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12.11.2008

Voce tem "cabeça de gordo"? / Dicas para corrida ./ Intestino pregriçoso?


Descubra se você tem "cabeça de gordo"

A qualidade do que se come muitas vezes fica em segundo plano

Você depende da comida para se sentir feliz?
A expressão "cabeça de gordo" pode soar estranha, mas se refere a pelo menos um dos inúmeros fatores responsáveis pela obesidade: as emoções. Sim, de acordo com especialistas, sua cabeça mais do que o estômago pode boicotar as suas tentativas de emagrecimento e pesar na balança.

Isso ocorre quando o estado emocional passa a ser dependente da comida. Aí, a alimentação deixa de ser uma forma de sobrevivência para se tornar uma fonte de prazer. De acordo com a psicóloga Silvana Martani, especialista em obesidade da clínica de endocrinologia do Hospital Beneficência Portuguesa, não há nada errado em sentir-se bem depois de devorar uma guloseima - como se quisesse descontar todas as suas angústias naquela mordida. O problema começa quando essas reações passam a ser a única fonte de prazer.

Nesse caso, um prato de comida é colocado como prioridade máxima e a pessoa passa a se desencantar por outros prazeres, em outras áreas da sua vida. "Até mesmo o sexo pode ser deixado de lado", garante a especialista Silvana Martani.

Ninguém ficará mais gordo simplesmente por alguma carência emocional. Porém, é impossível negar como o excesso de peso pode mexer com as emoções. "Os obesos têm mais tendência a comportamentos depressivos, pois há uma discriminação social", afirma José Carlos Pareja, gastroenterologista e Diretor do CCOC (Centro de Cirurgia da Obesidade de Campinas).

Não é à toa que, segundo Pareja, a equipe médica para combater os quilos a mais - e suas conseqüências para a saúde - deve ser multidisciplinar. Isso inclui o trabalho de nutricionistas, educadores físicos, endocrinologistas, cirurgiões gástricos (em alguns casos) e, é claro, psicólogo ou psiquiatra. Para o médico, como a frustração, a ansiedade e a baixa auto-estima podem ser descontadas na comida, se não houver um acompanhamento psicológico, serão maiores as chances do retorno do peso perdido.

A sutil separação entre corpo e mente
Uma das maiores provas da ligação entre os sentimentos e a obesidade é quando o obeso passa por uma redução drástica do peso. Em muitos casos, a mente não acompanha as mudanças do corpo. "Quem sempre foi gordo tem dificuldade de esquecer as formas antigas. Por isso, é comum, mesmo depois de uma cirurgia de redução de estômago, uma pessoa ter a impressão de que não vai passar por uma determinada porta ou que não há espaço suficiente em um assento", explica Pareja.

Trata-se do paciente que o gastroenterologista classifica como "gordo emagrecido". "A cabeça continua gorda, porque a pessoa mantém os mesmos hábitos - inclusive os alimentares - anteriores à perda de peso", define.

Será que você tem a "cabeça de gordo"?
O que a psicóloga Silvana Martani chama de "comprometimento emocional com a comida" pode ser detectado por algumas atitudes. Veja se você vive as situações abaixo e descubra se os seus pensamentos estão deixando a balança mais pesada:

- Só sente prazer extremo, um êxtase, quando come. E não consegue nomear outras atividades que provoquem satisfação elevada;
- Não prioriza a qualidade dos alimentos;
- Não come verduras, legumes e frutas;
- Come escondido, fora dos horários das refeições;
- O hábito alimentar inadequado muitas vezes foi herdado da família ou foi desencadeado por problemas pessoais e profissionais, que resultam em perda da auto-estima e, em casos avançados, pode levar à depressão;
- Acha que sem os quilos extras a sua vida mudaria totalmente. O correto era pensar que se mudasse de vida, aí conseguiria perder esses quilos;
- Quer ser "emagrecido", sem esforço, e ainda responsabiliza somente os alimentos e os médicos pelo fracasso na dieta. Nunca assumi a culpa.

