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12.01.2012

Liberdade


“Deve existir nos homens um sentimento profundo que corresponde a essa palavra LIBERDADE, pois sobre ela se têm escrito poemas e hinos, a ela se tem até morrido com alegria e felicidade.
Diz-se que o homem nasceu livre, que a liberdade de cada um acaba onde começa a liberdade de outrem; que onde não há liberdade não há pátria; que a morte é preferível à falta de liberdade; que renunciar à liberdade é renunciar à própria condição humana; que a liberdade é o maior bem do mundo; que a liberdade é o oposto à fatalidade e à escravidão; nossos bisavós gritavam “Liberdade, Igualdade e Fraternidade!”. Nossos avós cantaram: “Ou ficar a Pátria livre ou morrer pelo Brasil!”; nossos pais pediam: “Liberdade! Liberdade! – abre as asas sobre nós”, e nós recordamos todos os dias que “o sol da liberdade em raios fúlgidos – brilhou no céu da Pátria…” – em certo instante.
Somos, pois criaturas nutridas de liberdade há muito tempo, com disposições de cantá-la, amá-la, combater e certamente morrer por ela.
Ser livre – como diria o famoso conselheiro… – é não ser escravo; é agir segundo a nossa cabeça e o nosso coração, mesmo tendo que partir esse coração e essa cabeça para encontrar um caminho… Enfim, ser livre é ser responsável, é repudiar a condição de autônomo e de teleguiado – é proclamar o triunfo luminoso do espírito. (Supondo que seja isso.)
Ser livre é ir mais além: é buscar outro espaço, outras dimensões, é ampliar a órbita da vida. É não estar acorrentado. É não viver obrigatoriamente entre quatro paredes.
Por isso, os meninos atiram pedras e soltam papagaios. A pedra inocentemente vai até onde o sono das crianças deseja ir. (Às vezes, é certo, quebra alguma coisa, no seu percurso…).
Os papagaios vão pelos ares até onde os meninos de outrora (muito de outrora!…) não acreditavam que se pudesse chegar tão simplesmente, com um fio de linha e um pouco de vento!…
Acontece, porém, que um menino, para empinar um papagaio, esqueceu-se da fatalidade dos fios elétricos e perdeu a vida.
E os loucos que sonharam sair de seus pavilhões, usando a fórmula do incêndio para chegarem à liberdade, morreram queimados, com o mapa da Liberdade nas mãos!…
São essas coisas tristes que contornam sombriamente aquele sentimento luminoso da LIBERDADE. Para alcançá-la estamos todos os dias expostos à morte. E os tímidos preferem ficar onde estão, preferem mesmo prender melhor suas correntes e não pensar em assunto tão ingrato.
Mas os sonhadores vão para a frente, soltando seus papagaios, morrendo nos seus incêndios, como as crianças e os loucos. E cantando aqueles hinos que falam de asas, de raios fúlgidos – linguagem de seus antepassados, estranha linguagem humana, nestes andaimes dos construtores de Babel…”
  Cecília Meireles

11.30.2012

Câncer nos ossos

 A importância do diagnóstico precoce

Assim como os demais tipos de câncer, os tumores ósseos também são doenças derivadas do crescimento anormal de células em alguma parte do esqueleto e/ou dos tecidos que o recobrem.
Podem ser primários, quando se desenvolvem originalmente no próprio tecido musculoesquelético, ou secundários, quando provêm de algum outro tumor que se espalhou – processo conhecido como metástase.
As lesões primárias ocorrem com mais freqüência em crianças, adolescentes e adultos jovens, sobretudo do sexo masculino, tendo apresentações que variam conforme a célula envolvida, o tecido vizinho acometido e a área óssea afetada. As principais incluem o osteossarcoma, mais encontrado em ossos longos, como os do braço e os da perna, e o sarcoma de Ewing, mais comum em ossos chatos, a exemplo das costelas, da bacia e das vértebras.
Ao contrário da metástase óssea, que não está associada a altas taxas de mortalidade, os tumores primários costumam ser bastante agressivos e se disseminam rapidamente pelos órgãos e tecidos. Por essa razão, quanto mais precoce for seu diagnóstico, maior a sobrevida do portador da doença.
Felizmente, essas lesões são consideradas raras na população pediátrica, uma vez que representam 6% dos casos de câncer nesse grupo e têm uma incidência estimada em cinco casos a cada 1 milhão de crianças.
Causas e sintomas
O sintoma inicial do câncer de osso é o surgimento de dor na parte envolvida, que começa leve, melhora com analgésicos e aos poucos vai aumentando, tanto na intensidade quanto na duração, até se tornar persistente. Essa manifestação não piora com a atividade física e normalmente se intensifica à noite. Além da dor, metade dos portadores apresenta inchaço no local do tumor. Existe ainda a possibilidade de haver fraturas espontâneas.
Como de praxe, as causas do câncer de osso primário são pouco conhecidas. Estudos demonstram que crianças que possuem certas doenças genéticas provocadas por alterações em determinados genes, têm maior predisposição para desenvolver alguns tipos de tumores ósseos. Outras teorias sugerem que a exposição à radiação de qualquer tipo – mesmo a terapêutica – também esteja relacionada com o desenvolvimento desse câncer.
A hereditariedade igualmente é considerada um fator de risco, ou seja, o fato de haver algum caso na família. Já as metástases ósseas derivam de outros cânceres, especialmente os de mama, pulmão, rim, tiróide e próstata.
Exames e diagnósticos
O médico pode suspeitar do tumor ósseo diante de dor localizada e persistente, mas a localização da lesão invariavelmente requer um exame de imagem, como a radiografia e/ou a tomografia. A confirmação do câncer, no entanto, depende da realização de uma biópsia, pois existem também tumores benignos no osso.
Feito com anestesia local, esse exame consiste na retirada de um fragmento do tumor para posterior análise da natureza de suas alterações – se benigna ou maligna – e estudo de suas características. Uma vez confirmado o diagnóstico, outros exames de imagem são necessários para conhecer a extensão da doença e pesquisar eventuais metástases, a exemplo da ressonância magnética, da cintilografia óssea e, mais recentemente, do PET/CT, um método que combina em um mesmo aparelho a avaliação anatômica pela tomografia computadorizada e uma avaliação funcional dos tecidos envolvidos pela tomografia por emissão de pósitrons, o que permite uma análise muito mais acurada dos tumores.
Tratamento e prevenções
Como as causas dos tumores ósseos primários são desconhecidas, não há nenhuma medida de prevenção primária, ou seja, que as pessoas possam adotar por si próprias, para evitar a doença.
Para quem tem casos na família, no entanto, é recomendável manter um acompanhamento médico mais estrito, a fim de rastrear lesões suspeitas ainda no começo. Por sua vez, quem já teve um câncer curado em algum outro órgão, principalmente em mama, pulmão, rim, próstata e tiróide, não pode abrir mão de fazer as consultas e os exames de rotina, nos intervalos estabelecidos pelo oncologista. Esse cuidado não evita o surgimento de novos focos, mas torna possível identificar qualquer alteração ainda em seu estágio inicial.
Fonte: Assessoria de Médicos Fleury
É muito raro que um câncer comece diretamente em algum osso. Na maior parte dos casos, ele é derivado de uma metástase iniciada em outro órgão. Ainda assim é preciso atenção especial para os tumores primários, que começam nos ossos, como o osteossarcoma, o tumor de Ewing e o tumor de células gigantes. São mais comuns em adolescentes e jovens adultos, e começam com dores que tendem a ficar piores com o tempo. Em todos os casos, essa progressão pode mascarar, no início, a gravidade do problema. Por isso é importante conhecer os sinais que indicam a necessidade de procurar um médico, já que um simples exame de raio-x pode detectar a presença do tumor
 Os tumores ósseos malignos podem ser de diversos tipos e, para cada um deles há um tipo de tratamento e possibilidade de cura. Geralmente eles são tumores assintomáticos, ou seja, a pessoa não sente nada até que ele provoque problemas em fases avançadas, como fraturas patológicas (o osso tem uma determinada espessura, se tem um tumor dentro ele perde essa espessura e pode fraturar facilmente) e eventualmente dores articulares. O tratamento é cirúrgico, ou seja, é necessário remover o tumor e parte do osso acometido, seja essa remoção feita por uma amputação do membro afetado ou pela remoção do osso e a colocação de endopróteses (pinos e parafusos internos de titânio). Pode ser necessária complementação com quimioterapia. Há cura sim, desde que tratado com rapidez e o paciente esteja em boas condições de saúde.

