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8.09.2014

Direção e maconha

Pesquisadores alertam: Fumar maconha antes de dirigir pode ser tão perigoso quanto beber


Dirigir sob o efeito da maconha é tão arriscado quanto dirigir embriagado, pois prejudica os reflexos e o tempo de reação do motorista. Cada vez mais pesquisas têm chamado atenção para isso, especialmente agora que o uso da droga foi legalizado em alguns estados americanos. 

Uma pesquisa realizada com 315 calouros universitários detectou que um em cada cinco estudantes usou maconha no mês anterior à pesquisa. Mais da metade dos jovens do sexo masculino e mais de um terço das mulheres declarou ter pego carona com alguém que tinha fumado maconha. E mais: quase 44% dos homens e 9% das mulheres entrevistadas afirmaram terem dirigido depois de usar maconha.
Os pesquisadores alertam para a necessidade de se conscientizar os jovens de que dirigir depois de usar maconha é arriscado. Eles também chamam atenção para a necessidade de se investir em algum dispositivo para detectar uso da droga em motoristas, assim como o bafômetro identifica o consumo de álcool. Cientistas têm testado formas de se detectar níveis de THC, o princípio ativo da maconha, na saliva ou no ar expelido em poucos minutos, porém, vai demorar alguns anos até que isso vire realidade.

Apesar de não ter provado que a droga era responsável pelos acidentes, o estudo levanta a questão do impacto da maconha no trânsito. Em geral, dizem os pesquisadores, é preciso aguardar pelo menos 24 horas para pegar o carro depois de consumir a droga.

Vacina contra vírus Ebola pode ficar pronta em 2015




O diretor  do departamento de imunização da Organização Mundial da Saúde (OMS), Jean-Marie Okwo Bélé, afirmou neste sábado (9) que uma vacina preventiva contra o vírus Ebola pode ficar pronta em 2015. A declaração foi dada à rádio francesa RFI.
Segundo o especialista, dentro de um mês devem começar os testes do novo medicamento, que está sendo desenvolvido pela multinacional britânica GSK. "O nosso objetivo é iniciar em setembro, primeiro nos Estados Unidos e depois em um país africano, já que é ali que temos os casos. Até o final do ano, poderemos ter os resultados, e tratando-se de uma urgência, podemos acelerar para ter a vacina à disposição ao longo de 2015", explicou.
Na próxima segunda-feira (11), um comitê da OMS formado por estudiosos de bioética e medicina se reunirá para discutir a utilização de remédios ainda em fase experimental para enfrentar a doença, como ocorreu no caso de um cidadão norte-americano infectado pelo vírus.
De acordo com Bélé, a vacina da GSK já foi testada com sucesso em animais. Segundo o último balanço da Organização Mundial da Saúde, que compilou dados até 6 de agosto, a epidemia já deixou 961 mortos. Os países atingidos até aqui são Guiné (367), Serra Leoa (298), Libéria (294) e Nigéria (2), todos na África Ocidental. Além disso, já foram registrados 1.779 casos. (ANSA)



Rio traça plano de contingência contra o vírus Ebola

O Rio de Janeiro informou neste sábado que está seguindo as determinações do Ministério da Saúde para “manter as unidades de saúde em alerta para a possível identificação de sintomas relacionados ao vírus Ebola”.  Segundo o governo, a Subsecretaria de Vigilância em Saúde da Secretaria de Estado de Saúde participam de um plano de contingência elaborado com o Corpo de Bombeiros, a Fiocruz e secretarias municipais.
Apesar do alerta, o governo ressalta que, pelas características do vírus, a possibilidade de disseminação para outros continentes no momento é baixa. Caso surja algum caso suspeita, o paciente será encaminhado pela unidade de emergência em que for atendido para uma unidade de saúde de referência para isolamento e início dos cuidados médicos adequados.
Todas as suspeitas de ebola deverão notificadas às autoridades de saúde das secretarias municipais, estaduais, secretaria de vigilância e Ministério da Saúde.
O Ebola é causado por um vírus e está relacionado a? ocorrência de surtos de Febre hemorrágica no continente africano desde 1976. Atualmente, seus casos foram identificados em Serra Leoa, Libéria, Guine e Nigéria.
 O período de incubação da doença pode variar de 1 a 21 dias e sua transmissão ocorre somente após o inicio dos sintomas, por meio do contato direto com sangue e/ou secreções da pessoa infectada, assim como por contato com superfícies ou objetos contaminados.

Dilma no Sul sem segundo turno

Ibope: Dilma tem 44%, Aécio, 24%, e Campos, 7%, no Rio Grande do Sul

Pesquisa realizada pelo Ibope sobre intenções de voto para presidente no Rio Grande do Sul mostra a presidente Dilma Rousseff, do PT, com 44% das intenções. O senador Aécio Neves, do PSDB, aparece com 24%, enquanto que o candidato do PSB, Eduardo Campos, está em terceiro, com 7%.
Luciana Genro, do Psol, aparece na quarta colocação, com 3%, e Pastor Everaldo em quinto, com 2%. Os demais candidatos não chegaram a 1%. Votos brancos e nulos somaram 7% e eleitores indecisos chegaram 10%. 
De acordo com a pesquisa, encomendada pelo Grupo RBS, a presidente Dilma registou um crescimento de 3% em relação à pesquisa Ibope realizada de 13 a 16 de julho no estado. Já Aécio Neves cresceu 1%, assim como Eduardo Campos.
O levantamento aponta que, num eventual segundo turno, Dilma Rousseff obteria a vitória no Rio Grande do Suo turnoundl. Se o adversário for Aécio, ela somaria 46%, contra 29% do tucano. Já contra Eduardo Campos, a candidata do PT teria 46%, contra 25% do candidato do PSB.
O Ibope ouviu 812 eleitores de 52 municípios, entre os dias 2 e 5 de agosto. A margem de erro é de três pontos percentuais, para mais ou para menos e o intervalo de confiança é de 95%.

Marcha das Vadias em Copacabana protesta contra a violência sexual

Caso de estupro por PMs foi lembrado por manifestantes.
Evento se concentrou no Posto 5 e tem passeata em direção ao Leme.

