malefícios do fumo. A partir daí, começou uma indústria de processos, que persiste até hoje - mesmo com toda a informação disponível sobre o risco de câncer. Os pedidos de indenização estão agora chegando à indústria do fast-food. O argumento por trás das ações é que o indivíduo é indefeso ante a máquina de propaganda e, posteriormente, ante o vício dos açúcares e das frituras. "Isso limita profundamente a dignidade humana", diz o jurista Ferraz. Um valor indispensável à condição humana é a responsabilidade que vem com cada ato. Pelo menos em tese, quem fuma o faz porque quer.
Quem come batata frita o faz porque tem prazer. "Tirar das pessoas a responsabilidade por seus atos as torna infantis para o resto da vida", diz Ferraz. No mundo perfeito, todos teriam todas as informações à disposição, e as escolhas seriam sempre as melhores: trariam saúde, prazer, conhecimento, riqueza, bem geral. Mas, como disse o filósofo inglês Isaiah Berlin no ensaio Sobre a Busca do Ideal, nossos ideais são muitas vezes contraditórios.
E, quando se persegue um deles com afinco demais, acaba-se por deixar outros pelo caminho.
O CERCO AOS RISCOS - Como cinco países de culturas diferentes lidam com os fumantes e com os motoristas que bebem.
ARGENTINA - Fumo: o país tem o maior índice de fumantes da América Latina - 38% da população. As principais cidades restringiram o fumo em bares, restaurantes, casas noturnas e shoppings; Bebida: o carro de motoristas flagrados com mais de 0,5 grama de álcool por litro de sangue é apreendido. Os fiscais permitem uma segunda prova.
EUA - Fumo: em quase metade dos 50 Estados americanos é proibido fumar em locais coletivos públicos ou privados; Bebida: as leis variam em cada Estado. O limite fica entre 0,1 e 0,8 grama por litro de sangue, mas o motorista é obrigado a fazer o teste do bafômetro. Na Califórnia, a tolerância é zero até 21 anos. Inglaterra - Fumo: proibiu o cigarro em lugares públicos em julho de 2007.
Uma pesquisa recente revela que 400 mil pessoas pararam de fumar em decorrência da lei antitabaco. Bebida: o limite é 0,8 g/l, e os ingleses são obrigados a passar pelo teste do bafômetro sob pena de permanecerem detidos por pelo menos 12 horas. Japão - Fumo: é um dos países mais permissivos em relação ao cigarro. Os fumantes são 33% da população, segundo a OMS; Bebida: foi um dos primeiros países que diminuíram a tolerância ao álcool para zero, ainda na década de 1970. Até passageiros podem ser presos se permitirem que alguém embriagado dirija.
Rússia - Fumo: uma lei de 2002 restringe o cigarro em edifícios públicos federais, locais de trabalho, universidades, hospitais, cinemas e transportes públicos. Bebida: motoristas bêbados causaram 15 mil mortes no trânsito em 2007. O limite de álcool permitido no sangue é de 0,3 grama por litro.
FONTES: OMS, Ministério da Saúde, International Center for Alcohol Policies, Sindicato da Indústria do Fumo, Instituto Nacional do Câncer, Fundação Oswaldo Cruz, Abrasel, Polícia Rodoviária Federal, Federação Nacional das Empresas de Seguro, Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação. - Marcelo Zorzanelli, shutterstock.com -
Essa é muito boa:'CARINHO' PODE ALIVIAR A DOR
'CARINHO' PODE ALIVIAR A DOR, DIZ PESQUISA
12/09/2008
Um toque carinhoso pode ajudar a aliviar a dor, ajudar crianças em seu desenvolvimento e auxiliar em tratamentos para depressão, segundo uma pesquisa apresentada nesta semana no Festival de Ciências da Associação Britânica para o Avanço da Ciência, em Liverpool.
Segundo o neurocientista Francis McGlone, da Universidade de Liverpool, um sistema de fibras nervosas presentes na pele responde a toques carinhosos, do mesmo modo que os receptores de dor, e quando estimulado, pode, inclusive, diminuir a atividade nos nervos que transportam a sensação de dor.
O cientista e seus colegas das universidades de Uppsala e Gotemburgo, na Suécia, explicam que há três tipos principais de fibras nervosas na camada exterior da pele. Eles são divididos de acordo com a velocidade com que conduzem - como um fio - as atividades bioelétricas para o cérebro. Dois desses tipos são chamados de fibras A, e são cobertos por uma camada de gordura (mielina) que atua como um isolamento em volta do fio e contribui para a alta velocidade de condução.
Mas o terceiro tipo, chamado de fibras C, não tem a camada de mielina e tem velocidade mais lenta. As fibras A são responsáveis pelo sinal quase instantâneo, que provoca uma reação por reflexo antes mesmo que o cérebro possa identificar o que houve. s fibras C, da chamada "segunda dor", são as que levam a sensação da dor mais profunda e duradoura ao cérebro.
Os cientistas descobriram que também há fibras do tipo C que respondem a estímulos de prazer. E quando elas são estimuladas, a atividade nas fibras condutoras de dor diminui.
