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4.13.2007

Emprego das pomadas



Formas Semi-Sólidas
Remonta aos primórdios da arte de curar no anos de 1500-2000 a.c.(egípicios já usavam gorduras animais como base dermatólogicas). Os gregos também faziam uso e já naquela época surgia referência ao malagma (malasso = amolecer), que eram pomadas que amoleciam muito fácilmente e aos keromas( de keros cêra) que eram pomadas com grande quantidade de ceras.
Galeno que desenvolveu sua atividade no império romano,contribuiu para o desenvolvimento desta forma farmacêutica, propondo uma base formada por: azeite, essências de rosas, cera branca e água, esta preparação vem a ser o precussor dos colds- crems dos nossos dias.
Pode-se dizer que o conceito de pomada se mantém sem qualquer alteração, a renovação das idéias veio com o aparecimento acidental de novos excipientes como: gel de amido com glicerina, a parafina,o ácido esteárico ,a eucina, óleos hidrogenados e sulfonados,os tensioativos e a lanolina. Nos dias de hoje a variedade dos excipientes que se podem utilizar na preparação das pomadas e considerando a finalidade terapêutica do seu emprego, as pomadas são classificadas pela relação dos seus excipientes e o tipo de ação pretendida. desta forma o poder de penetração exerce uma relação direta com a ação terapêutica :
· Pomadas epidérmicas - fraco ou nehum poder de penetração
· Pomadas endodérmicas -penetram na epiderme, atuando nas camadas tissulares mais profundas, sem contudo que a penetração do fármacos atinjam a corrente sanguínea.
· pomadas diadérmicas - penetram tão profundamente que são capazes de atingirem a corrente sanguínea

Com relação a consistências, as pomadas classificam-se nos seguintes grupos:
1- Pomadas propiamente ditas:
São untosas e preparadas com excipientes gordurosos ou com o polietilenoglicol (PEG)
2-Cremes:
São preparações semi-sólidas com agentes emulsivos do tipo óleo/água ou água/óle0.
3-Ceratos
São preparações semi-sólidas com excipientes em elevado percentual de ceras.
4-Unguentos
São preparações semi-sólidas que contém resinas.
5-pastas dérmicas
São preparações semi-sólidas em que uma das fases apresenta-se sob a forma de pó muito fino.
Pomadas
As pomadas são preparações de consistência semi-sólidas destinadas a serem aplicadas sobre a pele ou sobre certas mucosas, afim de exercer uma ação local ou de realizar a penetração percutânea de princípios ativos, apresentam aspecto homogêneo, são constituídas por excipientes (simples ou composto), nos quais são dispersos um ou mais princípios ativos. Os excipientes das pomadas podem ser de origem natural ou sintética, a pomada pode ser constituída de uma ou mais fases, de acordo com a natureza do excipiente, a preparação pode apresentar propriedades hidrófilas ou hidrófobas. As preparações podem apresentar aditivos apropriados como: agentes antimicrobianos, anti-oxidantes, estabililizantes, emulsificantes ou espessantes.
Pomadas propriamente ditas: consistem em um excipiente, com uma única fase onde são dispersas as substâncias líquidas ou sólidas.
Pomadas hidrófobas(lipófilas): não absorvem, normalmente, pequenas quantidades de água. As substâncias mais comuns empregadas na formulação das pomadas p.p.d são: vaselina, parafina líquida, óleos vegetais ou animais, os glicerídeos sintéticos, as ceras ......
Pomadas absorventes de água; são aquelas que absorvem quantidades importantes de água, as substâncias utilizadas são as mesmas da p.p.d (hidrófobas), acrescidas de emulsificantes tipo água no óleo, como álcoois graxos, ésteres, monoglicerídeos etc..
Pomadas hidrófilas: são as preparações em que os excipientes são miscíveis na água. São constituídas, habitualmente, de misturas de polietilenoglicois(PEG), eles retém quantidades apropriadas de água.
Cremes: são preparações com multi-fases, com uma fase lipófila e uma fase aquosa.
Creme hidrófobo: são preparações em que a fase externa é a fase lipofílica, contém agentes emulsificantes, tipo água no óleo(ésteres de sorbitano, monoglicerídeos etc..)
Creme hidrófilo: é aquele em que a fase externa é a fase aquosa, contém agentes emulsificantes, tipo óleo na água, como sabões de sódio ou trietalonamina, álcoois graxos sulfatados, polisorbatos em combinação, eventualmente, com agentes emulsificantes água no óleo.
Géis: são constituídos por líquidos gelificados, com ajuda de agentes gelificantes apropriados.
Gel hidrófobo: também chamados de óleo-gel, são os géis em que os excipientes são, habitualmente, constituídos por parafina líquida, adicionada de polietileno, por óleos graxos gelificados, óleo de óxido de silício coloidal ou por sabões de alumínio ou de zinco.
Gel hidrófilo: também chamados de hidrogel, os excipientes, habitualmente, utilizados são água, glicerol, PEG gelificado, com ajuda de gelificantes apropriados, como a goma adragante, amido, derivados da celulose, polímeros carboxivinílicos ou os silicatos de magnésio-alumínio.
Pastas: são preparações em que a fase dispersa se apresenta constituída por uma camada pó muito fino.


