EM 12 ANOS, CÂNCER DE COLO DE ÚTERO PODE DOBRAR NA AL
13/05/2008
OMS estima que, em 2030, 70 mil mulheres morrerão da doença na região. O número de mortes causadas pelo câncer de colo de útero deve dobrar na América Latina nos próximos 12 anos. Hoje, a doença causa cerca de 33 mil óbitos todos os anos na região. Em 2030, serão 70 mil. Os dados são de um estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS), apresentado ontem na Cidade do México. A pesquisa aponta a prevenção, a detecção precoce e o uso da vacina contra o vírus do papiloma humano (HPV, causador da doença) como algumas das formas de impedir os óbitos precoces. De acordo com o Instituto do Câncer (Inca), neste ano a doença matará 18.680 mulheres no Brasil. A análise da OMS foi realizada com a revisão de 15 anos de estudos feitos na Argentina, Barbados, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Equador, Honduras, Jamaica, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, Suriname e Venezuela. A pesquisa estima que a prevalência do HPV entre as mulheres latino-americanas e caribenhas entre 15 e 24 anos varie entre 20% e 30%. Entre os homens, cerca de 20%. Para Ciro de Quadros, vice-presidente do Instituto Albert Sabin e um dos autores do estudo, a vacinação dos adolescentes deve ser seriamente considerada pelos governos dos países da região. Quadros afirma que hoje o preço da vacina torna inviável sua adoção no calendário oficial desses países, mas recomenda que a negociação com os laboratórios não seja descartada. O impacto da vacinação em seis países - Argentina, Peru, Chile, México, Brasil e Colômbia - também foi medido. Segundo a OMS, o procedimento poderia prevenir a morte de 500 mil garotas nesses países quando atingissem a idade adulta. Para isso, seria necessário que a vacinação atingisse 70% das meninas de 12 anos por dez anos consecutivos. Os valores tornam a medida quase impossível. Para a prevenção do câncer de colo de útero, são preconizadas três doses da vacina. O custo desse procedimento hoje é de US$ 360. Caso a vacinação fosse adotada por apenas cinco anos nesses países, seriam gastos US$ 4,7 bilhões. ACESSO - No Brasil, a aplicação de uma única dose da vacina (são preconizadas três), somente em meninas de 11 anos de idade, significaria 2,3 vezes o custo total do Programa Nacional de Imunização. "No México, por exemplo, seria preciso dobrar o orçamento da Saúde. Mas, quanto custam essas 33 mil mortes por ano?", pergunta Quadros. Para o diretor-geral do Inca, Luiz Antonio Santini, não há como nenhum país arcar com os custos da vacinação. "O governo brasileiro tem que negociar com os laboratórios e está fazendo isso. No entanto, esse é um problema mundial", afirma. A pesquisa da OMS, também analisa as diferenças de acesso aos tratamentos nos países. Das 86 mil mulheres que são diagnosticadas com a doença no continente americano, cerca de 72 mil vivem na América Latina. O QUE É A DOENÇA - Incidência mundial: Cerca de 470 mil casos de câncer de útero são diagnosticados anualmente em todo o mundo, 33 mil apenas na América Latina e Caribe; Incidência no Brasil: Neste ano, mais de 18 mil casos devem ser diagnosticados no País. Os Estados do Amazonas, Tocantins, Mato Grosso do Sul, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Paraná e Rio Grande do Sul têm as maiores incidências; Desenvolvimento: Em 70% dos casos, o câncer de colo de útero está associado à presença do papilomavírus humanos (HPV) e pode demorar anos para se desenvolver; Transmissão: A principal forma de transmissão do HPV - que pode dar origem ao tumor - são as relações sexuais; Sintomas: Podem variar desde a ausência de sintomas até quadros de sangramento vaginal após as relações sexuais e sangramentos contínuos; Prevenção: As principais formas são o uso de preservativos, exames periódicos (papanicolau) e o uso da vacina. - Emilio Sant'Anna -
Fonte: Estado de São Paulo
USAR PRESERVATIVO PREVINE O CÂNCER DE ÚTERO
ResponderExcluir14/05/2008
A doença é causada pelo HPV (vírus papiloma humano), que está presente em mais de 90% dos casos. Mulheres que iniciaram a atividade sexual ou engravidaram antes dos 18 anos, possuem muitos parceiros sexuais, fumam e bebem com grande freqüência e ainda têm má alimentação correm sérios riscos de desenvolver câncer de colo de útero. A doença é causada pelo HPV (vírus papiloma humano), que está presente em mais de 90% dos casos. A maioria das pessoas pode ter o HPV e não desenvolver a doença, que decorre de uma infecção das células cancerígenas. "O importante é controlar a infecção. A maior parte das pessoas pode ter o vírus e não desenvolver. Contudo, se a infecção persiste, é porque o sistema imunológico está baixo e a pessoa corre o risco de ter a doença", diz a ginecologista Maricy Tacla, professora do Hospital das Clínicas de São Paulo e especialista em câncer de colo de útero. "A maioria da população sexualmente ativa (cerca de 75%) entra em contato com o HPV durante a vida e elimina espontaneamente o vírus do organismo sem mesmo desenvolver qualquer doença. Outros terão uma infecção transitória com duração média de 12 a 18 meses e menos de 1% corre o risco de ter câncer de colo de útero", afirma Cíntia Parellada, doutorada em ginecologia pela USP (Universidade de São Paulo) e médica do Centro de Prevenção ao Câncer da capital. Embora o câncer uterino seja considerado o segundo tipo de câncer mais comum entre mulheres no mundo, nos países onde há programas de prevenção ele cai para o sétimo lugar. Os dados demonstram a importância da prevenção e da detecção precoce da doença. Segundo Maricy Tacla, a prevenção ocorre no Brasil principalmente com a aplicação de vacina e o uso de preservativos. Há duas vacinas liberadas pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), mas somente uma delas é usada no Brasil, a Gadasil, que é quadrivalente (contra quatro tipos de vírus HPV) e que pode ser aplicada em mulheres dos 9 aos 26 anos. Existem mais de cem tipos de HPV, e a vacina protege apenas contra quatro --dois deles são os principais responsáveis pelo câncer de útero. No país, a dose custa até R$ 495. Para realizar a imunização completa, são necessárias três doses (R$ 1.485). "Não existe um remédio contra a infecção. O melhor é prevenir e detectar precocemente a doença. Quando a mulher desenvolve a infecção, aí o tratamento passa a ser não especificamente contra o vírus, mas contra a lesão que ele promove, pois pode avançar e até mesmo provocar a perda do útero", diz a especialista Maricy Tacla.
Fonte: O Estado do Maranhão - Guia da Farmácia