Do G1 Rio
Ativista segue à frente da passeata de topless e megafone (Foto: Lívia Torres / G1) 
Ativista segue à frente da passeata de topless e megafone (Foto: Lívia Torres / G1)
Cerca de 300 pessoas, segundo a Polícia Militar, se concentraram no Posto 5 da Praia de Copacabana, na Zona Sul do Rio, para mais uma Marcha das Vadias, na tarde deste sábado (9). O evento, já tradicional no país, luta contra a "violência sexual e de gênero e a favor da autonomia dos corpos", como diz o manifesto publicado na internet. Os manifestantes começaram a passeata pacífica no calçadão pouco antes das 16h, em direção ao Leme.
Passeata teve como cenário uma Praia de Copacabana vazia em dia de frio no Rio (Foto: Tatiana Betz / Arquivo pessoal) 
Passeata teve como cenário uma Praia de Copacabana vazia em dia de frio no Rio (Foto: Tatiana Betz / Arquivo pessoal)
Um dos casos mais lembrados entre os manifestantes, a maioria dels mulheres, foi o recente estupro de três mulheres na comunidade do Jacerezinho, no Subúrbio de Rio. Quatro PMs foram tiveram a prisão preventiva decretada pelo crime. As ativistas não quiseram conversar com jornalistas.
Cartaz pede 'imortalidade' de bruxas (Foto: Lívia Torres / G1)Cartaz pede 'imortalidade' de bruxas (Foto: Lívia Torres / G1)
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Mulher levanta cartaz que remete ao estupro de PMs (Foto: Lívia Torres / G1)Mulher levanta cartaz que remete ao estupro de PMs (Foto: Lívia Torres / G1)
Grupo começou a andar pouco antes das 16h, em direção ao Leme (Foto: Lívia Torres / G1)Grupo começou a andar pouco antes das 16h, em direção ao Leme (Foto: Lívia Torres / G1)

Superlua


Fenômeno irá ocorrer por volta das 18h10 Foto: RICARDO MORAES / REUTERS

Superlua promete iluminar céu deste domingo

RIO - Neste domingo, a ideia é combinar programas ao ar livre. A lua vai tomar conta do céu 30% mais brilhante e 14% maior do que o normal. Popularmente conhecido como superlua, o fenômeno acontece quando o satélite natural atinge sua fase cheia próximo ao perigeu - o ponto da órbita lunar localizado mais próximo da Terra.
A cada 14 meses o evento normalmente acontece, mas no próximo dia 10 a diferença entre o perigeu e a lua cheia será mínima, de apenas 27 minutos, algo que especialistas acreditam que só vá acontecer novamente em 2034.

No ano passado, a superlua iluminou a manhã, por volta das 11h. Já neste domingo, o perigeu deve ocorrer às 17h43, e a lua cheia às 18h10, com uma distância da Terra de apenas 221,765 milhas, o mais perto que esteve nos últimos 20 anos. Para os especialistas, esse é o horário perfeito para observar o fenômeno, caso a chuva não atrapalhe.
Com o objetivo de conseguir ter a correta percepção do tamanho da lua, é aconselhado buscar um lugar com alguma construção ou árvore perto para comparação.
NÃO SERÁ O FIM DOS TEMPOS
Ao contrário do que uma antiga lenda prevê, a superlua não irá causar o fim do mundo. Alguns grupos religiosos acreditam que a atividade marca o fim dos tempos, por ser um sinal do Dia do Juízo. Por estar perto da Terra, a lua causaria o aumento da maré e a mudança da rotação do planeta.

DILMA EM SAMPA COM PADILHA

 
Presidente Dilma Rousseff e candidato ao governo de São Paulo Alexandre Padilha comem cachorro-quente em Osasco (SP) após primeira caminhada da campanha eleitoral de Dilma
Foto: Marcos Alves / Agência O Globo
SÃO PAULO - A presidenta Dilma Rousseff esteve neste sábado em São Paulo para fazer agenda de campanha. Em Osasco, neste sábado, Dilma admitiu que, no momento, privilegia o estado, maior colégio eleitoral do país e motivo de preocupação da campanha.
Questionada sobre as razões para realizar sua primeira caminhada da campanha eleitoral em São Paulo, antes do evento de hoje em Osasco (Grande SP), a presidenta respondeu que não se pode desconsiderar o estado com o maior colégio eleitoral do pais.
— São Paulo é o maior estado populacional do Brasil. Então, não é possível desconsiderar São Paulo como local extremamente importante. Se você está fazendo campanha presidencial tem que vir aqui, como tem que ir em Minas, no Rio de Janeiro, na Bahia e no Ceará, porque são estados populosos. Outro dia fui lá em cima, no Amapá. Mas quero dizer para vocês que nem toda semana será assim. Por isso, dei o exemplo do Amapá. Eu estou privilegiando São Paulo. Agora, quero dizer para vocês que nem toda semana será assim.
Na segunda-feira, Dilma retornará a São Paulo para participar de um encontro da juventude em uma universidade. Com a intensificação da campanha no estado, o PT está prestigiando a candidatura de Alexandre Padilha ao governo do estado.
Em Osasco, Dilma cumpriu ritual de candidato: tirou selfies, abraçou e beijou militantes e comeu o cachorro-quente do calçadão, tradicional da cidade, posando para os fotógrafos. A presidente desfilou pelo calçadão em cima de um caminhão, acompanhada de Padilha, do senador Eduardo Suplicy, candidato à reeleição, das ministras Marta Suplicy (Cultura) e Eleonora Menicucci (Secretaria de Política para as Mulheres), da ex-ministra Marta Suplicy, dos prefeitos de Osasco, Jorge Lapas (PT), e de São Bernardo, Luiz Marinho, do ex-prefeito de Osasco e presidente do PT em São Paulo, Emídio de Souza, e do presidente do PT, Rui Falcão. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não participou do evento.
Faixas com “João Paulo, presente”, em referência ao ex-deputado petista, e uma das principais lideranças políticas de Osasco, condenado e preso no julgamento do mensalão, foram colocadas em prédios do trajeto da caminhada.
Após o passeio, a presidenta discursou por cerca de 15 minutos sobre suas realizações na área da educação.

Ignorância que entope artérias


Pesquisa exclusiva do nutrólogo Daniel Magnoni, do HCor, mostra que até quem tem colesterol alto não sabe a diferença entre gorduras boas e más. Conheça as características de cada uma


O médico e nutrólogo Daniel Magnoni  é um profissional empenhado em traduzir as descobertas científicas para o cotidiano dos pacientes. Ele dirige o setor de diretor de nutrição do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia e o Serviço de Nutrição Clínica do Hospital do Coração de São Paulo.
Sua mais recente pesquisa, divulgada com exclusividade por ISTOÉ, avaliou o conhecimento que as pessoas têm sobre as gorduras que fazem bem e as que aumentam o colesterol, se depositam nas artérias e sabotam o coração. 

Primeiramente, Magnoni selecionou 400 pacientes atendidos nos ambulatórios do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, em São Paulo. Depois, pediu a eles para avaliarem quais, das gorduras listadas a seguir, fazem bem ou mal à saúde cardiovascular: transaturada, saturada, insaturada, monoinsaturada e poli-insaturada.


NO FINAL DESTE POST, CONHEÇA AS CARACTERÍSTICAS DE CADA GORDURA E SUAS PRINCIPAIS FONTES  
Essas informações são altamente relevantes para os participantes do estudo. Dos 400 selecionados, 356 precisavam seguir uma dieta pobre em gorduras por recomendação médica.