Programação Fetal



O termo programação fetal refere-se ao processo pelo qual um estímulo ou insulto, quando ocorrido no período crítico do desenvolvimento, tem efeitos permanentes sobre a estrutura e as funções do organismo. Isso ocorre devido à plasticidade e sensibilidade a alterações do ambiente. 

Esse período crítico do desenvolvimento, para a maioria dos órgãos e sistemas humanos, ocorre especialmente na fase intrauterina. Nesta fase, a plasticidade do organismo requer uma modulação estável da expressão de genes, mediada principalmente por mecanismos epigenéticos, como metilação do DNA (ácido desoxirribonucleico) e modificações em histonas. Dessa maneira, o genoma (paterno e materno) e o epigenoma determinam a sensibilidade a fatores ambientais e o posterior risco de doenças.

Assim, a influência do ambiente intrauterino sobre a saúde do feto é explicada pelo conceito de programação fetal, no qual fez surgir a “origem fetal das doenças dos adultos”, também conhecida como a hipótese de Barker.  

Na fase intrauterina, as mães transmitem informações do ambiente externo, como o seu estado nutricional, através da placenta, e aos lactentes, através da lactação. Diversos estudos demonstraram que o crescimento do feto é o resultado do tamanho corpóreo da mãe e do fornecimento materno de nutrientes. A desnutrição no período fetal ou neonatal pode programar o indivíduo para um aumento ou preservação dos estoques de gordura corporal ao longo da vida. 

Neste sentido, as respostas fetais ou perinatais influenciam mudanças no metabolismo, produção hormonal, sensibilidade tecidual aos hormônios que afetam o desenvolvimento de vários órgãos, levando a alterações persistentes na homeostase metabólica dos filhos.

Portanto, esses conceitos demonstram a importância do questionamento e incentivo de estilo de vida materno mais saudável a fim de evitar doenças e garantir um melhor estado nutricional para seus descendentes.

Autora: Rita de Cássia Borges de Castro

Empresa dos EUA diz ter criado pão à prova de mofo


A nova técnica poderia reduzir significativamente a quantidade de pão desperdiçada, de acordo com seus criadores Foto: Getty Images A nova técnica poderia reduzir significativamente a quantidade de pão desperdiçada, de acordo com seus criadores
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Uma empresa americana diz ter desenvolvido uma técnica que poderia manter um pão livre de mofo por 60 dias. Segundo a empresa, chamada Microzap, para que isso seja possível, o pão é submetido a uma bateria de micro-ondas que matam os esporos causadores do mofo em uma espécie de forno metálico.
 
 
A nova técnica poderia reduzir significativamente a quantidade de pão desperdiçada, de acordo com seus criadores. Além disso, poderia ser utilizada para proteger uma ampla variedade de alimentos contra o mofo - incluindo frutas, vegetais e carnes de aves.
A alta taxa de desperdício de alimentos é um grande problema em muitos países.
 
A família americana joga fora em média 40% dos alimentos que compra - um total de US$ 165 bilhões (R$ 347 bilhões) por ano.
Na Grã-Bretanha, um terço dos pães comprados nas padarias e supermercados vai para o lixo, segundo o Departamento de Assuntos Ambientais, Alimentares e Rurais britânico (Defra, na sigla em inglês).
 
Tecnologia
No caso do pão, o mofo é a grande ameaça. Isso porque muitos pães são vendidos em sacos plásticos e a água que evapora deles faz com que o ambiente dentro da embalagem fique úmido, favorecendo o crescimento do Rhizopus stolonifer, o fungo que causa o mofo.
 
Em condições normais, um pão embolora em cerca de dez dias. A técnica da Microzap que evitaria isso foi desenvolvida no laboratório da empresa no campus da Texas Tech University, em Lubbock.
 
Don Stull, diretor-executivo da Microzap, diz que inicialmente o emissor de micro-ondas metálico foi desenvolvido para matar bactérias, como a da salmonela, mas os investigadores descobriram que poderiam matar os esporos que fazem o pão mofar em cerca de 10 segundos. "Tratamos uma fatia de pão com esse dispositivo e então checamos se havia mofo e comparamos com um grupo de controle", disse Stull. "Depois de 60 dias, o pão tinha tanto mofo como quando saiu do forno."
 
A máquina que destrói os esporos causadores de mofo usa uma tecnologia semelhante a dos micro-ondas comerciais, mas com algumas diferenças importantes, segundo Stull. A principal delas é que esse aparelho garantiria uma frequência de micro-ondas homogênea, sem os pontos quentes e frios dos micro-ondas que as pessoas têm em casa.
 
Interesse
O dispositivo desenvolvido pela Microzap atraiu o interesse de muitos fabricantes de pão. Mas alguns deles manifestaram preocupação sobre a possibilidade de que a adoção de tal técnica aumente os custos de uma indústria em que as margens já são muito estreitas.
Também não se sabe como os consumidores receberiam o pão resistente ao mofo - e poderia haver suspeitas sobre um pão que dura tanto tempo.
 
