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3.20.2020
Coronavírus: seu egoísmo pode matar
É um crime
gritar “fogo!” num teatro cheio. O resultado é criar um pânico em que
pessoas inocentes – particularmente as mais vulneráveis – podem ser
pisoteadas e mortas. Mas também deveria ser um crime gritar “está tudo
ok, fiquem sentados e assistam à peça!” num teatro que está sendo
consumido por chamas. As pessoas precisam saber do risco, levantar e
caminhar com calma – mas rapidamente – para a saída.
Na pandemia de coronavírus que está se espalhando pelo mundo, estamos vendo respostas de todos os tipos. Sim, temos casos de pessoas irracionalmente empilhando papel higiênico. Mas, ao meu ver, a resposta ainda mais comum e perigosa é a negação do forte cheiro de fumaça que já podemos sentir. O teatro está, sim, em chamas.
Na pandemia de coronavírus que está se espalhando pelo mundo, estamos vendo respostas de todos os tipos. Sim, temos casos de pessoas irracionalmente empilhando papel higiênico. Mas, ao meu ver, a resposta ainda mais comum e perigosa é a negação do forte cheiro de fumaça que já podemos sentir. O teatro está, sim, em chamas.
FAÇA PARTEFortaleça o jornalismo em que você acredita
O
balanço entre pânico e inércia é difícil de acertar, pois nunca vivemos
uma situação assim na era contemporânea. Mas o importante é que todo
mundo reconheça: desta vez não é como nas últimas vezes. Não é dengue,
nem H1N1, nem febre amarela, e precisamos estar dispostos a mudar
radicalmente nossos modos de vida – e talvez até o jeito que pensamos
sobre a sociedade em que vivemos. E a razão, provavelmente, não é para
proteger a si mesmo, mas para ajudar a sociedade como um todo e as
pessoas mais frágeis e expostas. É hora de pensar nos outros de fato.
Em momentos de crise, as fissuras sociais e o caráter de todos nós são acentuados. Vivemos em tempos de extremo capitalismo em que os Guedes, Temers e Trumps querem sucatear os serviços sociais e glorificar a privatização e o livre mercado – mas, concordando com eles ou não, o individualismo que é a base do nosso sistema socioeconômico já impregnou a consciência de todos nós. Vamos ter que repensar isso agora.
É socialmente irresponsável – uma negligência absurda – dizer e pensar “isso não vai me afetar”, “eu não vou mudar a minha vida por causa disso” ou “não faço parte de grupos de alto risco, então estou de boas”. É responsabilidade de todos levantar nossas vozes quando vemos esse tipo de discurso e corrigi-lo. Do mesmo jeito que ficar calado quando presenciamos racismo, sexismo, classismo e fascismo é compactuar com estes comportamentos, fechar os olhos para esse tipo de individualismo agora também é contribuir para sua existência.
Em momentos de crise, as fissuras sociais e o caráter de todos nós são acentuados. Vivemos em tempos de extremo capitalismo em que os Guedes, Temers e Trumps querem sucatear os serviços sociais e glorificar a privatização e o livre mercado – mas, concordando com eles ou não, o individualismo que é a base do nosso sistema socioeconômico já impregnou a consciência de todos nós. Vamos ter que repensar isso agora.
É socialmente irresponsável – uma negligência absurda – dizer e pensar “isso não vai me afetar”, “eu não vou mudar a minha vida por causa disso” ou “não faço parte de grupos de alto risco, então estou de boas”. É responsabilidade de todos levantar nossas vozes quando vemos esse tipo de discurso e corrigi-lo. Do mesmo jeito que ficar calado quando presenciamos racismo, sexismo, classismo e fascismo é compactuar com estes comportamentos, fechar os olhos para esse tipo de individualismo agora também é contribuir para sua existência.
Todo mundo que tem salário, trabalho que pode ser feito remotamente, que vive em uma casa confortável e carro é privilegiado.
