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9.19.2015

Presidente do STF rebate Cunha e nega limbo jurídico na eleição de 2016.


O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, rebateu o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e negou que a eleição municipal do ano que vem estará em um limbo jurídico após a decisão da corte de considerar inconstitucional a doação de empresas a campanhas eleitorais.
Lewandowski disse que a decisão do Supremo foi bem fundamentada e garantiu que não há dúvidas de que a decisão vale para o pleito do ano que vem, apesar de Cunha ter dito que a disputa de 2016 estaria em um limbo jurídico.
"A decisão se baseou nos grandes princípios constitucionais. Democrático, republicano, de isonomia e de igualdade. Foi fundamentada na Constituição", disse o ministro a jornalistas. "São cláusulas pétreas e valerão para a próxima eleição", assegurou.
Após a decisão do STF, Cunha falou em limbo jurídico para as eleições de 2016, afirmando que o Congresso já aprovou um projeto de lei que permite a doação de empresas e que tramita no Legislativo uma proposta de emenda à Constituição (PEC) que também permite os repasses de empresas a campanhas.
Lewandowski, por sua vez, declarou que não há necessidade de o STF fazer qualquer novo esclarecimento sobre a data da validade da decisão.
"Não gostaria de polemizar com o chefe de um outro Poder, mas a decisão do STF foi extremamente clara e, ao proclamar o resultado, deixamos explícito que as normas valerão para as próximas eleições", destacou.
"O STF fez um esforço para evitar questionamentos."
Via Agência Reuters


10 desastres de beleza que você cometeu na infância e na adolescência



Quando criança, você via a sua mãe usando um negócio estranho para deixar os lábios coloridos e nunca entendeu se ele era feito para comer ou para passar. Já na adolescência, você queria ter os mesmos fios descoloridos dos seus ídolos e decidia que dava sim para fazer o visual em casa. Com papel crepom. Quando somos jovens, confusos e/ou inconsequentes, sempre cometemos algum tipo de atrocidade estética.  ajuda a relembrar 10 desastres de beleza pelas quais você passou quando era mais jovem: 

Reprodução/Youtube
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1


Comer batom

"Não é para comer? É para passar?". Você achou fofo quando viu no vídeo, mas você também já teve que ouvir esta explicação quando a sua mãe chegou casa e te viu se empanturrando com o batom dela. Isso quando você não queria encarnar a Globeleza e pintava o seu corpo todinho com o cosmético.
iStock Images
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2


Embaraçar o cabelo na escova

As escovas redondas eram as principais protagonistas deste tipo de desastre. A gente achava que para cachear os fios ou modelá-los bastava enrolá-los no item. Aí, para tirar, só com muito jogo de cintura ou uma boa tesourada.
Reprodução/YouTube
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Queimar o cabelo com chapinha/babyliss

No início dos anos 2000, chapinhas e babyliss eram itens acessíveis a qualquer adolescente. Como a prudência sempre ficava em terceiro ou quarto lugar na lista de cuidados na hora de fazer um penteado, os "acidentes" envolvendo cabelos derretidos e com cheiro de queimado não eram raros.
Reprodução/Twitter
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4


Tintura com papel crepom

Quem nunca quis ter o cabelo colorido de Gwen Stefani nos anos 90? Mas o processo exigia dinheiro e paciência. A versão "pobrinha" era usar papel crepom que, na água quente, solta corante e pode realmete tingir os fios. Duro era ver a cor escorrendo pelo rosto e pescoço quando você suava na aula de educação física.
Reprodução/Twitter/@mackenziefine
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5


Chiclete no cabelo

Dificilmente a gente fazia este tipo de atrocidade a nós mesmos. Era mais comum colarmos um chiclete mascado no cabelo de uma pessoa que não gostávamos muito. Por isso, ficar com um chiclete no cabelo era duplamente doloroso, pois percebíamos que não éramos exatamente queridos por um de nossos coleguinhas e tirá-lo era uma missão quase impossível.
Reprodução/YouTube
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6


Raspar a sobrancelha

A gente não entende muito bem o porquê até hoje, mas todo mundo já teve um dia que pensou que seria uma boa ideia raspar a sobrancelha. Talvez nos ajude a aprender a se dar valor ao que se tem, porque só sabemos como aquele chumaço de pelos faz falta quando o vemos cair na pia do banheiro.
Reprodução/YouTube
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7


