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8.30.2008

Novo alisante de cabelo com formulação menos agressiva.

Novo alisante de cabelo provoca debate sobre uso de produtos em crianças
Laboratório trouxe para o Brasil produto com formulação menos agressiva.
Dermatologistas desaconselham uso antes da puberdade.

A estudante Martha de Souza, de 13 anos, submeteu os fios a alisamento há três meses, quando ainda tinha 12 anos (Foto: Divulgação) A estudante Martha de Souza, de 13 anos, é a única das três filhas da aposentada Maria Aparecida Palmeira que nasceu com cabelo crespo. Desde pequena, a adolescente tinha trabalho para cuidar da cabeleira. “Eu vivia com o cabelo preso ou com ele molhado para baixar o volume”, lembra a jovem, que tinha até dificuldade para usar touca durante as aulas de natação por causa da grande quantidade de cabelo. “A touca não dava conta e ficava caindo”, completa a mãe.


Há três meses, então com 12 anos, Martha submeteu a cabeleira a um alisamento que acaba de chegar ao país e ficou com o cabelo liso, mesmo depois de lavado. O produto usado pela estudante é uma novidade no mercado de alisantes e têm animado as meninas de cabelo crespo que sonham em ter o cabelo liso.

O laboratório coreano Sewha trouxe para o Brasil o RH12+, um produto que promete alisar os fios sem ressecá-los ou danificá-los por ter uma formulação mais suave que os outros disponíveis no mercado e, por isso, pode ser usado por quem tem cabelo tingido e até por crianças.


O produto é uma das novidades da Beauty Fair, feira que apresenta aos profissionais de beleza as novidades na área e que será realizada de sábado (30) a terça-feira (2), em São Paulo. Segundo o fabricante, o novo alisante não tem formol, oxidantes, não precisa de neutralizante e tem doze vezes mais a concentração de lawsonia, uma substância extraída da henna e que tem ação restauradora da fibra capilar.


Mas antes de levar a filha para o cabeleireiro mais próximo, as mães devem saber que o produto, como qualquer outro alisante, não é completamente inofensivo, pois contém tilglicolato de etanolamina, uma substância química usada por vários alisantes disponíveis no mercado. É essa substância que dá o efeito liso ao cabelo ao interferir diretamente na estrutura dos fios. A diferença do produto coreano, defende o fabricante, é ter uma concentração menor do tilglicolato.

Conselho de dermatologistas

Não adianta achar que, por ser mais suave, o alisante está livre de provocar qualquer reação alérgica nas crianças ou adolescentes. Os dermatologistas ouvidos pelo G1 desaconselham o uso de qualquer produto químico na cabeleira até as crianças atingirem a puberdade.


“O ideal mesmo é esperar uns dois anos após a primeira menstruação”, orienta o dermatologista Ademir Jr, especialista em medicina capilar. É nesse período, diz o médico, que o cabelo “amadurece” e assume a estrutura que terá ao longo da vida.


De acordo com a dermatologista Jackeline Mota, da diretoria da regional da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), as substâncias usadas para alisar o cabelo são agressivas o suficiente para quebrar os fios, provocar alergia e até queimaduras no couro cabeludo. Também é preciso pensar a longo prazo, alerta a médica. “Quem começa a fazer alisamento vai querer fazer a vida inteira. Imagine uma menina que começa com 10, 11 anos, quando ela tiver 21, já vai estar submetendo o cabelo à agressão química há 10 anos”, pondera.


Quem, mesmo com a recomendação dos dermatologistas, pretende levar a filha para alisar o cabelo deve procurar um profissional de confiança. A aposentada Maria Aparecida, mãe da estudante Martha, chegou a comprar um alisante em perfumaria e levou para o cabeleireiro mais próximo para que ele aplicasse o produto na filha.



O cabeleireiro, conta a mãe, pediu para que ela esperasse um pouco mais para usar o produto na filha. A aposentada não sabia, mas o profissional estava seguindo a recomendação dada pelos dermatologistas.

Fonte: Globo.com

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