No desenvolvimento de uma pomada, creme, gel, devem ser considerados diferentes aspectos, como a natureza do principio ativo que vai atuar nos diferentes tipos de peles. A penetração do princípio-ativo, está ligada a diferentes fatores, como:
Natureza química do excipiente;
Propriedades físicas e mecânicas;
Hidro ou lipofilia;
Presença ou não de agentes tensioativos.
Além destes fatores, exerce papel importante no grau de penetração, a
concentração dos excipientes e do principio ativo.
A região da aplicação vai orientar o formulador para aspectos fundamentais, que podem interferir na penetração do principio ativo, estes fatores vão, desde a camada de queratina, pelos, grau de hidratação da pele, até o ph de determinadas regiões (vagina, conjuntiva).

Escolha dos excipientes

Um bom excipiente deve ter uma boa consistência, deve ser bem tolerado pela pele ou mucosa, apresentar pouca ou nenhuma incompatibilidade com os outros constituintes da formulação, deve em geral facilitar a penetração do princípio-ativo, deve ser estável, para permitir uma boa conservação.
Excipientes anidros:
a) glicerídeos óleos vegetais- são utilizados em associação com as ceras ou sobre forma de emulsão.-óleos hidrogenados- são utilizados em função da sua consistência. Os glicerídeos em geral são bem tolerados pela pele. suas principais características são: miscibilidade, facilitam a penetração do principio ativo, não são muito estáveis, necessitam da adição de anti-oxidante, não são laváveis em água, são oclusivos, favorecem a hidratação da pele.
b) Ceras - o maior destaque deste grupo é a lanolina, dado a sua boa consistência, boa aderência à pele, permitindo a incorporação de soluções aquosas. A lanolina é miscível com a vaselina. Os produtos de fracionamento da lanolina são cada vez mais utilizados. Ao lado da lanolina, são também muito utilizados a cera de carnaúba e o espermacete, que por sua consistência dura, é utilizada quando necessita-se uma pomada de maior consistência, e também com finalidade de retenção de água. As ceras são mais estáveis que os glicerídeos e não são laváveis em água.