O resultado da pesquisa impressiona pela falta de informação da população e, especialmente, de quem tem problemas cardiovasculares. Na prática, as pessoas não sabem diferenciar uma gordura da outra. Veja:

73% dos entrevistados não conhecem ou nunca ouviram falar de gordura insaturada 

89% dos participantes não fazem ideia do que era gordura monoinsaturada ou poli-insaturada 

 - Mais de 50% dos voluntários da pesquisa acreditam que essas gorduras fazem mal à saúde

 20% das pessoas com alterações de colesterol consomem manteiga no café da manhã, o que é inadequado. Apesar de deliciosa, a manteiga é rica em gordura saturada, componente que causa o aumento dos níveis do colesterol LDL, conhecido como o colesterol ruim

Como a pesquisa foi patrocinada pela Margarina Becel, uma parte destinou-se a investigar o que as pessoas entenderam até agora sobre as gorduras contidas nas margarinas, cremes vegetais e manteigas. Acompanhe:

-  48% dos 400 entrevistados por Magnoni acreditam que os cremes vegetais contêm gordura saturada

- 31% acham que os cremes vegetais são feitos com gordura transaturadas

-  46% não sabem o que pensar e 76% acham que não é um alimento saudável. (Vale ressaltar que a pesquisa feita por Magnoni teve apoio financeiro da marca Becel, que acabou constatando que o público realmente não sabe a diferença entre creme vegetal, margarina e outras gorduras)

Para o nutrólogo, as respostas indicam um grau de desinformação. Isso é especialmente ruim para aqueles que precisam ajustar a quantidade de gordura ingerida para preservar a saúde das artérias e baixar o colesterol.

RÓTULOS

A leitura dos rótulos também está muito aquém do esperado. Do total de entrevistados, 67% não costumam ler a composição do que consomem.

Fitoesteróis, então, é um termo que não faz parte do vocabulário dessa turma. Na amostra da pesquisa, 90% nunca ouviram falar da substância considerada pelos cardiologistas e nutricionistas como um excelente aliado para a redução do colesterol ruim (LDL)

Apesar da grande confusão, a maioria dos participantes demonstra preocupação crescente com a qualidade dos alimentos ingeridos.

Pode ser uma esperança para mudar esse painel de desconhecimento e equívocos nutricionais. Afinal, a dieta equilibrada e mudanças no estilo de vida são os primeiros passos a serem dados por pessoas com problemas cardiovasculares.

ENTENDA AS GORDURAS

Tire aqui algumas das suas dúvidas sobre como agem os diferentes tipos de gorduras no seu organismo.

Saturadas 



Todas aquelas com origem animal.

Presentes em alimentos como carne vermelha, manteiga, bacon, creme de leite e pele de frango, estão associadas ao aumento do risco de infarto e acidente vascular cerebral porque elevam a concentração de LDL, o tipo de colesterol que se deposita nos vasos sanguíneos.

Uma grande revisão feita recentemente sugere que não há provas de que o consumo desse tipo de gordura aumenta o risco de morte, porém não houve mudança na recomendação para reduzir sua ingestão com o objetivo de baixar o colesterol

Insaturadas 

Encontradas principalmente em fontes vegetais como o azeite de oliva, avelã, abacate, óleos de milho e algodão. São consideradas gorduras do bem e teriam papel protetor contra enfermidades cardiovasculares. 


A mesma revisão de pesquisas sugere que o alto consumo pode não estar relacionado com a redução de eventos cardiovasculares, mas não há nada conclusivo. As gorduras saturadas se dividem em poliinsaturadas e monoinssaturadas

Poliinsaturadas 

São ricas em ácidos graxos essenciais (Ômega 3 e 6), substâncias que não são produzidas pelo organismo. Reduz tanto o colesterol ruim (LDL) quanto o bom colesterol (HDL). Podem ser encontradas nos óleos de soja, girassol, canola, milho, nas nozes e sementes de abóbora. Boas fontes são também peixes como o atum, sardinha e em frutos do mar; nozes e sementes de abóbora.

Monoinsaturadas 

Mostram-se mais eficiente do que as poliinsaturadas no combate ao colesterol ao reduzir apenas o colesterol ruim (LDL) e estimular o bom colesterol (HDL). Boas fontes: azeite de oliva, abacate, amendoim, nozes e óleo de canola.

Transaturadas (ou simplesmente trans)

Surgem a partir de uma reação química na qual se utiliza o hidrogênio para transformar óleos vegetais saudáveis (soja, girassol, milho e canola, entre outros) em um tipo de gordura sólida muito usada em pratos e produtos industrializados, o que inclui algumas margarinas. Formam-se compostos artificiais que não são metabolizados pelo organismo. Por isso, circulam livremente entupindo veias e artérias. Elas não só aumentam o colesterol ruim como diminuem de maneira importante o bom colesterol. Portanto, fuja dos produtos com gorduras trans. A dose está indicada no rótulo. 
Mônica Tarantino
Revista IstoÉ

Por que ser gentil vale a pena

Estudos mostram que gentileza traz felicidade a quem a pratica. Projetos se dedicam a multiplicar esta virtude