SENSIBILIDADE - Segundo a pesquisa, assim como com a dor, algumas partes do corpo são mais sensíveis ao toque do que outras, e a sensação de prazer proporcionada é diferente da obtida quando o carinho é aplicado a áreas sexuais. Essas fibras levariam o sinal de prazer para a região do cérebro responsável por "recompensas", e explicaria ainda por que as pessoas gostam de passar cremes, escovar os cabelos e até porque um abraço, ou mesmo a mão no ombro podem ser mais eficientes, no alívio da dor, do que palavras. Para isolar os nervos responsáveis pelo prazer, os cientistas construíram um "estimulador de tato rotativo" - uma máquina de acariciar voluntários. "Nós construímos um equipamento muito sofisticado, então, o estímulo (do tato) pode ser repetido bastante", disse McGone. "Nós acariciamos a pele (do antebraço, da canela e do rosto) com um pincel em diferentes velocidades e depois pedimos aos voluntários que dissessem o quanto gostaram de cada movimento." Ele também inseriu microeletrodos nos nervos da pele, para registrar os sinais nervosos enviados da pele para o cérebro. Os cientistas concluíram que o carinho apontado como o mais prazeroso era também o que provocava maior resposta nervosa.
NOVA DIMENSÃO - Os cientistas afirmam que as únicas regiões que não contam com essas fibras são as a palma da mão e a sola do pé, caso contrário, seria difícil o uso de ferramentas, ou mesmo uma caminhada. A sensação de prazer acrescenta uma quarta dimensão aos sentidos clássicos atribuídos à pele, que incluem o toque, a sensação de temperatura (frio ou quente) e a dor/coceira. A equipe agora quer estudar uma série de condições clínicas, como depressão e autismo, que sabidamente têm ligações com o tato - a maioria das crianças autistas não gosta de ser abraçada ou acariciada, e muitos pacientes de depressão demonstram sinais claros de falta de cuidado com o corpo. Os cientistas acreditam até que a depressão possa ter origem em carência de cuidado maternal e experiências ainda na infância de falta de carinho físico e sugerem que o carinho pode ser usada para tratar dores crônicas.
Fonte: BBC Brasil -
12/09/2008
Um toque carinhoso pode ajudar a aliviar a dor, ajudar crianças em seu desenvolvimento e auxiliar em tratamentos para depressão, segundo uma pesquisa apresentada nesta semana no Festival de Ciências da Associação Britânica para o Avanço da Ciência, em Liverpool.
Segundo o neurocientista Francis McGlone, da Universidade de Liverpool, um sistema de fibras nervosas presentes na pele responde a toques carinhosos, do mesmo modo que os receptores de dor, e quando estimulado, pode, inclusive, diminuir a atividade nos nervos que transportam a sensação de dor.
O cientista e seus colegas das universidades de Uppsala e Gotemburgo, na Suécia, explicam que há três tipos principais de fibras nervosas na camada exterior da pele. Eles são divididos de acordo com a velocidade com que conduzem - como um fio - as atividades bioelétricas para o cérebro. Dois desses tipos são chamados de fibras A, e são cobertos por uma camada de gordura (mielina) que atua como um isolamento em volta do fio e contribui para a alta velocidade de condução.
Mas o terceiro tipo, chamado de fibras C, não tem a camada de mielina e tem velocidade mais lenta. As fibras A são responsáveis pelo sinal quase instantâneo, que provoca uma reação por reflexo antes mesmo que o cérebro possa identificar o que houve. s fibras C, da chamada "segunda dor", são as que levam a sensação da dor mais profunda e duradoura ao cérebro.
Os cientistas descobriram que também há fibras do tipo C que respondem a estímulos de prazer. E quando elas são estimuladas, a atividade nas fibras condutoras de dor diminui.
SENSIBILIDADE - Segundo a pesquisa, assim como com a dor, algumas partes do corpo são mais sensíveis ao toque do que outras, e a sensação de prazer proporcionada é diferente da obtida quando o carinho é aplicado a áreas sexuais. Essas fibras levariam o sinal de prazer para a região do cérebro responsável por "recompensas", e explicaria ainda por que as pessoas gostam de passar cremes, escovar os cabelos e até porque um abraço, ou mesmo a mão no ombro podem ser mais eficientes, no alívio da dor, do que palavras. Para isolar os nervos responsáveis pelo prazer, os cientistas construíram um "estimulador de tato rotativo" - uma máquina de acariciar voluntários. "Nós construímos um equipamento muito sofisticado, então, o estímulo (do tato) pode ser repetido bastante", disse McGone. "Nós acariciamos a pele (do antebraço, da canela e do rosto) com um pincel em diferentes velocidades e depois pedimos aos voluntários que dissessem o quanto gostaram de cada movimento." Ele também inseriu microeletrodos nos nervos da pele, para registrar os sinais nervosos enviados da pele para o cérebro. Os cientistas concluíram que o carinho apontado como o mais prazeroso era também o que provocava maior resposta nervosa.