Stull reconhece que pode ser difícil convencer algumas pessoas dos benefícios desse pão, mas diz que muitas poderiam mudar de opinião ao perceber que o produto tem qualidade.
 
Ele também diz acreditar que essa tecnologia poderia permitir aos fabricantes de pão e outros alimentos evitar a adição de muitos conservantes em seus produtos - e também a adição de outras substâncias químicas que visam esconder o sabor desses conservantes.
 
A única fruta que o dispositivo da Microzap não foi capaz de "processar" eficazmente foi o melão, que terminou se danificando durante o processo.

Bispo best-seller

Autobiografia de Edir Macedo é o livro mais vendido no Brasil e bate recordes no exterior. Em "Nada a Perder", fundador da Igreja Universal diz que sofreu bullying, afirma que sua sina é barrar os católicos e conta como a prisão influenciou sua vida

Mário Simas Filho

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LIDERANÇA
Estudiosos afirmam que os mesmos fiéis que Macedo consegue atrair em
cultos como o realizado no Maracanã (acima) são potenciais compradores de seus livros
Acusações de charlatanismo, curandeirismo e enriquecimento com a exploração da fé dos mais humildes não impediram a Igreja Universal do Reino de Deus de se transformar em um dos maiores fenômenos religiosos das últimas décadas. Nem mesmo a prisão de seu principal líder interrompeu o crescimento da denominação evangélica criada por Edir Macedo há 35 anos e hoje presente em 182 países. Certamente o contingente de fiéis conquistados pela IURD é que levou seu fundador a ser o principal protagonista de outro fenômeno que vem ocorrendo no Brasil desde 30 de agosto e na semana passada começou a ecoar também no Exterior. Trata-se de um fenômeno editorial. “Nada a Perder”, primeiro livro da trilogia autobiográfica de Edir Macedo, lançado pela Editora Planeta há menos de três meses, já vendeu mais de 350 mil exemplares e ostenta o título de livro mais vendido no Brasil em 2012, de acordo com o portal Publishnews, referência para o mercado editorial. A biografia do bispo superou o best-seller mundial “50 Tons de Cinza” e deixou para trás as biografias de Eike Batista, Danuza Leão e Steve Jobs.
Com uma eficiente estratégia de divulgação, os lançamentos feitos em diversas cidades atraem milhares de pessoas. No sábado 10, por exemplo, mais de 25 mil exemplares de “Nada a Perder” foram vendidos apenas na livraria Nobel do Shopping Metrô Tatuapé, em São Paulo (leia quadro à pág. 71). Na última semana, Edir Macedo começou a fazer os lançamentos internacionais, com eventos na Argentina, Colômbia e Venezuela. O resultado surpreendeu até os discípulos mais próximos. No sábado 17, em dez horas foram vendidos 56,3 mil exemplares na centenária livraria El Ateneo, em Buenos Aires, um recorde na história do mercado editorial argentino, segundo Antônio Dalto, gerente-comercial da rede de livrarias El Ateneo. “Um líder carismático tende a agregar pessoas e qualquer coisa que ele lançar será disputada por seus admiradores”, diz o professor de pós-graduação em ciências da religião da Universidade Metodista de São Paulo, Leonildo Silveira Campos. “Vivemos em uma sociedade que gera tristeza e depressão. Com isso, as pessoas buscam falas confortantes como as que são feitas por Edir Macedo”, avalia João Batista Libanio, da Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia de Belo Horizonte (MG).
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NA CADEIA
O bispo responsabiliza os líderes católicos pelos 11 dias que passou
na prisão acusado de charlatanismo, curandeirismo e estelionato
Com a publicação de sua autobiografia, Macedo provavelmente provocará algumas polêmicas. Ele afirma, por exemplo, que “a sina da Universal é barrar a Igreja Católica”. O bispo conta que ainda jovem ocupava um emprego público na Loteria do Rio de Janeiro, obtido com o auxílio do ex-governador Carlos Lacerda, com quem a família tinha alguma proximidade. Era uma mistura de contínuo com auxiliar de escritório, que determinado dia, levando ao pé da letra uma ordem interna, impediu a entrada de um monsenhor, enviado pelo arcebispo para recolher dinheiro que na época algumas sociedades católicas recebiam das loterias. “Eu barrei a Igreja Católica naquele dia”, diz Macedo. “E, simbolicamente, seria um prenúncio do que se tornaria a sina da Igreja Universal ao longo dos anos.”
No livro, o bispo detalha os questionamentos sobre si mesmo desde a infância até a vida adulta. “Nada a Perder”, no entanto, é mais do que uma leitura sobre o interior de Edir Macedo. Ele não poupa as demais religiões, inclusive evangélicas, e dispara forte contra os católicos, cujos líderes são apontados como os principais responsáveis por seus infortúnios. No capítulo em que narra os 11 dias em que passou na prisão acusado de charlatanismo, curandeirismo e estelionato, em 1992, Macedo assegura ter sido alvo de perseguição do “Clero Romano”. “Eram políticos de prestígio, empresários da elite econômica e social, intelectuais, juízes, desembargadores e outras autoridades do Poder Judiciário que tomavam decisões sob a influência do alto comando católico.”
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EM FAMÍLIA
Com a mulher, Ester, as filhas, Viviane e Cristiane, e o filho adotivo, Moyses: reunião cada vez mais rara
Edir Macedo nasceu em um lar católico e durante anos foi devoto de São José. Fez seus primeiros contatos com espíritas e evangélicos a partir do sofrimento vivido por uma irmã asmática e, no livro, relaciona uma série de frustrações com o Vaticano. Lembra o dia em que, com 15 anos, foi levado pelos pais para cultuar a imagem de Jesus morto em uma Sexta-Feira Santa e saiu assustado com a violência expressa naquela imagem. Macedo também se recorda que, depois de frequentar alguns cultos evangélicos em uma igreja chamada Nova Vida, destruiu as imagens e medalhinhas religiosas que carregara consigo. “Botei todos aqueles objetos no chão, fitei os olhos deles e, apontando o dedo com desdém, desabafei: ‘Desgraçados! Vocês me enganaram!’, gritava, pisando com raiva naqueles pedaços de papel e na gargantilha.”
“A história do bispo Edir Macedo é um relato que pode ajudar a explicar um dos maiores fenômenos sociológicos da história recente do País”, diz o jornalista Douglas Tavolaro, vice-presidente de Jornalismo da Rede Record e coautor do livro, produzido a partir de mais de 100 horas de conversas gravadas e intensa pesquisa jornalística. Em 237 páginas, o fundador da Universal transcreve e interpreta de forma bem popular uma infinidade de passagens bíblicas. Mas, àqueles que buscam explicações mais racionais para a liderança de um pastor que em 35 anos construiu uma das maiores igrejas do mundo, não são raras as passagens compostas por argumentos absolutamente terrenos para falar sobre a multiplicação de templos e de fiéis. Macedo deixa claro, por exemplo, que um dos segredos da Universal é a sua inserção social, principalmente no que diz respeito à recuperação de criminosos e no atendimento à saúde. “A Igreja Universal permite ao Estado economizar bilhões em tratamento hospitalar e na ressocialização de presos”, descreve o bispo, que reafirma a ocorrência de milagres em seus templos. Duas passagens chamam a atenção. Na primeira, Macedo conta a história de duas mulheres adornadas usando roupas de grife que passeavam em uma rua conhecida pelo comércio de luxo em São Paulo. Na conversa, ambas se referiam a ele como um charlatão. Durante o diálogo, narra o pastor, teriam sido interrompidas por um homem que escutara o bate-papo e não se fez de rogado ao abordá-las. “Me desculpe, mas as madames não sabem o que dizem sobre esse homem”, afirmara o rapaz. “Não fosse por ele, as senhoras estariam sendo assaltadas agora. Sou ex-bandido. E fui recuperado por Deus na Igreja Universal.”
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Em outra passagem, Macedo conta que um taxista atendeu um senhor no Rio de Janeiro. Durante o trajeto, o motorista começou a falar mal das igrejas evangélicas. O passageiro, segundo narrado no livro, pediu que o taxista parasse onde estavam, pagou a corrida até aquele ponto e ao descer do carro teria dito ao motorista: “O senhor está com Deus. Até bem pouco tempo eu era assaltante de táxi e se não fosse o trabalho da Universal o senhor seria assaltado por mim e quem sabe não seria até assassinado.” A ênfase dada ao trabalho com a população carcerária, segundo o próprio bispo, veio após a sua experiência. No livro, Macedo revela que, apesar de permanecer 11 dias em uma cela especial, teve que dormir no chão em um colchonete fino e diz que não sucumbiu graças às manifestações dos fiéis na porta da delegacia. “Na cadeia o ar pesava. O cheiro forte incomodava. Foi possível entender a revolta da população carcerária no Brasil”, afirma o bispo.
Sem nenhum compromisso com a cronologia dos fatos, o bispo conta pela primeira vez que sofreu bullying na infância em razão de um problema físico nas mãos. Seus dedos indicadores são tortos, os polegares finos e todos se movem pouco. “Muitas vezes senti um certo complexo de inferioridade, me considerava o patinho feio da escola e até da família. Sempre fui motivo de zombaria. Muitos adultos e meninos da minha idade me chamavam de dedinho.” O bispo lembra ainda que adolescente chegava a ironizar os evangélicos da Assembleia de Deus que se reuniam para orar no campo do São Cristóvão. “Aleluia, aleluia! Como no prato e bebo na cuia”, gritava o garoto Edir Macedo, enquanto corria de bicicleta ao redor do culto evangélico e ainda carregava uma medalhinha no pescoço.
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No mês que vem, “Nada a Perder” será lançado na Espanha e em Portugal. Em janeiro, será a vez de França, Estados Unidos, México, Angola, Moçambique, África do Sul e Inglaterra. Os outros dois livros autobiográficos serão lançados em 2013 e 2014. No segundo, Edir Macedo diz que irá revelar as suas relações com os políticos e empresários e, no último, detalhar a compra da Rede Record.
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Confira aqui a entrevista exclusiva com o bispo
Colaborou Natália Martino