"Mutilar" o próprio cabelo

Você até podia chamar de "dar um corte na franja" ou "acertar o comprimento", mas o que você fazia no seu cabelo na adolescência era mutilação mesmo. Franja curta demais era o básico para os adeptos do cabelo "Faça você mesmo". Ainda bem que hoje em dia o corte tipo Bettie Page está na moda e a gente paga menos mico quando cometemos este tipo de desastre, né? Porque, sim, a gente faz isso até na vida adulta.
Reprodução/YouTube
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Descolorir o cabelo em casa

Parecia fácil ter um cabelo branquinho, base perfeita para uma cor fantasia. Afinal, são apenas dois ingredientes, pó descolorante e água oxigenada, certo? A "brincadeira" podia dar certo ou muito, muito errado. Cabelos caindo ou com corte químico são apenas alguns efeitos colaterais da peripécia adolescente. E a coragem para ir à aula no dia seguinte parecendo um Pokémon?
Reprodução/Twitter/@giuspigolon
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9


Passar corretivo nas unhas

A aula estava um tédio e o "branquinho" estava ali, tão sedutor, te chamando para fazer "arte". Aí você passava o corretivo nas unhas, sentia aquele geladinho do produto e parecia que tudo estava bem. Até aquilo secar e parecer um cimento nos seus dedos. Para tirar, apenas muita acetona e paciência funcionavam.
Divulgação
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10


Piercing caseiro

Hoje em dia você até pode achar que fazer um piercing na orelha ou no umbigo com a ajuda de uma agulha e borracha não é exatamente uma boa ideia, mas na adolescência você era capaz de tudo para ser rebelde. O que você precisava era um amigo corajoso para fazer o furo e outro para segurar a sua mão. E sorte, claro, para não atingir um nervo ou ter uma hemorragia por ter furado o lugar errado.

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BATOM

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Fonte e imagem -http://www.sephora.com.br

Bebê seguro

Foto de filho de Fernanda Gentil mostra 3 erros na hora do sono do bebê
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Do UOL, em São Paulio
  • Reprodução/Instagram
    Gabriel, filho da jornalista da Globo Fernanda Gentil
    Gabriel, filho da jornalista da Globo Fernanda Gentil

A jornalista e apresentadora Fernanda Gentil publicou, nesta terça-feira (15), em seu perfil no Instagram uma foto do filho, Gabriel, nascido em 28 de agosto, dormindo no berço.
Colocado ao lado de uma estante em que estão dispostos vários objetos, o móvel está equipado com protetores de berço, e o menino está quase totalmente coberto por um lençol.
Segundo o Centro de Pesquisa do Hospital Nacional de Crianças de Columbus, em Ohio, nos Estados Unidos, essas características comprometem a segurança do bebê. A entidade recomenda que, para evitar sufocamento, não sejam colocados travesseiros, cobertores ou protetores no berço. Da mesma maneira, não se deve colocar o móvel ao lado de estantes ou de prateleiras. O objetivo é impedir que objetos de enfeite caiam sobre a criança.
No Brasil, a ONG Criança Segura também fornece as mesmas diretrizes, orientando que os bebês devem dormir em colchão firme, de barriga para cima, cobertos até a altura do peito, com lençol preso embaixo do colchão e os braços para fora. 

Veja outras dicas de segurança para o berço do bebê:

1 - Use um colchão firme que se encaixe perfeitamente no berço, não deve haver espaços entre um e outro;
 
2 - Cubra o colchão com lençol de elástico;
 
3 - Certifique-se de que os espaços entre as tábuas laterais do berço não permitam que o bebê prenda a cabeça;
 
4 - Não coloque travesseiros, cobertores, protetores de berço ou bichos de pelúcia no berço;
 
5 - Retire qualquer objeto que fique pendurado perto do berço e que possa ser puxado pelo bebê a partir de cinco meses;
 
6 - Nunca use berços com peças soltas ou quebradas;
 
7 - Não coloque o berço perto de estantes e prateleiras ou próximo a janelas;
 
8 - Nunca coloque o bebê para dormir em uma superfície fofa, como sofá, travesseiro, almofada ou edredom.
Arte/UOL
Veja medidas que tornam a casa segura para crianças. As dicas estão divididas por ambientes
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População aprova o Programa Mais Médicos

Pesquisa revela que população aprova programa Mais Médicos

 Mais Médicos:Um sucesso.

Estrangeiros começaram a atender nas cidades em setembro de 2013.
G1 visitou cidades onde faltavam médicos e verificou que  situação mudou bastante.

