DESCOBERTA TERAPIA GENÉTICA CONTRA TIPO DE CEGUEIRA
28/04 - Uma terapia genética experimental permitiu restaurar, em parte, a visão de pessoas que sofrem de cegueira progressiva congênita, de acordo com estudos publicados no domingo e considerados promissores para tratar de uma série de doenças irreversíveis da retina. A pesquisa foi realizada em três jovens adultos do Hospital Pediátrico da Filadélfia, na Pensilvânia, que sofrem de Amaurose Congênita de Leber (ACL), uma forma pouco freqüente de retinopatia caracterizada por um grave déficit visual desde os primeiros meses de vida e que, em longo prazo, ocasiona perda severa da visão. Embora os pacientes não tenham registrado uma visão completamente normal, os resultados preliminares são estimulantes, já que desencadearam outros estudos para avaliar o tratamento contra a ACL e, eventualmente, contra outras doenças da retina, destacou Albert Maguire, professor de Pediatria do serviço de Oftalmologia da Faculdade de Medicina da Universidade da Pensilvânia. "Os resultados desse teste clínico são importantes para o conjunto do campo de investigação da terapia genética", estimou Katherine High, do Hospital de Pediatria da Filadélfia, que liderou os trabalhos. A pesquisa "aporta provas objetivas de uma melhora da capacidade da retina para captar a luz", acrescentou. Após o tratamento, os três jovens eram capazes de ler linhas na tabela utilizada pelos oftalmologistas para examinar a visão, enquanto que, antes, podiam apenas detectar os movimentos das mãos. "Os testes padrões mostraram uma melhora importante na visão dos pacientes", disse Alberto Auricchio, do Instituto Telethon de Genética e de Medicina em Nápoles (Itália), um dos autores do estudo. Segundo os pesquisadores, cada um dos olhos tratados foi três vezes mais sensível à luz do que os que não receberam tratamento. Fonte: AFP – Notícias TerraTERAPIA DE DNA TRATA CEGUEIRA GENÉTICA
28/04 - Técnica criada por italianos e americanos devolveu parte da visão a três portadores de doença de retina hereditária. Relato de sucesso pode dar mais fôlego a estratégia terapêutica complexa que vinha enfrentando certa controvérsia desde 2000. Um grupo de pesquisadores americanos e italianos anunciou ontem o sucesso no uso de terapia gênica para tratar uma variedade hereditária de cegueira. Três pacientes portadores da doença foram tratados com vírus inofensivos que carregavam DNA capaz de corrigir seus genes defeituosos. Em estudo publicado ontem na revista "New England Journal of Medicine" ( www.nejm.org.), cientistas mostram um resultado bastante animador contra a doença em questão, chamada amaurose congênita de Leber. "A visão dos pacientes se aprimorou desde eles detectarem movimentos manuais até lerem as linhas de um cartaz de exame oftalmológico", afirmou um dos líderes do estudo, Albert Maguire, da Universidade de Pensilvânia (EUA), em comunicado à imprensa. A amaurose congênita de Leber é um mal genético que começa a se manifestar na infância. Em geral, o problema avança até a perda total da visão, quando os portadores da doença chegam em torno de 20 ou 30 anos. O funcionamento incorreto de um gene mata neurônios fotorreceptores. Apesar de ser uma doença relativamente rara (nos EUA são cerca de 3.000 portadores), se a nova técnica puder ser levada a mais pessoas o benefício será grande, já que hoje a doença não tem nenhum tipo de tratamento. Esse foi um dos motivos que pesou na hora de os cientistas conseguirem aprovação das autoridades de saúde americanas para realizar o teste clínico da terapia gênica -uma técnica ainda bastante experimental- contra a amaurose congênita de Leber. DE NÁPOLES À FILADÉLFIA - "Esse foi o primeiro teste clínico de terapia gênica contra uma doença pediátrica não-letal", afirma Maguire. O médico diz que os voluntários do teste -um de 19 anos e dois de 26 anos- receberam as injeções com o vírus terapêuticos entre outubro de 2007 e janeiro de 2008 no Hospital Infantil da Filadélfia. Segundo os pesquisadores, após duas semanas os pacientes -diagnosticados na Itália pelo programa de retinopatia da Segunda Universidade de Estudos de Nápoles- já começaram a relatar melhoras. Testes de terapia gênica estão sendo feitos desde 1994. Mas, a partir de 2000, o cuidado passou a ser redobrado. Naquele ano o ensaio clínico para tratar uma doença imune acabou causando leucemia em voluntários na França. Além desse problema, alguns cientistas temem reações adversas por causa do uso de vírus para transportar genes terapêuticos. O primeiro teste clínico de terapia gênica do Brasil, por exemplo, iniciado no ano passado, não usa vírus. Cientistas do Instituto de Cardiologia do Rio Grande do Sul tentam tratar doença coronária injetando