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5.28.2016

Cunha manda e governo Temer terá que se ajoelhar, diz Dilma



Marlene Bergamo/Folhapress
A presidente afastada, Dilma Rousseff, da entrevista exclusiva à Folha no Palácio da Alvorada
A presidente afastada, Dilma Rousseff, da entrevista exclusiva à Folha no Palácio da Alvorada


Os garçons do Palácio da Alvorada ainda servem café quente para a presidente afastada Dilma Rousseff. Na quinta-feira passada (26), ela recebeu a Folha para uma entrevista e pediu que servissem também "alguma comidinha". Foi prontamente atendida, mas reclamou: "Não tem pão de queijo?".
Dilma, segundo assessores, segue mais Dilma do que nunca. Acorda cedo, despacha, dá bronca, exige pontualidade e se apega a detalhes.
Aparenta estar forte e até algo aliviada longe da rotina do Palácio do Planalto, de onde foi afastada depois que o Senado votou pela abertura do impeachment, há 18 dias.
Diz que não sente falta de nada. "Eu trabalho o mesmo tanto. Só que agora faço outras coisas", afirma.
Recebe senadores, deputados, ex-ministros. Com eles, participa de discussões em redes sociais. "Temos que defender o nosso legado. E com pouco recurso. Atualmente nós temos um blog. Ele nos consome", afirma.
Na semana passada, acompanhou cada detalhe da divulgação, pela Folha, de gravações feitas pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado com os senadores Romero Jucá e Renan Calheiros e com José Sarney.
"As razões do impeachment estão ficando cada vez mais claras", afirma, sorrindo. As conversas revelam tentativas de interferir na Operação Lava Jato e a opinião de que, se Dilma saísse do governo, as investigações poderiam arrefecer.
Dilma não poupa críticas ao governo interino de Michel Temer e diz que ele terá que "se ajoelhar" para Eduardo Cunha, com quem "não há negociação possível".
Leia a seguir os principais trechos da conversa:
*
Folha - Vamos começar falando sobre o impeachment.
Dilma Rousseff - Pois não.
A senhora precisa ter 27 votos contrários a ele no Senado.
É melhor falar que precisamos de 30.
E só teve 22 na votação da admissibilidade. Acredita mesmo que pode voltar?
Nós podemos reverter isso. Vários senadores, quando votaram pela admissibilidade [do processo de impeachment], disseram que não estavam declarando [posição] pelo mérito [das acusações, que ainda seriam analisadas]. Então eu acredito.
Sobretudo porque as razões do impeachment estão ficando cada vez mais claras. E elas não têm nada a ver com seis decretos ou com Plano Safra [medidas consideradas crimes de responsabilidade].
Fernando Henrique Cardoso assinou 30 decretos similares aos meus. O Lula, quatro. Quando o TCU disse que não se podia fazer mais [decretos], nós não fizemos mais. O Plano Safra não tem uma ação minha. Pela lei, quem executa [o plano] são órgãos técnicos da Fazenda.
Ou seja, não conseguem dizer qual é o crime que eu cometi. Em vista disso, e considerando a profusão de detalhes que têm surgido a respeito das causas reais para o meu impeachment, eu acredito que é possível [barrar o impedimento no Senado].
A senhora se refere às conversas telefônicas gravadas pelo ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, com os senadores Romero Jucá e Renan Calheiros e com o ex-presidente José Sarney?
Eu li os três [diálogos]. Eles mostram que a causa real para o meu impeachment era a tentativa de obstrução da Operação Lava Jato por parte de quem achava que, sem mudar o governo, a "sangria" continuaria. A "sangria" é uma citação literal do senador Romero Jucá.
Outro dos grampeados diz que eu deixava as coisas [investigações] correrem. As conversas provam o que sistematicamente falamos: jamais interferimos na Lava Jato. E aqueles que quiseram o impeachment tinham esse objetivo. Não sou eu que digo. Eles próprios dizem.
E a crise na economia, a falta de apoio do governo no Congresso, não contaram?
O [economista e prêmio Nobel Joseph] Stiglitz fez um diagnóstico perfeito [sobre o Brasil]: a crise econômica é inevitável. O que não é inevitável é a combinação danosa de crise econômica com crise política. O que aconteceu comigo? Houve a combinação da crise econômica com uma ação política deletéria. Todas as tentativas que fizemos de enviar reformas para o Congresso foram obstaculizadas, tanto pela oposição quanto por uma parte do centro politico, este liderado pelo senhor Eduardo Cunha.
Pior: propuseram as "pautas-bomba", com gastos de R$ 160 bilhões. O que estava por trás disso? A criação de um ambiente de impasse, propício ao impeachment. Cada vez que a Lava Jato chegava perto do senhor Eduardo Cunha, ele tomava uma atitude contra o governo. A tese dele era a de que tínhamos que obstruir a Justiça.
A senhora então sustenta que o impeachment foi apenas uma tentativa de se barrar a Operação Lava Jato.
Foi para isso e também para colocarem em andamento uma política ultraliberal em economia e conservadora em todo o resto. Com cortes drásticos de programas sociais. Um programa que não tem legitimidade pois não teve o respaldo das urnas.
Não foi um equívoco político confrontar um adversário com tanto poder e influência no parlamento como Cunha?
Desde 1988, o PMDB foi o centro do espectro político. E participou da estruturação tanto dos governos do PSDB quanto dos governos do PT, sendo fator de estabilidade.
Mas, a partir do meu primeiro mandato, esta parte [PMDB] que era para ser centro passa a ter um corte de direita conservadora, com uma pessoa extremamente aguerrida na sua direção.
Você passa a ter, de um lado, 25% [dos parlamentares] ligados à ala progressista, outros 20% à ala que já foi social-democrata. E, no meio, 55% sob o controle do senhor presidente da Câmara afastado, Eduardo Cunha. A situação do Brasil, se isso não for desmontado, é gravíssima.
Mas era melhor cair a fazer um acordo político com ele?
Fazer acordo com Eduardo Cunha é se submeter à pauta dele. Não se trata de uma negociação tradicional de composição. E sim de negociação em que ele dá as cartas.
Jamais eu deixaria que ele indicasse o meu ministro da Justiça [referindo-se ao fato de o titular da pasta de Temer, Alexandre de Moraes, ter sido advogado de Cunha]. Jamais eu deixaria que ele indicasse todos os cargos jurídicos e assessores da subchefia da Casa Civil, por onde passam todos os decretos e leis.
A senhora se refere a nomeações do governo interino?
Podem falar o que quiserem: o Eduardo Cunha é a pessoa central do governo Temer. Isso ficou claríssimo agora, com a indicação do André Moura [deputado ligado a Cunha e líder do governo Temer na Câmara]. Cunha não só manda: ele é o governo Temer. E não há governo possível nos termos do Eduardo Cunha.
Não haverá, na sua opinião, governo Temer possível?
Vão ter de se ajoelhar.
Voltando à Lava Jato, houve pressão sobre a senhora para interferir na operação?
Era muito difícil fazer pressão sobre mim, querida.
Há relatos de pressão de Lula e do PT para que a senhora demitisse o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo.
Tanto não é verdade que José Eduardo saiu no final. E para o lugar dele foi um procurador [Eugênio Aragão].
Delcídio do Amaral afirmou em delação que a senhora indicou o ministro Marcelo Navarro para o STJ (Superior Tribunal de Justiça) para ajudar a soltar empreiteiros presos.
É absurda a questão do Navarro. Eu não tenho nenhum ato de corrupção na minha vida. Não conseguirão [acusá-la]. Por isso escolhem seis decretos e um Plano Safra [para embasar o impeachment].
Há rumores de que o empreiteiro Marcelo Odebrecht acusará a senhora, em delação premiada, de ter pedido dinheiro a ele na campanha em 2014, o que teria resultado em pagamentos ao marqueteiro João Santana por meio de caixa dois.
Eu jamais tive conversa com o Marcelo Odebrecht sobre isso.
Nem com o João Santana?
Eu paguei R$ 70 milhões para o João Santana [na campanha de 2014], tudo declarado para o TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Onde é que está o caixa dois?
A senhora já teve quantos encontros com Odebrecht?
Muito poucos. Eu não recebi nunca o Marcelo no [Palácio da] Alvorada. No Planalto, eu não me lembro. Recordo que encontrei o Marcelo Odebrecht no México, o maior investimento privado do país é da Odebrecht com um sócio de lá. Conversamos a respeito do negócio, ele queria que déssemos um apoio maior. Uma conversa absolutamente padrão do Marcelo.

