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5.11.2008

Os determinantes da felicidade

Pesquisadores criam indicador de felicidade similar ao da bolsas de valores

Manter-se saudável e feliz é uma luta para a cerca de metade dos americanos, de acordo com uma extensa pesquisa que pretende medir as condições gerais da nação da mesma forma que a Dow Jones Industrial Average retrata a saúde do mercado de ações.

O Index de Bem-estar Gallup-Healthways, baseado em entrevistas com mais de 100 mil pessoas até o momento, mostra que 47% dos americanos lutam para se manter saudáveis e felizes e 4% sofrem. Cerca de 49% dos entrevistados disseram que estão bem quando questionados sobre como se sentem sobre suas vidas e onde pensam que estarão em cinco anos.

A pesquisa pedia que as pessoas dissessem onde se colocariam em uma escala de 0 a 10. Aqueles que responderam que se vêem na posição sete ou acima são vistos como pessoas que estão bem. Os que se colocaram em quatro ou abaixo estão sofrendo. No meio da escala estão as pessoas que lutam para manter o equilíbrio.

Os que estão bem tendem a conseguir salários melhores, mais educação e menos doenças. Os que sofrem mal conseguem atingir suas necessidades básicas, como comida, abrigo e cuidados médicos, disse James Harter, chefe do grupo científico da Gallup.

Assim como os Estados Unidos não são número um quando o assunto é medir a saúde de seu povo, também não são número um em bem-estar, ele disse. Por exemplo, 83% dos moradores da Dinamarca são considerados bem-sucedidos e apenas 1% sofre.

Os pesquisadores esperam que as descobertas, que podem ser analisadas segmentadamente por ocupação, tempo gasto em transporte e hábitos de exercícios, irão ajudar os empregadores a compreender melhor o que podem fazer para que seus funcionários sejam mais felizes e saudáveis.

Eventualmente, eles disseram, esses dados podem ser usados para comparar a saúde e felicidade por CEP, gerando uma medida determinante para as futuras gerações de políticos.

"Essa é a primeira iniciativa do gênero", disse Daniel Kahneman, prêmio Nobel em Ciências Econômicas.

"Estamos descobrindo detalhes sobre como é viver nesse país", disse Kahneman, professor da Universidade de Princeton que participou do debate sobre os possíveis usos desses dados. "Como se vive o fim de semana? Como se vive a semana quando se é doente e ainda assim é preciso ir trabalhar pela manhã? Vamos aprender muito sobre os determinantes da felicidade".

Julie Gerberding, diretora do Centro de Prevenção e Controle de Doenças, ressaltou que os Estados Unidos investem muito mais em saúde do que qualquer outro país, mas mesmo assim seu sistema de saúde está em 37ª posição.

"Isso mostra que não estamos conseguindo o melhor através do investimento que estamos fazendo", disse Geberding. "Isso é algo para o que nós como nação precisamos acordar".

A pesquisa tem implicações para empregadores que quiserem se manter acima dos problemas que atingem uma mão de obra específica.

A pesquisa mostra que funcionários do setor de manufatura ou transporte estão mais propensos a relatar ambientes de trabalho negativos - 29%. Aqueles que relatam um ambiente de trabalho negativo tendem a faltar mais. Um funcionário com até três condições crônicas e um ambiente de trabalho negativo falta me média 6.6 dias a mais do que um funcionário que gosta do seu ambiente de trabalho, descobriu a pesquisa.

Segundo a pesquisa, um ambiente de trabalho negativo inclui insatisfação com o trabalho, chefes autoritários, falta de confiança e de percepção dos potenciais de um indivíduo.

Entre todos os trabalhadores, dois terços disseram ter uma ou mais doenças crônicas e/ou recorrentes. Mais de um quarto relatou problemas nas costas ou pescoço; 23% têm colesterol alto e 22% pressão alta. Mais de um em cada dez disseram sofrer de depressão.

Quase dois terços dos trabalhadores têm um índice de massa corporal que indica obesidade ou peso excessivo.

A Healthways, que trabalha com companhias para melhorar a saúde de seus funcionários, se associou à Gallup para pagar pela pesquisa. O custo da manutenção do index deve chegar a US$ 20 milhões ao ano. Mais de mil pessoas são entrevistadas diariamente.

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