webmaster@boaspraticasfarmaceuticas.com.br

12.19.2019

Radis de dezembro destaca importância do SUS para o Brasil



O que aconteceu com a saúde do Brasil?”, perguntou Drauzio Varella à plateia que lotava o auditório do Museu da Vida, no Rio de Janeiro, naquela manhã de 21 de outubro. O médico havia chegado de São Paulo para abrir a 16ª edição da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT) da Fiocruz. Iria falar de saúde, ciência, mostrar dados do país. Mas, como ele disse logo no início, deixou seu pen drive com a apresentação em casa. Falaria de improviso. Sem perder o bom humor, Drauzio teve espaço de sobra para se voltar a temas que defende de forma incondicional, em especial o Sistema Único de Saúde (SUS), que considera uma “ousadia” e “a maior revolução na história da medicina brasileira”. “Imagina um país como era o Brasil, em 1988, em que um bando de visionários resolve dizer ´nós temos que dar saúde gratuita para todos´. Até hoje, nenhum país com mais de 100 milhões de habitantes ousou tanto”, avaliou.
Dono de uma personalidade carismática, Drauzio voltou no tempo e costurou histórias de sua vida pessoal para mostrar o quanto o Brasil avançou depois da criação do sistema. Para ele, há um antes e um depois claro, um marco a partir de 1988. O menino nascido no Brás, um bairro operário na zona Leste de São Paulo, só aos sete anos foi ao médico — e virou o centro da curiosidade dos amigos. “Naquela época ninguém tinha pediatra, ninguém ia ao médico tão cedo. Alguém consegue imaginar que isso é possível hoje em dia?”, comparou, lembrando que o país, à época, era majoritariamente rural. “Se não havia pediatra para crianças que moravam na periferia da cidade que mais crescia, imagina que tipo de assistência médica era dada pelo país. Não havia assistência médica. Ponto. Não havia nenhum planejamento ou intenção de dar saúde pública para todos. O SUS mudou esse quadro”.
Formado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, onde entrou em 1962, Drauzio Varella é oncologista, professor, escritor — autor de 10 livros sobre saúde e temas sociais — e palestrante. Há mais de 30 anos, é voluntário em penitenciárias paulistas, masculinas e femininas, trabalho que foi iniciado com prevenção à aids na Casa de Detenção de São Paulo. Dessa experiência surgiu a trilogia Estação Carandiru (1999), Carcereiros (2012) e Prisioneiras (2017), que mostram a crueza do sistema carcerário brasileiro, a invisibilidade de pessoas encarceradas e como funciona a vida para quem está atrás das grades. O primeiro deles, um best-seller, recebeu o Prêmio Jabuti na categoria "não-ficção", em 2000. Quatro anos depois, virou filme dirigido pelo cineasta Hector Babenco.
Muito antes do filme, em 1985, Drauzio tratou os primeiros casos de aids em São Paulo. O médico foi um dos pioneiros no tratamento da doença, especialmente do sarcoma de Kaposi, no Brasil. Em 1986, gravou campanhas de prevenção à aids em rádios paulistas. Ao publicar um artigo em um jornal sobre o assunto, ele deu seus primeiros passos no campo da comunicação e saúde. “Quando comecei, médico não falava nos meios de comunicação pois era interpretado como autopropaganda. Hoje mudou completamente e há muita gente da melhor qualidade transmitindo informações importantes”, assegurou.
Mas foi a televisão que deu ao médico visibilidade nacional. Desde 2003, ele apresenta um quadro aos domingos no Fantástico, da Rede Globo. Hoje, Drauzio participa de todas as mídias e faz sucesso nas redes sociais. Seu canal no YouTube, lançado em 2015, é identificado como “o maior canal de saúde do Brasil: de resfriado a questões sociais”, definindo os contornos de sua abordagem sobre saúde. Só nesta rede ele possui 1,75 milhão de seguidores que, junto com a audiência da página no Facebook e perfis no Instagram e Twitter, somam quase 6 milhões de pessoas.
Por meio de seu trabalho, o médico fala de saúde, de vida e do SUS, sem se furtar a tocar em temas tabus, como o uso de drogas e o sistema de encarceramento no país. Um dos vídeos mais acessados do Canal do Drauzio, no YouTube, é justamente o bate-papo sobre maconha, assunto que também abordou na palestra. Sua fala na Fiocruz manteve o mesmo tom leve e direto de quem fala sobre drogas “sem pagar de moralista”. Durante 50 minutos, o médico provocou reflexões e risadas. O status de celebridade ficou patente ao final quando, atrasado para pegar um voo, foi retido pelos inúmeros pedidos de selfies e autógrafos.
A saída pela porta lateral foi, assim, estratégica: com uma agenda apertada, Drauzio tinha que voltar rapidamente para São Paulo a fim de cumprir sua rotina semanal de atendimento na Penitenciária Feminina de São Paulo. A caminho do Aeroporto Santos Dumont, ele conversou com a reportagem da Radis e voltou a reforçar a potência e importância do SUS para a sobrevivência dos brasileiros. Seu pensamento pode ser resumido em uma frase: “Sem o SUS é a barbárie”.
Continue a leitura no site da Radis
Confira outras reportagens da edição de dezembro da revista.