Mariana Lenharo Do G1, em São Paulo*
Gelcilane agradeceu atenção do médico cubano durante o pré-natal da filha Laura Nascimento (Foto: Adneison Severiano/G1 AM)Gelcilane agradeceu atenção do médico cubano durante o pré-natal da filha Laura Nascimento, no município de Careiro Castanho, no Amazonas (Foto: Adneison Severiano/G1 AM)
Há dois anos, os primeiros estrangeiros bolsistas do Mais Médicos começaram a chegar aos municípios onde atuariam. O programa federal propunha aumentar o número de médicos atuando na rede de atenção básica do Sistema Único de Súde (SUS) em regiões carentes desses profissionais.
Mais Médicos - Selo 1  (Foto: G1)
Anunciado no dia 8 de julho de 2013, o programa previa inicialmente a criação de 10 mil novos postos de trabalho para médicos. Os primeiros estrangeiros recrutados pelo governo começaram a atender a partir de 23 de setembro e a lei do Mais Médicos foi promulgada em 22 de outubro daquele ano.
Hoje, há 18.240 médicos atuando no programa, sendo 11.429 cubanos contratados via convênio com a Organização Pan-americana da Saúde (Opas), 1.537 formados no exterior e 5.274 brasileiros.
Em entrevista ao G1, o ministro da Saúde, Arthur Chioro, diz ter a expectativa de que o país deixe de depender de médicos estrangeiros em 2026, quando devem ter concluído a residência as primeiras turmas formadas em cursos já adaptados às mudanças estabelecidas pelo programa, que visam a priorizar a formação generalista para atuação na atenção básica.
 Mais Médicos - Selo3 (Foto: G1)
Dois anos depois do início do programa, há cidades no Brasil que passaram a ter, pela primeira vez, um médico do SUS residindo e atendendo no local. Em outras regiões, a presença dos bolsistas não proporcionou uma melhora perceptível do atendimento, segundo a população. Mesmo em localidades em que os moradores comemoram a chegada dos médicos do programa, a falta de medicamentos e estrutura para exames continua comprometendo a qualidade do atendimento.
O G1 revisitou cidades em todas as cinco regiões do Brasil que, em 2013, apresentavam problemas devido à falta de médicos e questionou a população e os profissionais do Mais Médicos sobre como o programa impactou a saúde dos moradores da região.
Programa chegou a 73% dos municípios
No início do programa, 700 municípios brasileiros não tinham nenhum médico na rede pública, segundo estimativa apresentada na época pela ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti. O Ministério da Saúde não soube informar se continua havendo municípios sem médicos no país, apenas que os integrantes do programa chegaram a 4.058 municípios, 73% do total de cidades brasileiras. "Não obrigamos ninguém a aderir ao Mais Médicos, foi uma adesão voluntária", disse o ministro.
  •  
Mais Médicos (Foto: Editoria de Arte/G1)
Antes carente de profissionais para a atenção básica, Cachoreiro de Itapemirim, no Espírito Santo, foi uma das cidades beneficiadas pelo programa. Hoje, o pastor Geilson Meireles, que vive no distrito de Pacotuba, não precisa andar grandes distâncias para levar a filha ao médico. "O médico está sempre aqui, em horário integral e isso nos dá um conforto, uma tranquilidade, em saber que a gente pode chegar a qualquer momento e ser atendido. Antes, tínhamos essa dificuldade."
Em Roraima, a Comunidade Indígena Malacacheta deixou de depender da capital, Boa Vista, para atendimentos médicos básicos com a vinda do cubano Ricardo Viota. "Ajudou muito. Nossa população vem crescendo e em Boa Vista não é diferente, onde os hospitais estão sempre lotados. Com o médico na comunidade, as doenças mais simples podem ser tratadas por aqui", disse o líder indígena Simeão Mecias.
