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1.10.2009
Rejuvenescimento sem rugas e cicatrizes: enxerto de fibroblastos
Fonte da juventude no corpo
Técnica promove rejuvenescimento com fibroblastos retirados da nuca
O melhor remédio para conquistar uma aparência mais jovem — rejuvenescimento—pode estar no próprio corpo. Uma nova técnica promete o rejuvenescimento de dentro para fora: o enxerto de ‘fibroblastos’, fábrica de fibras, como o colágeno e a elastina, que sustentam a pele. Trata-se da retirada dos fibroblastos da nuca, multiplicação em laboratório. Em seguida, são implantados em áreas com rugas, preenchendo e atenuando os sinais do tempo.
A cirurgia dura em média 30 minutos e é feita com anestesia local. O tratamento pode ser feito em qualquer idade. O ideal é retirar os fibroblastos na juventude, para aplicá-los na velhice, segundo a pioneira do tratamento no Brasil, a professora da Universidade Federal Fluminense Neide Kalil. “Quanto mais jovens, os fibroblastos têm maior capacidade de multiplicação. São células matrizes e se reproduzem na mesma linhagem, diferentemente das células-tronco que variam, o que é um dos impedimentos para a liberação delas neste tipo de tratamento no País”, destaca.
Resultados em dois meses
O tratamento anti-rugas com fibroblastos surgiu nos Estados Unidos em 1995 e foi feito com a retirada de células abaixo da orelha. No Brasil, o trabalho começou em 2005, fruto de uma pesquisa entre dois parceiros: Neide Kalil e o biólogo Radovan Borojevic, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Juntos, eles testaram a técnica em 17 voluntários num período de dois anos.
Os resultados foram satisfatório e as mudanças, percebidas em apenas dois meses de aplicação. Em 2007, eles obtiveram licença para realizar a técnica em seu próprio consultório. Segundo Neide, não é preciso regulamentar o uso clínico do método no país. “É como um enxerto de material retirado do próprio paciente”, diz.
Márcia de Macedo, 60 anos, foi uma das primeiras a fazer o tratamento, em 2007, e conta que foi um pouco dolorido, já que tomou quase 200 injeções na face. “Tem que ter coragem porque dói um pouco, mas o resultado é maravilhoso. Em dois meses, meu rosto ficou muito mais jovem e todos perceberam na minha família”, empolga-se.
Complemento à cirurgia
Neide explica que o tratamento pode ser feito também como complemento de outros, como a cirurgia plástica. “Os novos fibroblastos rejuvenescem a pele esticada pela plástica”, afirma. Como se trata de um procedimento recente, sua duração ainda é apenas estimada. “Há notícias de estudos americanos de que a melhora da pele dura muitos anos, mas não podemos estimar o prazo de validade porque não temos uma série histórica”, diz Borojevic.
Para o coordenador de Cosmiatria da Sociedade de Dermatologia do Rio de Janeiro, Marcelo Molinaro, a aplicação deve ser feita com cautela e de preferência com profissionais que sejam credenciados para realizá-la.
“Eu acho realmente incrível este procedimento, porque o rejuvenescimento é estabelecido pela própria célula humana, mas é importante saber que ainda não há estudos sobre os efeitos do tratamento a longo prazo”.
Folha de Sao Paulo
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