Cresce rejeição da população ao golpista Temer e ao golpe, diz Vox Populi

Nova pesquisa Vox Populi divulgada no último sábado (30) avaliou o sentimento dos brasileiros depois que a Câmara dos Deputados aprovou, no dia 17 de abril, a abertura do processo de impeachment contra a presidenta Dilma Rousseff.  A pesquisa foi encomendada pela CUT.

A avaliação negativa de Temer ficou em 62% (era 61% na pesquisa anterior) A avaliação negativa de Temer ficou em 62% (era 61% na pesquisa anterior)
O processo foi encaminhado para análise do Senado. Para 32%, o Brasil vai piorar se o vice-presidente Michel Temer assumir no lugar de Dilma; 29% acreditam que o desemprego vai aumentar; 34% preveem piora em relação aos programas sociais; e 32% acreditam que perderão direitos trabalhistas.

A avaliação negativa de Temer ficou em 62% (era 61% na pesquisa anterior). O percentual dos que não consideram que o golpe é a melhor solução para o país aumentou para 66%, contra 58% do levantamento realizado entre 9 e 12 de abril.

A maioria não acredita que a vida vai melhorar no caso do Senado aprovar o processo e Temer assumir: 33% acham que nada vai mudar no Brasil, 36% consideram que nada vai mudar em relação ao desemprego, o mesmo percentual em relação a programas sociais e 35% em relação a direitos trabalhistas.

Como o Brasil avalia a performance dos deputados

O Brasil parou para assistir à votação da abertura do processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados no último 17 de abril: 76% acompanharam integralmente ou em parte; 23% não viram o espetáculo (2% não responderam).