NOVA DIMENSÃO - Os cientistas afirmam que as únicas regiões que não contam com essas fibras são as a palma da mão e a sola do pé, caso contrário, seria difícil o uso de ferramentas, ou mesmo uma caminhada. A sensação de prazer acrescenta uma quarta dimensão aos sentidos clássicos atribuídos à pele, que incluem o toque, a sensação de temperatura (frio ou quente) e a dor/coceira. A equipe agora quer estudar uma série de condições clínicas, como depressão e autismo, que sabidamente têm ligações com o tato - a maioria das crianças autistas não gosta de ser abraçada ou acariciada, e muitos pacientes de depressão demonstram sinais claros de falta de cuidado com o corpo. Os cientistas acreditam até que a depressão possa ter origem em carência de cuidado maternal e experiências ainda na infância de falta de carinho físico e sugerem que o carinho pode ser usada para tratar dores crônicas.
Fonte: BBC Brasil -
BRASIL É O 3º MAIOR CONSUMIDOR DE INIBIDORES À BASE DE ANFETAMINA
ONU: BRASIL É O 3º MAIOR CONSUMIDOR DE INIBIDORES À BASE DE ANFETAMINA
09/09/2008
O Brasil é terceiro maior consumidor de remédios inibidores de apetite produzidos à base de anfetamina no mundo, segundo um relatório publicado nesta terça-feira pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crimes (UNODC). De acordo com a UNODC, entre os biênios de 2000-02 e 2004-06, o consumo deste tipo de estimulantes do grupo anfetamínico (ATS) produzidos legalmente aumentou em 57% nas Américas - de 7 para 11 doses diárias por mil habitantes. Segundo o relatório, o consumo desses estimulantes foi maior do que a média em países da América do Sul, Central e do Caribe. De acordo com o documento, isso seria resultado da disponibilidade e abuso desses produtos por fontes lícitas. No Brasil, por exemplo, a anfetamina é a principal substância de diversos remédios para perda de peso e estimulantes, entre eles os conhecidos Anfetramona e Fenproporex, produzidos licitamente e vendidos até pela internet. "Esse aumento representa um padrão preocupante que indica abuso no número de receitas, o que no passado já foi associado a um risco maior de abuso dos ATS", diz o documento. Segundo o documento, o consumo dos estimulantes à base de anfetaminas foi de dez doses diárias por mil habitantes em 2004-06. Na Argentina - país que ocupa o primeiro lugar neste ranking, seguido pelos Estados Unidos - o consumo foi de 17 doses diárias por mil habitantes.
DROGAS SINTÉTICAS - O relatório alerta que o consumo de drogas sintéticas como o ecstasy, anfetaminas e metanfetamina, apesar de estáveis na maioria dos países desenvolvidos, aumentou nos países em desenvolvimento, especialmente no leste e sudeste asiáticos e no Oriente Médio. De acordo com o documento, o consumo permaneceu estável ou apresentou redução em países da América do Norte, Europa e Oceania, mas o problema se espalhou para novos mercados. A Ásia é responsável por uma grande demanda. Em 2006, cerca da metade dos países asiáticos registraram aumento no consumo de metanfetaminas. No mesmo ano, a Arábia Saudita apreendeu mais de 12 toneladas de anfetamina - o que representa 25% de todos os ATS apreendidos no mundo. Em 2007, esse número subiu para 14 toneladas. Esses dados refletiram no consumo global anual das drogas sintéticas, que superou o da cocaína e da heroína. Segundo as estimativas da UNODC, o mercado global dos estimulantes sintéticos movimentou cerca de US$ 65 bilhões (R$112 bi). Ao apresentar os dados em Bangcoc, o diretor da UNODC, Antonio Maria Costa, alertou para o perigo de considerar as drogas sintéticas como "inofensivas" e comentou a transformação no modo de produção desses estimulantes. "Há uma década, as drogas sintéticas eram uma indústria pequena. Agora, é um grande negócio, controlado por grupos criminosos organizados e que envolve todas as fases do comércio ilícito - do contrabando de substâncias químicas à produção e ao tráfico", disse Costa.
PREVENÇÃO - A divulgação do relatório foi acompanhada pelo lançamento de um novo programa da UNODC para tentar difundir informações sobre os estimulantes do grupo anfetamínico. Chamado de Monitoramento Sintético Global: Análise, Relatos, Tendências (Smart, na sigla em inglês), o programa será direcionado aos governos - principalmente em países mais vulneráveis - para melhorar a capacidade de coletar, analisar e trocar informações sobre esses estimulantes, seu consumo e rotas de tráfico. Segundo a UNODC, essas informações poderão ajudar os países a desenvolver programas de prevenção mais eficientes e melhorar o combate à produção dessas drogas.
Fonte: BBC Brasil -
09/09/2008
O Brasil é terceiro maior consumidor de remédios inibidores de apetite produzidos à base de anfetamina no mundo, segundo um relatório publicado nesta terça-feira pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crimes (UNODC). De acordo com a UNODC, entre os biênios de 2000-02 e 2004-06, o consumo deste tipo de estimulantes do grupo anfetamínico (ATS) produzidos legalmente aumentou em 57% nas Américas - de 7 para 11 doses diárias por mil habitantes. Segundo o relatório, o consumo desses estimulantes foi maior do que a média em países da América do Sul, Central e do Caribe. De acordo com o documento, isso seria resultado da disponibilidade e abuso desses produtos por fontes lícitas. No Brasil, por exemplo, a anfetamina é a principal substância de diversos remédios para perda de peso e estimulantes, entre eles os conhecidos Anfetramona e Fenproporex, produzidos licitamente e vendidos até pela internet. "Esse aumento representa um padrão preocupante que indica abuso no número de receitas, o que no passado já foi associado a um risco maior de abuso dos ATS", diz o documento. Segundo o documento, o consumo dos estimulantes à base de anfetaminas foi de dez doses diárias por mil habitantes em 2004-06. Na Argentina - país que ocupa o primeiro lugar neste ranking, seguido pelos Estados Unidos - o consumo foi de 17 doses diárias por mil habitantes.
