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1.10.2009
Depressão Pós-Parto (DPP)
A Depressão Pós-Parto (DPP) é um quadro clínico severo e agudo que requer acompanhamento psicológico e psiquiátrico, pois devido à gravidade dos sintomas, há que se considerar o uso de medicação.
Todo ciclo gravídico-puerperal é considerado período de risco para o psiquismo devido à intensidade da experiência vivida pela mulher. Esta experiência pode incidir sobre psiquismos mais ou menos estruturados.
Mesmo mulheres com boa organização psíquica podem se ver frente a situações em que a rede social falha. A DPP acomete entre 10% e 20% das mulheres, podendo começar na primeira semana após o parto e perdurar até dois anos.
Há fatores de risco que vêm sendo estudados e demonstram uma alta correlação com a DPP. Entre eles temos: mulheres com sintomas depressivos durante ou antes da gestação, com histórico de transtornos afetivos, mulheres que sofrem de TPM, que passaram por problemas de infertilidade, que sofreram dificuldades na gestação, submetidas à cesariana, primigestas, vítimas de carência social, mães solteiras, mulheres que perderam pessoas importantes, que perderam um filho anterior, cujo bebê apresenta anomalias, que vivem em desarmonia conjugal, que se casaram em decorrência da gravidez.
A puérpera se beneficia de grupos terapêuticos onde possa compartilhar o seu sofrimento junto a outras mulheres em igual situação e sob orientação de um profissional.
Pode ser recomendado atendimento psicológico individual em casos cuja gravidade perturbaria o grupo ou que manifestem preferência por esta modalidade de atendimento.
O acompanhamento psiquiátrico é indispensável.
Fonte: Portal de Ginecologia
Existem pelo menos três tipos de distúrbios pós-parto, são eles:
- Tristeza materna - ocorre geralmente alguns dias após o nascimento do bebê e pode durar de algumas horas até duas semanas. A mãe pode ter mudanças súbitas de humor, chorar sem nenhuma razão, ficar impaciente, solitária, triste. Esse tipo de distúrbio nem sempre requer tratamento médico.
- Psicose pós-parto - é uma doença mental muito séria, a mulher perde o contato com a realidade, passando a ter alucinações, insônia, agitação e comportamento estranho. Mulheres que sofrem com esse problema precisam ser internadas imediatamente e quase sempre necessitam de medicamentos ou permanecem internadas, para que não machuquem aos outros e a si mesmas.
- Depressão pós-parto - inicia-se até seis meses após o nascimento do bebê e atinge cerca de 15% das mulheres. Os sintomas são similares ao de tristeza materna, porém mais fortes e podem durar até um ano se a mulher não tiver tratamento médico adequado com uso de medicamentos e psicoterapia.
Ainda não se sabe ao certo o que provoca a depressão pós-parto, mas os fatores que contribuem para sua ocorrência podem ser biológicos (variação nos níveis de hormônios sexuais: progesterona e estrogênio), psicológicos (sentimentos conflituosos da mulher em relação a si mesma como mãe, ao bebê, ao marido, à própria mãe) ou ainda relacionados às condições do parto, situação social e familiar. O que aumenta o fator de culpa das mães ao se sentirem deprimidas com a chegada do filho é que as pessoas esperam que a recente mãe esteja feliz, o que não é o caso quando se sofre de DPP (depressão pós-parto) e a acusam injustamente de ser mimada, imatura ou despreparada para ser mãe.
Os sintomas depressivos variam de mulher para mulher e além dos citados acima ainda há outros como: insegurança, incapacidade de cuidar de si mesma ou do bebê, dificuldade em amá-lo. Em casos mais graves, a puérpera pode tentar o suicídio, abandonar o recém-nascido ou mesmo tentar matá-lo.