Serviço:
José Carlos Pareja - gastroenterologista e Diretor do CCOC (Centro de Cirurgia da Obesidade de Campinas)
www.obesidadesevera.com.br


Antes de começar a correr, anote as dicas

Alterar os estímulos é importante para não desistir dos treinos


Vestir um par de tênis e sair correndo pelo mundo. Este é o ideal de muita gente que deseja um pouco de liberdade, qualidade de vida e, é claro, um corpinho em boa forma. Antes de sair por aí livre, leve e solto, porém, alguns cuidados básicos são essenciais. Caso contrário, no caminho para o bem-estar, a beleza e a saúde, você pode enfrentar "obstáculos" como dores e lesões.


O primeiro passo para quem decide correr é buscar ajuda especializada. Hoje, há grupos de corrida espalhados pelo país que recebem a orientação e o incentivo de um treinador, geralmente um professor de educação física. "Por meio de planilhas, o profissional programa o treino e a evolução do desempenho, de acordo com o objetivo de cada aluno", explica Lucas Tessutti, professor e coordenador da equipe de atletismo do Labex-Unicamp (Laboratório de Bioquímica do Exercício da Universidade de Campinas).

Infelizmente, por outro lado, há muita gente que desiste de praticar corrida, porque não pode pagar por esse tipo de assessoria. Na capital paulista, esse serviço sai em torno de R$ 250 por mês. Mas ninguém deveria desistir apenas por essa razão. "Desde que se esteja em dia com o exame médico, principalmente cardiológico, não é necessário ter uma condução", garante Cris Carvalho, educadora física e atleta de endurance de alta performance.

De qualquer forma, com ou sem um treinador acompanhando seus passos, a sua respiração e os batimentos cardíacos, vale a pena anotar as dicas a seguir, antes de colocar - literalmente - os pés na estrada:

Crie novos desafios a cada treino
Para melhorar marcas e o condicionamento físico, você deve estimular sempre o organismo com novos desafios. "Não adianta repetir todo dia o mesmo treino. A cada semana, algo deve ser alterado: pode ser uma progressão na distância do percurso ou intensidade da corrida ou, ainda, um "jogo de velocidade", intercalando num mesmo treino o ritmo leve, moderado e forte", aconselha Lucas Tessuti, do Labex.

Prefira correr ao ar livre
"Nada como quebrar a barreira das quatro paredes", garante Cris Carvalho. Segundo a treinadora, ao ar livre, o corredor tem mais motivação. Mas a treinadora não descarta o uso de esteiras. "O aparelho pode ser um complemento para ocasiões como os dias chuvosos", orienta.

Nesse caso, o professor da Unicamp dá um conselho: "A esteira já faz pelo atleta um pouco da força, devido ao movimento de rolagem. Por isso, para que o treino seja equivalente em gasto calórico à corrida na pista, o ideal é programar uma inclinação de 1% no aparelho." Para Lucas Tessuti, o piso ideal da corrida é a terra batida ou grama, já que essas superfícies absorvem parte do impacto. O asfalto, segundo ele, deve ser evitado. E quanto a correr na areia da praia? "Se for uma areia compactada será igual a superfície de terra. Mas a fofa exige mais da musculatura e não deve ser indicada para quem está começando ou já tem alguma lesão no joelho e em outras articulações", explica a atleta Cris Carvalho. Outro terreno perigoso é a praia com inclinação, porque, nesse caso, podem ser provocados desgastes desproporcionais, como a concentração do esforço e do impacto em apenas uma das pernas.

Observe sempre o clima e a temperatura
A atenção deve ser redobrada nos dias frios, pois a musculatura tende a ficar mais contraída, e, conseqüentemente, são maiores as chances de lesões. Nas baixas temperaturas, a dica do ortopedista Ricardo Cury é caprichar no alongamento e aquecimento - antes e depois da corrida. Se o frio é perigoso, o alto verão também é. Prefira o início da manhã ou o final da tarde para praticar os exercícios ao ar livre. Essa cautela deve ser tomada para diminuir o desgaste.

Prepare seu corpo
Cuidado: se a sua musculatura estiver fraca, como resultado de anos de sedentarismo, é importante fortalecê-la, paralelamente aos treinos de corrida, com exercícios localizados ou musculação. "Ao correr, o impacto de cada passo é absorvido pelo corpo. Se a pessoa não tiver uma massa muscular fortalecida, todo esse desgaste irá para os ossos e articulações", alerta a treinadora Cris Carvalho.

