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5.24.2008

Psoríase


 

O que é Psoríase

É uma doença inflamatória da pele e articulações (psoríase artropática ou artrite psoriática), não contagiosa, crônica e recorrente. A inflamação nas células da pele, chamadas queratinócitos, provoca um aumento exagerado da sua produção, acumulando-as na superfície e formando placas avermelhadas de escamas esbranquiçadas ou prateadas. Ao raspá-las, podem surgir pontos de sangramento.
A maioria das pessoas com psoríase apresenta forma leve com poucas placas nos cotovelos, joelhos, região lombar e couro cabeludo. Porém, existe a forma grave que pode atingir a totalidade do corpo.
Apesar de muita gente achar que psoríase é uma doença de origem emocional, na realidade ela tem base genética e atualmente são conhecidos vários marcadores nos genes (PSOR1; PSOR2, etc...).
Há pouco tempo confirmou-se que a psoríase é uma doença mediada pelo sistema imunológico de defesa, fazendo parte das Doenças Imuno-Mediadas, como, por exemplo, a Doença de Chron.
Necessita de fatores desencadeantes para o seu surgimento. Aprender sobre a doença e formas de tratamentos pode resultar em melhor qualidade de vida. O Centro Brasileiro de Psoríase contribui para isso por meio de uma visão mais global e atualizada.
Incidência

A psoríase atinge cerca de 2% da população mundial, existindo regiões com maior incidência, caso da Finlândia com cerca de 2,8% dos habitantes, e povos com prevalência muito baixa ou inexistente, como os esquimós, mongóis e povos do oeste da África.
Nos EUA, há mais de sete milhões de pessoas. No Brasil, são aproximadamente três milhões. A doença ainda é pouco divulgada na mídia nacional e pelos serviços de saúde.
Por mais de mil anos, a psoríase foi confundida com a lepra (Hanseníase) e somente no século XVIII foi diferenciada. Atinge igualmente homens e mulheres e em qualquer idade. Há dois picos de incidência – precoce, dos 16 aos 22 anos, e tardio, dos 57 a 60 anos. Em 15% dos casos
Causas

Essa doença genética tem um fator de predisposição; um terço dos pacientes tem história familiar. A herança é multifatorial, implicando diversos genes. O entendimento da psoríase é tão complexo que parece se tratar de várias doenças em uma só. Assim, sua evolução ou regressão é imprevisível.
Porém, existem várias causas bem relacionadas, que devem ser conhecidas e, na medida do possível, evitadas:

*traumas cutâneos: na maioria dos portadores há o Fenômeno de Koebner ou Fenômeno Isomórfico, no qual um trauma repetido na pele sã pode desencadear lesões de psoríase. Isso talvez explique porque é mais comum aparecer nos cotovelos, joelhos (devido a atritos na mesa ou em roupas) e couro cabeludo (por escovas e pentes). Deve-se, portanto, evitar agredir a pele. Lembrar que a exposição ao sol é benéfica, mas queimaduras solares não são.

*infecções: amigdalites ou faringites por bactérias (tipo estreptocócicas) são desencadeantes comuns da psoríase, ocorrendo geralmente o primeiro episódio agudo em crianças ou jovens. Tem aparência de gotas e por isso é chamada psoríase gutata. Infecções por vírus também podem desencadear psoríase. No doente com infecção pelo HIV há piora na pele. Os fungos causadores de micoses, como candidíase vaginal, também podem levar à piora da psoríase.

*medicamentos: é importante o médico assistente saber a existência da psoríase de seu cliente, pois algumas drogas podem desencadear ou agravar a doença. A mais comum das drogas é o corticóide (corticosteróide), via oral ou injetável que pode transformar um quadro leve em severo. Há estudos que demonstram que até mesmo a pomada de corticóides potentes, quando usada em áreas extensas do corpo, pode ser absorvida e causar o efeito sistêmico. Outras drogas relacionadas são os betabloqueadores para doenças cardíacas; o lítio para alterações psiquiátricas; os antimaláricos e alguns antiinflamatórios para dores ou reumatismo.

*emocional: o estresse psíquico intenso ou constante, na maioria dos pacientes, pode desencadear ou agravar a evolução. Porém, pode ocorrer o inverso, isto é, ajudar no controle ou desaparecimento. Hoje, estudos na área da psiconeuroimunologia confirmam suspeitas a esse respeito ´por médicos, pacientes e familiares.

*Ingestão de bebidas alcoólicas: pode piorar ou afetar os efeitos das medicações para psoríase.

*Outros fatores: tabagismo pesado; distúrbios hormonais e metabólicos; variações climáticas e outros, já foram relacionados à evolução da psoríase.

Clínica e Diagnóstico

O diagnóstico da psoríase é feito pelo exame clínico e, quando necessário, deve ser confirmado através de uma biópsia da lesão.
Porém, a psoríase pode ser confundida com várias alterações de pele, como eczemas, dermatite de contato, dermatite seborréica no couro cabeludo, micoses, intoxicação e várias outras, retardando o diagnóstico definitivo ou afetando a evolução (ou a cura?) por uso inadequado de medicamentos.
Existem algumas características nas lesões de psoríase: as bordas externas são bem delimitadas ou com halo esbranquiçado ao redor (sinal de Woronoff); as escamas são espessas e prateadas (sinal da vela), podendo ocorrer inflamação; ao se raspar as escamas, podem aparecer pontos de sangramento (sinal do orvalho sangrante).
As dimensões e aparências das lesões variam: em forma de gotas (gutata), grandes placas (numular; em placas) até vermelhidão generalizada (eritrodérmica). Geralmente as lesões são simétricas no corpo e em áreas de extensão. Podem acometer áreas de flexão, caso da chamada psoríase invertida. Existem casos em que ela atinge somente palmas das mãos e plantas dos pés, nomeada como psoríase palmo/plantar.
Em qualquer dos casos, pode acometer as unhas e genitais. Mais raro é o tipo psoríase pustuolosa, na qual as pústulas são estéreis.
Pode ter início agudo ou fases de aumento e regressão. O curso desse tipo de psoríase quase sempre é crônico.

Fonte: Centro Brasileiro de Psoríase

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