Mais da metade das pessoas não gostou do que viu. A performance dos deputados, mal preparados e com falas medíocres e ofensivas, como a do Jair Bolsonaro (PSC-RJ), que elogiou um torturador, foi julgada de forma negativa por 56% dos que assistiram a transmissão – 37% consideram o comportamento dos deputados péssimo e 19% ruim.

Avaliação dos senadores

Os brasileiros estão divididos quanto à capacidade dos senadores de avaliar o processo de impeachment. Para 33%, os senadores são mais bem preparados dos que os deputados; 25% acham que os senadores são tão preparados quanto os deputados; 22% consideram que nem senadores nem deputados são preparados; e 7% acham que os senadores são menos preparados. Não souberam ou não quiseram responder 14% dos entrevistados.

Apenas 20% dos entrevistados acreditam que o Senado não vai aprovar o impeachment, enquanto 70% pensam que sim.

Eleições diretas

Para 61% dos entrevistados, o melhor para o Brasil é fazer eleições diretas ainda este ano. Para 21%, o melhor é a presidenta Dilma permanecer no cargo; 11% acham que é melhor Temer assumir; e 7% não sabem ou não souberam responder.

A pesquisa CUT/Vox Populi foi realizada entre os 27 e 28 de abril. Foram entrevistadas 1.523 pessoas em 97 municípios.

Acompanhe apresentação. Em alguns slides, a soma não equivale a 100% porque os números foram arredondados

“A Resistência ao Golpe de 2016”

Daniel Ferreira/Metrópolesles

Dilma Rousseff fará discurso na UnB em 30/5

A presidenta Dilma  é uma das convidadas para o lançamento do livro “A Resistência ao Golpe de 2016”, que ocorrerá na segunda-feira (30/5), às 18h, na Praça Chico Mendes da Universidade de Brasília

Dilma Rousseff poderá participar do lançamento do livro “A Resistência ao Golpe de 2016”, marcado para segunda-feira (30/5) na Universidade de Brasília (UnB). A obra reúne, em 450 páginas, textos sobre o processo de impeachment pelo qual a presidenta, enfrenta.
Reprodução
O livro conta com textos escritos por advogados, professores, políticos, jornalistas, cientistas políticos, líderes de movimentos sociais, e mais. Entre os participantes há nomes como Guilherme Boulos, coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Leonardo Boff, teólogo e escritor, e o sociólogo português Boaventura de Sousa Santos. O evento está marcado para ocorrer a partir das 18h na Praça Chico Mendes. Às 20h, Dilma chegará ao local e deve proferir um discurso. Esta previsto milhares de pessoas prestigiando o evento.

Novo presidente da Caixa Econômica anuncia fechamento de agências


Novo presidente da Caixa Econômica anuncia fechamento de agências
Como parte da política de entrega do patrimônio do povo brasileiro, o presidente da Caixa Econômica Federal, Gilberto Ochhi, pretende fechar uma centena de agências em todo o país e colocar no olho da rua milhares de trabalhadores
Logo que assumiu a presidência da CEF, Gilberto Ochhi, deixou claro para o que veio: entregar o patrimônio público para os parasitas capitalistas. Ochhi anunciou logo de cara o fechamento de uma centena de agências. Segundo o atual presidente o banco estatal “precisa melhorar a eficiência operacional”. Para o privatista não há necessidade de toda a estrutura atual do banco e que “com a mudança dos hábitos dos clientes, que cada vez mais optam pelos serviços pelo computador ou pelo smartphone”. Para por em prática essa política a direção da empresa reduzirá os custos com a folha de pagamento com planos de demissão e de “incentivo” à aposentadoria. Além disso, o golpista Ochhi prepara a abertura de capital do banco e a privatização das áreas de seguro, loterias e cartões.
Tal política nada mais é do que a implantação das medidas anunciadas pelo ministro da fazenda do governo golpista de Michel Temer, Henrique Meirelles, que logo quando assumiu declarou que as escolhas das presidências das estatais seriam baseadas em um perfil técnico e que os bancos públicos deveriam estar voltados para o mercado.
As medidas anunciadas pelo presidente da CEF repete a mesma política adotada pelos bancos privados. Tanto o Bradesco quanto o Itaú, os maiores bancos privado do país, que a cada ano vêm batendo recordes de lucros, utilizam a política de demissões e fechamento de agências com a perspectiva de aumentarem ainda mais os seus lucros, pouco se importando com os interesses da população e colocando no olho da rua milhares de trabalhadores todos os anos com o mesmo argumento de Gilberto Ochhi, que as demissões e fechamento de agências se devem por questões tecnológicas com aumento da utilização de internet e do mobile banking – o banco dentro do celular.
As medidas anunciadas por um representante direto do governo golpista na presidência da Caixa (Gilberto Ochhi pediu exoneração do cargo de ministro no governo Dilma porque o seu partido, Partido Progressista (PP) se debandou para o lado da direita golpista para votar pelo impeachmet da presidente) se utiliza de artifícios que supostamente seria para modernizar o banco, mas que na verdade só serve para atacar os trabalhadores e a população. Ele está criando as condições para privatizar um patrimônio do povo brasileiro e deixará indefinida a situação de 100 mil trabalhadores

Evento com Bolsonaro é marcado por protesto e confusão


Manifestantes se reuniram no bairro do Ingá, em Niterói, onde o deputado e o filho, Flávio Bolsonaro, estariam presentes

O Dia
Rio - Um evento, realizado na noite desta sexta-feira, que contava com a participação do deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) e o deputado estadual Flávio Bolsonaro (PSC) foi marcado por confusão. Cerca de 200 pessoas fizeram protesto em frente ao Clube Português, no bairro do Ingá, na Zona Sul de Niterói.