DROGAS SINTÉTICAS - O relatório alerta que o consumo de drogas sintéticas como o ecstasy, anfetaminas e metanfetamina, apesar de estáveis na maioria dos países desenvolvidos, aumentou nos países em desenvolvimento, especialmente no leste e sudeste asiáticos e no Oriente Médio. De acordo com o documento, o consumo permaneceu estável ou apresentou redução em países da América do Norte, Europa e Oceania, mas o problema se espalhou para novos mercados. A Ásia é responsável por uma grande demanda. Em 2006, cerca da metade dos países asiáticos registraram aumento no consumo de metanfetaminas. No mesmo ano, a Arábia Saudita apreendeu mais de 12 toneladas de anfetamina - o que representa 25% de todos os ATS apreendidos no mundo. Em 2007, esse número subiu para 14 toneladas. Esses dados refletiram no consumo global anual das drogas sintéticas, que superou o da cocaína e da heroína. Segundo as estimativas da UNODC, o mercado global dos estimulantes sintéticos movimentou cerca de US$ 65 bilhões (R$112 bi). Ao apresentar os dados em Bangcoc, o diretor da UNODC, Antonio Maria Costa, alertou para o perigo de considerar as drogas sintéticas como "inofensivas" e comentou a transformação no modo de produção desses estimulantes. "Há uma década, as drogas sintéticas eram uma indústria pequena. Agora, é um grande negócio, controlado por grupos criminosos organizados e que envolve todas as fases do comércio ilícito - do contrabando de substâncias químicas à produção e ao tráfico", disse Costa.
PREVENÇÃO - A divulgação do relatório foi acompanhada pelo lançamento de um novo programa da UNODC para tentar difundir informações sobre os estimulantes do grupo anfetamínico. Chamado de Monitoramento Sintético Global: Análise, Relatos, Tendências (Smart, na sigla em inglês), o programa será direcionado aos governos - principalmente em países mais vulneráveis - para melhorar a capacidade de coletar, analisar e trocar informações sobre esses estimulantes, seu consumo e rotas de tráfico. Segundo a UNODC, essas informações poderão ajudar os países a desenvolver programas de prevenção mais eficientes e melhorar o combate à produção dessas drogas.
Fonte: BBC Brasil -
Associação Americana dos Endocrinologistas Clínicos indica o medicamento metformina ou acarbose para os pré-diabeticos
ASSOCIAÇÃO AMERICANA INDICA MEDICAMENTO PARA A PRÉ-DIABETES
12/09/2008
Recomendação, que deve ser seguida por médicos brasileiros, é para os casos de alto risco. Ainda não há evidências científicas de que tratamento previna a doença; segundo médico da entidade, primeira recomendação é perder peso.
Médicos especializados no tratamento da diabetes criaram o primeiro consenso para o tratamento de pessoas com resistência à insulina (também conhecida por pré-diabetes). O documento, elaborado pela Associação Americana dos Endocrinologistas Clínicos, foi discutido durante o congresso de diabetes que acontece em Roma (Itália). A publicação em revistas científicas está prevista para o final do ano.
No Brasil, não há um consenso sobre o tratamento da pré-diabetes, mas a tendência é que os médicos sigam as recomendações americanas, diz o endocrinologista Marcos Tambascia, da Unicamp, ex-presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes. A pré-diabetes é caracterizada por uma elevação no nível de glicose (glicemia em jejum entre 100 mg/dL e 125 mg/ dL ou com valores entre 140 mg/dL e 199 mg/dL duas horas após uma sobrecarga de glicose), mas não o suficiente para ser classificada como diabetes.
A principal polêmica está na indicação de remédios para reduzir a glicemia. Ainda não há evidências científicas de que isso vá prevenir a doença, até porque, na diabetes tipo 2, a principal causa é a obesidade.
Segundo Daniel Einhorn, vice-presidente da Associação Americana de Endocrinologistas Clínicos, a primeira recomendação para os pré-diabeticos é a redução do peso entre 5% e 10%, exercícios de 30 a 60 minutos cinco dias por semana e uma dieta pobre em gordura e rica em fibras. Ele afirma que os medicamentos (metformina ou acarbose) devem ser indicados só aos pacientes de alto risco, ou seja, os que pioram a taxa de glicemia ou que têm doença cardiovascular já associada. No Brasil, só a acarbose está aprovada para o uso em pré-diabéticos (e também em diabéticos).
