Entre médicos e pacientes, é difícil encontrar alguém que não caia de amores pela sibutramina. Desenvolvida no início da década de 1980 como antidepressivo, ela torna a dupla dieta e exercícios bem mais digerível. Até o começo de julho, uma caixinha do cloridrato de sibutramina monoidratado de 15 mg - há também a versão de 10 mg - não saía por menos de R$ 150 nas farmácias. Com o lançamento do genérico, ela pode custar até 60% menos. Neste mês, a patente da sibutramina expira - e qualquer laboratório poderá fabricá-la.
A sibutramina impede a recaptação da serotonina - neurotransmissor associado ao bem-estar. Desta maneira, a substância fica disponível por mais tempo no sistema nervoso central. Segundo a endocrinologista do Hospital Prof. Edmundo Vasconcelos Sandra Mara Villares, a sibutramina se mostrou fraca como antidepressivo. Mas, usada em regimes de emagrecimento, pode facilitar a mudança do comportamento alimentar. "Ela não corta a fome, mas traz a sensação de saciedade mais rapidamente. A pessoa se satisfaz com menos alimento", diz Sandra. "Além disso, ela prolonga esta saciedade. A pessoa consegue segurar o apetite entre uma refeição e outra."
Outro ponto que tem colaborado para a popularidade do remédio é o fato de, ao contrário de outros anorexígenos, não provocar dependência física. "Isto acontece porque ela não estimula a dopamina", explica o presidente da Associação Brasileira para Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica, Henrique Suplicy.
Os efeitos colaterais existem: boca seca, dores de cabeça e aumento da pressão arterial estão entre eles. Sandra diz que a escolha de um medicamento anti-obesidade deve basear-se também na experiência prévia do paciente no uso de medicamentos. "É preciso ter em mente que o tratamento farmacológico não cura a obesidade. Quando descontinuado, ocorre reganho de peso. Como qualquer outro tratamento, deve-se esperar recuperação do peso quando os medicamentos são suspensos", alerta Sandra.
A telefonista Júlia Pereira, de 52 anos, voltou a ganhar peso quando deixou de tomar suas cápsulas por algumas semanas. "Perdi 8 dos meus 92 kg em dois meses, mas agora estou com 86 kg", conta. No entanto, ela acha que a sibutramina vale a pena porque mantém os nervos sob controle. "Além de não sentir tanta vontade de comer, não fico ansiosa."
Como muitos usuários da sibutramina, Júlia só reclama que, ultimamente, a fome voltou a aparecer. Sandra, no entanto, diz que a sibutramina não perde seu poder com o passar do tempo. "O que acontece é que o paciente precisa reavaliar o gasto calórico." Ou seja, a sibutramina pode estar na moda, mas a dieta e os exercícios nunca sairão dela.
Fonte: www.estadao.com.br
Sibutramina causa ansiedade e depressão
ResponderExcluirDois medicamentos para emagrecer são perigosos
2007/11/16 | 00:01
Sibutramina e Orlistato aumentam o risco de ansiedade e depressão
Dois estudos realizados no Canadá e na Dinamarca revelam que três medicamentos usados para emagrecer, dois deles comercializados em Portugal, aumentam o risco de reacções adversas do foro psiquiátrico, como a depressão e a ansiedade, informa a agência Lusa.
Um dos estudos, da Universidade de Alberta no Canadá e realizado para avaliar a eficácia a longo prazo de três medicamentos usados no tratamento da obesidade e do excesso de peso - Rimonabant, Orlistato e Sibutramina - demonstrou que estes fármacos só permitem uma pequena perda de peso de menos de cinco quilos, provocando um aumento do risco de problemas de humor, como a depressão e a ansiedade.
Segundo fonte oficial do Infarmed (Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde), «apenas a Sibutramina e o Orlistato se encontram à venda em Portugal», mas que, de qualquer forma, «todos os efeitos secundários que tenham sido observados estão descritos nos resumos dos medicamentos», estando por isso os pacientes informados.
«Nenhum medicamento é perfeito, todos têm prós e contras. A recomendação da Infarmed é que qualquer medicamento seja tomado de acordo com aconselhamento médico», sublinha a mesma fonte.
O outro estudo, realizado pelo departamento de nutrição humana da Universidade de Copenhaga e publicado na revista britânica «The Lancet», revela que o medicamento Rimonabant, também usado para a cessação tabágica, aumenta o risco de doenças psiquiátricas nos doentes.
Apresentações,efeitos, dosagem e indicações da Sibutramina:
ResponderExcluirA Sibutramina é um fármaco utilizado no tratamento da obesidade, com mecanismo de ação diferente da D-fenfluramina e D-anfetamina.
No Brasil pode ser encontrado nas dosagens 10mg e 15mg sendo vendido mediante prescrição médica, com retenção de receita. A sibutramina pode ser encontrada sob duas formas, sal anidro e "cloridrato monoidratado de Sibutramina" sendo que a sibutramina anidra A não possui estudos clínicos de eficácia e segurança e tem origem desconhecida, por isso, a ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) proibiu a sua importação no Brasil. Seu mecanismo de ação justifica a inclusão da Sibutramina na categoria dos medicamentos inibidores da recaptação da serotonina e noradrenalina. Desta forma, a Sibutramina se diferencia claramente das outras categorias de agentes capazes de reduzir peso.
Dosagem Recomendada
De acordo com critério médico. 15mg/dia
Indicações
Sibutramina é indicado para redução do peso, no tratamento da obesidade, e deve ser usado em conjunto com dieta e exercícios, como parte de um programa de controle de peso, desde que a orientação alimentar e a atividade física não sejam suficientes para atingir o objetivo clínico.
Contra-indicações
A Sibutramina não deve ser prescrita nas seguintes condições: - pacientes com hipersensibilidade conhecida a esta substância ou a qualquer outro componente da fórmula; - antecedentes de anorexia nervosa ou bulimia; - conhecimento ou suspeita de gravidez; - durante a lactação. - pacientes que fazem uso de IMAO.
Efeitos adversos
• COMUNS
- Cardiovasculares: ECG Anormal, Hipertensão, Palpitações, Taquiarritmia (0.4%)
- Dermatológicos: Pele seca, Rash (3%)
- Gastrintestinais: Constipação (11.5%), perda de apetite (13%), Xerostomia (17%)
- Hepáticos: Teste de função hepática anormais(1.6%)
- Neurológicos: Dor de cabeça(30%), Insônia (10%)
- Freqüentes recaídas com ganho do peso perdido após término do uso.
- Mal-humor, desânimo e irritabilidade
• SÉRIOS
- Cardiovasculares: intervalo QT prolongado
- Hematológicos: Trombocitopenia
- Neurológicos: Síndrome de Serotonina (raro)...
- Boca seca
Matéria publicada em 2007
ResponderExcluir