Evento com participação de Jair e Flávio Bolsonaro é marcado por confusão em Niterói
Foto: Reprodução Facebook
Houve muito tumulto na chegada dos convidados e dos palestrantes, já que os manifestantes estavam concentrados logo na entrada do clube. Entre os manifestantes havia grupos feministas e apoiadores da União Nacional dos Estudantes (UNE), que seguravam cartazes e gritavam palavras de ordem contra o deputado.A Polícia Militar chegou a usar gás de pimenta para dispersar os manifestantes e a ação terminou com dois jovens encaminhados para 76ª DP (Centro), um deles adolescente.

5.27.2016

RJ teve média de 13 estupros por dia entre janeiro e abril deste ano

Nesta semana, jovem de 16 anos foi vítima de estupro coletivo na capital.
Dados são do Instituto de Segurança Pública (ISP), do governo do estado.

Clara Velasco e Vanessa Fajardo Do G1, em São Paulo
Adolescente de 16 anos deixa o hospital Souza Aguiar com a mãe após estupro coletivo no Rio (Foto: Gabriel de Paixa/Agência O Globo)Adolescente de 16 anos deixa o hospital Souza Aguiar com a mãe após estupro coletivo no Rio (Foto: Gabriel de Paiva/Agência O Globo)
O Estado do Rio de Janeiro teve uma média de 13 estupros por dia entre 1º de janeiro e 30 de abril deste ano. Segundo dados do Instituto de Segurança Pública (ISP), órgão ligado à Secretaria de Estado de Segurança do Rio, foram registrados 1.543 casos de estupro no estado nos primeiros quatro meses de 2016. Ainda não há dados referentes ao mês de maio.
Estupros no RJ
Total de casos registrados por mês no estado
406329380428JaneiroFevereiroMarçoAbril0200400600
O estupro coletivo praticado contra uma adolescente de 16 anos no Rio de Janeiro reacendeu a discussão sobre este tipo de crime. A jovem foi estuprada no sábado (21) numa comunidade da Zona Oeste da capital.
Em depoimento à polícia, ela disse que foi até a casa de um rapaz com quem se relacionava há três anos. Ela afirma que estava a sós na casa dele. A próxima lembrança que tem é apenas de domingo, quando acordou em uma outra casa, na mesma comunidade, com 33 homens armados com fuzis e pistolas. Ela destacou que estava dopada e nua. A polícia já pediu a prisão de quatro homens.
Segundo o Instituto de Segurança Pública, o local em que houve mais registros de estupros no estado entre janeiro e abril foi a unidade policial de Cabo Frio. Foram 98 casos no total. Já as unidades policiais Praça Mauá, Leblon, Rio das Flores, Porto Real, Silva Jardim e Cordeiro não tiveram nenhum registro. 
Apenas em abril deste ano, foram registrados 428 de estupro no estado - o que também inclui casos de atentado violento ao pudor. No mesmo mês de 2015, o número foi ligeiramente menor - 420 casos. O total de registros nos quatro primeiros meses de 2015, porém, foi maior que o do mesmo período deste ano - 1.690 contra 1.543.
Dados nacionais
Segundo os dados mais recentes do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, foram registrados 47.646 estupros no país em 2014. O número representa uma queda em relação ao registrado em 2013 (50.320) - mas, ainda assim, equivale a um caso a cada 11 minutos, em média, no país. Os números incluem também os estupros de vulnerável, crime cometido contra menores de 14 anos.