12.18.2019

Saiba o que fazer para não cair no golpe dos remédios milagrosos para emagrecer


O uso de medicamentos para emagrecer, que prometem a perda rápida e milagrosa de quilos extras, pode ser perigoso e prejudicial para a saúde.
O uso de medicamentos para emagrecer, que prometem a perda rápida e milagrosa de quilos extras, pode ser perigoso e prejudicial para a saúde. Foto: Pixabay


Evelin Azevedo e Leticia Lopes
O uso de medicamentos para emagrecer, que prometem a perda rápida e milagrosa de quilos extras, pode ser perigoso e prejudicial para a saúde. Uma reportagem do “Fantástico”, apresentada no último domingo, mostrou o depoimento de duas mulheres que compraram, pela internet, remédios ditos naturais para emagrecer e apresentaram vários efeitos colaterais, como fisgadas no peito, formigamento em algumas áreas do corpo, tontura e dor de cabeça, entre outros sintomas.
De acordo com a endocrinologista Livia Lugarinho Correa, da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), o primeiro passo para não correr risco no tratamento para emagrecer é não se automedicar:
— A obesidade é uma doença, portanto, o tratamento tem que ser feito com orientação médica. Nada de tomar um remédio do vizinho ou algo vendido pela internet.
A especialista reforça que o tratamento contra a obesidade é personalizado para cada paciente. Para ela, as pessoas acabam procurando fórmulas mágicas para emagrecer por não considerarem a obesidade como doença.
Na composição dos falsos remédios que aparecerem no “Fantástico” havia substâncias sintéticas de uso controlado: a sibutramina, que diminui a sensação de fome, e a fluoxetina, um antidepressivo.
A sibutramina é uma das quatro substâncias aprovadas pela Anvisa para tratamentos contra a obesidade. Mas seu uso só pode ser feito com receita médica. Os demais remédios são os que contém orlistate, lorcaserina e liraglutida 3mg.

Polícia apura a origem de substâncias

De acordo com o delegado Rafael Gonçalves do Carmo, responsável pela investigação sobre a fabricação clandestina de falsos remédios para emagrecer — que culminou na prisão de 14 pessoas em Goiás —, as substâncias de uso restrito usadas na confecção das cápsulas podem ter sido importadas do Paraguai:
— Mas temos indícios de que elas podem ter origem no território nacional, de empresas que mexem com medicamentos. Estamos fechando a primeira fase da investigação para poder seguir e identificar de onde vieram os produtos que eles utilizaram.
Como perder peso
Procure por um especialista
Quem quer perder peso deve procurar um endocrinologista especialista em emagrecimento para receber as orientações necessárias parar eliminar os quilos extras de maneira saudável
Remédio só na farmácia tradicional
Não aceite fórmulas feitas por manipulação. O médico deve recomendar os medicamentos que já foram aprovados pela Anvisa, pois estes apresentam comprovação científica
Faça uma reeducação alimentar
Caso a sua alimentação seja rica em gorduras, sódio e açúcar, é preciso passar por uma reeducação alimentar, pois assim, será possível manter o peso depois do emagrecimento
Inclua exercícios na rotina
O sedentarismo é um dos pilares que contribuem para a obesidade. Se você não faz nenhuma atividade física, procure alguma que lhe agrade e pratique

Leia mais: Saiba quando e para quem a cirurgia bariátrica é indicada

Viu essa? Automedicação pode provocar dependência química: conheça outros riscos