Equipe médica da comunida indígena da Malacacheta (Foto: Valéria Oliveira/ G1)Equipe médica da comunidade  indígena da Malacacheta, em Roraima (Foto: Valéria Oliveira/ G1)
Municípios falhavam em fixar médicos
Um dos problemas relatados por municípios do interior dos estados era a falta de interesse dos médicos em viver na cidade e lá atender com exclusividade. Havia uma desistência dos médicos, que ficavam pouco tempo na cidade. A maioria tinha que voltar para a capital ou atender em outros municípios. Com o programa Mais Médicos, os profissionais passaram a residir na cidade", diz o prefeito de Careiro Castanho, no Amazonas, Hamilton Alves Villar.
Com o programa, a moradora de Careiro Castanho Gelcilane Nascimento Paiva, de 39 anos, pôde fazer seu pré-natal de gravidez de risco perto de casa. Se não fosse por isso, teria de ter enfrentado mensalmente mais de 40 km de rios e estradas para comparecer às consultas.
Sobre a dificuldade que os municípios tinham de fixar médicos antes do programa federal, o vice-presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Mauro Ribeiro, observa que o médico é um profissional que, como outro qualquer, tem seu interesse regulado pelo mercado. “Nesses locais onde o mercado não permite ao médico ter renda suficiente para sustentar sua família, defendemos que o estado brasileiro, através do governo, faça a mesma coisa que faz para promotores e juízes: uma carreira de estado.”
Osmayki Martin examina gestante em comunidade Olho D’Água em Cocal (Foto: Gilcilene Araújo/G1)Osmayki Martin examina gestante em comunidade Olho D’Água em Cocal, no Piauí (Foto: Gilcilene Araújo/G1)
Muito crítico ao programa Mais Médicos, o CFM defende que a solução para atrair médicos para as regiões mais distantes do país seria criar um plano de carreira atrativo ao qual os médicos poderiam se candidatar por meio de concurso, em vez de trazer médicos estrangeiros ao país.
Para médicos, estrutura é maior problema
Um dos problemas relatados por médicos do programa federal ouvidos pelo G1 foi a falta de medicamentos e de estrutura para atender os pacientes de forma adequada. O casal de cubanos Osmayki Martin Junco e Arianna Mallea Garcia, que chegou ao Brasil em 2013 para trabalhar em Cocal, no Piauí, conta que até os exames mais simples precisam ser feitos na cidade mais próxima, que fica a 64 km.
Mais Médicos (Foto: G1)
O médico espanhol Rafael de Quinta Frutos, que chegou em 2013 à Baía da Traição, na Paraíba, vive uma situação parecida. Ele descreveu a infraestrutura do local onde atende como precária. "Na Espanha, eu só pegava na caneta para assinar, era tudo no computador. Não era necessário nem imprimir a receita, ela ficava registrada no cartão do ‘SUS’ de lá. Aqui não tem nem computador." Outra queixa foi a falta de remédios.
Segundo o ministro Arthur Chioro, o Mais Médicos também tem a meta de melhorar a infraestrutura da saúde básica. O plano é construir ou reformar 26 mil unidades básicas de saúde, das quais 11 mil já estão concluídas. Ao todo, o país tem 40 mil unidades desse tipo.
Ezequiel e Shiley com a filha Heloísa de 40 dias em um posto de saúde em Suzano (Foto: Douglas Pires / G1)Ezequiel e Shiley com a filha Heloísa de 40 dias em um posto de saúde em Suzano, interior de São Paulo (Foto: Douglas Pires / G1)
A falta de estrutura de saúde no interior do país é um dos principais pontos criticados pelo CFM em relação ao Mais Médicos. "Não adianta querer interiorizar o médico, tem que interiorizar o sistema de saúde do qual o médico é apenas um componente. É preciso ter médico, enfermeiro, técnico de enfermagem, laboratório básico e uma estrutura mínima de atendimento de forma que possam ter resolutividade", diz Mauro Ribeiro.