Ministro da Educação defende "punição exemplar" a servidores

Funcionários são suspeitos de favorecer faculdade de propriedade da família de diretor de agência

Terra

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O ministro da Educação, Aloisio Mercadante, afirmou nesta quinta-feira que a pasta deve terminar em no máximo uma semana uma sindicância com uma "punição exemplar" dos servidores citados pela Operação Porto Seguro, da Polícia Federal (PF). Eles são suspeitos de favorecer uma faculdade de propriedade da família de Paulo Vieira, diretor da Agência Nacional de Águas (ANA), preso desde a última sexta-feira.

"Pretendemos terminar essa sindicância no máximo em uma semana. Os dois serão punidos de forma exemplar, tenho convicção disso. Vamos fazer uma auditoria completa na faculdade que foi mencionada na investigação", disse, em referência à Facic, instituição da cidade de Cruzeiro (SP). As investigações da PF apontaram que o servidor do banco de dados do ministério Márcio Alexandre Barbosa Lima e o assessor da consultoria jurídica da pasta Esmeraldo Malheiros teriam ajudado a Facic a alterar dados para conseguir mais recursos em programas do governo federal.

"A senha era só uma senha consultiva, ele não podia alterar nenhum dado, a alteração que foi feita foi feita com os dados sócio-financeiros da própria instituição, e ela tinha condições para isso, mas rompeu o sigilo profissional. E o outro tinha uma intimidade com o esquema, (...) era um servidor de carreira, estava há 30 anos no MEC, mas lamentavelmente se envolveu e há indícios muito consistentes que ele recebeu recursos em dinheiro pelo serviço que ele prestava", disse Mercadante, após evento no Palácio do Planalto.

O ministro ressaltou que uma eventual demissão só pode ser definida pela comissão de sindicância. "Não posso adiantar (se serão demitidos) porque compete à comissão de sindicância. Se eu tivesse na comissão de sindicância, eu não teria nenhuma dúvida de que eles seriam demitidos", garantiu.

Operação Porto Seguro

Deflagrada em 23 de novembro de 2012, a operação Porto Seguro, da Polícia Federal, investiga um esquema de favorecimento de interesses privados em processos públicos. As agências nacionais de Transportes Aquaviários (Antaq), de Águas (ANA), e de Aviação Civil (Anac), a Advocacia-Geral da União (AGU), a Secretaria do Patrimônio da União (SPU), o Tribunal de Contas da União (TCU), a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos e o Ministério da Educação (MEC) estão entre os órgãos envolvidos na operação.

Foram cumpridos mandados de busca e apreensão nas cidades de Cruzeiro (SP), Dracena (SP), Santos (SP), São Paulo e Brasília. Dezoito pessoas foram indiciadas suspeitas de participação no esquema, entre elas a chefe de gabinete da Presidência em São Paulo, Rosemary Novoa de Noronha, e o advogado-geral adjunto da União, José Weber de Holanda Alves.

As investigações apontam que os acusados cometeram crimes de corrupção ativa e passiva, tráfico de influência, falsidade ideológica, falsificação de documento particular, violação de sigilo funcional e formação de quadrilha. A presidente Dilma Rousseff determinou a exoneração ou afastamento de todos os servidores envolvidos.