c) hidrocarbonetos e silicone - Dos hidrocarbonetos o mais utilizado pela sua consistência e facilidade de envase é a vaselina. A parafina é utilizada por sua consistência , dando forma as pomadas mais fluidas. As principais características dos hidrocarbonetos são: bem tolerado pela pele, inerte quimicamente, compatíveis com a maioria dos excipientes, são obtidos anidro, razão pela qual são utilizados quando o principio ativo é sensível a umidade, não se pode incorporar diretamente os princípios ativos aquosos, é necessário juntar colesterol ou lanolina, o seu poder de penetração é muito fraco, formam um revestimento oclusivo, são perfeitamente estáveis, não são laváveis com água. O domínio da utilização do silicone é muito reduzido, são utilizados nos cremes protéticos, em misturas ou emulsões, por suas propriedades hidrófobas, são estáveis e inertes fisiologicamente. A pomadas a base de silicone são utilizadas como proteção das mãos contra produtos agressivos.
d) Polietileno-Glicóis e Homólogos
São hidrófilos, aderem bem a pele, a consistência conveniente é obtida por mistura de polímeros sólidos e líquidos, em proporções determinadas. a consistência pode ser modificada pela adição água. Ao juntar 5 a 10% de água numa mistura de PEG 4000 e 400, se obtém um excipiente mais cremoso, diminuindo sensivelmente a higroscopicidade da preparação. O poder higroscópico dos PEG é mais fraco que o da glicerina. os PEG não são oclusivos quando associados a outros excipientes anidros, como a vaselina, lanolina e óleos, formam uma mistura homogênea ao microscópio, a não miscibilidade é evidente. a penetração de medicamentos na pele, fica dificultada por causa da sua hidrofilia, são utilizados em ações superficiais, com anti-sépticos ou fungicidas. Os PEG apresentam incompatibilidade com os conservantes fenólicos. São estáveis e laváveis com água. Os PEG e seus homólogos são utilizados em emulsões óleo/água, para ajustar a consistência e para retardar a evaporação da fase aquosa
Excipientes hidratados(hidrogéis)
são os excipientes formados por gel aquoso. Distingue-se neste grupo, os géis de produtos minerais: betonite, sílica.... géis de polímero orgânico: alginatos, gelose, pectina, metilcelulose,carboximetilcelulose..... As vantagens dos hidrogéis são muito reduzidas: são bem tolerados e são laváveis. Os inconvenientes: são incompatíveis com grande número de princípios ativos, são instáveis, tem tendência ao ressecamento, a água pode ser parcialmente retida por adição de glicerina. Os géis de substâncias orgânicas,constituem excelentes meios de cultura, deve-se juntar antifúngicos. O seu poder de penetração na pele é praticamente nulo.

Excipientes emulsionados
Por apresentar duas fases, estes excipientes podem ser lipófilos e hidrófilos. Na composição da fase oleosa, encontram-se os glicerídeos, as ceras, os hidrocarbonetos, os ácidos graxos, e os álcoois graxos, na fase aquosa, a água adicionada de poliálcoois como: glicerina, dietilenoglicol, propilenoglicol, PEG...... Os emulsionantes tem suas vantagens e inconvenientes
Emulsões água no óleo: são em particular os “cold-creams” que tem o seu nome relacionado com a sensação refrescante quando da sua aplicação, como exemplo tem-se a cera cosmética ou “cold-cream” oficinal. Existem numerosas fórmulas de “cold-cream”que contém ceras e óleos, que são utilizados, seja por suas propriedades emolientes e adoçantes, seja como excipientes para diversos princípios-ativos. A lanolina hidratada é um exemplo de base emulsionada, tipo água no óleo, para pomadas. Estes excipientes emulsionados água no óleo, são geralmente bem tolerados, apresentam as incompatibilidades dos seus diversos constituintes. O seu poder penetrante é discutido, podem por vezes, facilitar a penetração de certos princípios-ativos. Deve-se juntar anti-oxidante neste tipo de formulação, não são laváveis com água.
Emulsões óleo/água : são as bases que contem na sua constituição forte proporção de água. Espalham-se bem sobre a pele, evaporam-se sua fase aquosa, afim de evitar este fenômeno, adiciona-se a glicerina, propilenoglicol ou PEG. Apresentam boa tolerância, fraca estabilidade, com rutura da emulsão, devido ao alto percentual de água, sofre desidratação, sendo importante adicionar à formulação: bactericidas, fungicidas e anti-oxidantes. Seu poder penetrante é variável. A presença de sulfactante, molhante e emulsionante, facilitam a penetração na pele.

