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12.15.2008
Bebês prematuros precisam de um cuidadoso acompanhamento oftalmológico"
"Bebês prematuros precisam de um cuidadoso acompanhamento oftalmológico"
A gravidez tem uma duração média de 280 dias, o que corresponde a 40 semanas. Os médicos consideram normal uma margem de nascimento entre 37 e 40 semanas, mas se o bebê nascer antes da 37ª semana, é considerado prematuro. As crianças pré-maturas geralmente apresentam baixo peso, pele avermelhada, orelhas menos cartilaginosas, pregas plantares menos visíveis e uma musculatura flácida. São também mais vulneráveis para desenvolver quadros de maior gravidade de doenças, como anomalias congênitas, infecções em geral e alterações neurológicas e da visão. “Os bebês prematuros devem receber atenção especial do oftalmologista ao longo da vida, isto porque são diagnosticados com mais freqüência neste grupo a presença de estrabismo, descolamento de retina, visão subnormal, altas miopias, hipermetropias, astigmatismo e anisometropias”, informa o oftalmologista Virgilio Centurion, diretor do IMO, Instituto de Moléstias Oculares.
“A Retinopatia da Prematuridade (ROP) é uma das doenças mais comuns que acomete os bebês prematuros, que nascem com peso inferior a 1.500 gramas ou antes de 32 semanas de gestação. Nessas crianças, os vasos sangüíneos da retina são muito imaturos e começam a se desenvolver de maneira anormal causando hemorragias que levam à cegueira. O primeiro exame para diagnosticar a doença deve ser feito até quatro semanas após o nascimento”, informa a oftalmopediatra do IMO, Maria José Carrari.
Segundo a médica, alguns fatores sociais, como o aumento de gêmeos prematuros devido a técnicas de fertilização assistida, os avanços da medicina e o maior índice de sobrevivência das crianças prematuras contribuem para aumentar a incidência da doença, que leva freqüentemente à cegueira, se não for tratada. De acordo com os dados oficiais, só no Estado de São Paulo, a doença atinge 30% dos prematuros, com cerca de mil novos casos por mês.
Fatores de risco para o desenvolvimento da Retinopatia da Prematuridade:
-prematuros que nascem com peso menor do que 1.500 gramas;
-bebês nascidos antes de 32 semanas de gestação;
-crianças que necessitam de mais oxigênio no berçário;
-e aquelas que desenvolvem infecções generalizadas (sepsis).
“A única maneira de determinar se a criança prematura está desenvolvendo a ROP é através do exame da retina feito pelo oftalmologista. Este profissional dilata a pupila da criança com colírios e, em seguida, usando uma fonte luminosa e uma lente especial faz o exame chamado de Oftalmoscopia Indireta. Como a luz incomoda bastante e o olho do bebê também é muito pequeno, para se manter o olho aberto, muitas vezes utiliza-se um instrumento simples para abrir as pálpebras durante o exame. Quando este instrumento é usado, antes da colocação dele é instilado colírio anestésico para diminuir o desconforto. Desta maneira, o oftalmologista consegue examinar a retina do bebê”.
Este exame não apresenta riscos para o bebê prematuro. É evidente que a luz incomoda a criança e dessa maneira o exame é feito com todo o cuidado e de maneira a causar o menor incômodo. “Porém devemos lembrar que, tratando-se de uma doença que leva à cegueira permanente para o resto da vida, esse incômodo é necessário e vale a pena”, defende a oftalmologista do IMO. Os exames seguintes dependem dos exames iniciais. O oftalmologista em contato com o neonatologista é que determina o próximo exame, que pode ser semanal ou quinzenal.
Nem todos os casos de Retinopatia da Prematuridade precisam ser tratados. Os que não precisam de tratamento clínico deverão ser acompanhados periodicamente pelo oftalmologista até que a retina apresente amadurecimento normal dos vasos sangüíneos.
Entretanto, quando a Retinopatia da Prematuridade não regride espontaneamente, os vasos continuam crescendo e a retina termina por se descolar. “Nestes casos, são necessárias cirurgias que empregam o laser, que podem durar muitas horas, e podem não resolver o problema. A criança pode não ficar completamente cega, mas com uma baixa visual muito grave, necessitando de auxílios ópticos visuais para enxergar”.
Momento da realização do primeiro exame para diagnosticar a Retinopatia da Prematuridade:
O primeiro exame deve ser feito nas primeiras 4 a 6 semanas de nascimento da criança prematura e o Oftalmologista deve ser chamado pelo Neonatologista/Pediatra para examinar essas crianças.
Existem várias classificações para Retinopatia da Prematuridade, os estágios vão desde de o crescimento anormal leve dos vasos sangüíneos até o estágio mais grave, que é a retina completamente descolada e a necessidade de cirurgia ainda que o prognóstico seja muito ruim. “Trata-se, portanto, de uma doença em que a grande possibilidade de evitar a cegueira é o exame para a detecção precoce da ROP. E quando falamos da Retinopatia da Prematuridade, estamos falando de cegueira permanente e irreversível por toda a vida da pessoa”, reforça a médica.
Se considerarmos que a sobrevida atual de um adulto é de cerca de 70 anos, o custo e o sofrimento que podem ser prevenidos são incalculáveis. A ROP se torna um problema de saúde pública pela magnitude e impacto da cegueira que afeta toda a vida de um indivíduo por ter adquirido a cegueira desde a infância, com menores chances de desenvolvimento e aprendizado, sem muitas oportunidades em todas as esferas econômica, social, intelectual e psicológica, tornando-se um cidadão deficiente e com capacidade produtiva baixa.
Fonte:IMO – Instituto de Moléstias Oculares
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