A metformina é fornecida pelo SUS aos diabéticos. O médico Amélio de Godoi Matos, do Instituto Estadual de Diabetes e Endocrinologia, da PUC-Rio, diz que muitos pacientes desistem de usar a acarbose porque um dos efeitos colaterais são flatulências. A metformina também está associada a desconfortos gastrointestinais, como a diarréia. Outra recomendação dos americanos é que os pré-diabéticos façam testes anuais de tolerância à glicose e de microalbuminúria (que medem a quantidade de albumina na urina; a presença da substancia é o primeiro sinal de um dano no rim). Exames de glicemia em jejum, hemoglobina glicada e lípides devem ser feitos a cada seis meses, segundo o consenso. A avaliação deve levar em conta o histórico familiar e a diabetes gestacional. Einhorn também enfatizou que as metas de colesterol (LDL abaixo de 100 mg/dL) e de controle de pressão arterial (130 por 80 mm/Hg) para o pré-diabético devem ser as mesmas adotadas para a pessoa já com a doença manifestada. "Estamos dizendo que, sim, reconhecemos a pré-diabetes e que é preciso olhar com atenção para ela. Certas drogas têm o seu lugar se a dieta e o exercício não reduzirem os níveis de açúcar no sangue", disse. Na avaliação do médico Ruy Lyra, presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, é preciso mais evidências para afirmar se o tratamento medicamentoso do pré-diabético trará benefícios. "Em geral, a resistência à insulina está ligada à obesidade. Seria mais lógico reduzir o peso porque, além da diabetes, estaremos prevenindo outros eventos cardiovasculares." Para David Marrero, pesquisador da Universidade de Indiana (EUA), o consenso é só um primeiro passo. "Os médicos precisam ajudar os pacientes a mudar o estilo de vida. Muitos não sabem como fazer isso e não oferecem ajuda." A jornalista Cláudia Collucci viajou a Roma com as despesas parcialmente pagas pelo laboratório Novo Nordisk. - Cláudia Collucci, enviada Especial a Roma -
Fonte: Folha de São Paulo
12/09/2008
Recomendação, que deve ser seguida por médicos brasileiros, é para os casos de alto risco. Ainda não há evidências científicas de que tratamento previna a doença; segundo médico da entidade, primeira recomendação é perder peso.
Médicos especializados no tratamento da diabetes criaram o primeiro consenso para o tratamento de pessoas com resistência à insulina (também conhecida por pré-diabetes). O documento, elaborado pela Associação Americana dos Endocrinologistas Clínicos, foi discutido durante o congresso de diabetes que acontece em Roma (Itália). A publicação em revistas científicas está prevista para o final do ano.
No Brasil, não há um consenso sobre o tratamento da pré-diabetes, mas a tendência é que os médicos sigam as recomendações americanas, diz o endocrinologista Marcos Tambascia, da Unicamp, ex-presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes. A pré-diabetes é caracterizada por uma elevação no nível de glicose (glicemia em jejum entre 100 mg/dL e 125 mg/ dL ou com valores entre 140 mg/dL e 199 mg/dL duas horas após uma sobrecarga de glicose), mas não o suficiente para ser classificada como diabetes.
A principal polêmica está na indicação de remédios para reduzir a glicemia. Ainda não há evidências científicas de que isso vá prevenir a doença, até porque, na diabetes tipo 2, a principal causa é a obesidade.
Segundo Daniel Einhorn, vice-presidente da Associação Americana de Endocrinologistas Clínicos, a primeira recomendação para os pré-diabeticos é a redução do peso entre 5% e 10%, exercícios de 30 a 60 minutos cinco dias por semana e uma dieta pobre em gordura e rica em fibras. Ele afirma que os medicamentos (metformina ou acarbose) devem ser indicados só aos pacientes de alto risco, ou seja, os que pioram a taxa de glicemia ou que têm doença cardiovascular já associada. No Brasil, só a acarbose está aprovada para o uso em pré-diabéticos (e também em diabéticos).