4.12.2007

MAIOR CONTROLE SOBRE OS REMÉDIOS DE TARJA PRETA

MAIOR CONTROLE SOBRE OS REMÉDIOS DE TARJA PRETA
04/04 - Até abril do próximo ano, todas as farmácias que quiserem continuar vendendo medicamentos com tarja preta deverão se integrar ao Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados. Apresentado na manhã de ontem, no Palácio do Planalto, o novo sistema é um instrumento informatizado que substituirá o atual controle manual no monitoramento destes remédios, potenciais causadores de dependência física e psíquica se utilizados de forma errada. O diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Dirceu Raposo de Mello, explicou que o sistema permitirá o cálculo das doses diárias vendidas e o controle das que estão sendo consumidas. "Se tivermos uma superdose em determinada região, estaremos instrumentalizados para uma ação sanitária mais contundente'', afirma. De acordo com Mello, as farmácias necessitam apenas de um computador e acesso à internet para se integrar ao sistema, além de um programa (software) para o controle dos medicamentos controlados. Ele afirma que está sendo estudada a concessão de financiamento às farmácias que precisarem comprar um computador. O responsável pela farmácia deverá repassar os dados sobre a compra, venda, transferência ou perda de medicamentos, com os nomes dos médicos que os prescreveram, do estabelecimento distribuidor, além de dados técnicos. A resolução que instituiu o Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados foi publicada no Diário Oficial de segunda-feira. As farmácias de manipulação de todo o País e as drogarias das regiões Sul e Sudeste e do Distrito Federal têm seis meses para ingressar no sistema. As drogarias do Nordeste têm nove meses e as do Norte e Centro-Oeste, um ano. As farmácias que não se adequarem no tempo previsto não poderão mais comercializar remédios controlados, como psicotrópicos, entorpecentes, anabolizantes e anorexígenos (usados para emagrecimento). De acordo com a Anvisa, o estabelecimento que vender tais produtos sem informar ao sistema poderá ser enquadrado no crime de tráfico de drogas. O Brasil tem 70 mil farmácias e drogarias. RASTREAMENTO - O diretor-executivo da Federação Brasileira da Indústria Farmacêutica (Febrafarma), Lauro Moretto, acredita que o novo sistema vai permitir o rastreamento dos medicamentos sujeitos a controle. Ele acha que as pequenas empresas poderão ter dificuldades para implantá-lo, mas os benefícios para a população devem compensar. "A sociedade exige cada vez mais segurança em toda medicação que fazemos. Portanto, todo sacrifício que se faz para assegurar o bem-estar da população é importante." O diretor-presidente do Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas da Universidade de São Paulo, Elisaldo Carlini, comemorou a implantação do sistema. "É uma das poucas coisas que eu acompanhei no curso da minha vida que eu vejo chegar a um bom fim", disse. "Se tivermos uma superdose, estaremos instrumentalizados para uma ação sanitária mais contundente" Dirceu Raposo de Mello, diretor-presidente da Anvisa. Fonte: Jornal de Brasília
04/04 - Até abril do próximo ano, todas as farmácias que quiserem continuar vendendo medicamentos com tarja preta deverão se integrar ao Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados. Apresentado na manhã de ontem, no Palácio do Planalto, o novo sistema é um instrumento informatizado que substituirá o atual controle manual no monitoramento destes remédios, potenciais causadores de dependência física e psíquica se utilizados de forma errada. O diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Dirceu Raposo de Mello, explicou que o sistema permitirá o cálculo das doses diárias vendidas e o controle das que estão sendo consumidas. "Se tivermos uma superdose em determinada região, estaremos instrumentalizados para uma ação sanitária mais contundente'', afirma. De acordo com Mello, as farmácias necessitam apenas de um computador e acesso à internet para se integrar ao sistema, além de um programa (software) para o controle dos medicamentos controlados. Ele afirma que está sendo estudada a concessão de financiamento às farmácias que precisarem comprar um computador. O responsável pela farmácia deverá repassar os dados sobre a compra, venda, transferência ou perda de medicamentos, com os nomes dos médicos que os prescreveram, do estabelecimento distribuidor, além de dados técnicos. A resolução que instituiu o Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados foi publicada no Diário Oficial de segunda-feira. As farmácias de manipulação de todo o País e as drogarias das regiões Sul e Sudeste e do Distrito Federal têm seis meses para ingressar no sistema. As drogarias do Nordeste têm nove meses e as do Norte e Centro-Oeste, um ano. As farmácias que não se adequarem no tempo previsto não poderão mais comercializar remédios controlados, como psicotrópicos, entorpecentes, anabolizantes e anorexígenos (usados para emagrecimento). De acordo com a Anvisa, o estabelecimento que vender tais produtos sem informar ao sistema poderá ser enquadrado no crime de tráfico de drogas. O Brasil tem 70 mil farmácias e drogarias. RASTREAMENTO - O diretor-executivo da Federação Brasileira da Indústria Farmacêutica (Febrafarma), Lauro Moretto, acredita que o novo sistema vai permitir o rastreamento dos medicamentos sujeitos a controle. Ele acha que as pequenas empresas poderão ter dificuldades para implantá-lo, mas os benefícios para a população devem compensar. "A sociedade exige cada vez mais segurança em toda medicação que fazemos. Portanto, todo sacrifício que se faz para assegurar o bem-estar da população é importante." O diretor-presidente do Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas da Universidade de São Paulo, Elisaldo Carlini, comemorou a implantação do sistema. "É uma das poucas coisas que eu acompanhei no curso da minha vida que eu vejo chegar a um bom fim", disse. "Se tivermos uma superdose, estaremos instrumentalizados para uma ação sanitária mais contundente" Dirceu Raposo de Mello, diretor-presidente da Anvisa. Fonte: Jornal de Brasília

