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1.28.2009

BAR É MULTADO POR OFERECER PÍLULA DO DIA SEGUINTE EM CARDÁPIO

BAR É MULTADO POR OFERECER PÍLULA DO DIA SEGUINTE EM CARDÁPIO
21/01/2009
Estabelecimento de Maceió oferecia também antiácidos e analgésicos, que só podem ser vendidos em farmácias.
Vigilância Sanitária aplicou multa de R$ 298 e, em caso de reincidência, o bar pode ser interditado; dono diz que era só uma brincadeira. Além da tradicional dupla cerveja e espetinho, um bar em Maceió (AL) oferecia no cardápio comprimidos de antiácidos e analgésicos e unidades da pílula do dia seguinte, que só pode ser vendida com prescrição.
Uma blitz da Vigilância Sanitária realizada anteontem encontrou cardápios onde eram oferecidos os medicamentos, com os respectivos preços. Segundo a Vigilância Sanitária de Maceió, a venda de remédios, mesmo os que não exijam prescrição médica, só pode ser feita por farmácias e drogarias.
O estabelecimento foi multado pelo órgão em R$ 298. Em caso de reincidência, o bar pode ser interditado. "O mais grave é a banalização da pílula do dia seguinte, que só deve ser usada em situações emergenciais, como estupros e em caso de rompimento do preservativo. Não é um método anticoncepcional utilizado de forma rotineira", diz a farmacêutica Paula Lacerda, chefe do setor de inspeção de medicamentos e cosméticos da Vigilância Sanitária de Maceió. Segundo ela, o consumo dos demais medicamentos juntamente com bebidas alcoólicas anula o efeito dos remédios. O bar QG, localizado no bairro de classe média Stella Maris, é frequentado principalmente por jovens e estudantes.
O Grupo QG tem outros quatro bares em Maceió. Segundo Lacerda, a fiscalização não encontrou os remédios no bar, mas localizou alguns cardápios riscados na tentativa de apagar os nomes dos medicamentos. Foi localizada também uma comanda onde estava anotado o consumo de uma caixa de pílula do dia seguinte, no valor de R$ 25 -em uma farmácia, o valor da pílula varia de R$ 13 a R$ 16. Nos cardápios, além dos remédios, eram oferecidos preservativos e absorventes. Um dia antes, um jornal de Maceió havia publicado uma reportagem sobre a venda dos remédios. Para Lacerda, os medicamentos podem ter sido recolhidos após a publicação. A partir da reportagem, o Ministério Público de Alagoas instaurou um procedimento administrativo para apurar a responsabilidade pela eventual venda irregular de remédios em bares e investigar os responsáveis pelo fornecimento dos medicamentos.
O dono do Grupo QG, Maurício Tenório, diz que a inclusão da lista de remédios no cardápio foi uma brincadeira de apenas um dia com os frequentadores da unidade específica do bairro Stella Maris. De acordo com Tenório, um garçom do bar, que é conhecido como Lindinho, colocou uma peruca e passava pelas mesas oferecendo os medicamentos em um tabuleiro, como se fossem balas.
"Nunca pensei que uma brincadeira fosse ficar tão polêmica", diz Tenório. "O interesse não era vender os remédios. Era uma brincadeira com o garçom que a gente tem aqui.
É imbecilidade vender um negócio desses que não dá lucro nenhum", afirma. Segundo Tenório, os cardápios estavam riscados porque, após a brincadeira, os novos não haviam ficado prontos. O empresário diz que vai recorrer da multa. "Não fizemos nada de errado.
" FRASE - "O mais grave é a banalização da pílula do dia seguinte, que só deve ser usada em situações emergenciais" - PAULA LACERDA, chefe do setor de inspeção de medicamentos e cosméticos da Vigilância Sanitária de Maceió. - Sílvia Freire, da Agência Folha -
Fonte: Folha de São Paulo - Portal Médico

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