A nova guerra dos medicamentos

Indústria brasileira se prepara para lançar no mercado cópias de drogas de última geração usadas para doenças como câncer e artrite reumatoide. Mas a polêmica é se elas serão tão eficazes quanto as originais

Fabíola Perez, Laura Daudén e Monique Oliveira

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ACORDOS
Odnir, da Bionovis, busca ajuda internacional para fabricar os biossimilares
Está dada a largada para a nova era da produção de cópias de remédios no País. Expiram, agora em 2012, as patentes de remédios biológicos ? feitos a partir de organismos vivos, como bactérias. Eles são usados para prolongar e melhorar a qualidade de vida de portadores de doenças graves, como o câncer. Até 2020, outras dezenas de patentes cairão. Entre elas estão a da Herceptina, usada contra tumor de mama, do Mabthera, para linfoma não Hodgkin, do Remicade, para artrite reumatoide, do Xolair, para asma, e do Lucentis, para degeneração macular relacionada à idade.
São medicações caras ? há doses que podem chegar a até R$ 50 mil ? e que, por isso mesmo, têm um impacto de R$ 6 bilhões anuais no orçamento público. Espera-se, portanto, que a queda das patentes abale favoravelmente as contas de planos de saúde e do SUS e torne esses remédios, em geral mais eficazes, acessíveis a uma parcela maior da população.
Porém, o quadro estabelecido denuncia que a questão é mais complexa do que parece. O grande desafio está em saber se as cópias terão a mesma eficácia e segurança que as drogas de referência. Isso porque, neste caso, o processo de produção dos remédios de marca é muito diferente do aplicado para fabricar as drogas convencionais, das quais hoje é possível encontrar seus genéricos nas farmácias.
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Os biológicos são feitos a partir de anticorpos produzidos por seres vivos modificados geneticamente para gerar mecanismos de defesa equivalentes aos humanos. Diferente, portanto, de moléculas sintéticas, criadas em laboratório, como as que originam os remédios comuns. Até lotes de biológicos de uma mesma empresa não são totalmente iguais entre si. ?É impossível produzir duas moléculas idênticas?, diz Valdair Pinto, consultor da indústria farmacêutica. Por essa razão, uma cópia de um biológico nunca será igual ao seu correspondente original. É por esse motivo que elas são chamadas de biossimilares e não de genéricos ? esses sim cópias idênticas das drogas de referência.
Como comprovar, então, a eficácia das cópias? Com testes ? incluindo os clínicos ? semelhantes aos feitos para aprovação da droga original, além de um exame de comparabilidade para determinar se sua eficácia é igual ou superior ao de referência. ?Mas a legislação não esclarece se a estrutura molecular do biossimilar deve ser igual à do seu biológico de referência?, diz Denizar Vianna, presidente do Centro Latino-Americano de Pesquisa em Biológicos.
Um dos problemas que podem ocorrer com o uso dos biológicos ? originais ou não ? é a reação descontrolada do sistema imunológico, que pode reconhecê-los como substâncias estranhas. O resultado é a intolerância ao tratamento. Isso é particularmente importante para as doenças que acometem o sistema de defesa, como o linfoma e a leucemia. ?Estamos atentos a tudo o que envolve essas drogas?, diz Merula Steagall, presidente da Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia.
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Na indústria brasileira, há intensa movimentação para que se consiga produzir remédios de tamanha sofisticação. ?A ação de drogas como essas depende de uma fabricação rigorosa, de alto controle?, diz o reumatologista Valderílio Feijó Azevedo, coordenador do Fórum Latino-Americano de Biossimilares. Mas aqui, novamente, apresenta-se outro desafio: a capacitação da mão de obra. Estima-se que nos EUA existam 800 mil cientistas envolvidos com biotecnologia ? área na qual são feitas as medicações ? , enquanto no Brasil esse número não ultrapassa os dez mil. Diante desse cenário, as empresas se viram impelidas a unir forças para bancar o início da produção dos biossimilares. Foi criada a Bionovis, formada pela ESM, Aché, Hypermarcas e União Química, e a Orygen Biotecnologia, formada pela Eurofarma, Cristália, Biolab e Libbs.
A Orygen não anunciou seu investimento e produção. A Bionovis divulgou o investimento de R$ 500 milhões, destinados à produção de cópias do etanercepte, utilizado na artrite reumatoide, e do rituximabe, para o linfoma não Hodgkin. Outras sete drogas estão na lista da companhia. ?Estamos firmando acordos com empresas internacionais que detêm o know-how necessário à produção?, diz Odnir Sinotti, presidente do laboratório. Na opinião de Sarah Rickwood, consultora da IMS, empresa especializada na análise de mercados de saúde, o início da produção no Brasil pode representar um avanço na geração de conhecimento. ?Diferentemente da fabricação dos genéricos, a pesquisa necessária para a fabricação de biossimilares pode ser uma oportunidade para o Brasil produzir, inclusive, drogas melhores do que as originais?, diz.
Algumas iniciativas nesse sentido estão em curso. A Confederação Nacional da Indústria e o Senai fecharam duas parcerias de peso para a formação de profissionais: com o americano Massachusetts Institute of Technology e a alemã Fundação Fraunhofer, instituição de apoio à indústria. No ano que vem, as instituições deverão criar por aqui 23 institutos de inovação em áreas como a biotecnologia. Na mesma linha, o Brasil está firmando convênios com outros países para a transferência de tecnologia, como é o caso dos contratos firmados entre a Fundação Osvaldo Cruz, no Rio de Janeiro, e o governo cubano para a produção nacional do interferon-alfa, já usado para o tratamento de hepatites virais e alguns tipos de câncer.
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Apesar do alto investimento das empresas brasileiras, eles serão menores do que os despendidos pelos laboratórios que inicialmente criaram essa tecnologia. A Roche, um dos fabricantes que sentirão o abalo com a quebra das patentes, por exemplo, investiu R$ 900 milhões no Avastin, contra o câncer de mama e de colo do útero e cuja patente cai em 2018. Isso é quase o dobro de todo o capital da Bionovis, que produzirá nove biossimilares. A empresa teve 20 anos para explorar o mercado. Agora, acompanha o surgimento dos biossimilares com cautela. ?É preciso ficar atento em relação à segurança desses remédios. Não se pode pular etapas na sua produção?, disse à ISTOÉ Thomas Schreitmueller, gerente de pesquisa e controle de qualidade de produtos biotecnológicos do laboratório.
Feitas as contas, estima-se que o impacto na redução final nos preços dos biológicos será de 25%, margem bem menor que os quase 80% de diminuição a que chegaram os preços dos genéricos. De toda forma, trata-se de uma redução que, espera-se, beneficiará pacientes como Tatiana Margarida dos Santos, 33 anos, de Curitiba ? desde que as cópias apresentem igual eficácia dos de referência, é claro. Ela tem psoríase (doença crônica inflamatória da pele) e usa o etanercepte. Conseguiu acesso a droga após enfrentar muita burocracia. ?Tinha usado porque fiz parte de um estudo clínico. Porém a pesquisa acabou e havia ficado sem o remédio?, lembra.
Foto: Thiago Bernardes/Frame; Rodrigo Castro; Adriano Machado/Ag. Istoé

Alimentação ajuda a desacelerar inflação do consumidor

Índice de Preços ao Consumidor passou de 0,58% em outubro para 0,33% em novembro

AE

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A principal contribuição para a desaceleração do Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que passou de 0,58% em outubro para 0,33% em novembro, veio do grupo Alimentação, que variou de 1,08% para 0,08% no período. Os dados, divulgados nesta quinta-feira pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) dentro do fechamento do Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M), mostram que nessa classe de despesas o destaque ficou com o item carnes bovinas (de 3,05% para -1,06%), hortaliças e legumes (de -6,34% para -11,98%) e arroz e feijão (de 6,36% para 1,91%).

