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4.05.2008

auto-medicação durante a epidemia de dengue no Rio

Indústria de medicamentos vai atender pedido do governo
Associação afirma que já começou a alertar empresas sobre suspensão de propagandas.
Segundo entidade, há mais de 60 tipos de analgésicos produzidos por 50 laboratórios.
» A suspensão de propagandas em rádio e TV de analgésicos, proposta pelo ministro da Saúde, José Gomes Temporão, foi bem recebida pela Associação Brasileira da Indústria de Medicamentos Isentos de Prescrição (Abimip). Segundo o secretário-geral Sálvio Di Girólamo, a Abimip quer colaborar com o governo e já começou a entrar em contato com os laboratórios para que as propagandas sejam suspensas. Segundo Temporão, um dos objetivos é evitar a auto-medicação durante a epidemia de dengue no Rio.

“A associação está perfeitamente em sintonia com o ministério e entende que o ministro não tem o poder para proibir a propaganda. Mas as empresas todas querem colaborar e vão renegociar os espaços publicitários já comprados para que a publicidade desses analgésicos são seja exibida”.
Solicitação foi feita pela Anvisa
A pedido do ministro, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) solicitou formalmente à Abimip que oriente os fabricantes para a necessidade de suspensão temporária da propaganda de analgésicos em geral, apesar de o ministro ter citado especificamente em entrevistas aqueles que têm como base o paracetamol. A informação gerou confusão, já que o paracetamol é um dos medicamentos indicados pelo próprio ministério para o tratamento de sintomas de dengue em sua página na internet.
Em nota, a Anvisa informou que "a medida tem a intenção de impedir que a população faça uso abusivo das substâncias analgésicas", o que poderia retardar os sintomas da dengue, dificultando o diagnóstico e atrasando o tratamento da doença.
“Apenas (o princípio ativo) ácido acetil salicílico não é recomendado em caso de suspeita de dengue. Mas entendemos que a preocupação do ministério é que possam mascarar os sintomas”, afirmou Di Girólamo, acrescentando que, até segunda-feira pela manhã, todos os laboratórios estarão cientes da recomendação do Ministério da Saúde.
Mais de 60 analgésicos, de marca e genéricos, são produzidos por cerca de 50 laboratórios.
Ministro quer evitar auto-medicação
A preocupação de Temporão com a propaganda de medicamentos foi citada durante a inauguração de uma tenda de hidratação da Penha, na Zona Norte do Rio. O ministro citou especificamente os remédios a base de paracetamol que, segundo ele, podem causar disfunções hepáticas se usados de forma inadequada.
À tarde, durante um evento na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), Temporão afirmou ainda que as mortes causadas pela dengue estão sendo investigadas, assim como a hipótese de que o uso indiscriminado de determinados medicamentos possa ter agravado alguns casos.
“Aconteceram vários óbitos e o secretário de Saúde determinou a investigação de óbito por óbito. Então é uma medida de prevenção que possa evitar danos futuros”, afirmou.
Temporão quer mensagens de alerta sobre a doença
O ministro sugeriu ainda que os laboratórios usassem o tempo disponível em rádios e TVs para veicular mensagens de alerta sobre a doença. Essa orientação, no entanto, a Abimip ainda não sabe se poderá ser atendida.
“Acho pouco provável que as indústrias possam produzir esse tipo de informação. Além disso, a educação e informação da sociedade é tarefa do estado, do governo.

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