Um exemplo horrível disso foi relatado na coluna
do Lauro Jardim sobre o primeiro caso de transmissão local do novo
coronavírus no Rio de Janeiro. Um “empresário” e sua esposa foram
infectados e se colocaram em quarentena no seu apartamento em São
Conrado, bairro de classe alta da zona sul. “A empregada do casal, cujo exame deu negativo, está trabalhando de avental, luvas e máscara”, revelou a coluna.
Este casal exigiu que a empregada arrisque a vida dela e de sua família para trabalhar num ambiente infectado, usando medidas de prevenção que não impedem a transmissão. Se eles próprios não estivessem doentes, você acha que aceitariam trabalhar em um ambiente cheio de pessoas infectadas? Ou isso só é aceitável para as pessoas que os servem? Se a empregada ou alguém que mora com ela estivesse doente, eles manteriam ela trabalhando? Deixariam seus filhos fazerem isso? Será que a empregada realmente pôde fazer uma escolha livre ou estava preocupada com a possibilidade de perder o emprego caso se recusasse a servir o casal doente?
Todo mundo que tem um salário, que tem uma poupança, que tem um trabalho que pode ser feito remotamente, que vive em uma casa que comporta confortavelmente seus moradores, que tem um carro para não precisar usar transporte público – essas pessoas são privilegiadas neste cenário. Não por acaso, provavelmente são os mais privilegiados na sociedade também.
Enquanto escrevo isso, 126 mil pessoas foram confirmadas com o novo coronavírus no mundo (e muito mais gente assintomática está andando nas ruas sem perceber que precisa de um teste), incluindo 151 casos no Brasil. O número por aqui vai aumentar dramaticamente nos próximos dias e a pressão no sistema de saúde também. O único método que temos para conter os estragos e as mortes é a conscientização e a pressão para que os líderes de governos, empresas e movimentos sociais façam de tudo para as pessoas ficarem em casa e reduzirem seu contato social – e isso é algo que todos nós podemos fazer.
Após o secretário de comunicação Fábio Wajngarten testar positivo para o novo coronavírus, foi muito correto que sua mulher retirasse seus filhos da escola e avisasse as outras mães do colégio. Por outro lado, foi extremamente irresponsável da parte de Bolsonaro, que viajou com Wajngarten e mais três pessoas que mostravam sintomas (como nós contamos aqui), parar em frente ao Palácio da Alvorada para apertar as mãos de apoiadores e tirar selfies com eles.
Mas, depois que a ficha caiu – quando bateu o medo de estar infectado –, Bolsonaro se submeteu a exames e fez sua live semanal no Facebook, ao lado do Ministro de Saúde, com máscaras e álcool em gel. Finalmente falou em medidas de prevenção de transmissão. Antes, o presidente havia se espelhado na negação de realidade do seu ídolo Donald Trump, chamando a reação ao novo coronavírus de “exagerada” e a pandemia de “uma fantasia”.
Mas o comportamento do Bolsonaro é o da maioria das pessoas, na verdade: ele prefere viver negando os fatos até que alguém próximo ou ele mesmo tenha contato com o vírus. O problema é que se todo mundo espera para ter contato com o vírus para tomar medidas preventivas, elas já não serão mais preventivas. Já era. Seria o equivalente a só começar a usar camisinha depois de ficar grávida.
Leia nossa cobertura completaA crise do coronavírusEste casal exigiu que a empregada arrisque a vida dela e de sua família para trabalhar num ambiente infectado, usando medidas de prevenção que não impedem a transmissão. Se eles próprios não estivessem doentes, você acha que aceitariam trabalhar em um ambiente cheio de pessoas infectadas? Ou isso só é aceitável para as pessoas que os servem? Se a empregada ou alguém que mora com ela estivesse doente, eles manteriam ela trabalhando? Deixariam seus filhos fazerem isso? Será que a empregada realmente pôde fazer uma escolha livre ou estava preocupada com a possibilidade de perder o emprego caso se recusasse a servir o casal doente?
Todo mundo que tem um salário, que tem uma poupança, que tem um trabalho que pode ser feito remotamente, que vive em uma casa que comporta confortavelmente seus moradores, que tem um carro para não precisar usar transporte público – essas pessoas são privilegiadas neste cenário. Não por acaso, provavelmente são os mais privilegiados na sociedade também.