A metformina é fornecida pelo SUS aos diabéticos. O médico Amélio de Godoi Matos, do Instituto Estadual de Diabetes e Endocrinologia, da PUC-Rio, diz que muitos pacientes desistem de usar a acarbose porque um dos efeitos colaterais são flatulências. A metformina também está associada a desconfortos gastrointestinais, como a diarréia. Outra recomendação dos americanos é que os pré-diabéticos façam testes anuais de tolerância à glicose e de microalbuminúria (que medem a quantidade de albumina na urina; a presença da substancia é o primeiro sinal de um dano no rim). Exames de glicemia em jejum, hemoglobina glicada e lípides devem ser feitos a cada seis meses, segundo o consenso. A avaliação deve levar em conta o histórico familiar e a diabetes gestacional. Einhorn também enfatizou que as metas de colesterol (LDL abaixo de 100 mg/dL) e de controle de pressão arterial (130 por 80 mm/Hg) para o pré-diabético devem ser as mesmas adotadas para a pessoa já com a doença manifestada. "Estamos dizendo que, sim, reconhecemos a pré-diabetes e que é preciso olhar com atenção para ela. Certas drogas têm o seu lugar se a dieta e o exercício não reduzirem os níveis de açúcar no sangue", disse. Na avaliação do médico Ruy Lyra, presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, é preciso mais evidências para afirmar se o tratamento medicamentoso do pré-diabético trará benefícios. "Em geral, a resistência à insulina está ligada à obesidade. Seria mais lógico reduzir o peso porque, além da diabetes, estaremos prevenindo outros eventos cardiovasculares." Para David Marrero, pesquisador da Universidade de Indiana (EUA), o consenso é só um primeiro passo. "Os médicos precisam ajudar os pacientes a mudar o estilo de vida. Muitos não sabem como fazer isso e não oferecem ajuda." A jornalista Cláudia Collucci viajou a Roma com as despesas parcialmente pagas pelo laboratório Novo Nordisk. - Cláudia Collucci, enviada Especial a Roma -
Fonte: Folha de São Paulo
LICENÇA MATERNIDADE: ATENÇÃO MAMÃES
LULA SANCIONA LEI QUE AMPLIA A LICENÇA MATERNIDADE
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou, ontem, com restrições o projeto de lei aprovado pelo Congresso que amplia de quatro para seis meses o período previsto para a licença-maternidade. Dois artigos do projeto, inclusive o que previa que empresas deixassem de recolher a contribuição previdenciária nos últimos dois meses da licença, foram retirados do texto. De acordo com a nova lei, empresas privadas e da administração pública podem aderir voluntariamente ao programa e, em troca, receber incentivos fiscais do governo, como o abatimento, no imposto de renda, dos dois meses extras de licença concedidos à funcionária. O texto extende o benefício a mães adotivas. Para usufruir da licença de seis meses, a trabalhadora terá de requisitá-la até o fim do primeiro mês depois do parto. As mães não poderão exercer atividade remunerada no período de licença, nem manter a criança em creche ou estabelecimento similar durante a prorrogação da licença-maternidade. A idéia do projeto é beneficiar as crianças na fase em que o cérebro humano cresce de forma mais intensa e atender orientação da Organização Mundial da Saúde (OMS), que recomenda o aleitamento materno até os seis meses de vida - inviável de ser cumprida quando a mãe é obrigada a retornar ao trabalho 120 dias após o nascimento da criança. SIMPLES FICOU DE FORA - A pedido dos ministérios da Fazenda e da Previdência Social, o presidente Lula também retirou do texto artigo que permitia a concessão de isenção fiscal a micro e pequenas empresas inscritas no Simples que optassem pela licença de seis meses. O argumento para o veto é que essas empresas já teriam isenções tributárias. A nova licença só começa a valer a partir de 2010, para permitir que a o impacto da renúncia fiscal - estimado em R$ 800 milhões - seja incluído nos cálculos para o Orçamento Geral da União (OGU). As empresas que aderirem ao programa serão classificadas com o título de "Empresa Cidadã". - Brasília -
Fonte: Jornal do Brasil
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou, ontem, com restrições o projeto de lei aprovado pelo Congresso que amplia de quatro para seis meses o período previsto para a licença-maternidade. Dois artigos do projeto, inclusive o que previa que empresas deixassem de recolher a contribuição previdenciária nos últimos dois meses da licença, foram retirados do texto. De acordo com a nova lei, empresas privadas e da administração pública podem aderir voluntariamente ao programa e, em troca, receber incentivos fiscais do governo, como o abatimento, no imposto de renda, dos dois meses extras de licença concedidos à funcionária. O texto extende o benefício a mães adotivas. Para usufruir da licença de seis meses, a trabalhadora terá de requisitá-la até o fim do primeiro mês depois do parto. As mães não poderão exercer atividade remunerada no período de licença, nem manter a criança em creche ou estabelecimento similar durante a prorrogação da licença-maternidade. A idéia do projeto é beneficiar as crianças na fase em que o cérebro humano cresce de forma mais intensa e atender orientação da Organização Mundial da Saúde (OMS), que recomenda o aleitamento materno até os seis meses de vida - inviável de ser cumprida quando a mãe é obrigada a retornar ao trabalho 120 dias após o nascimento da criança. SIMPLES FICOU DE FORA - A pedido dos ministérios da Fazenda e da Previdência Social, o presidente Lula também retirou do texto artigo que permitia a concessão de isenção fiscal a micro e pequenas empresas inscritas no Simples que optassem pela licença de seis meses. O argumento para o veto é que essas empresas já teriam isenções tributárias. A nova licença só começa a valer a partir de 2010, para permitir que a o impacto da renúncia fiscal - estimado em R$ 800 milhões - seja incluído nos cálculos para o Orçamento Geral da União (OGU). As empresas que aderirem ao programa serão classificadas com o título de "Empresa Cidadã". - Brasília -
Fonte: Jornal do Brasil
9.19.2008
Relatório mundial da Aids aponta "epidemia estável" no Brasil
Relatório mundial da Aids aponta "epidemia estável" no Brasil
Os dados do último relatório mundial de Aids da Unaids - órgão das Nações Unidas dedicado ao combate da doença -, divulgado nesta terça-feira em Brasília, aponta uma estabilização da epidemia no País em 2007, algo tido como exemplo para outras nações. Segundo o relatório, no ano passado, houve 30 mil novos casos de infecção e 11 mil morreram, perfazendo um total de aproximadamente 730 mil pessoas vivendo com Aids – 40% do total de infectados da América Latina.