Verônica Mambrini

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Quem tem tempo hoje em dia para segurar uma porta aberta para alguém, dar passagem a outros carros num trânsito cada vez mais maluco, ou cumprimentar as dezenas de pessoas que se chega a encontrar num dia? É difícil ser gentil, mas mais difícil ainda é conviver com a falta de gentileza dos outros. Principalmente ao dar com uma porta fechada na cara, ter a lataria do carro amassada por um apressadinho ou passar pela sensação de ser invisível. A ideia de que ser gentil vale a pena e traz benefícios tem sido comprovada por diversos estudos.
Além disso, vários projetos têm se dedicado a multiplicar essa virtude.
Esses pequenos atos fazem parte da rotina do empresário Ricardo Christe, 36 anos. Quando chega a um restaurante ou precisa ser atendido em um balcão, a primeira coisa que faz é procurar o nome do atendente num crachá, para cumprimentá-lo. "Eu acredito em melhorar como ser humano", diz. "A forma mais difícil de se transformar é no cotidiano." Para ele, que olha com desconfiança a sociedade cada vez mais ensimesmada, ouvir mais e se interessar por quem está ao seu redor é o componente básico da gentileza. "As pessoas estão tão ilhadas nos próprios problemas que não conseguem olhar em volta. Todo o resto fica irrelevante", afirma Christe.
O professor de psicologia da Universidade do Estado da Califórnia Robert Levine fez uma experiência que comprovou que o cotidiano das grangrandes cidades não faz nada bem à cortesia. Levine observou a relação entre pressa e gentileza em 36 cidades americanas, avaliando a frequência de gestos como devolver uma caneta que caiu "acidentalmente", ajudar uma pessoa cega a atravessar a rua ou colocar na caixa de correio uma carta "perdida". Nova York, terceira cidade mais rápida no estudo, foi considerada a menos gentil. RoRochester, no mesmo Estado, com um ritmo de vida bem mais lento, foi a mais prestativa. A experiência está relatada no livro "A Geografia do Tempo", de Levine.
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Mas, afinal, vale a pena ser gentil? Para a ciência, a resposta é sim. Em um estudo da Universidade da Califórnia, a psicóloga Sonja Lyubomirsky pediu aos participantes que praticassem ações gentis durante dez semanas. Todos registraram aumento na felicidade durante o estudo. Os que praticaram ações variadas, como se oferecer para ajudar a lavar a louça, fazer elogios ou segurar a porta aberta para um estranho passar, registraram níveis mais altos e prolongados de felicidade, em comparação com quem repetiu sempre a mesma atitude com diferentes pessoas. "Gentileza e boa vontade estão relacionadas à felicidade e as pessoas que tentam ser mais gentis no dia a dia tendem a experimentar mais emoções positivas e se tornaram mais alegres", afirma Sonja. O mecanismo que explica essa relação foi mais esclarecido por um estudo da Universidade Hebraica, em Israel, de 2005. A gentileza está ligada ao gene que libera a dopamina, neurotransmissor que proporciona bem-estar.
Para algumas pessoas, ser gentil não é uma escolha, mas um ofício. É o caso de Carlos de Sá Barbosa, 35 anos, funcionário da Pel Consultoria, responsável pela segurança do Hospital Copa d'Or, no Rio de Janeiro. "Trabalhamos com um público estressado. Ninguém vai a um hospital a passeio", diz. Na rotina do supervisor de segurança, sorrisos e ouvidos dispostos a escutar são fundamentais. "Você está aqui para resolver o conflito, e não aumentá-lo", diz. Existem técnicas para não estressar mais a pessoa, como nunca abordar um cliente nervoso pedindo calma, sempre olhar nos olhos do interlocutor e dar uma atenção especial a quem está mais exaltado. "Eu trabalho na área da supervisão - lido com 55 funcionários sob minha responsabilidade, além do público externo. Se não gostar de pessoas, não dá certo", afirma Barbosa. Marcos Simões, da RH Fácil, empresa que treinou a equipe do Copa d'Or, dá esse tipo de treinamento há 20 anos. "As técnicas existem, mas é importante ter um interesse real no cliente e saber ouvir com atenção", afirma. A gentileza profissional pode ter um roteiro, mas sem envolvimento sincero não convence.
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O professor de filosofia da Universidade Presbiteriana Mackenzie Jorge Luiz Rodriguez Gutierrez prefere pensar na gentileza não como um comportamento, mas como uma virtude. "Não só a gentileza parece menos cultivada, mas em geral hoje não se fala muito das virtudes. Parecem esquecidas", diz Gutierrez. Ele ressalta que ela só tem valor positivo quando associada a conceitos como generosidade ou misericórdia. "Em filmes, geralmente os nazistas que dirigem campos de concentração são gentis. Por si só, a gentileza é neutra", diz.
Para que essa virtude faça diferença, na escola Projeto Vida, em São Paulo, ela é ensinada junto com valores éticos e faz parte das atividades do dia a dia.
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Cecília Fonseca, 5 anos, está aprendendo a compartilhar e a ser gentil.
"Quero que a Cecília saiba ouvir, que possa falar, que saiba respeitar e conviver com os amigos", diz Edilene Fonseca, 41 anos, mãe da menina. Todo dia, os pequenos podem levar frutas de casa para oferecer aos colegas, em uma bandeja comunitária.
"As crianças pequenas são muito egocentradas, é uma característica da faixa etária. O grande desafio é fazê-las enxergar o outro", explica Mônica Padroni, coordenadora da escola. "Damos um sentido maior à gentileza. A polidez é ligada à convenção social, não ao respeito, à generosidade e à justiça, virtudes que valorizamos."
Pesquisas sobre o valor da gentileza, das boas maneiras e da educação na sociedade contemporânea e a promoção desses valores é o principal objetivo da Iniciativa pela Gentileza, da Universidade Johns Hopkins. "Podemos escolher a gentileza porque temos livre-arbítrio. O problema é que você pode ter sido educado em condições que não conduzem a isso", diz Pier Massimo Forni, coordenador do projeto. "Por isso, a orientação e o exemplo dos pais são tão importantes." O segundo livro do autor sobre o assunto, "The Civility Solution: What to Do When People Are Rude" (A solução da gentileza: o que fazer quando as pessoas são rudes, em tradução livre), está em processo de tradução para o português. Para Forni, a gentileza é lançar um olhar benevolente aos outros.
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Nos anos 80, José Datrino, de túnica branca e longa barba e conhecido como Profeta Gentileza, espalhava pelo Rio de Janeiro inscrições como "Não usem problemas, não usem pobreza. Usem amorrr e gentileza" (sic).
O pesquisador em filosofia e arte Leonardo Guelman é autor de "Univvverrsso Gentileza", no qual analisa as inscrições e conta a história de Gentileza. "Ele foi alguém que apontou uma crise atual nas relações humanas, e propôs como alternativa a gentileza", afirma Guelman. A mensagem está virando um projeto voltado para jovens, em escolas públicas. "Criamos um material pedagógico para ser trabalhado nos colégios, para gerar uma cultura da gentileza, sobre a obra dele. A cidade tem que se humanizar", afirma Guelman. Como dizia o Profeta, em sua frase mais famosa, "gentileza gera gentileza".

Cerco ao Ebola

A Organização Mundial de Saúde declara a epidemia uma emergência mundial. O Brasil e o mundo se preparam para se proteger do vírus, que já matou quase mil pessoas até agora na África

Cilene Pereira (cilene@istoe.com.br) e Helena Borges (helenaborges@istoe.com.br)


