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10.16.2007

ASMA - TRATAMENTOS

"Não há cura para asma, mas há um excelente tratamento que pode permitir a quase todos os asmáticos uma vida dentro da normalidade. A asma é raramente fatal, mas nos casos de óbito, quase sempre o tratamento foi inadequado ou houve falha em seguir os tratamentos e conselhos médicos. Morrem muito mais pacientes por não receberem tratamento adequado do que o contrário. Em doses, tempo e vias convencionais, as drogas não são lesivas para o paciente", destaca.

Conselhos úteis
Uma vez que a maioria dos casos de asma é alérgica, principalmente na infância, algumas medidas preventivas devem ser tomadas, segundo a dra. Ana Maria:
Morar de preferência em lugares secos, quentes, longe de indústrias que soltem poeiras ou fumaças.
Evitar locais úmidos com poeiras ou mofos (bolores) tais como, porões, adegas, bibliotecas, sótãos, etc.
Não fumar e não ficar em ambientes onde haja fumantes.
Procurar viver ao ar livre e praticar esportes (principalmente natação).
No caso de ter que lidar com poeiras, bolores ou cheiros irritantes (cera, inseticida): usar máscara "tipo pintor" ou improvisar uma com pano úmido (lenço).
Evitar medicamentos que contenham ácido acetil salicílico ou seus derivados.
Alguns pacientes devem evitar a ingestão de alimentos ou bebidas que contenham: corantes amarelos, alaranjados e vermelhos (tartrazina) e conservantes (sulfitos, benzoato de sódio).
Se você tiver asma, tenha sempre em mãos um broncodilatador em spray.
No dormitório, procure sempre:
Dormir em quarto ensolarado e bem ventilado.
Não usar ceras, inseticidas, tintas, perfumes, produtos que exalem cheiros fortes, mesmo quando dentro de armários ou caixas.
Tirar do quarto tudo que possa acumular poeira como: carpetes, tapetes, cortinas, estofados, almofadas, brinquedos de pelúcia, livros. etc.
Usar colchão e travesseiro de preferência de espuma, forrados com capa de plástico impermeável. Não usar colchões e travesseiros de palhas, crina, algodão, etc.
Tirar o colchão do estrado da cama duas vezes por mês e limpar com pano úmido.
Não usar pijamas ou cobertores de lã ou pelos, sem que estejam forrados com capa de tecido impermeável ou plastificados.
No final do verão, lavar ou expor ao sol as roupas guardadas.
Limpar a tela do condicionador de ar a cada 15 dias e trocá-la a cada três meses.

Os velhos conceitos de prevenção são melhores tratamentos.

Como em todos os anos, está começando a alta temporada da asma. É no inverno que essa doença inflamatória das vias aéreas que afeta 15 milhões de brasileiros atinge seu pico de incidência - pois a baixa temperatura é um fator desencadeante da angústia respiratória.
É a quinta doença que mais interna no país. Mas não é apenas o tratamento correto da moléstia que pode melhorar a qualidade de vida do asmático. Também a informação pode trazer alívio, porque a asma é uma doença complexa, com muitas faces, muitos mitos e aspectos personalizados para cada doente. Não existe cura para a asma - que tem forte componente constitucional. Mas, com diagnóstico coreto e tratamento adequado, os asmáticos podem ter uma vida normal sem maior comprometimento de sua qualidade de vida.

Primeiro, a definição. A asma, também conhecida como bronquite asmática ou bronquite alérgica, é uma doença inflamatória que acomete os pulmões, particularmente os brônquios - e é desencadeada por diversos "gatilhos", como alergias, infecções e aspectos emocionais. A palavra deriva do grego "asthma", que quer dizer arquejante ou sufocante, e é utilizada desde os primórdios dos compêndios médicos. Apesar dos progressos da ciência, a asma ainda é uma doença incurável, recorrente e eventualmente grave - podendo levar à morte. E é cada vez mais forte o consenso de que a medicina não pode atuar sozinha no combate a doença. O conhecimento da doença, não só por parte da vítima como de sua família, é fundamental para seu controle - já que cada doente praticamente tem a "sua" asma. E as crises podem variar de pessoa para pessoa - e uma crise pode ser diferente da outra para um mesmo indivíduo. Conhecendo
na intimidade o que desencadeia as crises, e sabendo lidar com elas com os medicamentos adequados, a asma pode ser bem controlada.


UM FUNDO
ALÉRGICO

Mundialmente, a prevalência da asma triplicou nos últimos 30 anos, segundo a especialista em alergologia, dra. Ana Maria Mendes. É um grande problema de saúde pública. No Brasil, ocorrem, a cada ano, cerca de 2.000 óbitos pela doença. O gasto anual com as internações por asma representa o terceiro maior valor de gastos do SUS - Sistema Único de Saúde, em todo o país, com uma doença específica. Em nosso meio, os custos indiretos da doença, como falta à escola e ao trabalho, além de perda de produtividade, não são bem definidos. Mas certamente são bilionários. Entre todos os gatilhos, há hoje uma evidência considerável de que a alergia é um pré-requisito importante para o desenvolvimento da asma. "Pelo menos 70 a 90% dos asmáticos acima de quatro anos de idade apresentam evidência de alergia por alérgenos ou irritantes presentes no meio ambiente", diz a médica. Por isso, o afastamento dos alérgenos, através de uma variedade de estratégias (ver Box), pode resultar em uma diminuição da hiperatividade brônquica, dos sintomas da asma e da necessidade de medicamentos antiasmáticos. A remoção total de exposição à fumaça do cigarro é uma recomendação essencial.