Para potencializar ainda mais o desempenho, além da musculação, o médico Ricardo Cury aconselha o investimento na propriocepção - ou seja, um conjunto de exercícios capazes de melhorar a capacidade de reconhecimento espacial e para ser feito com acompanhamento profissional, de um fisioterapeuta, por exemplo.

E, para quem não está em sintonia com a balança - e, portanto, causam maior impacto na corrida por conta do sobrepeso -, o ortopedista recomenda atividades aeróbicas de baixo impacto, como a hidroginástica, para perder alguns quilinhos antes de começar a correr.

Na dúvida quanto às dores, procure um médico
A corrida é uma atividade de impacto que pode inflamar as articulações. Portanto, na dúvida quanto às dores e incômodos, o corredor deve procurar um médico. "Vale lembrar, porém, que na fase inicial são comuns dores musculares até 48 horas após o esforço físico", ressalta o ortopedista Cury. O especialista também defende a corrida e até o esforço que ela exige do corpo. "Pouco se fala que é justamente o impacto provocado por esse exercício que estimula a formação e o fortalecimento ósseo, diminuindo os riscos de doenças como a osteosporose", conta.

Alimente-se melhor e descanse
Para que todo o esforço na corrida não seja em vão, a dieta precisa acompanhar seu novo ritmo. Caso contrário, junto com as calorias, serão gastos nutrientes importantes para o organismo. "O cansaço constante pode ser um alerta de deficiência nutricional", afirma a atleta Cris Carvalho. Para combater o problema, uma visita ao nutricionista pode ser necessária.

Além de comer bem, outra questão a ser considerada está relacionada à qualidade do sono. "Todo exercício promove pequenas lesões nos músculos, o que vale para surtir efeitos é o que vem com a recuperação. Por isso, alimentação e sono são tão importantes. Caso contrário, no lugar de ganhar, o atleta pode perder", explica Lucas Tessuti.

A hidratação também deve ser adequada. Segundo o ortopedista Ricardo Cury, é preciso beber água antes do exercício. Levar a garrafinha à tira-colo pode ser uma boa idéia, mas nada de ingerir líquidos exageradamente durante o treino: correr com a barriga estufada não é indicado.

Escolha o tênis certo
A corrida é um esporte que requer pouco investimento: não é preciso montar equipes, nem procurar um local especializado para praticar. Bastam roupas confortáveis e um bom tênis. Portanto, atenção na escolha do calçado. Para o professor Lucas Tessuti, o solado deve ser o mais reto possível. "Tênis com o amortecedor em formato de bolhas, por exemplo, dificultam as passadas em terrenos irregulares, o que deixa o corredor mais propenso a lesões."

Se você sentir dor a cada corrida, mesmo usando um tênis com amortecedor de boa qualidade, é o momento de recorrer a recursos normalmente buscados por atletas profissionais. Por meio de uma avaliação biomecânica em laboratório e até em algumas lojas especializadas em tênis para corrida, é diagnosticado precisamente o seu tipo de pisada: normal, pronada (para dentro) ou supinada (para fora). Existem tênis específicos indicados para cada situação.

O ortopedista Ricardo Cury destaca mais um ponto essencial: o prazo de validade do calçado. "Para quem corre, por exemplo, três vezes na semana com uma intensidade moderada, o tênis dura de seis a, no máximo, nove meses", avisa.


Saiba quais são os perigos de um intestino preguiçoso

O incômodo pode causar hemorróidas e até esconder a presença de tumores

Você sofre com os problemas causados pelo mau funcionamento do intestino?

Mau humor, barriga inchada e uma sensação de desconforto constante. Esses são apenas alguns dos sintomas causados pela constipação intestinal crônica, o nome científico dado ao popular intestino preguiçoso. O que a maioria das pessoas ainda desconhece são os males que tanto o descaso de quem já se acostumou a não usar o banheiro, quanto a automedicação - com o uso prolongado de laxantes - podem provocar à saúde.

O que você faz para regular seu intestino?

"As pessoas acham normal ficar quatro ou cinco dias sem conseguir ir ao banheiro. Por isso, não procuram o especialista", alerta Pedro Bertevello, gastroenterologista do Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo. A atitude é arriscada. De acordo com o médico, o hábito de não evacuar adequadamente pode estar relacionado à presença de tumores intestinais e de inflamações no aparelho digestivo.