4.08.2007

ENTENDENDO A QUALIDADE

ENTENDENDO A QUALIDADE
Qualidade é um conceito subjetivo que está relacionado diretamente às percepções de cada indivíduo. Diversos fatores como cultura, modelos mentais, tipo de produto ou serviço prestado, necessidades e expectativas influenciam diretamente nesta definição. O termo Qualidade vem do latim Qualitas, e é utilizado em situações bem distintas. Por exemplo, quando se fala da qualidade de vida das pessoas de um país ou região, quando se fala da qualidade da água que se bebe ou do ar que se respira, quando se fala da qualidade do serviço prestado por uma determinada empresa, ou ainda quando se fala da qualidade de um produto tangível. Como o termo tem diversas utilizações, o seu significado nem sempre é de definição clara e objetiva. No que diz respeito aos produtos e/ou serviços vendidos no mercado, há várias definições para qualidade: "conformidade com as exigências dos clientes", "relação custo/benefício", "adequação ao uso", "valor acrescentado, que produtos similares não possuem efetividade; fazer bem à primeira vez; produtos e/ou serviços com efetividade .
Enfim, o termo é geralmente empregado para significar "excelência" de um produto ou serviço. A qualidade de um produto ou serviço pode ser olhada de duas ópticas: a do produtor e a do cliente. Do ponto de vista do produtor, a qualidade se associa à concepção e produção de um produto que vá ao encontro das necessidades do cliente. Do ponto de vista do cliente, a qualidade está associada ao valor e à utilidade reconhecidas ao produto, estando em alguns casos ligada ao preço. Do ponto de vista dos clientes, a qualidade não é unidimensional. Quer dizer, os clientes não avaliam um produto tendo em conta apenas uma das suas características, mas várias. Por exemplo, a sua dimensão, cor, durabilidade, design, funções que desempenha, etc. Assim, a qualidade é um conceito multidimensional. A qualidade tem muitas dimensões e é por isso mais difícil de definir. De tal forma, que pode ser díficil até para o cliente exprimir o que considera um produto de qualidade. Do ponto de vista da empresa, contudo, se o objetivo é oferecer produtos e serviços (realmente) de qualidade, o conceito não pode ser deixado ao acaso. Tem de ser definido de forma clara e objetiva. Isso significa que a empresa deve apurar quais são as necessidades dos clientes e, em função destas, definir os requisitos de qualidade do produto. Os requisitos são definidos em termos de variáveis como: comprimento, largura, altura, peso, cor, resistência, durabilidade, funções desempenhadas, tempo de entrega, simpatia de quem atende ao cliente, rapidez do atendimento, eficácia do serviço, etc. Cada requisito é em seguinda quantificado, a fim de que a qualidade possa ser interpretada por todos (empresa, trabalhadores, gestores e clientes) exatamente da mesma maneira. Os produtos devem exibir esses requisitos, a publicidade se faz em torno desses requisitos (e não de outros), o controle de qualidade visa assegurar que esses requisitos estão presentes no produto, a medição da satisfação se faz para apurar em que medida esses requisitos estão presentes e em que medida vão realmente ao encontro das necessidades. Todo o funcionamento da "empresa de qualidade" gira em torno da oferta do conceito de qualidade que foi definido. É bastante provável que empresas pertencentes ao mesmo