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Confira como o hospital Emílio Ribas se prepara para atender a possíveis doentes em SP.
A epidemia de Ebola que castiga os países africanos Serra Leoa, Guiné e Libéria ganhou contornos ainda mais preocupantes na semana passada. Na sexta-feira 8, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou a proliferação do vírus uma emergência de saúde internacional. A OMS considera a atual epidemia um evento extraordinário. “É a mais complexa de toda a história da doença”, disse a médica Margaret Chan, diretora-geral da instituição. Na avaliação da entidade, as possíveis consequências da internacionalização da epidemia são sérias, particularmente em vista da agressividade do vírus.
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É a terceira vez nos últimos anos que a OMS determina uma emergência mundial. Em 2009, a pandemia de gripe causada pelo H1N1 recebeu a classificação e, em maio, foi a vez da ameaça da volta da poliomielite a países nos quais a doença está erradicada. Em relação ao Ebola, a entidade não determinou a proibição de comércio com as nações atingidas ou de viagens internacionais a esses locais, mas recomendou aos governos que informem os viajantes com esses destinos sobre como minimizar os riscos de contaminação. Além disso, orientou que os países estejam preparados para detectar casos e tratá-los e que tenham planos para repatriação de cidadãos que foram expostos. Nos países afetados, referendou a necessidade de submeter a exames pessoas com sintomas que passem por aeroportos, portos e postos fronteiriços e da aplicação de medidas efetivas de proteção dos profissionais que lidam com os doentes. Os pacientes não devem deixar seus países, salvo se for para receber tratamento médico em outro país.
A OMS quer reunir esforços para conter a epidemia, que até agora não deu sinais de arrefecimento. Até sexta-feira, haviam sido registrados 1.711 casos e 932 mortes. O sinal mais importante de que ela pode se espalhar ainda mais foi a confirmação de nove casos na Nigéria, país de porte muito maior do que as nações atingidas até então e também com relações muito mais intensas com o resto do mundo. Além disso, um homem morreu na Arábia Saudita com sintomas, outras duas pessoas estão sendo monitoradas na Inglaterra e em Benin, na África, e na Tailândia 21 turistas também estão sob observação.
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Na quinta-feira 7, o padre espanhol Miguel Pajares chegou a Madri,
na Espanha, levado da Libéria, onde foi infectado
Diante da ameaça, o mundo reagiu. A Nigéria começou a montar centros de atendimento de urgência. Na Libéria, soldados impedem que moradores de áreas atingidas cheguem à capital, Monróvia. Na Espanha, foram adotadas todas as precauções no transporte do padre Miguel Pajares da Libéria a Madri, onde está internado depois de se contaminar. Nos Estados Unidos, o Centro de Controle de Doenças (CDC), em Atlanta, considerado a maior referência do mundo no combate a doenças infectocontagiosas, elevou o surto para nível 1 de alerta. Postos de quarentena estão montados em portos, aeroportos e postos de fronteira de 20 cidades e aumentou o número de funcionários no Centro de Operações de Emergência, que rastreia casos.
No Brasil, na sexta-feira 8 o ministro da Saúde, Arthur Chioro, anunciou que indivíduos das áreas afetadas que manifestem desejo de vir ao Brasil passarão por triagem médica antes de embarcar. “Reforçaremos a vigilância epidemiológica do viajante”, informou. A OMS, porém, não tem nenhuma recomendação nesse sentido. Além disso, serão colocados nos aeroportos avisos a passageiros que estiverem febris para que procurem postos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Antes, na quarta-feira 13, Jarbas Barbosa, secretário de Vigilância em Saúde do Ministério, reuniu-se por videoconferência com os secretários estaduais de saúde para reforçar as medidas a serem adotadas em caso de suspeita de infecção (leia mais no quadro à pág. 70). O trabalho deve ser feito de forma coordenada entre os serviços de vigilância sanitária, especialmente os localizados em portos e aeroportos, e os hospitais de referência no tratamento de doenças infectocontagiosas para onde seriam levados os pacientes. Cada Estado deve ter uma instituição com esse perfil. “É preciso ter leitos isolados. E qualquer instituição de referência em enfermidades transmissíveis tem um”, disse Barbosa. O Ministério também enviou às secretarias uma cartilha com as orientações.
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Em São Paulo, profissionais do Instituto de Infectologia Emílio Ribas – uma das principais referências em atendimento de moléstias infecciosas do País – vêm se aprimorando para a eventualidade de receberem um caso. “Estamos treinando novamente todos os que podem entrar em contato com esse tipo de paciente”, disse o infectologista Ralcyon Teixeira, chefe do Pronto-Socorro da instituição. Por lá, o paciente seria recebido no serviço de emergência e depois internado em um leito na UTI (são 17). “Nossos leitos são equipados com um sistema no qual o fluxo de ar que sai do quarto é purificado para evitar que o ambiente seja contaminado”, explica o médico. “E o ar do quarto é filtrado e purificado.” No caso do Ebola, a transmissão não ocorre pelo ar. Por isso, os médicos dizem que, se a demanda por leitos aumentar, é possível colocar os contaminados em quartos comuns. “O essencial é que o doente seja internado em leito sozinho e com acesso limitado de pessoas”, afirma Teixeira.
Entre outras questões repassadas no Emílio Ribas estão coisas como decidir que avental impermeável usar para evitar a contaminação do profissional. Eles têm dois: um verde e um branco. Optaram pelo branco, mais resistente. Eles vestirão ainda macacão e bota impermeável, máscara e proteção para o rosto com viseira e dois pares de luvas. Relembraram ainda a importância de registrar o nome de todo profissional que tiver contato com o doente ou entrar em seu ambiente e bem como o horário da visita. É uma precaução para que essas pessoas sejam monitoradas se surgir algum problema.
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Entre autoridades de saúde e estudiosos, no entanto, é consenso que o risco de o Ebola chegar por aqui é baixo. Várias explicações sustentam a previsão. Uma é de ordem científica. “Todos os elementos da cadeia epidemiológica de transmissão do vírus estão na África. Aqui não existem animais que possam carregá-lo”, afirma Crispim Cerutti Junior, da Associação Brasileira de Saúde Coletiva. Ele se refere a espécies de morcegos que servem de reservatórios do Ebola. Outra diz respeito ao nível de perícia dos profissionais envolvidos no atendimento a males contagiosos. Desde 2011, por exemplo, há treinamentos de vigilância epidemiológica visando a grandes eventos. “As simulações de incidente biológico incluem o caso Ebola”, diz a infectologista Otília Lupi, da Fundação Oswaldo Cruz, do Rio de Janeiro.
Além disso, há uma experiência significativa armazenada no trato de pacientes com doenças infecciosas sérias, como a Aids. “No Brasil, é inadmissível hoje um enfermeiro manusear um paciente sem luvas ou usar agulhas que não sejam descartáveis ou esterelizadas”, diz Otília. Isso é importante porque, no caso do Ebola, a transmissão ocorre pelo contato direto com sangue, excreções ou secreções da pessoa infectada ou com objetos contaminados. Outro aspecto levantado é a existência de grandes diferenças culturais entre o Brasil e os países onde ocorre a epidemia. Na África, muitas famílias mantêm os pacientes em casa, o que facilita o contágio dos outros moradores. E insiste-se no ritual de velório que inclui a lavagem do cadáver à mão e sem luvas.
Há, porém, inquietações. “Nosso temor é a epidemia se expandir em direção a países com maior conexão com o Brasil, como Angola. Aí sim estaríamos em risco de o vírus chegar”, diz Otília. Não se pode esquecer, também, que a conexão do País com a Nigéria, onde já há infectados, também é considerável.
Fotos: Emilio Naranjo/EFE, JOHN SPINK/AP; Kelsen Fermandes/Ag. Istoé