Além de poder esconder um problema mais grave, o descaso com essa "preguiça" intestinal ainda pode gerar outros incômodos, bem mais constrangedores. O médico Pedro Bertevello garante que, ao permanecerem estocadas por vários dias no corpo, as fezes ressecam e podem provocar hemorróidas e fissuras, por exemplo.

Para quem insiste em afirmar que não sente a mínima vontade de usar o banheiro, os especialistas alertam: "É preciso esquecer essa história de vontade e criar o hábito. Como tudo na vida, para isso também é necessário treinamento", esclarece Eduardo Berger, gastroenterologista do Hospital Prof. Edmundo Vasconcelos.

Vida corrida e fatores emocionais também não deveriam ser usados como desculpa para deixar de atender a essa reação fisiológica - tão natural quanto comer e tomar banho todos os dias. Muitas pessoas por vergonha de usar um banheiro fora de casa ou pela tão criticada falta de tempo desenviolvem a mania de segurar essa necessidade orgânica. Resultado: o hábito gera uma perda do reflexo, até que, ao longo dos anos, a tal "vontade" finalmente desaparece.

Não é à toa que a maioria das queixas contra o mau funcionamento do intestino parte da ala feminina. "As mulheres têm mais pudores que os homens e foram acostumadas a ouvir desde pequenas que é muito feio fazer fora de casa", lembra Carlos Pareja, gastroenterologista e professor da Unicamp. "O fato, portanto, não tem nada a ver com diferença fisiológica entre os sexos. É algo cultural somado aos maus hábitos alimentares", completa.

Para funcionar como um reloginho
Uma forma eficiente para terminar com o desconforto depois de dias sem evacuar é recorrer aos laxantes. Mas aí está outra armadilha. "O uso prolongado desses remédios faz com que o intestino perca seu funcionamento habitual", alerta Bertevello.

Os remédios são realmente eficientes, mas sua ação é tão intensa que provoca uma disenteria, ou seja, a eliminação excessiva de líquidos. "O medicamento desenvolve outro problema: a diarréia", completa Berger.

Para reverter a situação e deixar o seu "reloginho intestinal" funcionando nos eixos, a solução é a conhecida, porém pouco seguida, cartilha da vida saudável. "É preciso ter tempo para se cuidar. Tem que haver uma rotina que inclua a dieta alimentar rica em fibras, práticas de exercícios físicos regularmente e a ingestão de bastante líquido", explica Pedro Bertevello.

Confira, a seguir, dicas práticas para acertar os seus ponteiros:

- Coma de duas a três unidades por dia dos seguintes alimentos: castanha-do-pará, tâmara, nozes, damasco e ameixa preta. "Esta é uma forma prática de recuperar o hábito de evacuação", garante Pareja.

- Aproveite a fruta até o bagaço, principalmente laranja e tangerina.

- Dê preferência ao pão preto, pão de centeio, arroz e macarrão integrais.

- Inclua as fibras na sua vida. Mas caso você não goste ou não ingira a quantidade suficiente por meio dos alimentos in natura - o recomendável é 20g por dia - recorra às fibras solúveis. "Ao contrário do que muitos pensam, esse tipo de suplemento não vicia. As fibras são um combustível para o bom funcionamento do intestino e precisam ser ingeridas diariamente", explica Bertevello.

- Use as bactérias probióticas a seu favor. O nome pode parecer estranho, mas esses organismos vivos compõem vários iogurtes e outros derivados do leite. "Os probióticos são ativos que ajudam a manter a flora intestinal em ordem. Mas é preciso ter cuidado, pois algumas pessoas têm intolerância a lactobacilos, por exemplo, o que pode acarretar uma diarréia", esclarece o gastroenterologista do Hospital Beneficência Portuguesa.

- Arrume um espaço na agenda para "visitar o banheiro". "Fique pelo menos por 15 minutos todos os dias sentado no vaso. Mas nada de fazer força excessiva. Mantenha essa regra independentemente se irá evacuar ou não. Essa é uma forma de treinar seu intestino a trabalhar sempre no mesmo horário", ensina Eduardo Berger.

- Caso nada disso funcione. Corra para o consultório médico. Talvez sejam necessárias doses de laxantes, principalmente na primeira fase do tratamento, até que seu organismo esteja reeducado.

José Carlos Pareja

Pedro Bertevello -

FONTE: PORTAL TERRA

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