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11.23.2009

Anvisa aprova uso de botox para tratar incontinência urinária

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou, há pouco mais de um mês, o uso de toxina botulínica (botox) para tratar pessoas que sofrem com incontinência urinária --problema que atinge cerca de 3 milhões de brasileiros.

A utilização da substância é eficiente apenas em pacientes que sofrem de incontinência urinária de urgência (aqueles que perdem urina antes mesmo de chegar ao banheiro) e não serve para homens que operaram a próstata e nem para pessoas que sofrem de incontinência urinária por esforço (que perdem urina ao tossir ou carregar peso, por exemplo).

A aplicação do botox na urologia é realizada no exterior há pelo menos sete anos, mas, no Brasil, era usada apenas em pesquisas ou "off label" pelos médicos, já que ainda não tinha reconhecimento oficial. A partir de agora, é possível pedir cobertura do tratamento pelos planos de saúde.

Segundo Fernando Almeida, urologista responsável pelo Setor de Disfunções Miccionais e Urologia Feminina da Universidade Federal de São Paulo, apesar de atingir pessoas em qualquer faixa etária, a idade é um fator de risco para a incontinência, que costuma atingir duas mulheres para cada homem. Em muitos casos, o paciente precisa usar regularmente fraldas descartáveis.

"É uma situação muito desagradável e constrangedora. A pessoa que sofre de incontinência urinária evita sair de casa, evita relacionar-se com outras pessoas. Ela sofre de um câncer social", avalia o urologista Flávio Trigo Rocha, coordenador do Departamento de Uroneurologia da Sociedade Brasileira de Urologia.

A aplicação do botox é indicada para aqueles pacientes que tentaram o tratamento medicamentoso, mas não obtiveram bons resultados.

Como funciona

O paciente é internado e o medicamento é aplicado em 30 pontos da bexiga por meio de uma endoscopia realizada no canal da uretra. "Funciona como no tratamento antirrugas. O botox paralisa o músculo da bexiga, que não vai mais contrair involuntariamente e impedirá que a pessoa sinta uma vontade incontrolável de urinar", explica Almeida.

Assim como na aplicação estética, os efeitos do remédio não duram para sempre. Em média, os resultados permanecem entre nove meses e um ano --depois desse período, é preciso reaplicá-lo. A aplicação custa cerca de R$ 1.500.

"O preço é similar aos custos que o paciente teria para comprar fraldas no período, com a vantagem de ele melhorar completamente sua qualidade de vida", diz Rocha.

Contraindicação

Existe contraindicação da utilização de botox em pacientes com insuficiência respiratória. Além disso, o uso inadequado da substância também pode provocar um efeito colateral importante: se a dose for aplicada em excesso, o paciente fica sem conseguir urinar depois da aplicação e precisará de uma sonda para liberar a urina.

"O médico tem que saber aplicar a quantidade suficiente de botox para eliminar a contração indesejada da bexiga e não abolir a micção", afirma Rocha.

O urologista Fernando Dias, chefe do Setor de Urologia do HUB (Hospital Universitário de Brasília), que não usa o método em seus pacientes, diz que vai esperar mais um pouco para avaliar os resultados. "Parece interessante, mas acho que precisam existir novos estudos. Além disso, o custo da aplicação é muito alto".

Estresse

Pessoas que sofrem de incontinência urinária apresentam índices mais altos de estresse, ansiedade e depressão, se comparadas àquelas que realizam diálise três vezes por semana, concluiu pesquisa realizada pelo Setor de Urologia Feminina e Disfunções Miccionais da Universidade Federal de São Paulo.

Foram avaliados 120 voluntários (60 em tratamento contra incontinência, 60 que estavam em diálise e 60 pessoas saudáveis). O estresse estava presente em 78% das pessoas que têm incontinência, contra 42% daqueles que estavam em diálise. Entre os saudáveis, a taxa de estresse foi de 24%.

"A gente sabia que a incontinência tinha um impacto psicológico grande, mas não imaginávamos que esse impacto seria maior do que entre aquelas pessoas que fazem diálise semanalmente", diz o urologista Fernando Almeida.

Folha de São Paulo

Intervenções estéticas aumentaram 457% nos últimos dez anos nos EUA

As intervenções estéticas com ou sem cirurgia aumentaram 8% em 2007 nos Estados Unidos em relação a 2006, e 457% nos últimos dez anos, de acordo com estatísticas da Asaps (Associação Norte-Americana de Cirurgia Plástica, na sigla em inglês) divulgadas em seu site.

Estes 11,7 milhões de intervenções --18% cirúrgicas e 82% não-cirúrgicas-- representaram cerca de 13 bilhões de dólares, segundo a ASAPS.

As intervenções estéticas aumentaram 114% durante a última década e os procedimentos sem cirurgia registraram uma alta de 754%, informou a Asaps.

As injeções de botox foram, com 2,77 milhões de procedimentos em 2007, as intervenções mais freqüentes, enquanto que a cirurgia mais popular foi a lipoaspiração (456.828).

As operações de cirurgia estética mais solicitadas --além da lipoaspiração-- foram o aumento dos seios, o estiramento das pálpebras, a redução do abdômen e a redução dos seios.

No caso dos procedimentos não-cirúrgicos, os mais populares são a depilação a laser e a regeneração da epiderme, também praticada com laser.

Homem x mulheres

As mulheres representaram 91% dos pacientes em 2007, mas o número de homens aumentou 17% em 2007.

A cirurgia estética mais freqüente entre os homens foi a lipoaspiração, com 57.980 intervenções, enquanto as injeções de botox para apagar rugas foram o procedimento mais popular (329.519).

O aumento das nádegas foi o procedimento que mais cresceu em 2007 entre as mulheres.
No caso dos homens, foram as injeções de Radiesse, um preparado a base de cálcio para apagar rugas, as que mais aumentaram.

Folha de São Paulo

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