roberto

EM 09/08/2014 14:27:46
Segundo as minhas fontes tem um paciente com ebola em sp, que veio atraves do aeroporto de cumbica/guarulhos. Em sp tem 5 a 10 hospitais que podem tratar o ebola. A istoe tem que ir nesses 5 a 10 hospitais para descobrir quem e esse paciente com ebola, que os petistas estao escondendo


roberto

EM 09/08/2014 14:23:44
Bolsa familia nao vai impedir que o seu filho se junte ao pcc e vire bandido. Bolsa familia nao vai impedir que sua filha vire prostituta. Trabalho/emprego e o que vai impedir essas tragedias. PSDB vai criar milhoes de empregos. PSDB vai evitar milhoes de tragedias


roberto

EM 09/08/2014 14:22:39
A piada na policia e de que a policia tem que usar petista como escudo humano. Desse jeito, o pcc nao atira no escudo humano petista, e o pcc nao atira na policia. Porque o PT E DONO DO PCC. E NINGUEM MORRE


roberto

EM 09/08/2014 14:01:40
PSDB foi pioneiro em trazer medicos cubanos ao brasil. PSDB foi pioneiro em distribuir gratuitamente o cocktail azt da aids no brasil. PSDB foi pioneiro em fazer mutirao da saude no brasil. PSDB salvou a vida de milhoes de pessoas no brasil. PSDB 100 ANOS NA FRENTE DO PT



roberto


EM 09/08/2014 13:58:59

PSDB quer que o pobre vire empresario e fique rico aumentando infinitamente para cima a qualidade de vida do ex pobre. PT quer que o pobre vire operario e viva na miseria. Assim o pobre operario pode se unir ao sindicato de operarios do pt. Beneficiando o pt. PSDB 100 ANOS NA FRENTE DO PT

Sofrimento besta

Pesquisa: Metade dos que têm dores crônicas deixa doer e aceita as perdas que isso traz. Por que?

Pesquisa recente feita com 800 voluntários para traçar um mapa do impacto da dor nas nossas vidas mostra que a maioria sofre desnessariamente em vez de procurar ajuda. Cerca de 12% dos participantes desse estudo (96 pessoas) convivem com dores contínuas há mais de seis semanas. Destes, 77% têm consciência de que enfrentam algo que se torna crônico. Porém a informação de que a dor prolongada passa a ser crônica não interfere na forma de lidar com ela.

O levantamento revelou que apenas meta dos indivíduos com dores persistentes procurou ajuda especializada. E a maioria só bateu à porta do médico quando a dor se ficou constante.

Pior: 40% dos que foram atrás de ajuda especializada precisaram consultar mais de um médico. Além disso, 10% mudaram o tratamento indicado por conta própria.

Esse conjunto de dados expõe algumas mazelas. Para muita gente, é preferível aturar a dor por dias ou semanas a encarar uma consulta, seja ela particular ou pública.

Também se pode depreender que muitos médicos não estão capacitados a diagnosticar e não sabem como manejar os recursos disponíveis para aliviar as dores crônicas. Alguns não se atualizam e não valorizam o sintoma e suas consequências. Daí a necessidade de procurar outro especialista ou modificar o tratamento indicado.

O levantamento também evidencia o desconhecimento dos danos que a dor crônica produz em vários campos da vida.

O humor e a disposição são os aspectos mais atingidos pelos efeitos de uma dor crônica - 48% dos entrevistados relataram irritabilidade, cansaço, maior lentidão.

A queda no rendimento profissional por causa da dor foi assinalada por 36% dos entrevistados. Outras perdas relacionadas à dor: problemas de sono (34%), falta de disposição para o lazer (38%), para as práticas esportivas (41%), para o sexo (33%) e piora da autoestima (38%).

Da turma que não quer saber de médico, 18% se automedica. E há os que engendram uma fantasia maluca (14% dos entrevistados com dores crônicas) de que podem ignorar a dor, como se ela não minasse  o bem-estar dia após dia.

Os dados mencionados acima foram gerados por estudos sobre dor encomendados pela farmacêutica Mundipharma à Cristina Panella Planejamento e Pesquisa. Diversas pesquisas irão compor um panorama da dor no País.

Negligenciar a dor pode ter consequências também para a saúde mental.  Estudos feitos por pesquisadores de universidades ao redor do mundo mostram que sob estímulos dolorosos prolongados, a pessoa fica mais vulnerável a apresentar problemas cognitivos, ansiedade e até depressão e pode haver um aumento das perdas neuronais de partes do cérebro envolvidas no processamento desses estímulos.

Mas há uma questão profundamente incômoda e que se soma às conhecidas dificuldades e chatices de ir ao médico, das quais já falamos.  Além dos problemas de acesso, fico me perguntando por que nos deixamos sofrer tanto, a exemplo daqueles que tentam ignorar o sintoma ou permitem que se agrave até ser incapacitante. Qual é a lógica que nos desloca do desejado bem-estar para o sacrifício? Há uma alienação do corpo nesse gesto.

De onde vem essa ideia? No passado, participei de um grupo de trabalho que procurava entender porque ocorriam tantos atropelamentos no cruzamento entre as Avenida Paulista e Brigadeiro Luis Antônio, em São Paulo. Os acidentes aconteciam especialmente nos horários de ida e volta do trabalho. Analisando os dados, um dos geógrafos que liderava esse estudo, um professor da Pontifícia Universidade Católica, comentou que as pessoas temiam tanto a possibilidade de atraso no trabalho que ignoravam riscos. Por isso viajavam dependuradas nos ônibus, atravessavam a rua no meio dos carros. A vida, nesse contexto, passava então a valer menos do que o salário recebido para custeá-la.

Essa lembrança me veio à mente por causa da nossa capacidade de negligenciar a dor. O ato de não procurar ajuda, de deixar doer também é uma alienação do corpo. Em nome do quê fazemos isso? Alguns, para não atrasar a vida. Outros porque dá para ir levando. Vai passar...dá para ir levando. Evidentemente, há muitos aspectos que reforçam esse pensamento, como a questão cultural. Mais forte é quem aguenta, machos-alfa e mulheres-maravilha são capazes de suportar mais a dor do que os outros, não são?
E pode haver ainda influência de crenças religiosas. Pesquisando, vi que uma pesquisa feita na Austrália revelou que pessoas que se sentem culpadas tendem a suportar a dor por mais tempo como se fosse um tipo de punição e provação.

A compreensão e o cuidado -- e a falta dele -- com as dores envolvem muito mais do que remédios.  
 