O diretor-adjunto do programa brasileiro de combate à Aids, Eduardo Barbosa, disse que o País ainda tem desafios pela frente para conseguir diminuir o número de novos casos, mas conseguiu avanços “extraordinários” como o “acesso universal” aos serviços médicos de diagnóstico (teste de Aids) e tratamento (consultas e medicamentos).
“No Brasil, 95% das pessoas que precisam de tratamento têm acesso a eles”, afirmou Barbosa, para depois citar como maior exemplo da eficiência brasileira a queda constante da chamada “transmissão vertical”, isto é, doença transmitida de gestantes para bebês.
“Dos 30 mil novos casos em 2007, não temos mais que 900 de transmissão vertical. É muito pouco e vem diminuindo”, elogiou. “O Brasil está utilizando metodologia que é exemplo para o mundo. Pode ser no interior da Amazônia, o teste sai em 30 minutos tem diagnóstico definitivo, e com tecnologia nacional”, completou o coordenador mundial da Unaids, o brasileiro Pedro Chequer.
Ele acrescentou que, além da testagem e terapia, o Brasil também é referência na prevenção por ser “o único País no mundo com fábrica estatal de preservativos, com perspectiva de expansão na produção e o único que distribui preservativos femininos”, considerando que as mulheres são cada vez mais atingidas pela doença.
Problemas
Apesar de as autoridades elogiarem as estratégias e números brasileiros, elas admitem dificuldades para diminuir o número de novos casos anualmente, já que a estabilização no patamar em torno de 30 mil casos ocorreu no ano 2000.
“O desafio do Brasil é fazer chegar a informação sobre prevenção e do acesso ao tratamento nas regiões de difícil acesso, como na Amazônia e sertão nordestino. Não é um desafio fácil de ser vencido, porque as condições dos sistemas de saúde não são as mesmas de Brasília, por exemplo”, analisou Pedro Chequer.
O coordenador da Unaids, ex-coordenador do programa brasileiro, apontou como uma das principais causas do problema as falhas nos sistemas de saúde municipais, que muitas vezes não priorizam o combate à Aids.
“Há uma diretriz muito forte do governo federal, mas isso não foi alcançado em nível municipal. O poder público local [prefeituras] não se mobilizou o suficiente para termos essa cobertura mais eficiente”, lamentou.
Incidência
Os dados da epidemia no Brasil mostram a tendência de aumento da proporção de mulheres e jovens portadores do vírus HIV. “Hoje temos 15 homens infectados para cada 10 mulheres, e no começo da epidemia (anos 80) tínhamos 28 homens infectados para cada uma mulher”, comparou Eduardo Barbosa. Dos 30 mil novos casos anuais, entre 25% e 30% são de jovens entre 15 e 24 anos.
Segundo os cientistas, essa é uma tendência mundial, já que as pessoas que não viveram a época mais aguda da epidemia têm menor receio da doença e acabam se prevenindo menos. A tendência de maior contágio das mulheres também é internacional, já que o vírus cada vez menos se concentra nos chamados grupos de maior risco: usuários de drogas, “trabalhadores do sexo” (homens e mulheres) e homens que fazem sexo com homens.
No mundo, a Unaids calculou em 33 milhões o número de pessoas vivendo com Aids em 2007, sendo um pouco mais da metade (15,5 milhões) mulheres. Os jovens de 15 a 24 anos equivaleram a 45% e as crianças (abaixo de 15 anos) corresponderam a 6% (2 milhões de infectados). Em 2007 foram notificados 2,7 milhões de novos casos mundialmente, e cerca de 2 milhões de mortes.
A África é o continente mais afetado, com o maior número de pessoas vivendo com Aids (22 milhões), maior quantidade de novos casos (1,9 milhões), de mortes (1,5 milhões) e de prevalência (incidência) de adultos: 5,9% da população madura.
Pelas estimativas da América Latina, em 2007 haviam 1,7 milhões de pessoas vivendo com HIV, 140 mil novos casos e 63 mil mortes, e prevalência de 0,5% da população adulta.
O continente menos afetado, proporcionalmente, é a Ásia oriental, com prevalência de 0,1% dos adultos. Em número de pessoas vivendo com o vírus, eram 740 mil em 2007, e os novos casos somaram 52 mil, e ocorreram 40 mil mortes.
Comentário:
Farmanguinhos/Fiocruz está comemorando mais uma vitória na luta contra AIDS na qual e pioneiro com uma série de medicamentos desenvolvidos e fabricados como Ribavirina, Zidovudina, Estavudina , Nevirapina coroando com agora Efavirenz.
No Brasil não se morre mais de AIDS e Farmanguinhos tem um papel de vital importância no cenário mundial sendo um centro de referência para AIDS.
Parabéns a Todos por mais esta conquista na Saúde Pública.
Antonio Celso da Costa Brandão
Gerente da Qualdade Farmanguinhos/ Fiocruz
Os dados do último relatório mundial de Aids da Unaids - órgão das Nações Unidas dedicado ao combate da doença -, divulgado nesta terça-feira em Brasília, aponta uma estabilização da epidemia no País em 2007, algo tido como exemplo para outras nações. Segundo o relatório, no ano passado, houve 30 mil novos casos de infecção e 11 mil morreram, perfazendo um total de aproximadamente 730 mil pessoas vivendo com Aids – 40% do total de infectados da América Latina.