setor de atividade tenham noções distintas do que deve ser a qualidade dos seus produtos. Isso é benéfico para os clientes que podem assim, optar pelo produto que melhor satisfaz as suas necessidades. Controle de Qualidade, Garantia da qualidade e são conceitos relacionados com o de qualidade na indústria e serviços. Gestão da qualidade é o processo de conceber, controlar e melhorar os processos da empresa, quer sejam processos de gestão, de produção, de marketing, de gestão de pessoal, de faturação, de cobrança ou outros. A gestão da qualidade envolve a concepção dos processos e dos produtos/serviços, envolve a melhoria dos processos e o controle de qualidade. Garantia da qualidade são as ações tomadas para redução de defeitos. Controle da qualidade são as ações relacionadas com a medição da qualidade, para diagnosticar se os requisitos estão a ser respeitados e se os objetivos da empresa estão a ser atingidos. A qualidade na Industria deve ser abordada sob enfoque eminentemente técnico. O desenvolvimento e implantação de sistemas e instrumentos de planejamento, execução, avaliação e controle, são indispensáveis, porém, não são suficientes para produzir qualidade. Deve-se pensar primeiramente no fator humano , tanto na capacitação como na reciclagem. Atualmente a gestão da qualidade está sendo uma das maiores preocupações das empresas, sejam elas voltadas para a qualidade de produto ou de serviço. A consciencialização para a qualidade e o reconhecimento de sua importância, tornou a certificação de sistemas de gestão da qualidada, indispensável para as micro e poquenas empresas de todo o mundo. A Certificação de Qualidade além de aumentar a satisfação e a confiança dos clientes, reduzir custos internos, aumentar a produtividade, melhorar a imagem e os processos continuamente, possibilita ainda fácil acesso a novos mercados. Esta certificação permite avaliar as conformidades determinadas pela organização através de processos internos, garantindo ao cliente um produto ou serviço concebido conforme padrões, procedimentos e normas. Entre modelos existentes de sistema da qualidade, destacam-se as normas da série ISO 9000. Estas se aplicam a qualquer negócio, independentemente do seu tipo ou dimensão. As normas desta série possuem requisitos fundamentais para a obtenção da qualidade dos processos empresariais. A verificação dos mesmos através de auditorias externas garante a continuidade e a melhoria do sistema de gestão da qualidade. Os requisitos exigidos pela norma Iso 9000 auxiliam numa maior capacitação dos colaboradores, melhoria dos processos internos, monitoramento do ambiente de trabalho, verificação da satisfação dos clientes, colaboradores, fornecedores e entre outros pontos, que proporcionam maior organização e produtividade que podem ser identificados facilmente pelos clientes. As pessoas e as empresas que buscam qualidade devem criar uma mentalidade positiva de mudança. Qualquer melhoria, pequena ou grande é bem-vinda. Toda inovação deve ser conhecida, testada e se possível aplicada. Uma organização que se propõe a uma gestão voltada para a "qualidade" tem consciência de que a sua trajetória deve ser reavaliada. As mesmas precisam pôr em prática atividades que visam estabelecer e manter um ambiente no qual as pessoas, trabalhando em equipe, consigam um desempenho eficaz na busca das metas e missões da organização.