argolas de DNA nos pacientes. IMPORTÂNCIA AMPLIADA - O teste dos pesquisadores americanos e italianos, porém, parece ter contornado todos esses problemas, pelo menos em princípio. "Esse resultado é importante para todo o campo da terapia gênica", declarou em comunicado Katherine High, do Instituto Médico Howard Hughes, de Boston, uma das pioneiras em estudos na área. Para ela, entretanto, os entraves mais recentes da terapia gênica estão mais relacionados à falta de eficácia do que com problemas de segurança. Segundo a oftalmologista Jean Bennet, colaboradora do estudo na Filadélfia, apesar do sucesso ainda é preciso ter cautela. "O teste clínico atual vai continuar, com mais pacientes e um acompanhamento paralelo para monitorar resultados", diz. "Achamos que as melhoras serão mais pronunciadas em tratamentos que ocorram na infância, antes do avanço da doença", afirma. - Da Reportagem Local - Fonte: Folha de São Paulo
TERAPIA DE DNA TRATA CEGUEIRA GENÉTICA
ResponderExcluir28/04 - Técnica criada por italianos e americanos devolveu parte da visão a três portadores de doença de retina hereditária. Relato de sucesso pode dar mais fôlego a estratégia terapêutica complexa que vinha enfrentando certa controvérsia desde 2000. Um grupo de pesquisadores americanos e italianos anunciou ontem o sucesso no uso de terapia gênica para tratar uma variedade hereditária de cegueira. Três pacientes portadores da doença foram tratados com vírus inofensivos que carregavam DNA capaz de corrigir seus genes defeituosos. Em estudo publicado ontem na revista "New England Journal of Medicine" ( www.nejm.org.), cientistas mostram um resultado bastante animador contra a doença em questão, chamada amaurose congênita de Leber. "A visão dos pacientes se aprimorou desde eles detectarem movimentos manuais até lerem as linhas de um cartaz de exame oftalmológico", afirmou um dos líderes do estudo, Albert Maguire, da Universidade de Pensilvânia (EUA), em comunicado à imprensa. A amaurose congênita de Leber é um mal genético que começa a se manifestar na infância. Em geral, o problema avança até a perda total da visão, quando os portadores da doença chegam em torno de 20 ou 30 anos. O funcionamento incorreto de um gene mata neurônios fotorreceptores. Apesar de ser uma doença relativamente rara (nos EUA são cerca de 3.000 portadores), se a nova técnica puder ser levada a mais pessoas o benefício será grande, já que hoje a doença não tem nenhum tipo de tratamento. Esse foi um dos motivos que pesou na hora de os cientistas conseguirem aprovação das autoridades de saúde americanas para realizar o teste clínico da terapia gênica -uma técnica ainda bastante experimental- contra a amaurose congênita de Leber. DE NÁPOLES À FILADÉLFIA - "Esse foi o primeiro teste clínico de terapia gênica contra uma doença pediátrica não-letal", afirma Maguire. O médico diz que os voluntários do teste -um de 19 anos e dois de 26 anos- receberam as injeções com o vírus terapêuticos entre outubro de 2007 e janeiro de 2008 no Hospital Infantil da Filadélfia. Segundo os pesquisadores, após duas semanas os pacientes -diagnosticados na Itália pelo programa de retinopatia da Segunda Universidade de Estudos de Nápoles- já começaram a relatar melhoras. Testes de terapia gênica estão sendo feitos desde 1994. Mas, a partir de 2000, o cuidado passou a ser redobrado. Naquele ano o ensaio clínico para tratar uma doença imune acabou causando leucemia em voluntários na França. Além desse problema, alguns cientistas temem reações adversas por causa do uso de vírus para transportar genes terapêuticos. O primeiro teste clínico de terapia gênica do Brasil, por exemplo, iniciado no ano passado, não usa vírus. Cientistas do Instituto de Cardiologia do Rio Grande do Sul tentam tratar doença coronária injetando argolas de DNA nos pacientes. IMPORTÂNCIA AMPLIADA - O teste dos pesquisadores americanos e italianos, porém, parece ter contornado todos esses problemas, pelo menos em princípio. "Esse resultado é importante para todo o campo da terapia gênica", declarou em comunicado Katherine High, do Instituto Médico Howard Hughes, de Boston, uma das pioneiras em estudos na área. Para ela, entretanto, os entraves mais recentes da terapia gênica estão mais relacionados à falta de eficácia do que com problemas de segurança. Segundo a oftalmologista Jean Bennet, colaboradora do estudo na Filadélfia, apesar do sucesso ainda é preciso ter cautela. "O teste clínico atual vai continuar, com mais pacientes e um acompanhamento paralelo para monitorar resultados", diz. "Achamos que as melhoras serão mais pronunciadas em tratamentos que ocorram na infância, antes do avanço da doença", afirma. - Da Reportagem Local - Fonte: Folha de São Paulo