Em entrevista ao G1 na época da divulgação dos dados, a diretora-executiva do fórum, Samira Bueno, afirmou que não é possível saber se houve realmente uma redução no tipo de crime no país, já que a subnotificação é extremamente elevada no país. “É o crime que apresenta a maior taxa de subnotificação no mundo. Então é difícil avaliar se houve de fato uma redução da incidência”, disse.
Estupros no país
Número de casos registrados por ano
50.22450.32047.6462012201320140k20k40k60k
Fonte: Fórum Brasileiros de Segurança Pública
O analista criminal e também integrante do Fórum Brasileiro de Segurança Pública Guaracy Mingardi concorda. “Embora não tenha culpa de nada, as vítimas se sentem envergonhadas e não querem se expor. Apesar das campanhas que incentivam as mulheres a prestarem queixas, da criação de delegacia da mulher, muitos casos deixam de ser registrados”, disse.
A socióloga Julita Lemgruber, coordenadora do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania da Universidade Cândido Mendes, do Rio de Janeiro, também vê a impunidade como um das justificativas para a subnotificação de crimes de estupro. “Em países em que as pessoas confiam mais na polícia e na justiça pode haver números maiores. No Brasil, a taxa de atrito, que é a diferença entre a quantidade de crimes e o número de pessoas que cumprem algum tipo de pena por decisão judicial, é muito pequena.”
Julita também acredita que os crimes cujos casos têm grande repercussão na mídia acabam tendo aumento no número de queixas, o que não significa, necessariamente, que estejam acontecendo mais.
Para Guaracy, seria fundamental a polícia ter setores específicos para investigar este tipo de crime para que não fiquem impunes e incentivem as pessoas a denunciarem. "Nenhuma polícia tem know how de investigar crimes sexuais de autoria desconhecida. É preciso ter um grupo especializado, criar setores para isso porque é uma investigação diferente”, comentou.
Nesta sexta (27), o presidente da República em exercício, Michel Temer, anunciou a criação de um departamento na Polícia Federal para coordenar o combate a crimes contra a mulher. "Vamos criar um departamento na Polícia Federal tal como fiz com a delegacia da mulher na Secretaria de Segurança Pública de São Paulo. Ela vai agrupar informações estaduais e coordenar ações em todo país", escreveu o presidente no Twitter.
Legislação e violência contra a mulher
A principal legislação brasileira para enfrentar a violência contra a mulher é a Lei Maria da Penha, de 2006. A lei configura violência doméstica contra a mulher qualquer ação que lhe cause sofrimento físico, sexual ou psicológico, além de lesão, dano moral ou patrimonial.

A lei classifica como violência psicológica ações como ameaça, constrangimento, humilhação, perseguição, insulto, limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à saúde psicológica.

A violência patrimonial pode ser entendida como qualquer conduta que configure retenção, subtração, destruição parcial ou total de seus objetos, instrumentos de trabalho, documentos pessoais, bens e dinheiro. Calúnia, difamação e injúria são classificadas como violência moral.

A lei define como violência sexual forçar a mulher a manter uma relação sexual não desejada, mediante intimidação, ameaça, coação ou uso de força, além de impedi-la de usar métodos contraceptivos, força-la ao matrimônio, gravidez ou à prostituição, mediante coação, chantagem, suborno ou manipulação.

Em 2009, a lei que trata dos Crimes contra a Dignidade Sexual, de número 12.015, foi alterada e “atos libidinosos” também passaram a ser considerados estupros. A pena varia de 6 a 10 anos de reclusão. Se a vítima é menor de 18 anos e maior de 14, a reclusão aumenta para de 8 a 12 anos. Se resultar em morte, sobe para 12 a 30 anos.
Central de Atendimento à Mulher
Desde março de 2014, o "Ligue 180" se transformou em disque-denúncia, com capacidade de envio de denúncias para a Seguraça Pública com cópia para o Ministério Público de cada estado. Assim, mulheres vítimas de violência doméstica ou outros crimes podem entrar em contato com a central de atendimento através do número de telefone 180.

Golpe está 100% demonstrado

 
Edição da revista Carta Capital, que chega nesta sexta (27) às bancas, afirma que "os diálogos gravados por Sérgio Machado demonstram de forma cabal o complô para derrubar Dilma e a participação de magistrados e parlamentares"; a reportagem esmiúça as conversas entre o ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, e políticos como os senadores Romero Jucá, Renan Calheiros e o ex-presidente José Sarney; em vídeo divulgado nas redes sociais, o diretor de Redação da Carta Capital, Mino Carta, comentou os fatos recentes: "Viemos de uma semana muito divertida, porque todos esses diálogos gravados entre diversas figuras, uma turma bem conhecida que dispensa maiores apresentações, que, efetivamente, confirmaram o golpe, para quem ainda tivesse alguma pálida dúvida" "Os diálogos gravados por Sérgio Machado demonstram de forma cabal o complô para derrubar Dilma e a participação de magistrados e parlamentares". A afirmação está na capa da revista Carta Capital, que chega nesta sexta-feira (27) às bancas, com o título: "O golpe. A prova dos nove". A reportagem esmiúça as conversas entre o ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, e políticos como os senadores Romero Jucá, Renan Calheiros e o ex-presidente José Sarney.
Em vídeo divulgado nas redes sociais, o diretor de Redação da Carta Capital, Mino Carta, comentou os fatos recentes.
"Viemos de uma semana muito divertida, porque todos esses diálogos gravados entre diversas figuras, uma turma bem conhecida que dispensa maiores apresentações, que, efetivamente, confirmaram o golpe, para quem ainda tivesse alguma pálida dúvida", diz.
Mino Carta ressalta que os áudios comprovam a existência de um "complô golpista", fornecendo, inclusive, "as forças que contribuem decisivamente para que o golpe avance e derrube Dilma e se prepare a ir adiante".