Já os itens que exerceram as maiores influências negativas no IPC foram tomate (de -19,44% para -31,67%), cebola (de 4,62% para -11,50%), cenoura (de -18,85% para -17,02%), batata-inglesa (de 13,93% para -5,98%) e carne moída (de 3,35% para -3,65%).

Os itens que apresentaram as maiores influências positivas no IPC foram tarifa de eletricidade residencial (de -0,07% para 0,97%), refeições em bares e restaurantes (de 0,66% para 0,47%), gasolina (de 0,53% para 0,90%), condomínio residencial (de 0,35% para 1,04%) e sanduíches (de 0,54% para 2%).

Também foram registrados decréscimos nas taxas de variações de outras três classes de despesa do IPC de outubro para novembro: comunicação (de 0,69% para 0,08%), vestuário (de 0,82% para 0,77%) e despesas diversas (de 0,41% para 0,20%). Os itens que mais contribuíram para estes movimentos foram tarifa de telefone móvel (de 1,72% para 0,73%), roupas (de 0,73% para 0,67%) e serviço religioso e funerário (de 1,42% para 0,23%).

Em contrapartida, os grupos educação, leitura e recreação (de 0,18% para 0,50%), transportes (de 0,21% para 0,25%), saúde e cuidados pessoais (de 0,48% para 0,50%) e habitação (de 0,46% para 0,47%) apresentaram acréscimo em suas taxas de variação. Para essas classes de despesa, destaque para o comportamento dos preços dos itens excursão e tour (de -2,02% para 1,67%), gasolina (de 0,53% para 0,90%), medicamentos em geral (de 0,07% para 0,32%) e tarifa de eletricidade residencial (de -0,07% para 0,97%).

Rosemary diz que Lula parece "um velho caquético"


 
A ex-chefe de escritório da Presidência em São Paulo Rosemary Noronha aparece em um diálogo interceptado pela Polícia Federal dizendo que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, à época se recuperando de um câncer, estava parecendo "um velho caquético". Na conversa com Paulo Vieira, ex-diretor da Agência Nacional de Águas (ANA), de maio deste ano, ela se mostra preocupada com a imagem que Lula estaria passando. "É, eu já falei pra ele. Ele tem que parar de se expor em público enquanto a perna dele não ficar boa. Ele levou um tombo domingo passado dentro de casa. Ele tá parecendo um velho caquético", disse ela se referindo ao ex-presidente. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.
A constatação sobre a imagem de Lula se deu depois que Vieira comentou ter achado o ex-presidente abatido em um evento. 
 Do Portal Terra
 
Nota : A velha mídia tá doida pra arranjar alguma coisa para incriminar o Lula.  Aí  a ex-chefe do escritório da presidencia dando mole.

Ex-chefe do FMI chega a acordo com camareira em caso de estupro


Dominque Strauss-Kahn, ex-diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), e a camareira que o acusou de abuso sexual chegaram a um acordo sobre a ação civil movida pela empregada de um hotel de Manhattan, informou na quinta-feira o The New York Times. Segundo o jornal, que cita fontes "ligadas ao caso", Strauss-Kahn e a camareira Nafissatou Diallo "chegaram a um acordo para encerrar o caso".
O jornal não revelou se houve um acordo financeiro entre as partes. No entanto, segundo o jornal francês Le Monde em sua edição datada de sábado, que cita confidências do ex-diretor do FMI a pessoas próximas, Strauss-Kahn terá que pagar US$ 6 milhões a Diallo. "Dominique Strauss-Kahn, que se deslocou pessoalmente a Nova York em várias ocasiões nos últimos meses, confirmou a várias pessoas próximas que, no fim do verão (europeu), foram concluídos os pontos principais do acordo", escreve o jornal.

Do Portal Terra

Abbas celebra votação na ONU e fala em independência da Palestina

Organização concedeu status de Estado observador ao território

AFP

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O presidente Mahmud Abbas qualificou de "passo histórico para a independência" a votação da Assembleia Geral das Nações Unidas que nesta quinta-feira concedeu à Palestina o status de Estado observador da ONU.

Abbas, que antes da votação havia chamado o status de "certidão de nascimento" do Estado palestino, admitiu que ainda há "um longo caminho" pela frente e propôs ao Hamas, que domina a Faixa de Gaza, o fim das divisões.

Abbas foi apresentado pelo chanceler da Turquia, Ahmet Davutoglu, como "presidente do Estado da Palestina", durante uma recepção em Nova York após a histórica votação.

"Certamente hoje é um dia histórico. Hoje demos um passo para a independência da Palestina", disse Abbas para diplomatas e jornalistas. "Amanhã começaremos a verdadeira guerra. Temos um longo e difícil caminho para percorrer. Não quero omitir a vitória de hoje, mas o caminho pela frente é difícil".

"Estamos comprometidos em obter nossos direitos através da paz e de negociações e não temos medo de continuar realizando qualquer esforço possível para atingir nosso objetivo de forma pacífica".

"Internamente, os palestinos têm uma ferida, a divisão, e agora é o momento de acabar com isto, é o momento da reconciliação entre os palestinos", concluiu Abbas.

Palestinos comemoram com tiros e fogos de artifício

Tiros de fuzil automático para o ar, fogos de artifícios e abraços: as ruas palestinas acolheram com euforia a ascensão da Palestina, na noite de quinta-feira, ao status de Estado observador não-membro das Nações Unidas.

"Estou tão feliz, não consigo usar palavras para exprimir meus sentimentos. É um pouco como se tivemos saído de um longo túnel. Ter um Estado palestino nos une novamente", disse Leila Jalman, uma Américo-Palestina, no meio da multidão reunida na praça Yasser Arafat em Ramallah.

Leila segurava dois retratos: o do presidente Mahmud Abbas e outro de seu antecessor, Arafat, líder histórico do movimento nacional palestino.

No momento em que, no auditório da Assembleia Geral em Nova York, o placar eletrônico exibia "138 a favor, 9 contra, 41 abstenções", a alegria explodiu em Ramallah e na faixa de Gaza. "Allah Akbar" (Deus é grande), cantou a multidão.