Enquanto escrevo isso, 126 mil pessoas foram confirmadas com o novo coronavírus no mundo (e muito mais gente assintomática está andando nas ruas sem perceber que precisa de um teste), incluindo 151 casos no Brasil. O número por aqui vai aumentar dramaticamente nos próximos dias e a pressão no sistema de saúde também. O único método que temos para conter os estragos e as mortes é a conscientização e a pressão para que os líderes de governos, empresas e movimentos sociais façam de tudo para as pessoas ficarem em casa e reduzirem seu contato social – e isso é algo que todos nós podemos fazer.
Após o secretário de comunicação Fábio Wajngarten testar positivo para o novo coronavírus, foi muito correto que sua mulher retirasse seus filhos da escola e avisasse as outras mães do colégio. Por outro lado, foi extremamente irresponsável da parte de Bolsonaro, que viajou com Wajngarten e mais três pessoas que mostravam sintomas (como nós contamos aqui), parar em frente ao Palácio da Alvorada para apertar as mãos de apoiadores e tirar selfies com eles.
Mas, depois que a ficha caiu – quando bateu o medo de estar infectado –, Bolsonaro se submeteu a exames e fez sua live semanal no Facebook, ao lado do Ministro de Saúde, com máscaras e álcool em gel. Finalmente falou em medidas de prevenção de transmissão. Antes, o presidente havia se espelhado na negação de realidade do seu ídolo Donald Trump, chamando a reação ao novo coronavírus de “exagerada” e a pandemia de “uma fantasia”.
Mas o comportamento do Bolsonaro é o da maioria das pessoas, na verdade: ele prefere viver negando os fatos até que alguém próximo ou ele mesmo tenha contato com o vírus. O problema é que se todo mundo espera para ter contato com o vírus para tomar medidas preventivas, elas já não serão mais preventivas. Já era. Seria o equivalente a só começar a usar camisinha depois de ficar grávida.
A Organização Mundial da Saúde declarou
na sexta-feira que a Europa agora é o epicentro do vírus, e não a Ásia.
Isso porque a China foi muito eficaz e organizada em suas medidas de
contenção, e a Coreia do Sul também reagiu rapidamente para providenciar
muitos testes e identificar casos logo, antes que a doença se
espalhasse ainda mais. Japão, Taiwan, Singapura, Tailândia e Hong Kong
foram ainda mais preparados.
Esses países asiáticos, devemos lembrar, foram muito afetados pela Síndrome Aguda Respiratória Grave, a Sars, em 2003. Por isso, se prepararam para a próxima crise. Em comparação, europeus e americanos estão sendo extremamente lentos na tomada de medidas percebidas como “drásticas”. Os governos não queriam assustar os mercados financeiros, e os indivíduos não queriam acreditar que esse problema os envolvia. Agora, todos estão correndo atrás de novos testes e fechando escritórios, escolas, espaços públicos e, em alguns casos, até cidades inteiras. Tudo isso só depois que perceberam que estavam perdendo o controle. Parece o mesmo erro do Brasil agora.
Uma boa reportagem do BuzzFeed News nos EUA explica, com jeito de anedota, que as pessoas mais velhas, muitas vezes, são as mais propensas a negar os riscos de adoecer e a se recusar a mudar seus hábitos, mesmo que sejam também quem corre mais risco. Isso, explica a matéria, pode acontecer porque elas não querem se enxergar como “velhas” – mas é a obrigação dos mais jovens abrir os olhos delas sem assustá-las.
Então, o que você pode fazer para combater o novo coronavírus?
Esses países asiáticos, devemos lembrar, foram muito afetados pela Síndrome Aguda Respiratória Grave, a Sars, em 2003. Por isso, se prepararam para a próxima crise. Em comparação, europeus e americanos estão sendo extremamente lentos na tomada de medidas percebidas como “drásticas”. Os governos não queriam assustar os mercados financeiros, e os indivíduos não queriam acreditar que esse problema os envolvia. Agora, todos estão correndo atrás de novos testes e fechando escritórios, escolas, espaços públicos e, em alguns casos, até cidades inteiras. Tudo isso só depois que perceberam que estavam perdendo o controle. Parece o mesmo erro do Brasil agora.