 

 Mônica Tarantino
Repórter de saúde de ISTOÉ.

Viver em Miami

Cada vez mais brasileiros vivem na capital do sol e das compras. Saiba quem são eles e o que é preciso fazer para realizar esse sonho

Chris Delboni, de Miami, e Mariana Queiroz Barboza (mariana.barboza@istoe.com.br)

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Foi com poucas malas e o sonho de experimentar a vida nos Estados Unidos que a empresária Ana Paula Mariutti, 45 anos, o marido, Alexandre, 46, e os filhos Thomas, 15, e Lucas, 13, desembarcaram no Aeroporto de Miami, na Flórida, no domingo 3. Sócia de duas escolas bilíngues em São Paulo, Ana Paula já estava acostumada a passar as férias na cidade ao menos uma vez por ano. Encantou-se tanto com o lugar que decidiu ficar em definitivo por lá. Os Mariutti vão morar em North Miami Beach, um paraíso a menos de dois quilômetros da praia, e assim se juntam aos 250 mil brasileiros que atualmente vivem na Flórida. A maioria deles, em Miami e arredores, como Fort Lauderlade e Boca Raton. “Sou atraída pelo estilo de vida americano, mas queria um lugar próximo de nossa realidade cultural”, diz Ana Paula. Não é recente o interesse dos brasileiros pela região. A novidade é que o fenômeno agora conhece um terceiro – e mais marcante – ciclo. Primeiro houve a invasão dos turistas, em meados da década de 1990. Depois, no final dos anos 2000, muitos deles descobriram que era vantajoso comprar um imóvel na cidade. Além de o custo ser inferior a similares vendidos no Brasil e da perspectiva de valorização do investimento, parecia ser um jeito de manter uma ligação com a cidade. Agora, nessa terceira fase, as pessoas simplesmente querem ficar – talvez para sempre.
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Qual é a mágica de Miami que seduz tanta gente? Não são poucos os seus atributos. A cidade é daquelas raras que combinam beleza natural com vasta oferta de serviços. São 24 quilômetros de praias de areia branca e mar azul de frente para o Caribe. Mas isso pode ser encontrado em outros lugares. A diferença da capital do sol nos Estados Unidos é todo o resto que ela proporciona. Para quem gosta de ir às compras, talvez não exista melhor destino no mundo. Para os padrões brasileiros, seus preços são baixíssimos. Roupas, eletrônicos, computadores, itens de decoração, cosméticos, artigos para bebês, tudo custa bem menos. Quase sempre, metade do valor praticado no Brasil. Às vezes, um terço. Não é só. Em Miami, os serviços públicos funcionam. Os parques são bem cuidados. Os pedestres são respeitados no trânsito. Se a pessoa mora numa região central, dá para fazer tudo a pé ou de bicicleta. A sensação de segurança permite que se caminhe à noite, de frente para o mar, sem o pavor típico experimentado por quem vive em uma grande cidade brasileira. As escolas públicas são boas. Faz calor boa parte do ano. E Miami é perto de tudo. Até do Brasil. Para São Paulo, são oito horas de voo. Nova York, menos de três. Havana, a capital cubana, 40 minutos.
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A maior deficiência de Miami, e que rendia críticas severas mundo afora, era sua irrelevância cultural. Mas isso está mudando. Se não é uma Paris ou uma Nova York, a região caminha para se tornar um centro cosmopolita. E parte dessa transformação se deve à extensa comunidade latina. Antes vista com certo preconceito, agora ela se insere na sociedade americana pela via mais nobre, a da arte e da cultura. Há seis meses, o antigo Miami Art Museum foi renomeado Pérez Art Museum, depois de um aporte de US$ 40 milhões do bilionário cubano-americano Jorge Pérez. Há muito mais. No inverno, a cidade respira cultura com a realização do Art Basel, reconhecido como um dos mais importantes eventos de arte contemporânea do mundo. Inspirado por essas transformações, o jornal britânico “The Guardian” classificou Miami como “a cidade mais excitante dos Estados Unidos”, um elogio e tanto vindo de uma das publicações mais sisudas da Europa. “Às vezes, Miami parece estar seguindo a fórmula de Londres: especulação imobiliária + arte contemporânea + boom de restaurantes + diversidade cultural = cidade global dinâmica”, escreveu o crítico de arquitetura Rowan Moore, em artigo recente.
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Uma comprovação definitiva dessa tendência é o Design District, região que concentra grifes como Cartier, Louis Vuitton e Louboutin e que, nos últimos anos, ganhou novas galerias, estúdios e antiquários. Perto dali, o bairro de Wynwood fez de suas ruas uma grande galeria de arte alternativa, ao exibir grafites do mundo inteiro, inclusive do Brasil, presente com os desenhos dos Gêmeos. O País desempenha um papel relevante no amadurecimento cultural da cidade. Com uma galeria na Lincoln Road, em Miami Beach, o pernambucano Romero Britto foi um dos primeiros brasileiros a se instalar na região e a fazer sucesso entre americanos e latinos. Neste exato momento, a arte brasileira está em destaque na região. Até setembro, na Galeria Richard Shack do ArtCenter/South Florida, está aberta à visitação uma exposição da escultora e pintora paulista Laura Vinci. “Quando vim para cá de vez, não havia uma ligação relevante da cidade com a arte e a cultura”, afirma Paulo Bacchi, dono da loja de móveis de luxo Artefacto, com três endereços na Flórida e 11 no Brasil. Bacchi trocou São Paulo pelos Estados Unidos em 2002. Fez tanto sucesso por lá que se tornou líder no segmento de móveis de luxo na cidade. “Hoje, Miami é cosmopolita.”
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A presença maciça de brasileiros tem forte impacto na Miami que surgiu nos últimos anos. Graças a eles, os restaurantes começaram a ficar abertos até mais tarde, como acontece em São Paulo e no Rio de Janeiro. Por causa do Brasil, muitas lojas estimulam seus funcionários a aprender algumas palavras em português. Em 2013, 755 mil turistas brasileiros desembarcaram em Miami, segundo o órgão oficial de turismo da cidade – um avanço de 9,5% em relação ao ano anterior e de quase 20% sobre 2011. Na Flórida como um todo, que abriga os parques da Disney em Orlando, os brasileiros correspondem ao maior contingente de turistas estrangeiros, com 1,8 milhão de visitantes no ano passado e um desembolso total de R$ 5,7 bilhões no período. Isso provocou um aumento nos investimentos das companhias aéreas, interessadas na demanda cada vez maior. Até o fim do ano, a Azul deve inaugurar uma rota já utilizada pela Gol que liga Campinas, no interior de São Paulo, a Fort Lauderdale, a cerca de 40 quilômetros de Miami, com tarifas promocionais a partir de US$ 600. A American Airlines, que realiza voos diretos partindo de várias capitais do País, planeja fazer a mesma rota em breve.
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No mundo dos negócios, os brasileiros provocaram uma revolução, especialmente no setor imobiliário. O movimento começou depois que a crise econômica de 2008 derrubou o preço dos imóveis no mercado americano. Atraídas pela ideia de pagar menos por uma casa de veraneio em Miami do que por uma propriedade no Rio ou em São Paulo, muitas pessoas começaram a procurar apartamentos para investir. Não por acaso, os brasileiros se tornaram o terceiro maior grupo de compradores de imóveis em Miami e arredores. “A procura é tanta que, nos próximos dois anos, eles devem liderar esse ranking”, afirma Claudia Murad, sócia da Unique Living Miami – Exit Realty Brickell. Para atender à crescente demanda, os serviços das corretoras se estenderam a recepção nos aeroportos, reserva de restaurantes, aluguel de carros e barcos e ao cuidado das casas enquanto os proprietários estão fora do país. No segmento de luxo, os brasileiros também representam fatia importante. Projetado pela arquiteta pop star Zaha Hadid, o One Thousand Museum, que tem apartamentos cotados entre US$ 5 milhões e US$ 15 milhões, já vendeu 28% de suas unidades a brasileiros, mais até do que para americanos.
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O artista plástico pernambucano Romero Britto foi um dos primeiros
brasileiros a se instalar em Miami e fazer sucesso entre os americanos
Há dez anos, a imobiliária Elite International Realty recebia dois pedidos por mês de brasileiros interessados em se mudar para o sul da Flórida. Hoje são duas consultas por dia – e de pessoas que não querem baixar o padrão que têm no Brasil. Dona de uma casa de cinco suítes em Miami Beach, usada há três anos como refúgio da família em feriados prolongados, Cristiane Quitete Nogueira, 44 anos, quer se mudar de vez em 2015 com o marido, o empresário aposentado Marco Antônio Gomes Nogueira, 56, e a filha mais nova do casal, Antônia, 5. “Vou em busca de mais qualidade de vida e segurança”, afirma. A questão da segurança é um fator importante na escolha de muitas pessoas. A psicóloga Taluana Cabral, 35 anos, considerou três episódios de violência urbana sofridos por sua família em Santos para que decidisse pela mudança. “Vivia em estado de alerta”, diz. “Em Miami, tenho outro estilo de vida. Matriculei meus filhos numa escola pública de Key Biscayne e faço quase tudo a pé.”
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Outro atrativo para os brasileiros é o dinamismo típico da sociedade americana. Ao contrário do que acontece no Brasil, montar um negócio nos Estados Unidos requer pouca burocracia. Para abrir uma empresa no ramo de logística, com instalações físicas e alvará de funcionamento, o empresário Junior Amaral, 46 anos, precisou de apenas um mês em Miami. Em São Paulo, chegou a esperar um ano e meio apenas por uma licença da prefeitura. Os brasileiros também estão descobrindo que obter um visto de permanência é menos complicado do que se imagina. Ainda que só a compra de um imóvel não garanta nenhum direito especial, empreendedores dispostos a investir a partir de US$ 500 mil num negócio que gere emprego a americanos ou residentes permanentes legais conseguem um visto de imigrante que, na maioria dos casos, se estende ao cônjuge e aos filhos menores de 21 anos. As licenças de moradia para não imigrantes são boas opções para os estrangeiros que ambicionam fazer um período de experiência nos Estados Unidos. Nesses casos, basta aos interessados se matricular em universidades e outras instituições de ensino, inclusive escolas de idiomas. Nunca foi tão fácil morar em Miami. Será que está chegando a sua vez? 
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Fred comemora 200 jogos pelo Fluminense