Os tiros tomam conta de Ramallah, os carros buzinam nas grandes ruas de Jerusalém-Leste anexada, e, em Belém, na Cisjordânia, os sinos das igrejas tocaram para marcar o acontecimento.

Fogos de artifícios das cores palestinas, vermelho, verde, preto e branco, iluminam o céu da velha cidade de Jerusalém.

"Estou muito feliz que o status de Estado (observador) tenha sido adotado, mesmo que seja apenas uma vitória moral", afirmou Rachid al-Kor, de 39 anos, em Ramallah.

"É claro que estou feliz. Nós vamos finalmente ser um Estado. A mudança pode até ser lenta no território mas com certeza ela virá", se entusiasmou Rim Maloch, de 26 anos, a bandeira nacional pintado no rosto.

Um sentimento compartilhado mais cedo por Ghanem Rouzayqat, vindo de Hebron (sul): "Com o novo status da Palestina na ONU, finalmente temos valor para a comunidade internacional".

"Esse status só traz benefícios. Nós vamos poder acionar a Tribunal Penal Internacional (TPI) e mostrar ao resto do mundo o que Israel nos faz passar", comemora esse jovem dentista.

Nasa desmente 'fim do mundo' e alerta sobre suicídios

Cientistas rebatem rumores na internet; um deles diz receber cartas de crianças que cogitam se matar e menciona caso de pais que pensam em assassinar filhos por acreditar em rumores do apocalipse.

Da BBC
57 comentários
Após receber uma enxurrada de cartas de pessoas seriamente preocupadas com teorias que preveem o fim do mundo no dia 21 de dezembro de 2012, a agência espacial americana (Nasa) resolveu 'desmentir' esses rumores na internet.
Nesta quarta-feira (28), a Nasa fez uma conferência online com a participação de diversos cientistas. Além disso, também criou uma seção em seu website para desmentir que haja indícios de que um fim do mundo esteja próximo.
Segundo o astrobiologista David Morrison, do Centro de Pesquisa Ames, da Nasa, muitas das cartas expondo preocupações com as teorias apocalípticas são enviadas por jovens e crianças.
Alguns dizem até pensar em suicídio, de acordo com o cientista, que também mencionou um caso, reportado por um professor, de um casal que teria manifestado intenção de matar os filhos para que eles não presenciassem o apocalipse.
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Nasa desmente 'fim do mundo' e alerta sobre suicídios (Foto: AFP/Nasa)Nasa desmente 'fim do mundo' e alerta sobre suicídios (Foto: AFP/Nasa)
'Estamos fazendo isso porque muitas pessoas escrevem para a Nasa pedindo uma resposta (sobre as teorias do fim do mundo). Em particular, estou preocupado com crianças que me escrevem dizendo que estão com medo, que não conseguem dormir, não conseguem comer. Algumas dizem que estão até pensando em suicídio', afirmou Morrison.
'Há um caso de um professor que disse que pais de seus alunos estariam planejando matar seus filhos para escapar desse apocalipse. O que é uma piada para muitos e um mistério para outros está preocupando de verdade algumas pessoas e por isso é importante que a Nasa responda a essas perguntas enviadas para nós.'
Calendário maia
Um desses rumores difundidos pela internet justifica a crença de que o mundo acabará no dia 21 dizendo que essa seria a última data do calendário da civilização maia.
Outro rumor tem origens em textos do escritor Zecharia Sitchi dos anos 1970. Segundo tais teorias, documentos da civilização Suméria, que povoou a Mesopotâmia, preveriam que um planeta se chocaria com a Terra. Alguns chamam esse planeta de Nibiru. Outros de Planeta X.
'A data para esse suposto choque estava inicialmente prevista para maio de 2003, mas como nada aconteceu, o dia foi mudado para dezembro de 2012, para coincidir com o fim de um ciclo no antigo calendário maia', diz o site da Nasa.
Sobre o fim do calendário maia, a Nasa esclarece que, da mesma forma que o tempo não para quando os 'calendários de cozinha' chegam ao fim, no dia 31 de dezembro, não há motivo para pensar que com o calendário maia seria diferente - 21 de dezembro de 2012 também seria apenas o fim de um ciclo.
A agência espacial americana enfatiza que não há evidências de que os planetas do sistema solar 'estejam se alinhando', como dizem algumas teorias, e diz que, mesmo que se isso ocorresse, os efeitos sobre a Terra seriam irrelevantes. Também esclarece que não há indícios de que uma tempestade solar possa ocorrer no final de 2012 e muito menos de que haja um planeta em rota de colisão com a Terra.
'Não há base para essas afirmações', diz. 'Se Nibiru ou o Planeta X fossem reais e estivessem se deslocando em direção à Terra para colidir com o planeta em 2012, astrônomos já estariam conseguindo observá-lo há pelo menos uma década e agora ele já estaria visível a olho nu', diz o site da Nasa.
G1

Casa-grande e Senzala

Por Mino Carta

A traição ao PT

Dizia um velho e caro amigo que a corrupção é igual à graxa das engrenagens: nas doses medidas põe o engenho a funcionar, quando é demais o emperra de vez. Falava com algum cinismo e muita ironia. Está claro que a corrupção é inaceitável in limine, mas, em matéria, no Brasil passamos da conta.
Permito-me outra comparação. A corrupção à brasileira é como o solo de Roma: basta cavar um pouco e descobrimos ruínas. No caso de Roma, antigos, gloriosos testemunhos de uma grande civilização. Infelizmente, o terreno da política nativa esconde outro gênero de ruínas, mostra as entranhas de uma forma de patrimonialismo elevado à enésima potência.