Até Veja admite que Dilma foi vítima de conspiração

247 – Por que Dilma Rousseff foi afastada da presidência da República? Oficialmente, porque teria cometido o "crime" das pedaladas fiscais.
Embora poucos levassem a sério essa acusação, a sociedade brasileira foi manipulada durante meses para ser convencida de que a edição de alguns decretos de crédito seriam motivo suficiente para cassar 54 milhões de votos.
Vez por outra, alguém dizia a verdade. "Há interesses de oportunistas que imaginam que derrubar a presidente seja caminho para parar a Lava Jato. Visam se proteger exatamente atacando a presidente, sobre a qual não pesa qualquer acusação", disse o governador Maranhão, Flávio Dino, numa entrevista de 6 de abril (leia aqui). Em março, o jornalista Ricardo Noblat também havia cobrado, num ataque de sincericídio, que políticos corruptos afastassem rapidamente Dilma para, assim, se salvarem (leia aqui).
Ainda não havia, no entanto, a prova material de que tudo não passava de uma conspiração para trocar o governo e, assim, tentar conter os estragos da Lava Jato sobre a classe política. Ela surgiu quando o senador Romero Jucá (PMDB-RR), gravado por Nelson Machado, ex-presidente da Transpetro, falou da necessidade de "parar essa porra" e "estancar essa sangria", numa clara referência à Lava Jato (leia aqui).
Foi tudo tão claro, tão cristalino, que nem Veja conseguiu esconder essa realidade. Em sua edição deste fim de semana, a revista dedica sua capa ao "complô" para conter a Lava Jato e aponta que Dilma foi vítima de uma conspiração. "As gravações de Romero Jucá – e de Renan Calheiros e José Sarney – não são má notícia para Temer apenas porque perdeu um ministro importante. São má notícia porque sugerem que sua ascensão ao Palácio do Planalto decorreu de uma conspiração para parar a Lava-Jato. Jucá falou disso com clareza", diz reportagem da edição deste fim de semana da revista.
Para a publicação, Dilma tentou, mas não conseguiu conter a operação – o que sugere que Temer talvez tivesse força para fazê-lo. O presidente interino foi também cobrado a demitir Henrique Eduardo Alves, ministro do Turismo citado nas investigações, e a se afastar de Eduardo Cunha, como se isso fosse possível.



Coxinha assumida Eliane vê Temer frágil e chance de novas eleições


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Colunista Eliane Cantanhêde destaca que já era previsto o cenário do Michel Temer fragilizado, “que perderia apoios dos partidos e abriria caminho para a reversão do impeachment e, enfim, a antecipação das eleições”;  ‘Esse script, aliás, já foi discutido por Lula com senadores petistas no dia do acatamento do impeachment no Senado, quando ele sabia que Dilma perderia e visualizou o seguinte cenário: a economia explodindo, o País de pernas para o ar, militantes e simpatizantes gritando “golpe” nas ruas, a Lava Jato chegando no PMDB’ e blindagem do PSDB de Aécio pela Lava Jato.

MBL foi financiado por PMDB, PSDB, DEM e SD, mostram áudios

247 – Uma reportagem dos jornalistas Pedro Lopes e Vinícius Segalla (leia aqui) revela que o Movimento Brasil Livre, liderado por Kim Kataguiri, recebeu apoio financeiro e material dos quatro principais partidos que se engajaram no impeachment da presidente Dilma Rousseff: PSDB, DEM, Solidariedade e, claro, o PMDB.
A reportagem traz áudios em que se negocia o apoio financeiro a atividades do grupo, como a impressão de folhetos, cartazes, camisetas e a organização de manifestações pelo impeachment.
Um dos personagens citados é Moreira Franco, braço direito de Michel Temer, que teria ajudado a custear 20 mil panfletos para o MBL por meio da Fundação Ulysses Guimarães, com o lema "esse impeachment é meu" - Moreira nega ter feito pagamentos ao MBL.
Num dos áudios, Renan Santos, um dos líderes do MBL, confirma como o movimento se articulou com os partidos políticos.
Questionado sobre o apoio, o MBL não confirmou o custeio dos panfletos, disse apenas que o PMDB fazia parte da comissão pró-impeachment.
A reportagem também traz imagens que comprovam a proximidade entre integrantes do MBL e políticos que hoje simbolizam a corrupção, como Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Confira abaixo:
Arquivo Pessoal/reprodução Facebook
Em imagem de dezembro de 2015, coordenadores do MBL (entre eles, Fernando Holiday, coordenador nacional, abaixo, à direita) posam para foto ao lado de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), então presidente da Câmara dos Deputados

