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10.05.2008

ERROS MÉDICOS:COMO EVITAR ( recomendações da Agência de Pesquisa e Qualidade em Serviços de Saúde Americana)

recomendações da Agência de Pesquisa e Qualidade em Serviços de Saúde americana para evitar erros médicos

Artigo recente do Instituto de Medicina estima que entre 44 mil a 98 mil pessoas morrem em hospitais dos Estados Unidos, por ano, em conseqüência de erros médicos. Isto significa que mais pessoas morrem em decorrência de erros médicos do que por acidentes de trânsito, câncer de mama ou AIDS. Saiba como você pode colaborar para evitá-los.

Segundo definição de Júlio Cezar Meirelles Gomes e Genival Veloso França, em sua obra “Erro Médico”, “Erro Médico é a conduta profissional inadequada que supõe uma inobservância técnica, capaz de produzir um dano à vida ou à saúde de outrem, caracterizada por imperícia, imprudência ou negligência”. Pode ocorrer em hospitais, clínicas, centros cirúrgicos, consultórios médicos, farmácias ou residências de pacientes e involvem medicamentos, cirurgias, diagnósticos, equipamentos ou exames laboratoriais. Muitos são resultado do complexo sistema de saúde atual, mas eles também acontecem quando há um problema de comunicação entre médicos e pacientes.

O governo americano, trabalhando em conjunto com provedores de cuidados em saúde, liberou uma publicação da Agência de Pesquisa e Qualidade em Serviços de Saúde (Agency for Healthcare Research and Quality - AHRQ) que fala como evitar os erros médicos.

O que pode ser feito? Envolva-se com a sua saúde.

1. O caminho mais importante para ajudar a prevenir erros médicos é ser um membro ativo da equipe que cuida da sua saúde. Pesquisas mostram que os pacientes mais envolvidos com os cuidados com a sua saúde são os que alcançam melhores resultados.

2. Tenha certeza de que seus médicos têm conhecimento de todos os medicamentos que você está usando, inclusive aqueles que não necessitam de prescrição médica para serem comprados, suplementos nutricionais e vitaminas. Pelo menos uma vez ao ano, leve todos esses medicamentos que você usa para o médico que acompanha a sua saúde.

3. Tenha certeza de que seu médico conhece todas as alergias ou reações adversas a medicamentos que você já apresentou. Isto evita que você use um medicamento que pode te causar mal.

4. Depois que o médico lhe entregar uma prescrição, procure lê-la para ter a certeza de que entendeu o nome do medicamento receitado. Quando você não consegue ler o nome do medicamento, é muito provável que o farmacêutico ou balconista da farmácia também não consiga. Peça ao médico para escrever novamente em letras legíveis.

5. Procure informações sobre os medicamentos de uma maneira que você possa compreender. Pergunte sobre:

Indicações da medicação;
Como você deve usá-la e por quanto tempo;
Quais são os efeitos colaterais que podem ser observados e o que fazer se algum deles ocorrer com você;
Quais alimentos você deve evitar ingerir ao usar esta medicação;
Pergunte se ela interfere em algum medicamento que você já faz uso.
6. Quando tiver na farmácia comprando o medicamento, pergunte:
Esta é a medicação que o meu médico prescreveu? Um estudo do Massachusetts College of Pharmacy and Allied Health Sciences relata que 88% dos erros com medicação envolvem aviamento errado da receita médica ou uso da dose errada.


7. Caso você tenha alguma dúvida após ler a bula do medicamento, pergunte. Por exemplo, pergunte se “quatro doses ao dia” significa “tomar a medicação de 6 em 6 horas” ou “ingerir a medicação quatro vezes durante o tempo em que você está acordado”.

8. Quando se tratar de um medicamento em forma líquida, use apenas o dispositivo que acompanha o frasco do medicamento para medir as doses. Não troque este dispositivo por talheres da sua casa ou por outras seringas. Pergunte como usar corretamente esta ferramenta, em caso de dúvidas.

9. Obtenha informações sobre os efeitos colaterais que este remédio pode causar. Sabendo o que pode acontecer, você estará mais preparado para obter ajuda caso eles aconteçam.

10. Quando precisar fazer uma cirurgia, se tiver a opção, escolha o hospital em que várias outras pessoas já tenham feito o mesmo procedimento.

11. Quando estiver em um hospital, não se envergonhe de perguntar aos profissionais que vão cuidar de você se eles lavaram as mãos. Lavar as mãos é muito importante para evitar a disseminação de infecções hospitalares. Infelizmente, este ato não é feito com a regularidade que deveria.

12. Quando receber alta hospitalar, procure entender a explicação sobre o tratamento que deve receber e todos os cuidados com alimentação, funções excretoras (urina e fezes), retorno às suas atividades rotineiras, incluindo atividades físicas.