DE LEVE A GRAVE
A gravidade da asma é estabelecida de acordo com a freqüência dos sintomas e sua intensidade. A asma tem diferentes maneiras de se manifestar - falta de ar, aperto no peito, cansaço, chiados, tosse persistente.
Há várias classificações, baseadas nos diferentes consensos internacionais. Entretanto, recomenda-se o uso da que divide a asma em leve, que representa 60% dos casos, moderada, com 25 a 30% dos casos, e grave, com um total de 5 a 10% dos pacientes.
Leve - Segundo a médica, a asma leve geralmente pode ter sintomas clássicos, como chiado, aperto no peito, falta de ar, tosse. Mas em pequena freqüência (não mais do que uma vez por semana) ou intensidade, e sem que nenhuma destas situações chegue a afetar a vida cotidiana ou o sono do paciente.
Moderada ou média - Nos casos de asma moderada, os sintomas acontecem mais de duas vezes por semana, e durante as crises é necessário o uso de medicamentos mais pesados e até internações. Além disso, os portadores deste tipo de asma apresentam crises noturnas com interrupção do sono.
Grave ou forte - Nas pessoas com asma grave, geralmente os sintomas são contínuos, o que provoca prejuízo nas atividades diárias desses indivíduos. Nas situações de crise, explica a dra. Ana Maria, o doente necessita de internação e uso freqüente de medicamentos sistêmicos.



TRATAMENTO
A adesão ao tratamento é essencial. As maiores causas do controle inadequado da asma e as conseqüentes complicações acontecem devido às falhas ao tomar a medicação prevista e ao utilizar adequadamente os dispositivos de inalação. Basicamente, os medicamentos contra a asma podem ser divididos em dois grupos:
De alívio - são os broncodilatadores que agem relaxando os brônquios, que atuam no momento imediato da crise.
Preventivos - são remédios que atuam na inflamação dos brônquios. Nesse sentido, tratam a causa da asma e devem ser utilizados, em alguns pacientes, até na ausência de sintomas.
Usar medicamentos de um ou outro grupo vai depender do grau da asma. Mas os médicos ressaltam: o tratamento ideal da asma, que é uma doença das vias respiratórias, naturalmente é o inalado - que tem efeito mais rápido, permitindo doses menores. Sprays ou aerossóis - as populares bombinhas - são companheiros inseparáveis dos asmáticos, seja para debelar as crises, seja para atuar na prevenção de novas crises. Sob orientação médica e usadas de maneira correta, as bombinhas, ao contrário de alguns mitos, não fazem mal ao coração.
E podem ser usadas virtualmente por qualquer asmático, sobretudo crianças. Uma recomendação final quanto ao tratamento medicamentoso: os asmáticos não devem sistematicamente repetir receitas anteriores ou que "deram certo" para outras pessoas. A supervisão médica é muito importante.


RAIO-X DA ASMA
Segundo a médica, de uma maneira geral, a asma é ainda mal diagnosticada e não tratada adequadamente em quase todo o mundo. O problema do diagnóstico é que os sintomas da asma ocorrem em muitos outros tipos de condições do pulmão ou coração.
Assim, a história clínica bem detalhada sobre os tipos de sintomas, o que os fazem aparecer, quanto tempo duram, qual seu grau de intensidade e se há padrões reconhecíveis de sintomas é o meio essencial para auxiliar o médico no seu diagnóstico.
A auscultação do tórax, embora seja parte do exame, no caso da asma não é, muitas vezes, relevante para o médico. A ausência de chiados não elimina o diagnóstico de asma. Por outro lado, nem todos os chiados indicam necessariamente a condição de asma - o que torna o diagnóstico da asma um tanto complexo. "Portanto, duas estratégias são necessárias: a educação profissional e os programas educacionais para pacientes, suas famílias e outras pessoas envolvidas no cuidado do asmático. Por outro lado, programas educacionais devem ser desenvolvidos para ensinar técnicas de inalação e também para enfocar a necessidade do reconhecimento e tratamento precoce da asma", lembra a especialista. Embora os sintomas de asma muitas vezes ocorram sem um motivo aparente, eles podem acordar os pacientes, sendo muitas vezes um problema quando as pessoas despertam pela manhã. Acordar à noite com asma significa que ela não está sendo tratada adequadamente.

Com relação à criança asmática, recomenda-se:
Considerar a criança asmática como uma criança normal, tanto nas crises de asma como nos intervalos. Dar-lhe amor e afeto constante. Não deixar que durma com os pais, mesmo durante as crises.
Dirigir o interesse da criança para atividades permitidas. É aconselhável, além da prática de esportes, como a natação, a prática de outras atividades que desenvolvam a personalidade da criança.
Evitar excessos de restrições, vigilância, tensões emocionais, castigos físicos e super proteção.
Evitar comentários e preocupações relativos à enfermidade. É importante um ambiente calmo no lar.

Fonte: Orientações Médicas

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