Fonte: Internet

Dialogando com o chão de fábrica

Dialogando com o chão de fábrica
* Waldemar Helena Junior
Invariavelmente as pesquisas de avaliação do clima organizacional nas corporações apontam para a comunicação como o maior problema entre empresas de todos os portes e segmentos. Mas, de qual comunicação estamos falando, já que tudo está diretamente ou indiretamente relacionado a ela?
Especialmente no chamado chão de fábrica, operadores se queixam de falta de informações vindas das gerências. Por outro lado, as gerências se sentem incompreendidas pelos operadores. A questão freqüente é: será que ninguém me entende? O cenário é de perplexidade dos dois lados. Então, onde está o problema e qual a solução adequada?
Diagnóstico. Provavelmente, a falta dele é o problema e, invariavelmente, seu uso é a solução. Ou melhor, a solução é diagnosticar corretamente. A comunicação é um processo permanente. Está constantemente em mudança. Portanto, a comunicação nunca está pronta! Nunca é definitiva.
É recorrente que gestores de grandes corporações, dos mais variados setores da indústria, recebam queixas, por parte de seus colaboradores, em relação às formas e meios de comunicação, especialmente em relação à comunicação interna. Então, o questionamento que costumo ouvir é: o que está faltando e onde?
Para se chegar a respostas satisfatórias, e fazer delas instrumentos práticos de mudança para alavancar melhores resultados, a sugestão é começar pela avaliação das seguintes demandas que impactam a comunicação: democracia, consenso, fidelização, negócio, parceria, transparência, diálogo, times.
Além disso o comprometimento e a motivação, que se amarram no processo de comunicação, deveriam ser trabalhados rotineiramente a fim de manter o comprometimento em nível satisfatório.
A comunicação é uma competência genérica e abrangente. Por estes motivos as abordagens e intervenções nem sempre são eficazes, para resolver ou sanar os problemas identificados nas pesquisas de clima. De um modo geral, a leitura do contexto é realizado por meio de abordagens anacrônicas, como por exemplo, fatiando a empresa por níveis hierárquicos.
As estratégias contidas nos planos de comunicação por níveis hierárquicos (primeiro escalão, média gerência, supervisores, facilitadores e operadores) nem sempre funcionam.
Observando estes acontecimentos e utilizando três modelos como base para identificação da linguagem e da forma adequada de comunicação com os diferentes públicos, montei um programa para a criação de uma estratégia eficiente de comunicação.
Esta abordagem procura qualificar a situação e considerar a comunicação em fases diferenciadas de compreensão da mensagem, pelo receptor. Considera a capacidade do receptor em compreender, assimilar, revelar, e mais, saber o que vai fazer com a informação. As teorias usadas são:
1-Ciclo vital de liderança (Paul Hersey e Kenneth Blanchard) – A estratégia da comunicação está centrada no grau de maturidade do receptor para determinada tarefa (modelo de liderança), considerando sua capacidade e disponibilidade para receber e processar as informações;
2-Matriz dos steakholders – Esta estratégia está centralizada na identificação do público envolvido. Saber identificar quem é parceiro, quem é aliado, quem está contra seu projeto ou quem está em "cima do muro", pois existem formas diferentes de comunicação com cada público;
3-Curva da mudança – Modelo baseado na medicina, contempla os diferentes estágios nos quais as pessoas situam-se no processo de mudança: negação, resistência, exploração e comprometimento.
Tendo clareza da demanda, do público-alvo da comunicação, e com base nestes modelos sugeridos, é possível identificar as diferentes reações das pessoas e adotar a ação mais eficaz da comunicação.
O diálogo e o feedback como práticas permanentes de gestão, são extremamente importantes para a manutenção do comprometimento no processo da comunicação, pois muitas vezes, a comunicação merece atenção redobrada.
Pode ser trabalhada com constância e intensidade. Outras vezes deve ser realizada com base nos mais variados recursos internos disponíveis na empresa.
A generalização da comunicação, a maneira arcaica de se comunicar por níveis hierárquicos e a falta de clareza do diagnóstico do público-alvo, podem comprometer a eficácia da comunicação e remeter à célebre frase:
- "Será que estou falando grego?!"

* Waldemar Helena Junior – whj@franquality.com.br
Consultor da Franquality. Advogado pela Universidade Mackenzie, com especialização em Administração em Recursos Humanos pela FGV, Criatividade pela Universidade de Bufallo (EUA).