FLUSÃO ATÉ PARECE O   A SELEÇÃO  DA ALEMANHA: TÁ JOGANDO FÁCIL

Cristóvão Borges não divulga time contra o Coritiba, mas atacante vai celebrar 200 jogos

Marcelo Bertoldo
Rio - Embalado, o Fluminense não abre mão do Brasileiro e tampouco da Copa do Brasil. Sem antecipar a escalação para o confronto contra o Coritiba, hoje, às 21h, no Maracanã, Cristóvão Borges não confirmou se Fred começará entre os titulares na noite em que completará 200 jogos pelo clube. Com o cabelo raspado, Rafael Sobis se despediu do visual platinado, mas não deixou de brilhar na avaliação do técnico.

Fluminense enfrenta o Coritiba no sábado
Foto:  Divulgação

A disputa é boa e muito acirrada. Com esperança no futebol apresentado pela equipe, Cristóvão deixou claro que o revezamento se fará necessário no ambicioso sonho de conquista do Brasileiro e da Copa do Brasil. Apesar da vitória de 3 a 0 sobre o América-RN, o comandante tricolor tem planos para a partida de volta, quarta-feira, também no Maracanã.

“A ideia é que todos os atletas estejam bem. Eles sabem que vamos jogar dois campeonatos simultâneos e brigar para chegar nos dois. Todos terão oportunidade, todos jogarão no momento certo. Independentemente da escalação, o futebol exige isso muito. Vamos jogar com movimentação e troca de passes”, destacou Cristóvão.
Na quarta-feira, Henrique, Valencia, Wagner e Rafael Sobis foram poupados em Natal. Apenas os dois últimos entraram no decorrer da partida. Destaques da equipe, Cícero e Conca poderão ser os próximos ‘beneficiados’ pelo descanso e podem jogar apenas um tempo neste sábado.
Com o grupo na mão e opções para montar o Fluminense, Cristóvão não quer se ‘curar’ dessa dor de cabeça. Ao assumir o desafio de brigar pelo título das duas competições, ele se sente pronto para as cobranças. “O futebol que apresentamos tem chamado a atenção, mas o Coritiba está atento e será um jogo difícil”, disse Cristóvão.
FLU QUER IMORTALIZAR O CASAL 20
Com a ajuda da torcida, o Fluminense iniciou um financiamento coletivo para homenagear o Casal 20. Ídolos do clube, Washington e Assis faleceram recentemente, mas a ideia é imortalizá-los na história. Pelo sistema de ‘crowdfunding’, a diretoria pretende arrecadar fundos para viabilizar um livro, uma medalha e um busto ou estátua da dupla de atacantes.
A página da campanha está hospedada em www.comecaki.com.br/Casal20. Quatro cotas estarão à disposição dos colaboradores com os seguintes valores: R$ 20,00; R$ 120,00; R$ 1.200,00; e R$ 12.000,00. Todas as categorias oferecem algum tipo de recompensa.
Em 2012, a diretoria tricolor arrecadou R$ 206.378,00 através do sistema de financiamento coletivo para livro dos 110 anos do clube.