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2.11.2009
Alimentos industrializados para crianças podem favorecer o diabetes, a obesidade e a hipertensão
Mais sal, açúcar e gordura do que o ideal
Alimentos industrializados para crianças analisados pelo Idec podem favorecer o diabetes, a obesidade e a hipertensão
Atraentes e saborosos, alguns lanchinhos industrializados contêm substâncias nocivas à saúde das crianças. O alerta é do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), que analisou em laboratório 15 bolinhos e 15 salgadinhos destinados aos pequenos e constatou que os alimentos continham teores de açúcar, sal e gordura acima do ideal. Alguns produtos também apresentaram valores nutricionais além dos descritos no rótulo, o que pode levar ao consumo excessivo de gordura e sódio.
Os alimentos com maior taxa de açúcar foram os bolinhos individuais. Quase 70% de um Bebezinho com recheio de chocolate, da Panco, é composto por açúcar. Dos 36 g que compõem a guloseima, 25,8 g são de sacarose. Fazem parte da lista o Muffin Orgânico de Laranja, da Suavipan, com 19,7 g de açúcar em 40 g de produto; o Bolinho Ursinho Chocolate, da Casa Suíça, com 18,9 g de açúcar em 43g, e o Minibolo Laurinha Morango, de 30g, que tem 12,9 g de açúcar. “O limite de consumo de açúcar diário para crianças é de 28 g a 50 g”, alerta Carlos Oliveira, gerente de Informação do Idec. Ou seja: qualquer outra fonte de açúcar, como pães, excede o limite diário.
Os salgadinhos lideraram o ranking de alimentos com gorduras saturadas — crianças entre 4 e 6 anos não devem consumir mais que 16 g por dia. As batatas Ruffles e Pringles sabor bacon registraram 4,7g e 3,4g de gordura saturada na embalagem de 2g.
Estão na lista o bolinho Ana Maria, sabor chocolate e baunilha, de 60 g, com 6,5 g de gorduras, e o Parmalat Kid Lat de 38 g, com 4 g de gordura saturada. “Se comer Ruffles com bolinho Ana Maria, uma criança de 4 a 6 anos terá consumido 25,3 g de gordura. O limite é 16 g”, diz Oliveira.
Com 1,3 g de sal em uma porção de 100 g — o limite é de 1 g pelo padrão do Reino Unido — o salgadinho Yokitos bacon foi o produto com maior quantidade de sódio. Segundo e terceiro lugares ficaram com Cebolitos e Cheetos, com 1,1 g de sódio.
“Gorduras geram obesidade e causam doenças cardiovasculares. Açúcar aumenta a chance de diabetes, e o sal eleva a pressão ”, alerta a nutricionista Tamara Mazaracki.
Outro dado da pesquisa que chamou atenção foram falsos rótulos. Quem comprou o biscoito Magokitos bacon pensando estar livre de gordura trans se enganou. Apesar do que indicava a embalagem, o produto apresentou 1,6 g do tipo mais prejudicial de gordura. No rótulo do Cheetos, constava 4,9 g de gordura total, porém o biscoito tinha 6 g. O mesmo aconteceu com o Bolo Todynho Brigadeiro, que tinha mais de 50% de gordura saturada do que o indicado. “É um perigo quando o rótulo vem errado, porque muitas pessoas se guiam por essas informações”, alerta Tamara.
Assustada com os valores nutricionais, a operadora de telemarketing Charlene Mendes Andrade, 26, disse que se sentiu enganada e que vai cortar as guloseimas do cardápio do filho Luiz Felipe, 2. “Não sabia que as informações do rótulo nem sempre são corretas. Isso é perigoso”.
Fonte: O Dia
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