Para surpresa de muitos, o homem também pode apresentar sintomas de depressão pós-parto, principalmente quando se sente excluído da relação mãe-filho, quando percebe que todos ao seu redor parecem ocupados demais para lhe dar atenção. A maneira dos homens expressarem o que sentem é, por exemplo, aumentando a carga horária no trabalho. Recentemente, uma pesquisa brasileira mostrou que dentre 386 homens com filhos pequenos (menos de três meses de vida), 12% apresentavam sintomas de crise depressiva. O mais difícil é fazer com que eles procurem auxílio médico, pois se sentem envergonhados e não admitem que estejam doentes.
Os médicos afirmam que o pai deve acompanhar o pré-natal da mulher, dividir com a mãe a tarefa de cuidar do bebê, e em casos de sinais de depressão não ter vergonha de pedir ajuda a um especialista. Já a mulher deve trocar experiências com outras mulheres durante a gravidez, deve ter o apoio da família e dos amigos, além de ter acompanhamento médico durante os nove meses de gestação, pois é preciso que ela se sinta segura e tranqüila quanto a fatores orgânicos e psicológicos.
O mais importante é que a mãe possa desfrutar do momento maravilhoso que é a chegada de um novo ser e que este sinta o aconchego do lar e de uma nova vida que se inicia.
Por Mariana Romão do Nascimento
Risco de psicose pós-parto é maior em mulheres acima de 35, Pesquisa sueca mostra que problema também está relacionado com primeira gestação.
Mulheres que engravidam pela primeira vez a partir dos 35 anos de idade têm maior risco de sofrer de psicose pós-parto, segundo estudo divulgado na terça-feira pelo Instituto Karolinska da Suécia.
No estudo, os pesquisadores concluíram que esse grupo de mulheres tem uma probabilidade 2,4 vezes maior de desenvolver psicose pós-parto nos primeiros 90 dias após o nascimento do bebê, em comparação com mulheres mais jovens.
"O risco de psicose aumenta consideravelmente em relação ao nascimento do primeiro bebê, tanto para mulheres saudáveis como para aquelas com histórico de distúrbio psiquiátrico (anterior à gravidez)", disse Unnur Valdimarsdottir, um dos cientistas envolvidos na pesquisa.
Segundo os especialistas suecos, a psicose pós-parto é bem mais rara do que a depressão pós-parto, mas pode provocar sérias consequências para a mãe e o bebê.
O estudo do Instituto Karolinska comparou os dados de 750 mil mulheres suecas que deram à luz seu primeiro filho entre 1983 e o ano 2000.
Os pesquisadores descobriram que 892 dessas mulheres foram hospitalizadas com distúrbios psicóticos dentro dos 90 dias posteriores ao nascimento de seu primeiro bebê. Quase metade delas (436 mulheres) apresentou sinais de psicose pela primeira vez na vida.
A pesquisa concluiu que o risco de desenvolver a psicose é significativamente reduzido após os primeiros 90 dias.
Os cientistas deram atenção particular às mulheres que não possuíam histórico de doenças psiquiátricas antes da primeira gravidez.
"Sabemos, através de estudos anteriores, que mulheres que apresentam uma condição psiquiátrica anterior à gravidez têm maior probabilidade de desenvolver a psicose pós-parto", disse Valdimarsdottir. "Nosso propósito, neste estudo, foi identificar fatores que aumentam o risco de psicose pós-parto em mulheres que não possuem um histórico de hospitalização por causas psiquiátricas", acrescentou ele.
Os cientistas indicaram que fatores como o peso maior do bebê e diagnóstico de diabetes na mãe têm correlação com um grau mais reduzido do desenvolvimento de psicose pós-parto.
Mas, segundo os pesquisadores, será preciso realizar novos estudos para compreender melhor outras prováveis causas para a condição, como as alterações hormonais durante o parto.
Também conhecida como psicose puerperal, a psicose pós-parto é uma forma mais grave de depressão, em que a mulher tem delírios ou alucinações que podem levá-la a machucar a si mesma ou ao bebê.
Os parentes precisam ser alertados, pois existe risco de vida para mãe e filho. Este quadro exige atenção médica imediata, e o aleitamento materno não é recomendado.
Estima-se que a psicose pós-parto atinja de 1,1 a 4 mulheres a cada mil nascimentos no mundo.
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