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3.08.2008

VACINA CONTRA PRESSÃO ALTA?

Vacina contra pressão alta é testada com sucesso

Vacina contra hormônio que provoca a hipertensão "teve poucos efeitos colaterais".

Uma vacina contra pressão alta poderá substituir o consumo diário de remédios para controlar a condição, afirma um estudo da empresa suíça de biotecnologia Cytos, publicado na revista especializada Lancet.

A equipe de cientistas desenvolveu uma vacina que inibe o hormônio angiotensina - que provoca a contrição das veias e aumenta a pressão sanguínea.

Em testes, a vacina reduziu significativamente a pressão sanguínea de pacientes.

Os cientistas testaram a vacina - em doses diferentes - em 48 pacientes, e compararam o resultado com o de outros 24 pacientes que tomaram placebo. As vacinas foram ministradas em três doses administradas em intervalos de poucas semanas e causaram poucos efeitos colaterais.

Os pesquisadores consideraram o resultado promissor, mas afirmam que a vacina ainda precisa ser testada em larga escala.

A pressão alta, que afeta 35% dos adultos acima de 40 anos no Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde, dobra o risco de morte por doença cardíaca ou derrame. Segundo o IBGE, em 2004 a doença afetava 17 milhões de pessoas no Brasil.

Remédios diários
Os hipertensos têm que tomar remédios diariamente para controlar a doença, mas muitos não mantém o tratamento por que as pessoas com hipertensão não apresentam sintomas.

Os cientistas acreditam que a vacina pode oferecer uma alternativa mais simples, já que ela só precisa ser tomada de quatro em quatro meses.

Nenhuma das vacinas (com doses de 100 microgramas e 300 microgramas) baixou significativamente a pressão dos pacientes durante a noite, mas durante o dia, a dose mais alta reduziu significativamente a pressão sanguínea, especialmente no fim da manhã, quando se sabe que a pressão aumenta.

Os únicos efeitos colaterais causados pela vacina foram sintomas leves de gripe.

O cientista que liderou a pesquisa, Martin Bachmann, disse que a vacina pode oferecer uma maneira muito mais simples de controlar a pressão sanguínea e pode ser administrada durante visitas regulares ao médico.

"Um regime assim deve promover a aderência ao tratamento, mas ele tem que ser corroborado por dados clínicos."

O professor Jeremy Pearson, da British Heart Foundation, concorda que mais pesquisas são necessárias, mas descreveu os resultados como promissores.

"A imunização pode trazer benefícios particularmente para aqueles que acham difícil continuar tomando a medicação para pressão alta, mas ainda há um longo caminho antes que o método substitua os atuais tratamentos, altamente eficientes."

"Cuidar do coração com a prática de exercícios, redução do consumo de sal e o consumo moderado de álcool ainda são as melhores formas de evitar pressão alta."



Tim Chico, cientista da Universidade de Sheffield, afirma que "a maioria dos pacientes não gosta de tomar remédios para a pressão alta e iria gostar de uma alternativa".



"A imunização é uma perspectiva inovadora e animadora. O desafio é alcançar uma boa redução da pressão sanguínea sem os efeitos colaterais, e mostrar que ela reduz os ataques cardíacos e derrames tanto quanto os medicamentos tradicionais."



Há informações de que outras empresas também estão testando vacinas contra a hipertensão.

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