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1.23.2009
Os hormônios anabolizantes estão presentes em pelo menos 1 de 4 suplementos alimentares
1 EM CADA 4 SUPLEMENTOS TEM ANABOLIZANTES
Os hormônios anabolizantes podem causar enfarte e câncer;
A legislação proíbe presença de hormônios nesse tipo de produto.
Levantamento da Secretaria de Estado da Saúde (RJ) revela que um em cada quatro suplementos vendidos para praticantes de atividades físicas tem em sua composição substâncias anabolizantes não declaradas no rótulo.
A análise foi concluída em dezembro do ano passado pelo Instituto Adolfo Lutz, e teve como base 111 amostras apreendidas pela polícia e pela vigilância sanitária na capital e na cidade de Araraquara. Entre os produtos, 5,4% eram de fabricação nacional, 9% eram importados e 85,6% não apresentavam informação de procedência. A maioria - 41% - era de apresentações em cápsulas, 33% eram em comprimidos e 16%, em pó.
Nas amostras foram encontrados sais de testosterona e outros esteroides não identificados. As marcas não foram divulgadas. A legislação brasileira que regulamenta esse tipo de produto proíbe a presença de estimulantes, hormônios e outras substâncias consideradas como doping pelo Comitê Olímpico Internacional (COI).
"A presença de anabolizantes nunca aparece no rótulo, a não ser que seja um produto importado, pois nos Estados Unidos a legislação permite a presença de pró-hormônios (precursores de testosterona, ou seja, substâncias que aumentam a produção desse hormônio no organismo). Então, é melhor não se basear no rótulo. A maioria traz algo camuflado", alerta a pesquisadora do Adolfo Lutz Maria Regina Walter Koschtschak. DEPRESSÃO - O simples consumo de proteínas, carboidratos e sais minerais, afirma Maria Regina, não promove o crescimento da massa muscular como anunciam muitos produtos do gênero. "Se existe alguma promessa desse tipo é porque existe alguma substância para promover esse aumento. É preciso ficar atento à propaganda", diz. Alguns indícios podem acender o sinal de alerta para aqueles que consomem suplementos nutricionais. "O aumento da agressividade, a flutuação repentina do humor e até estados depressivos ou de paranoia podem ser percebidos", diz Maria Regina. "Se a pessoa notar esses sintomas e estiver consumindo algum suplemento, seria conveniente ir ao médico para fazer uma dosagem hormonal e encaminhar uma amostra do produto para a vigilância sanitária local."
Há ainda outros efeitos colaterais que podem ser percebidos no longo prazo, como aumento do colesterol, hipertensão arterial, acne, queda de cabelo e enfarte do miocárdio. Nos homens, os esteroides podem causar redução da produção hormonal, aumento das mamas, câncer de próstata, atrofia testicular e impotência. Nas mulheres, irregularidades menstruais, alargamento das cordas vocais, aparecimento de pelos, atrofia mamária e hipertrofia clitoriana. CONSUMO CONSCIENTE - Mesmo os suplementos que estão de acordo com a legislação não são inócuos e não devem ser tomados sem orientação adequada. Aqueles com grande teor de proteínas, por exemplo, podem causar problemas renais se tomados em quantidade incorreta. A dosagem varia de pessoa para pessoa.
"A maioria dos frequentadores de academia começa a tomar suplementos por indicação de amigos ou do instrutor ou do vendedor da loja de suplementos", conta o personal trainer Felipe Belli, formado em Educação Física e pós-graduado em nutrição esportiva. "Mas o único profissional que pode recomendar esse tipo de produto é o nutricionista. Antes é preciso avaliar a necessidade de cada um e, se necessário, fazer exames de sangue", diz. Belli também é consumidor de suplementos nutricionais e conta que toma entre uma aula e outra, quando não tem tempo de se alimentar de forma adequada. "Mas já li vários artigos que relatam a presença de anabolizantes nesses produtos.