População aprova o Programa Mais Médicos

Nas cidades visitadas pelo G1, os pacientes atendidos pelos profissionais do Mais Médicos contaram estarem satisfeitos com a atenção recebida: eles citam um atendimento mais humanizado e mais cuidadoso do que aquele com que estavam acostumados. Porém, em muitas regiões, grande parte da população nunca teve a experiência de se consultar com um desses médicos.
É a situação observada na periferia de Suzano, no interior de São Paulo, que desde 2013 tinha problemas com a falta de médicos. "Foi uma  diferença grande nestes últimos dois anos, com a implantação do Mais Médicos. (...) Eles [o posto] abrem a agenda para marcar consultas  uma vez por mês,.
Ana Silva, 48, diz que precisou percorrer três unidades para tratar dengue, em Goiânia (Foto: Fernanda Borges/G1)Ana Silva, de 48 anos,  tratar dengue, em Goiânia (Foto: Fernanda Borges/G1)
Em Goiânia, que enfrentava uma crise no atendimento básico no final de 2012, um clínico geral que não é do Mais Médicos e que atua em uma UBS da cidade disse que a chegada do programa "deu um fôlego" na atenção básica, já que os profissionais do programa ficam mais tempo nos postos.
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Mais Médicos determina mudanças em educação
Apesar de a importação de médicos estrangeiros ter sido o aspecto mais debatido na época do anúncio do programa (as entidades médicas brasileiras contestam o fato de os estrangeiros não terem de revalidar o diploma no país e criticam o regime de trabalho diferenciado dos profissionais cubanos), o Mais Médicos também determinou várias mudanças na educação médica no Brasil.
Médico Aníbal Borin se formou em Cuba e trabalha no bairro Nacional, em Porto Velho, desde o início do programa na capital de RO (Foto: Mary Porfiro/G1)Médico Aníbal Borin se formou em Cuba e trabalha no bairro Nacional, em Porto Velho, desde o início do programa na capital de RO (Foto: Mary Porfiro/G1)
Além de propor o aumento de vagas de graduação em medicina e de residência médica, o programa determina a mudança do perfil dos cursos, que devem passar a priorizar a formação de médicos generalistas, voltados para a atenção básica em saúde, segundo Vinicius Ximenes Muricy da Rocha, médico sanitarista e diretor de Desenvovimento da Educação em Saúde do Ministério da Educação (MEC). Ele observa que as mudanças têm o objetivo de que "todo médico brasileiro, independentemente de ser um super especialista, tenha uma forte base de medicina geral".
Mais Médicos - Selo 4 (Foto: G1)
Desde o início do programa, foram criadas 5.306 novas vagas de graduação em medicina, tanto em cursos privados e públicos já existentes quanto em 20 novos cursos em universidades federais que foram autorizados nesse período e já estão em funcionamento. Outros três cursos federais já foram autorizados, mas ainda não iniciaram as aulas.
Além disso, 36 municípios já foram selecionados para receber novos cursos privados de medicina. A previsão é que eles possam abrir vagas já em 2016. Outros 22 municípios pré-selecionados ainda passam por avaliação para verificar se têm estrutura adequada para receber os cursos.
As instituições devem oferecer 10% das vagas para alunos de baixa renda, que terão bolsa integral. Somado a outros programas do governo como o Prouni e o Fies, o benefício deve garantir que uma grande parcela dos estudantes venham de famílias mais pobres, segundo Rocha. Existe uma meta de que, até 2017, o programa tenha criado um total de 11,5 mil vagas de graduação.
Residência em saúde da família gera polêmica
Outra mudança determinada pelo programa foi tornar obrigatória para quase todos os formandos a residência em Medicina Geral de Família e Comunidade, cuja duração pode variar de um a dois anos dependendo da especialidade que será buscada pelo profissional posteriormente. A medida deve ser implementada em 2018, quando o programa espera ter criado 12,4 mil novas vagas de residência no país, e foi recebida com críticas pelo CFM.
Marileidys e Alberto atendem juntos em unidade de saúde de Cachoeiro de Itapemirim (Foto: Viviane Machado/ G1)Marileidys e Alberto atendem juntos em unidade de saúde de Cachoeiro de Itapemirim, no Espírito Santo (Foto: Viviane Machado/ G1)
O conselho avalia, segundo Mauro Ribeiro, que a medida tem o interesse de colocar o médico recém-formado na assistência e não priorizar o processo de ensino de qualidade.
Já o médico Roberto Queiroz Padilha, superintendente de Ensino do Hospital Sírio-Libanês, avalia que a mudança tende a ter resultados positivos. “A mudança de cenário, sair dos muros da escola para trabalhar com a realidade e, a partir dela, construir as competências que o médico deve ter para atender as necessidades da população, é uma mudança fundamental para a formação médica no Brasil.”
Estrangeiros até 2026
Chioro enfatiza que o principal objetivo do programa, a longo prazo, é que o país seja autossuficiente em profissionais com perfil voltado para atendimento em atenção básica. “Como demoram 6 anos para formar e mais 2 anos na residência, não podemos pensar que isso vá ocorrer antes da segunda metade de 2026”, disse o ministro, levando em conta que a obrigatoriedade da residência em Medicina Geral de Família e Comunidade passará a valer a partir de 2018.
Mesmo com o cenário de crise econômica, Chioro afirma que o programa não deve ser afetado. “A presidente diz o tempo inteiro a mim que não mexerá no programa Mais Médicos”, diz o ministro. “O programa mudou a história da atenção básica no Brasil. Pela primeira vez, atenção básica passou a ser ofertada em todo o país.”
* Colaboraram: Adneison Severiano (G1 AM), Douglas Pires (G1 Mogi das Cruzes e Suzano), Fernanda Borges (G1 GO), Fernanda Zauli (G1 RN), Gilcilene Araújo (G1 PI), Henrique Mendes (G1 BA), Krystine Carneiro (G1 PB), Mary Porfiro (G1 RO), Valéria Oliveira (G1 RR), Viviane Machado (G1 ES) e G1 RS