Uma boa reportagem do BuzzFeed News nos EUA explica, com jeito de anedota, que as pessoas mais velhas, muitas vezes, são as mais propensas a negar os riscos de adoecer e a se recusar a mudar seus hábitos, mesmo que sejam também quem corre mais risco. Isso, explica a matéria, pode acontecer porque elas não querem se enxergar como “velhas” – mas é a obrigação dos mais jovens abrir os olhos delas sem assustá-las.
Então, o que você pode fazer para combater o novo coronavírus?
1. Insista que sua empresa ou escola tome medidas para prevenir o contato social; 2. Pense e exija que essas medidas também protejam as pessoas mais expostas, como seguranças, faxineiros e prestadores de serviços terceirizados; 3. Pare de ir a eventos e espaços cheios; 4. Pratique boa higiene; 5. Fique em casa por até 14 dias se você teve contato com alguém suspeito de ter coronavírus ou se você tem sintomas; 6. Só vá para o hospital se tiver sintomas graves ou tiver tido contato com alguém infectado; 7. Pare de apertar a mão e dar beijos de cumprimento nas pessoas; 8. Corrija todo mundo ao seu redor que não fizer isso.Mas qual é o efeito de tudo isso? O vírus vai se espalhar de qualquer forma, né? Vai, mas olha esse gráfico que mostra a taxa de mortalidade pelo surto de gripe espanhola de 1918 em duas cidades dos EUA. Saint Louis imediatamente fechou todos os espaços públicos após descobrir que a doença tinha chegado. Enquanto isso, a Filadélfia decidiu realizar uma grande festa de rua. Veja a diferença das taxas de mortalidade:
O outro efeito é limitar a pressão sobre o sistema de saúde. Veja esse gráfico tuitado por Max Roser:
Numa
cidade como a Filadélfia em 1918, o sistema simplesmente não conseguiu
tratar todos os casos graves, porque, além de o número ser maior, eles
chegaram como uma inundação, todos ao mesmo tempo. O mesmo vale para a
situação de agora: mais pessoas podem morrer desnecessariamente por
falta de atendimento se muitas ficarem doentes num mesmo período.
Estamos juntos nisso, goste você ou não. Isso significa que uma manifestação em memória de Marielle precisa ser (e foi) cancelada, assim como o ato pró-Bolsonaro (que também foi), porque o vírus pode começar se espalhando nesses eventos – e, depois, ele não reconhece lado político. Agora temos um inimigo maior em comum.
Estamos juntos nisso, goste você ou não. Isso significa que uma manifestação em memória de Marielle precisa ser (e foi) cancelada, assim como o ato pró-Bolsonaro (que também foi), porque o vírus pode começar se espalhando nesses eventos – e, depois, ele não reconhece lado político. Agora temos um inimigo maior em comum.
ANTES QUE VOCÊ SAIA… Quando Jair Bolsonaro foi eleito, sabíamos que seria preciso ampliar nossa cobertura, fazer reportagens ainda mais contundentes e financiar investigações mais profundas. Essa foi a missão que abraçamos com o objetivo de enfrentar esse período marcado por constantes ameaças à liberdade de imprensa e à democracia.
Para isso, fizemos um chamado aos nossos leitores e a resposta foi imediata. Se você acompanha a cobertura do TIB, sabe o que conseguimos publicar graças à incrível generosidade de mais de 11 mil apoiadores. Sem a ajuda deles não teríamos investigado o governo ou exposto a corrupção do judiciário. Quantas práticas ilegais, injustas e violentas permaneceriam ocultas sem o trabalho dos nossos jornalistas?
