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3.08.2009

CÂNCER DE MAMA: Lei sobre a prevenção / Testes podem indicar cura. / Enzima pode evitar metástase


Lei que garante ações de prevenção do câncer de mama entra em vigor em abril

Brasília - Entra em vigor no dia 30 de abril a Lei n° 11.664/08 que estabelece a implementação de ações de saúde para assegurar a prevenção, a detecção e o tratamento do câncer de mama e do colo uterino no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).

Criada em 29 de abril de 2008, a lei passa a vigorar um ano depois de sua publicação. Segundo o presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia do Distrito Federal, Antonio César Hummel, a entrada dessa lei em vigor fará com que o sistema de saúde cumpra o que estava previsto, pois a assistência à saúde é um dever do Estado.

“Não existe uma prevenção específica, na verdade existe um diagnóstico precoce que é feito por meio da mamografia, da ecografia e, em alguns casos, por meio da ressonância mamária”, explica Hummel.

Para o mastologista, a lei viabilizará o diagnóstico precoce, já que as mulheres terão direito a fazer o exame, o que está relacionado diretamente a uma chance maior de cura. “Quanto menor o tumor, maior a chance de cura da paciente. E uma mamografia de boa qualidade, que é capaz de detectar um tumor de até 5 milímetros, representa uma chance enorme de cura”, informa.

O número de mulheres diagnosticadas com câncer de mama no Brasil tem aumentado. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o número de novos casos da doença esperados para o país em 2009 é de 50 mil. Esse tipo de câncer representa uma das principais causas de morte entre as mulheres. O último levantamento feito pelo Inca, em 2006, registrou 10.800 mortes em decorrência do câncer de mama.

Antonio Hummel alerta que cerca de 1000 novos casos surgem por ano em Brasília e que a rede pública do Distrito Federal não tem capacidade de atender a todos. Segundo Hummel, o Hospital de Base (HBDF) é o único que faz exames e tratamento de câncer de mama. O HBDF conta apenas com 10 mastologistas (especialista em câncer de mama), número insuficiente para atender à população.

“O sistema público de saúde do DF não está preparado para combater esse tipo de câncer. Existem muitas falhas, como deficiência de especialistas, falta de aparelhos e de pessoas capacitadas para operá-los”, ressalta.

A radiologista do HBDF Alice Maria Alves Muniz Aragão lembra que a mamografia é o método mais eficaz para identificar a doença. Alice alerta que a prevenção deve ser feita, e que o câncer de mama, na maioria dos casos, atinge mulheres acima de 50 anos, mas pode ocorrer em qualquer idade, sendo, no entanto, casos raros. “Aos 35 anos, toda mulher deve fazer uma mamografia e após 40 anos, fazer uma anualmente, como forma de prevenção”, disse.

Segundo Alice Aragão, quanto mais cedo detectado o câncer de mama, melhor o resultado do tratamento. “Hoje, a rede pública dispõe de alguns equipamentos de mamografia, não tantos quanto deveria. Ela afirmou que são necessários mais equipamentos e especialistas, pois a população cresce a todo momento. "Atendemos à população do DF, entorno e de outras regiões”, explica.


O tratamento do câncer de mama se baseia hoje em cirurgia, radioterapia e quimioterapia. O principal sintoma é o nódulo na mama ou ferimentos no mamilo.

Agência Brasil

Teste indica possibilidade de cura do câncer de mama

Toronto (Canadá) - Cientistas canadenses desenvolveram um teste capaz de prever com 80% de acerto as possibilidades de recuperação de uma paciente com câncer de mama.

A nova tecnologia analisa também o tipo de tumor e permite definir o tratamento mais apropriado para cada paciente. O teste, batizado DyNeMo, desenvolvido por especialistas do hospital do Monte Sinai em Toronto (Canadá), deve ajudar os médicos a tomarem decisões mais certeiras sobre seus pacientes.

"Com esta tecnologia esperamos poder proporcionar uma análise individualizada às pacientes e a seus oncologistas para que possam escolher o tratamento mais apropriado", ressaltou o médico Jeff Wrana, da equipe desse hospital canadense, à revista Nature Biotechnology.

A análise de mais de 350 pacientes realizada pelo Monte Sinai junto com o Instituto de Pesquisas sobre o Câncer de Londres, revelou que as pacientes que sobrevivem a esse tipo de câncer têm uma organização diferente da rede de proteínas nas células do tumor.

Os médicos esperam que o método desenvolvido no Canadá também possa ser utilizado para analisar outros tipos de câncer. O câncer de mama, o mais habitual entre as mulheres, pode atacar também os homens embora entre estes seja 100 vezes menos provável.

Enzima pode evitar metástase do câncer de mama

Inglaterra - Uma parte da estrutura de uma enzima chamada CHIP pode deter o câncer de mama e evitar sua propagação para outros órgãos saudáveis, segundo um estudo publicado hoje pela revista britânica Nature Cell Biology.

O estudo, realizado pela Universidade de Tsukuba (Japão) e liderado por Junn Yanagisawa, revela que o regulador genético SRC-3 - presente na enzima - conta com as propriedades necessárias para impedir a metástase deste tipo de câncer, ao atacar os caminhos que usa para chegar a outras áreas do organismo.

Além disso, a própria enzima seria capaz também de degradar as proteínas causadoras do câncer, o que impede que estas células cresçam de maneira agressiva e descontrolada no organismo.

Em um teste com ratos, a equipe descobriu que a presença da enzima impedia a metástase do tumor, enquanto sua supressão acelerava o processo.

Tudo isso, afirma o estudo, abre uma nova etapa no tratamento desta doença, cuja primeira causa de morte está na reprodução do tumor.

As informações são da EFE

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