Machado cita Noblat, que havia revelado a lógica do golpe: blindar corruptos


Num dos seus áudios vazados para a imprensa, Sergio Machado, ex-presidente da Transpetro, se queixa do jornalista Ricardo Noblat, colunista do Globo, porque ele havia aberto o jogo e revelado o que estava por trás do impeachment; "Porque tem que tomar cuidado porque esse *** desse Noblat botou que essa coisa de tirar a Dilma é maneira de salvar os corruptos", disse Machado; de fato, no dia 11 de março, antes da primeira votação na Câmara, Noblat deu a senha; "Políticos precisam derubar logo Dilma antes q sejam atingidos ainda + pela Lava-Jato e outras operações", escreveu o jornalista em sua conta no Twitter; ou seja, derrubar a presidente era necessário para a blindagem da oligarquia política
247 – Não foi apenas a gravação do áudio entre Sergio Machado, ex-presidente da Transpetro, e o senador Romero Jucá (PMDB-RR), que revelou a verdadeira motivação do impeachment da presidente Dilma Rousseff: "parar essa porra" e "estancar essa sangria", numa referência direta à Lava Jato, que se aproximava, no momento das gravações da oligarquia política brasileira.
Um trecho de uma conversa entre Machado e o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) explicita a mesma lógica quando o ex-presidente da Transpetro se refere ao jornalista Ricardo Noblat, colunista do jornal O Globo.
– Porque tem que tomar cuidado porque esse *** desse Noblat botou que essa coisa de tirar a Dilma é maneira de salvar os corruptos – diz Machado.
De fato, no dia 11 de março deste ano, Noblat abriu o jogo, num ataque de "sincericídio" nas redes sociais. "Políticos precisam derubar logo Dilma antes q sejam atingidos ainda + pela Lava-Jato e outras operações", escreveu o jornalista em sua conta no Twitter.
Na prática, Noblat deixou claro, dois dias antes da manifestação de 13 de março, que os brasileiros que saíssem às ruas contra a corrupção estariam sendo manipulados por uma elite política corrupta, com a ajuda da Globo, para que houvesse uma troca de governo e todos se salvassem. Os áudios de Sergio Machado apenas confirmaram o que Noblat havia deixado escapulir inadvertidamente.
Confira, abaixo, o tweet de Noblat no dia 11 de março:

O império contra-ataca: a ordem é destruir Renan, o último freio a Cunha e Temer

maucarater
Hoje cedo postei – o primeiro texto do dia, ainda de madrugada – que a casta jurídico policial ainda não terminou a sua obra.
Postei ainda que o que se apontava, até então,  em Renan Calheiros eram “crimes de opinião”, embora não lhe devam faltar os de outra natureza.
Hoje, as gravações entregues à Globo  em que Renan, no que acreditava ser uma conversa privada, chama Rodrigo Janot  de “mau-caráter” é a prova que a mídia trabalha para transformar a meganhagem formada pela soma do MP com a Polícia Federal numa espécie de “intocáveis”, sobre os quais não se pode ter juízo crítico ou negativo.
Ainda que pudesse ser uma injúria ou calúnia – o que é discutível, numa conversa privada, onde, da parte do ofensor, não havia qualquer suposição de que chegasse ao ofendido – se está no campo da opinião, não da ação.
De qualquer forma, algo que não poderia ser dito com tal ênfase, em qualquer circunstância, com a crueza com que Renan foi pego pela armadilha
Machado – Agora esse Janot, Renan, é o maior mau-caráter da face da terra.
Renan – Mau caráter! Mau-caráter! E faz tudo que essa força-tarefa (Lava Jato) quer.
Machado – É, ele não manda. E ele é mau caráter. E ele quer sair como herói. E tem que se encontrar uma fórmula de dar um chega pra lá nessa negociação ampla pra poder segurar esse pessoal (Lava Jato). Eles estão se achando o dono do mundo.
Renan – Dono do mundo.
 Nada que esteja longe da verdade, mas dizer a verdade não é o bastante na vida pública.
A situação de Renan, que até ontem era tranquila – muito mais do que a de Jucá, que cometeu o pecado de  dizer que os ministros do STF estavam “conversados” sobre o golpe – o que não escandaliza nossa mídia – tornou-se muito grave.
A esta altura, ele deve estar espumando, porque tem a certeza de que é um elemento – por mais que faça o que  o novo governo quer – inconfiável.
Que tem de ser submetido ou expelido.
O espetáculo do impeachment, assim, vai se revelando uma pocilga.
O júri que vai julgar uma mulher contra a qual não pesa uma acusação pessoal e contra a qual as acusações administrativas não resistem a um peteleco, está desnudando a sua natureza bandida.
Começou a operação “queremos a cabeça de Renan”.
Ninguém pode ocupar postos-chave na República  sem a anuência da corporação meganha.
Não há problemas em que estejam podres, desde que obedeçam.

5.26.2016

Planejando do golpe: Gravações indicam ação de líderes do PMDB para tentar obstruir Lava Jato e afastar a presidenta Dilma


Novas gravações de conversas do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado indicam articulações entre ele e líderes do PMDB para prejudicar as investigações da operação Lava Jato. Diálogos com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e com o ex-presidente José Sarney (PMDB-AP) mostram supostas tentativas de assegurar que Machado não fosse preso.
Sarney – Isso tem me preocupado muito porque eu sou o único que não estive num negócio desses, sou o único que não estive envolvido em nada. Vou me envolver num negócio desse.
Machado – Claro que não, o que acontece é que a gente tem que me ajudar a encontrar a solução.
Sarney – Sem dúvida.
Machado – No que depender de mim, nem se preocupe. Agora, eu preciso, se esse p**** me botar preso um ano, dois anos, onde é que vai parar?
Sarney – Isso não vai acontecer. Nós não vamos deixar isso.
Em outra conversa gravada com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), Sérgio Machado reclama do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e diz que ele trabalha para que Machado seja julgado pelo juiz Sérgio Moro, da Justiça Federal em Curitiba.