13. É raro que a equipe cirúrgica se engane quanto ao local em que será realizada uma cirurgia, mas isso pode acontecer. Procure confirmar com a equipe cirúrgica o local do seu corpo em que será realizado o ato cirúrgico.

14. Saiba que você tem o direito de ter suas dúvidas esclarecidas pelos profissionais de saúde. Converse com o seu médico.

15. Caso você tenha mais de um problema de saúde, certifique-se de que o médico que o acompanha informou a toda a equipe sobre esses problemas. Isto é particularmente importante quando você está em um hospital.

16. Peça a um membro de sua família ou a um amigo para acompanhá-lo quando for a um hospital. Mesmo se você achar que não precisa no momento, você pode precisar dessa ajuda mais tarde.

17. Nem sempre mais é o melhor. É uma boa idéia perguntar em que um procedimento ou tratamento vai auxiliá-lo.

18. Quando fizer um exame, pergunte sobre os resultados.

19. Aprenda sobre sua condição de saúde perguntando a médicos e enfermeiros. Procure também outras fontes confiáveis de informação.

20. Pergunte a seu médico se o tratamento que você está recebendo está baseado nas últimas evidências científicas.


Fontes: AHRQ

Um comentário:

  1. Erros de Medicação -
    Está disponível na página de farmacovigilância da Anvisa o formulário de notificação de erro de medicação para todos os profissionais de saúde que pretendam notificar estes erros. As notificações serão mantidas no anonimato e serão fundamentais na prevenção e diminuição de erros semelhantes no futuro.
    O erro de medicação é qualquer evento evitável que possa causar dano ao paciente ou levar a uma utilização inapropriada dos medicamentos, quando estes estão sob o controle dos profissionais de saúde ou dos pacientes. Isto significa que o erro pode ou não causar dano ao paciente. Estes problemas podem estar relacionados com a prática profissional, com procedimentos ou sistemas de atenção à saúde, incluindo falhas na prescrição, nomenclatura, preparação, dispensação, distribuição, administração, educação, seguimento e utilização(1). A possibilidade da prevenção é uma das diferenças marcantes entre as reações adversas e os erros de medicação. A reação adversa a medicamentos é considerada, na grande maioria das vezes, como um evento inevitável, ainda que se conheça a sua possibilidade de ocorrência, e os erros de medicação são por definição preveníveis.
    Os erros, quando não atingem o paciente, acabam sendo subestimados, mas a análise e o gerenciamento destes erros podem gerar medidas preventivas que evitarão os erros graves e até fatais. É também importante que tenhamos consciência de que a ocorrência de erros de medicação pode ser um indicador de uma baixa qualidade na assistência da terapia medicamentosa, indicando a necessidade da revisão dos processos de trabalho.
    Neste sentido, a Gerência de Farmacovigilancia da Anvisa, vem incentivando as notificações relativas a erros de medicação com o objetivo de estabelecer ações que visem minimizar a ocorrências destes erros. Muito desses erros como administração de medicamento errado, omissão de dose na prescrição, administração de medicamentos não prescritos, via de administração incorreta, erros de técnica de administração, forma farmacêutica incorreta, horário errado de administração, doses impróprias, preparação/manipulação errada, administração de fármacos deteriorados podem gerar problemas de saúde pública e principalmente causar eventos adversos ao paciente. Portanto as notificações de erros de medicação podem favorecer a geração de alertas, informes ou até mudanças nas medidas regulatórias.
    Está disponível na página https://www.anvisa.gov.br/multimidia/form_erro/index.asp , o formulário de notificação de erro de medicação, para todos os profissionais de saúde que pretendam notificar erros de medicação. As notificações serão mantidas no anonimato e serão fundamentais na prevenção e minimização de erros semelhantes no futuro. da Anvisa o formulário de notificação de erro de medicação para todos os profissionais de saúde que pretendam notificar estes erros. As notificações serão mantidas no anonimato e serão fundamentais na prevenção e diminuição de erros semelhantes no futuro. SAIBA MAIS >>
    O erro de medicação é qualquer evento evitável que possa causar dano ao paciente ou levar a uma utilização inapropriada dos medicamentos, quando estes estão sob o controle dos profissionais de saúde ou dos pacientes. Isto significa que o erro pode ou não causar dano ao paciente. Estes problemas podem estar relacionados com a prática profissional, com procedimentos ou sistemas de atenção à saúde, incluindo falhas na prescrição, nomenclatura, preparação, dispensação, distribuição, administração, educação, seguimento e utilização(1). A possibilidade da prevenção é uma das diferenças marcantes entre as reações adversas e os erros de medicação. A reação adversa a medicamentos é considerada, na grande maioria das vezes, como um evento inevitável, ainda que se conheça a sua possibilidade de ocorrência, e os erros de medicação são por definição preveníveis.

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