Constatação. Apresentamos o verdadeiro relator da CPI do Cachoeira. Foto: Monique Renne/ D.A Press
A deliberada confusão entre público e privado vem de longe na terra da casa-grande e da senzala e é doloroso verificar que, se o País cresce, o equívoco fatal se acentua. A corrupção cresce com ele. Mais doloroso ainda é que as provas da contaminação até os escalões inferiores da administração governamental confirmem o triste destino do PT. No poder, porta-se como os demais, nos quais a mazela é implacável tradição.
Assisti ao nascimento do Partido dos Trabalhadores ainda à sombra da ditadura. Vinha de uma ideia de Luiz Inácio da Silva, dito Lula, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo até ser alvejado por uma chamada lei de segurança nacional. A segurança da casa-grande, obviamente.
Era o PT uma agremiação de nítida ideo­logia esquerdista. O tempo sugeriu retoques à plataforma inicial e a perspectiva do poder, enfim ao alcance, propôs cautelas e resguardos plausíveis. Mantinha-se, porém, a lisura dos comportamentos, a limpidez das ações. E isso tudo configurava um partido autêntico, ao contrário dos nossos habituais clubes recreativos.
O PT atual perdeu a linha, no sentido mais amplo. Demoliu seu passado honrado. Abandonou-se ao vírus da corrupção, agora a corroê-lo como se dá, desde sempre com absoluta naturalidade, com aqueles que partidos nunca foram. Seu maior líder, ao se tornar simplesmente Lula, fez um bom governo, e com justiça ganhou a condição de presidente mais popular da história do Brasil. Dilma segue-lhe os passos, com personalidade e firmeza. CartaCapital apoia a presidenta, bem como apoiou Lula. Entende, no entanto, que uma intervenção profunda e enérgica se faça necessária PT adentro.
Tempo perdido deitar esperança em relação a alguma mudança positiva em relação ao principal aliado da base governista, o PMDB de Michel Temer e José Sarney. E mesmo ao PDT de Miro Teixeira, o homem da Globo, a qual sempre há de ter um representante no governo, ou nas cercanias. Quanto ao PT, seria preciso recuperar a fé e os ideais perdidos.
Cabe dizer aqui que nunca me filiei ao PT como, de resto, a partido algum. Outro excelente amigo me define como anarcossocialista. De minha parte, considero-me combatente da igualdade, influenciado pelas lições de Antonio Gramsci, donde “meu ceticismo na inteligência e meu otimismo na ação”. Na minha visão, um partido de esquerda adequado ao presente, nosso e do mundo, seria de infinda serventia para este País, e não ouso afirmar social-democrático para que não pensem tucano.
O PT não é o que prometia ser. Foi envolvido antes por oportunistas audaciosos, depois por incompetentes covardes. Neste exato instante a exibição de velhacaria proporcionada pelo relator da CPI do Cachoeira, o deputado petista Odair Cunha, é algo magistral no seu gênero. Leiam nesta edição como se deu que ele entregasse a alma ao demônio da pusilanimidade. Ou ele não acredita mesmo no que faz, ou deveria fazer?
Há heróis indiscutíveis na trajetória da esquerda brasileira, poucos, a bem da sacrossanta verdade factual. No mais, há inúmeros fanfarrões exibicionistas, arrivistas hipócritas e radical-chiques enfatuados. Nem todos pareceram assim de saída, alguns enganaram crédulos e nem tanto. Na hora azada, mostraram a que vieram. E se prestaram a figurar no deprimente espetáculo que o PT proporciona hoje, igualado aos herdeiros traidores do partido do doutor Ulysses, ou do partido do engenheiro Leonel Brizola, ­obrigados, certamente, a não descansar em paz.
Seria preciso pôr ordem nesta orgia, como recomendaria o Marquês de Sade, sem descurar do fato que algo de sadomasoquista vibra no espetáculo. Não basta mandar para casa este ou aquele funcionário subalterno. Outros hão de ser o rigor, a determinação, a severidade. Para deixar, inclusive, de oferecer de graça munição tão preciosa aos predadores da casa-grande.

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Presidenta Dilma respeita os contratos e veta as mudanças nas regras.

Dilma veta mudanças na divisão da renda do petróleo sobre royalties

FLÁVIA FOREQUE
VALDO CRUZ
DE BRASÍLIA
Depois de sinalizar publicamente a intenção de "respeito a contratos" na análise da lei de divisão dos royalties do petróleo, a presidente Dilma decidiu ontem vetar o artigo do projeto aprovado na Câmara dos Deputados que muda as regras de distribuição desses tributos referentes a campos em exploração.
Com o veto, fica mantida a legislação atual que destina a maior parcela dos royalties dos campos em exploração aos Estados e municípios produtores, como defendiam o Rio e o Espírito Santo.
Pela regra atual, os grandes Estados produtores, por exemplo, ficam com 26,25% dos royalties. Os não produtores recebem apenas 1,76%.
Com isso, saem derrotados os Estados e municípios não produtores, responsáveis pela aprovação do projeto no Congresso que mudava essa divisão da receita. O texto reduzia a parcela dos Estados produtores para 20%.
Quanto às regras de exploração dos futuros campos de petróleo do pré-sal, o governo decidiu manter o que foi aprovado no Congresso. O texto fixa em 15% a alíquota dos royalties no modelo de partilha de produção e define a distribuição desses recursos de forma mais igualitária entre todos os Estados e municípios.
Nesta divisão, os Estados produtores devem ficar com 22% da receita de royalties a ser gerada na exploração dos campos que ainda serão licitados na área do pré-sal. Já os Estados e municípios produtores ficariam com uma parcela maior, de 51%.
O Palácio do Planalto analisava ainda incluir numa medida provisória mudanças na divisão de royalties de futuros campos de petróleo que ainda serão explorados pelo sistema de concessão (fora da região do pré-sal).
Nesta MP, o governo deve incluir dispositivo destinando toda receita dos royalties (União, Estados e municípios) para educação. Com isso, a presidente Dilma quer viabilizar a proposta de investir no setor 10% do PIB (Produto Interno Bruto).
Durante a reunião em que discutiu o assunto, a presidente Dilma voltou a insistir que sua decisão evitaria quebrar contratos e respeitaria o direito adquirido dos Estados e municípios produtores.
Ou seja, seguindo a linha defendida pelo governador Sérgio Cabral (PMDB-RJ), ela optou por não fazer qualquer alteração na legislação atual que destina mais recursos para as regiões produtoras, mas nos campos já licitados.
No caso dos futuros campos, ainda a serem leiloados, Dilma entendeu que a regra da distribuição dos royalties pode ser alterada. Por isso, optou por manter a proposta aprovada na Câmara.
Com a sanção do projeto, o governo vai fazer os primeiros leilões, no segundo semestre do próximo ano, de áreas de exploração de petróleo do pré-sal com base no novo modelo de partilha de produção.
Deputados e senadores de Estados não produtores vão tentar derrubar os vetos. Caso isso ocorra, o governador Sérgio Cabral já avisou que recorrerá ao STF (Supremo Tribunal Federal).

Editoria de Arte/Folhapress

"Ciclo da Vida"



Atender a quem te chama é belo. Lutar por quem te rejeita é quase chegar à perfeição.
A coisa mais injusta sobre a vida é a maneira como ela termina. Eu acho que o verdadeiro ciclo da vida está todo de trás pra frente. Nós deveríamos morrer primeiro, nos livrar logo disso.

Daí viver num asilo, até ser chutado pra fora de lá por estar muito novo. Ganhar um relógio de ouro e ir trabalhar. Então você trabalha 40 anos até ficar novo o bastante pra poder aproveitar sua aposentadoria. Aí você curte tudo, bebe bastante álcool, faz festas e se prepara para a faculdade.

Você vai para colégio, tem várias namoradas, vira criança, não tem nenhuma responsabilidade, se torna um bebezinho de colo, volta pro útero da mãe, passa seus últimos nove meses de vida flutuando. E termina tudo com um ótimo orgasmo! Não seria perfeito?
Charles Chaplin