O diretor-adjunto do programa brasileiro de combate à Aids, Eduardo Barbosa, disse que o País ainda tem desafios pela frente para conseguir diminuir o número de novos casos, mas conseguiu avanços “extraordinários” como o “acesso universal” aos serviços médicos de diagnóstico (teste de Aids) e tratamento (consultas e medicamentos).
“No Brasil, 95% das pessoas que precisam de tratamento têm acesso a eles”, afirmou Barbosa, para depois citar como maior exemplo da eficiência brasileira a queda constante da chamada “transmissão vertical”, isto é, doença transmitida de gestantes para bebês.
“Dos 30 mil novos casos em 2007, não temos mais que 900 de transmissão vertical. É muito pouco e vem diminuindo”, elogiou. “O Brasil está utilizando metodologia que é exemplo para o mundo. Pode ser no interior da Amazônia, o teste sai em 30 minutos tem diagnóstico definitivo, e com tecnologia nacional”, completou o coordenador mundial da Unaids, o brasileiro Pedro Chequer.
Ele acrescentou que, além da testagem e terapia, o Brasil também é referência na prevenção por ser “o único País no mundo com fábrica estatal de preservativos, com perspectiva de expansão na produção e o único que distribui preservativos femininos”, considerando que as mulheres são cada vez mais atingidas pela doença.
Problemas
Apesar de as autoridades elogiarem as estratégias e números brasileiros, elas admitem dificuldades para diminuir o número de novos casos anualmente, já que a estabilização no patamar em torno de 30 mil casos ocorreu no ano 2000.
“O desafio do Brasil é fazer chegar a informação sobre prevenção e do acesso ao tratamento nas regiões de difícil acesso, como na Amazônia e sertão nordestino. Não é um desafio fácil de ser vencido, porque as condições dos sistemas de saúde não são as mesmas de Brasília, por exemplo”, analisou Pedro Chequer.
O coordenador da Unaids, ex-coordenador do programa brasileiro, apontou como uma das principais causas do problema as falhas nos sistemas de saúde municipais, que muitas vezes não priorizam o combate à Aids.
“Há uma diretriz muito forte do governo federal, mas isso não foi alcançado em nível municipal. O poder público local [prefeituras] não se mobilizou o suficiente para termos essa cobertura mais eficiente”, lamentou.
Incidência
Os dados da epidemia no Brasil mostram a tendência de aumento da proporção de mulheres e jovens portadores do vírus HIV. “Hoje temos 15 homens infectados para cada 10 mulheres, e no começo da epidemia (anos 80) tínhamos 28 homens infectados para cada uma mulher”, comparou Eduardo Barbosa. Dos 30 mil novos casos anuais, entre 25% e 30% são de jovens entre 15 e 24 anos.
Segundo os cientistas, essa é uma tendência mundial, já que as pessoas que não viveram a época mais aguda da epidemia têm menor receio da doença e acabam se prevenindo menos. A tendência de maior contágio das mulheres também é internacional, já que o vírus cada vez menos se concentra nos chamados grupos de maior risco: usuários de drogas, “trabalhadores do sexo” (homens e mulheres) e homens que fazem sexo com homens.
No mundo, a Unaids calculou em 33 milhões o número de pessoas vivendo com Aids em 2007, sendo um pouco mais da metade (15,5 milhões) mulheres. Os jovens de 15 a 24 anos equivaleram a 45% e as crianças (abaixo de 15 anos) corresponderam a 6% (2 milhões de infectados). Em 2007 foram notificados 2,7 milhões de novos casos mundialmente, e cerca de 2 milhões de mortes.
A África é o continente mais afetado, com o maior número de pessoas vivendo com Aids (22 milhões), maior quantidade de novos casos (1,9 milhões), de mortes (1,5 milhões) e de prevalência (incidência) de adultos: 5,9% da população madura.
Pelas estimativas da América Latina, em 2007 haviam 1,7 milhões de pessoas vivendo com HIV, 140 mil novos casos e 63 mil mortes, e prevalência de 0,5% da população adulta.
O continente menos afetado, proporcionalmente, é a Ásia oriental, com prevalência de 0,1% dos adultos. Em número de pessoas vivendo com o vírus, eram 740 mil em 2007, e os novos casos somaram 52 mil, e ocorreram 40 mil mortes.
Comentário:
Farmanguinhos/Fiocruz está comemorando mais uma vitória na luta contra AIDS na qual e pioneiro com uma série de medicamentos desenvolvidos e fabricados como Ribavirina, Zidovudina, Estavudina , Nevirapina coroando com agora Efavirenz.
No Brasil não se morre mais de AIDS e Farmanguinhos tem um papel de vital importância no cenário mundial sendo um centro de referência para AIDS.
Parabéns a Todos por mais esta conquista na Saúde Pública.
Antonio Celso da Costa Brandão
Gerente da Qualdade Farmanguinhos/ Fiocruz