Este é um agradecimento à comunidade do Intercept Brasil e um convite para que você se junte a ela hoje. Seu apoio é muito importante neste momento crítico. Nós precisamos fazer ainda mais e prometemos não te decepcionar
Patrões, liberem nossas mães
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Bolsonaro afirmou que pode ser sido contaminado
RASÍLIA
— O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta sexta-feira que pode fazer
um terceiro exame para saber se está com o novo coronavírus e mencionou a
possibilidade de já ter sido infectado . Até agora, 22 pessoas que
participaram da viagem de Bolsonaro aos Estados Unidos, no início do
mês, testaram positivo para o vírus
22 membros da comitiva que foi aos EUA estão com Coronavirus e só agora o floco de neve aí reconhece que está infectado.
Não se pode chamar de irresponsável,
É CRIMINOSO MESMO! 👉🍊🍊
Não se pode chamar de irresponsável,
É CRIMINOSO MESMO! 👉🍊🍊
Bolsonaro se nega a apresentar resultado de exames para o coronavírus que, segundo ele, deram negativo
Testes foram realizados nos dias 12 e 17 deste mês. Ao menos 23
pessoas que integraram a comitiva que acompanhou Bolsonaro em uma viagem
aos EUA já foram diagnosticados com a covid-19
Atualizado em 20 de março de 2020, 13:42
Os testes foram realizados nos dias 12 e 17 deste mês devido ao fato de pelo menos 23 pessoas que integraram a comitiva que acompanhou Bolsonaro em uma viagem aos Estados Unidos terem sido diagnosticados com a covid-19.
Ele também manteve contato direto com apoiadores durante uma manifestação contra o Congresso e o STF no dia 15, contrariando orientações do próprio Ministério da Saúde.
Nesta quinta-feira (19), em sua live semanal, Bolsonaro criticou as medidas adotadas pelos governos estaduais para conter o avanço da doença e disse que a economia tem de “funcionar”.
3.19.2020
3.18.2020
Como seguir adiante?
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Alerta da sanitarista da UFRJ
“As classes médias podem se isolar, usar álcool gel, fazer coisas pela
internet. Os pobres, não. Quando a epidemia explodir, ela vai dizimar os
pobres desse país. Podemos retardar a explosão dessa epidemia. Mas,
quando ela explodir, vai flagelar especialmente a população pobre. As
condições de vida dessa população favorecem o coronavírus. Nas casas
onde moram vivem muitas pessoas, há poluição ambiental, é preciso
trabalhar o tempo todo. Essa precariedade não está sendo objeto de
políticas públicas no Brasil”.
O alerta é de Ligia Bahia, médica sanitarista e professora da UFRJ,
Segundo ela, seria necessário haver “um grande esforço de coordenação conjunta com o setor privado, de convocação do setor privado, para que a capacidade instalada fosse utilizada de maneira coordenada. Para que os pacientes mais graves tivessem a mesma chance de serem atendidos, tanto os que têm plano de saúde, quanto os que não têm”. Se isso não for feito haverá uma mortandade muito mais alta entre os pobres. “É um escândalo porque vai caracterizar uma iniquidade enorme”.
Para o país enfrentar a epidemia com dignidade, a proposta de Bahia é a criação de uma fila única de internação no SUS. Ela cita o decreto recém estabelecido na Espanha que convoca e utiliza a infraestrutura do setor privado para enfrentar a epidemia.
“Precisaríamos de um decreto, como o da Espanha. A Constituição brasileira permite mobilizar recursos privados em casos de catástrofes. A epidemia do coronavírus é uma catástrofe. A lei permite, abre espaço. Temos possibilidade de usar esses recursos. Talvez pudéssemos contar com o interesse do setor privado de se mostrar solidário diante de um problema tão grave”, afirma a médica.
Ligia Bahia repudia a atitude irresponsável de Bolsonaro, de participar dos protestos contra as instituições brasileiras, contrariando a orientação oficial de seu próprio governo:
“Ele deu banana para o coronavírus. Não se pode dar banana para o coronavírus. É sério. Estamos diante de um perigo para a coletividade”.