É preciso ficar atento." EFEITOS ADVERSOS
- Nos homens: redução na produção hormonal, pois o organismo percebe um aumento nos níveis de testosterona e deixa de fabricá-la; ginecomastia, ou seja, aumento excessivo das mamas; atrofia testicular, que pode comprometer a produção de espermatozoides; hipertrofia da próstata, podendo evoluir para câncer de próstata; e impotência.
Nas mulheres: a testosterona desequilibra o sistema endócrino, causando irregularidades menstruais; sinais de masculinização também podem ser percebidos, como alargamento das cordas vocais, aparecimento de pelos, atrofia mamária e hipertrofia clitoriana. Em ambos os sexos: aumento da agressividade; flutuação repentina do humor; depressão; paranoia; aumento do colesterol ruim (LDL) e redução do colesterol bom (HDL); hipertensão arterial; acne; queda de cabelo e enfarte.
Fonte: Estado de São Paulo - Portal Médico
O perigo dos anabolizantes
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Bertrand Sousa
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O mundo moderno passou a exigir um cuidado maior com o corpo e a estética. A cada dia surgem mais casos de pessoas preocupadas com a aperência, em sentirem-se mais fortes, mais bonitas. O problema é que muitas delas fazem opção por conseguir resultados rápidos através de produtos como Esteróides Anabolizantes Androgênicos (EAA).
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Segundo o professor da Academia Flipper, Sérgio Alves, a questão principal não está atrelada ao que eles fazem, mas ao que as pessoas querem que eles façam. "Sou totalmente contra a utilização de anabolizantes. Eles só deveriam ser usados para reposição hormonal ou em caso patológico (raquitismo) e com a devida orientação médica de um endocrinologista", declarou.
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Em academias grandes e pequenas existem pessoas utilizando anabolizantes de forma indiscriminada. Os instrutores afirmam que, embora não tenham conhecimento de quem esteja praticando a comercialização, isso seja uma prática comum entre os praticantes de musculação. Em algumas, chega a funcionar um comércio clandestino entre os alunos e em casos extremos, os próprios "professores" vendem as substâncias diretamente.
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Na opinião do professor da Academia Ginasium, Wilson Viana, o problema é mais grave nas academias de bairro. "Os instrutores desses locais não têm embasamento, estão querendo se promover. Eles deviam passar uma orientação correta, um treinamento adequado para atingir o objetivo das pessoas". O professor da Academia UP, José Gonçalves, concorda com a opinião e acrescenta que profissionais credenciados não indicam o uso de EAA, pois se isso acontecer e eles forem denunciados, podem perder o direito de exercer a profissão - regulada pelo Conselho Regional de Educação Física (CREF).
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A maioria dos consumidores de produtos anabólicos está na faixa etária dos 15 aos 23 anos, quando as vaidades com o corpo são maiores entre homens e mulheres. Os efeitos colaterais causados pelos anabolizantes são muitos, variam de acordo com os organismos (masculinos e femininos) e ainda estão sendo pesquisados. Deposteron, Durateston, ADE, Winstron, Equipoise, são alguns dos produtos mais conhecidos e utilizados pelos "marombeiros". Inclusive, podem ser comprados facilmente pela Internet.
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O uso contínuo pode causar nos homens atrofia testicular, esterilidade (impotência sexual), acne, calvície, crescimento da mama (ginecomastia), entre outros. Nas mulheres poder originar o agravamento da voz, hirsutismo (crescimento anormal dos pelos), ereções freqüentes e doloridas (priapismo), atrofia da mama, além de hipertrofia do clitóris. "Eu não sou contra, mas não usaria. Existem outros produtos, como os complementos alimentares que a gente compra em farmácias e academias, e que não prejudicam a saúde", afirmou Maria Betânia Vasconcelos, aluna da Academia Ginasium. De acordo com o pesquisador Carlos Magno, "nem sempre um belo corpo é sinônimo de saúde e vitalidade. E nem sempre, isso é conseguido somente através de uma genética privilegiada. A utilização de EAA deve ser evitada, justamente por não se conhecerem todos os efeitos colaterais e as causas a longo prazo do uso dessas substâncias".
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