webmaster@boaspraticasfarmaceuticas.com.br

10.20.2008

Doenças oculares na infância

Doenças oculares na infância

A população do Brasil está crescendo e o acesso a serviços médicos diminuindo. É o que mostra recente estatística da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar).

Hoje, dos 183,9 milhões de habitantes no País só 40 milhões são usuários de planos de saúde contra 42 milhões em 2006, uma redução de 5% nos últimos dois anos, conforme aponta o levantamento. Significa que a maioria da população chega a esperar por mais de um ano pela prescrição de óculos.

"Esta lentidão associada ao alto preço das lentes oftálmicas faz muitas pessoas se privarem da correção visual", afirma o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto. De acordo com o especialista, a falta de exames de prevenção agrava as doenças oculares de 45% das crianças brasileiras.

Isso porque essa parcela só passa pela primeira consulta ao oftalmologista quando chega à adolescência. Resultado: sem óculos o grau dos vícios de refração - miopia, hipermetropia e astigmatismo - aumenta. "Recentemente atendi uma adolescente com 7 graus de miopia que nunca tinha usado óculos", conta o médico.

Casos como este confirmam que o problema é sério porque a dificuldade de enxergar de longe que caracteriza a miopia impede o acompanhamento de aulas e acaba gerando desinteresse pelos estudos.

Já quem tem hipermetropia, dificuldade de enxergar de perto, não consegue ler as anotações do próprio caderno e a falta de foco para longe e perto típica dos portadores de astigmatismo gera cansaço visual que reduz o rendimento escolar.

Exames periódicos

"A prova disso é a melhora do rendimento escolar de 50% dos alunos apontada por uma pesquisa realizada com professores após a prescrição de óculos", observa Queiroz Neto.

Na avaliação dos pais, quase 90% dos pesquisados passaram a ter mais interesse pelos estudos. O especialista diz a prevenção da cegueira requer que pais e professores estejam atentos à visão das crianças.

"Na verdade, o ideal seria fazer um exame periódico todo início de ano letivo", defende a oftalmologista Maria José Carrari, reforçando que a avaliação visual na infância deveria ser iniciada logo após o nascimento da criança. Segundo Queiroz Neto, o hábito de inclinar a cabeça para um lado pode sinalizar estrabismo, desvio ocular que pode levar ao desenvolvimento desigual dos olhos.

A doença nem sempre é percebida pelos pais e leva à cegueira monocular. A correção, explica o médico, é feita com a oclusão do olho de melhor visão para estimular o desenvolvimento do mais fraco.

Este simples procedimento deve ser feito partir dos três anos de idade para garantir o perfeito desenvolvimento dos olhos que se completa aos oito anos. "Depois dessa idade pode levar ao grave comprometimento do olho mais fraco e impedir a adaptação aos óculos", esclarece o Queiroz Neto.

É também na fase escolar que deve ser iniciada a realização do exame de fundo de olho. O procedimento pode identificar doenças sérias como tumores e problemas vasculares.

Para observar esta região é usada uma lente especial, que aumenta a imagem diversas vezes. "O exame completo só pode ser feito com a pupila dilatada", observa Maria Carrari.

Dessa forma, quando diagnosticados preventivamente, os problemas de saúde ocular podem receber intervenção mais cedo, com mais chances de se resolveram os problemas de acuidade visual, e consequentemente, baixas no aproveitamento escolar.

Óculos, a solução

A criança deve usar óculos para melhorar a acuidade visual, aliviar os sintomas oculares e para corrigir certos tipos de estrabismo. Um problema apontado pela oftalmologista Laura Duprat é a rejeição que os pais apresentam quando é necessário o uso de óculos pela criança. "Normalmente, uma reação negativa do adulto influencia muito o comportamento da criança em relação ao uso dos óculos", avalia a médica.

Os óculos com grau para as crianças só podem ser receitados por oftalmologistas e se recomenda que sejam conferidos após serem feitos. As armações devem ser, de preferência, de acrílico, por serem mais resistentes, devendo estar bem adaptadas ao rosto da criança.

De acordo com a especialista, não podem estar soltas ou apertar o nariz ou atrás da orelha. Se a criança e a família optarem pelo uso das lentes de contato. "Elas devem ser de acrílico, pois são mais leves", completa a oftalmologista.

Sinais de comprometimento

Não é só a criança que se aproxima muito da TV que tem dificuldade de enxergar. Outros sinais de baixa visão são:

* Dor de cabeça, nos olhos ou tontura freqüente
* "Apertar" os olhos na claridade
* Olhos vermelhos ou lacrimejantes
* Coceira ocular após esforço visual - leitura ou TV
* Hábito de inclinar a cabeça para um lado

Mais comuns na infância

Astigmatismo - Deformação da curvatura da córnea. Crianças que apresentem astigmatismo podem sentir dores de cabeça e fadiga ocular, pois "forçam" os olhos para melhor enxergar.

Miopia - Dificuldade de enxergar longe. Como a criança não enxerga bem de longe, passa a preferir atividades, como a leitura e evita a prática de esportes ou atividades que solicitem visão a distância.

Estrabismo - Doença que acomete 2% da população mundial. O tratamento exige a oclusão do olho saudável, a fim de estimular o olho mais "fraco", e deve ser iniciado tão logo seja feito o diagnóstico do problema na criança.

Nenhum comentário:

Postar um comentário