"Janot tem certeza que eu sou o caixa de vocês", disse Sérgio Machado
"Janot tem certeza que eu sou o caixa de vocês", disse Sérgio Machado
Machado – O que eu quero conversar contigo... Ele não tem nada de você, nem de mim... O Janot é um filho da **** da maior, da maior.
Renan – Eu sei. Janot e aquele cara da... Força tarefa...
Machado – Mas o Janot tem certeza que eu sou o caixa de vocês. Então o que ele quer fazer... Não encontrou nada e nem vai encontrar nada. Então, quer me desvincular de você. [...] Ele acha que no Moro, o Moro vai me prender, e aí quebra a resistência, e aí f****. Então, a gente precisa ver. Andei conversando com o presidente Sarney, como a gente encontra uma... Porque, se me jogar lá embaixo, eu tou fo****.
Renan – Isso não pode acontecer.
Em outro trecho, Machado sugere que o grupo se aproxime do relator da Lava Jato no Supremo, ministro Teori Zavascki. Sarney cita o nome do ex-ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Cesar Asfor Rocha, como alguém que teria proximidade com Teori.
Machado – Porque realmente, se me jogarem para baixo aí... Teori ninguém consegue conversar.
Sarney – Você se dá com o Cesar. Cesar Rocha.
Machado – Hum?
Sarney – Cesar Rocha.
Machado – Dou, mas o Cesar não tem acesso ao Teori não. Tem?
Sarney – Tem total acesso ao Teori. Muito muito muito muito acesso, muito acesso. Eu preciso falar com Cesar. A única coisa com o Cesar, com o Teori é com o Cesar.
Outra conversa com Sarney e Renan teve novamente como tema o acesso a Teori. Desta vez, por meio do advogado Eduardo Ferrão.
Sarney – O Renan me fez uma lembrança que pode substituir o Cesar. O Ferrão é muito amigo do Teori.
Renan – Tem que ser uma coisa confidencial.
Machado: Só entre nós e o Ferrão.
As conversas também mostram que houve negociações para alterar leis e tentar prejudicar a Lava Jato. 
Machado – Outro caminho que tem que ter é a aprovação desse projeto de leniência na Câmara o mais rápido possível, porque aí livra o criminal. Livra tudo.
Sarney – Tem que lembrar o Renan disso. Para ele aprovar o negócio da leniência.
Renan e Sarney conversaram também sobre proibir que pessoas presas façam delações premiadas.
Sarney – O importante agora, se nós pudermos votar, que só pode fazer delação, é só solto.
Renan –  Que só pode solto, que não pode preso. Isso é uma maneira sutil, que toda sociedade compreende que isso é uma tortura.
Mais uma conversa mostra Sarney citando uma tentativa de acordo geral para barrar a operação.
Sarney –  A Odebrecht [...] vão abrir, vão contar tudo. Vão livrar a cara do Lula. E vão pegar a Dilma. Porque foi com ele quem tratou diretamente sobre o pagamento do João Santana foi ela. Então eles vão fazer. Porque isso tudo foi muito ruim pra eles. Com isso não tem jeito. Agora precisa se armar. Como vamos fazer com essa situação. A oposição não vai aceitar. Vamos ter que fazer um acordo geral com tudo isso.
Machado –  Inclusive com o Supremo. E disse com o Supremo, com os jornais, com todo mundo.
Sarney  –  Supremo ... Não pode abandonar.
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou que sempre recebe aqueles que o procuram, e que os diálogos não revelam, nem sugerem, qualquer menção ou tentativa de interferir na Lava Jato. Ele afirmou que o processo de recondução do procurador geral foi feito sem predileções e com a isenção que o cargo de presidente exige.
O ex-presidente José Sarney disse ser amigo de Sérgio Machado há muitos anos e afirmou que as conversas que teve com ele foram marcadas pela solidariedade. Segundo ele, muitas vezes procurou dizer palavras que ajudassem a superar as acusações que Machado enfrentava. Sarney disse, ainda, lamentar que conversas privadas tornem-se públicas porque podem ferir outras pessoas.
O Instituto Lula divulgou a seguinte nota:
As arbitrariedades e violências cometidas contra Lula  são de conhecimento público: a condução coercitiva ilegal para o Aeroporto de Congonhas, escutas telefônicas, quebra de sigilo bancário e invasão da sua casa e de seus filhos. O diálogo citado, fruto de mais um vazamento ilegal, apenas confirma o clima de perseguição contra o ex-presidente. Como em todos os outros vazamentos, não traz nada contra Lula. Dentro do Estado Democrático de Direito, o ex-presidente sempre colaborou com as autoridades para esclarecer a verdade. Lula sempre agiu dentro da lei, por isso não tem nada a temer.
A defesa da presidente afastada Dilma Rousseff disse que ela jamais pediu qualquer tipo de favor que afrontasse o princípio da moralidade pública.