Nessa entrevista, ela trata da necessidade de ampliação do orçamento para a saúde pública sufocado nos últimos anos e compara a epidemia de coronavírus com a da Aids. Pede adesão das empresas privados ao movimento de paralisação das atividades e condena a atitude da área econômica do governo. “É extremamente insensível. Não entendeu o que está se passando”.
O alerta é de Ligia Bahia, médica sanitarista e professora da UFRJ,
Segundo ela, seria necessário haver “um grande esforço de coordenação conjunta com o setor privado, de convocação do setor privado, para que a capacidade instalada fosse utilizada de maneira coordenada. Para que os pacientes mais graves tivessem a mesma chance de serem atendidos, tanto os que têm plano de saúde, quanto os que não têm”. Se isso não for feito haverá uma mortandade muito mais alta entre os pobres. “É um escândalo porque vai caracterizar uma iniquidade enorme”.
Para o país enfrentar a epidemia com dignidade, a proposta de Bahia é a criação de uma fila única de internação no SUS. Ela cita o decreto recém estabelecido na Espanha que convoca e utiliza a infraestrutura do setor privado para enfrentar a epidemia.
“Precisaríamos de um decreto, como o da Espanha. A Constituição brasileira permite mobilizar recursos privados em casos de catástrofes. A epidemia do coronavírus é uma catástrofe. A lei permite, abre espaço. Temos possibilidade de usar esses recursos. Talvez pudéssemos contar com o interesse do setor privado de se mostrar solidário diante de um problema tão grave”, afirma a médica.
Ligia Bahia repudia a atitude irresponsável de Bolsonaro, de participar dos protestos contra as instituições brasileiras, contrariando a orientação oficial de seu próprio governo:
“Ele deu banana para o coronavírus. Não se pode dar banana para o coronavírus. É sério. Estamos diante de um perigo para a coletividade”.
Nessa entrevista, ela trata da necessidade de ampliação do orçamento para a saúde pública sufocado nos últimos anos e compara a epidemia de coronavírus com a da Aids. Pede adesão das empresas privados ao movimento de paralisação das atividades e condena a atitude da área econômica do governo. “É extremamente insensível. Não entendeu o que está se passando”.
Lula ganha estátua de bronze ao lado da Casa Branca nos Estados Unidos
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, recebeu uma grande surpresa de um artista chinês identificado como Yuan Xikun.
Depois de ter se tornado ainda mais conhecido quando esteve como presidente, Lula recebeu uma estatua de bronze com o seu rosto, e o que mais impressiona e que ela foi instalada ao lado da Casa Branca,Washington (EUA).
A obra foi parte de um evento muito importante na cidade.
E de acordo com o criador, essa foi uma forma de homenagear Lula por ele ter sido considerado um dos dez maiores homens mais influentes do mundo.
Além da caricatura do ex-presidente, há muitas outra que simbolizam a importância de alguns dos demais presidente.
Abraham Lincoln, do líder político das guerras de independência da América Espanhola, Simon Bolívar.
E do escritor colombiano Gabriel García Márquez, cada um tem a sua própria estatua como forma de homenagear as importantes decisões tomadas por eles.De acordo com a assessoria de Lula, ele até iria participar do evento, mas que estava muito ocupado e que não poderia deixar de ir a um compromisso pois ele era muito importante.
A assessoria conta que ele foi visitar a obra depois que os compromissos acabou.
3.16.2020
3.15.2020
Cononavirus não é só uma gripe. É uma infecção grave.
Como todas as
infecções, há os que ficam infectados e assintomáticos (mas têm
capacidade de transmitir), os que têm
quadro leve e os graves, seja por terem comorbidades (como diabetes,
asma, câncer, doenças autoimunes), seja por terem maior suscetibilidade
genética, por exemplo. Podem ter sintomas de resfriado, gripe,
pneumonia, com agravantes. TODOS são potenciais transmissores. 🤔
Resumo: protejam a si e ao coletivo. Lavem as mãos, protejam nariz e
boca, se alimentem bem, bebam água. Fortaleçam o sistema imune. Se
estiverem bem, façam exercícios e tenham boa alimentação. Cuidem-se.