webmaster@boaspraticasfarmaceuticas.com.br
▼
3.17.2009
Medicamento falso
Como evitar a compra de um medicamento falso
Especialistas da Anvisa dão orientações que vão desde exigir nota fiscal na farmácia até reconhecer uma embalagem falsificada
A possibilidade de comprar um medicamento falso é razão suficiente para tirar o sono de qualquer pessoa. Alguns mecanismos, porém, ajudam a garantir ao consumidor que ele está adquirindo um produto original. Um deles é a chamada ‘raspadinha’: um campo na embalagem que, ao ser raspado com uma moeda, expõe a palavra ‘qualidade’ e a logomarca do fabricante. Se as inscrições não existirem, o remédio é falsificado.
Mas essa não é a única recomendação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). “Medicamento se compra em farmácia de confiança, com nota fiscal, porque você pode voltar e exigir a garantia do produto. O consumidor pode processar a farmácia”, diz o presidente do Conselho Nacional de Combate à Pirataria (CNCP), Luiz Paulo Barreto. “O consumidor, quando compra um CD, DVD ou bolsa pirata, sabe que é pirata. Já o remédio, ele não sabe. Se soubesse, não compraria”, afirma.
Verificar se a farmácia tem os registros necessários e um farmacêutico responsável é mais uma segurança para o consumidor, afirma José Luis Miranda Maldonado, assessor técnico do Conselho Federal de Farmácia (CFF). “A pessoa deve pedir para ser atendida pelo farmacêutico. Ele é capaz, por exemplo, de distinguir entre um remédio falso e verdadeiro. E pode ser punido até com a perda do registro caso peque por omissão”. Segundo a Anvisa, o paciente deve ficar atento: se o medicamento com o qual está acostumado deixar de fazer efeito, deve procurar imediatamente o médico. Importante observar ainda se características como cor e odor da medicação estão alteradas.
As apreensões de remédios irregulares no Brasil aumentaram 315% de 2005 a 2008. O mais grave é que as falsificações têm chegado a farmácias e, às vezes, a hospitais.
EFEITOS COLATERAIS
São anti-hipertensivos, calmantes e até medicamentos contra o câncer — como o Glivec, que em 2007 teve lote falso entregue a hospitais. O DIA também mostrou com exclusividade que quadrilhas de traficantes de drogas estão se especializando na falsificação de remédios: em 2007 e 2008, 7% dos veículos apreendidos com medicamentos ilegais tinham munição, armas e drogas, segundo o Ministério da Justiça.
Para enganar doentes e evitar denúncias, quadrilhas usam substâncias que simulam os efeitos colaterais dos remédios originais.
Itens para verificar nas caixas
Presença da data de validade
Nome do produto bem impresso e legível.
Ausência de rasgos, rasuras ou letras apagadas/raspadas.
Nome do farmacêutico responsável pela fabricação e número de inscrição no Conselho Regional de Farmácia. O registro do profissional deve ser do mesmo estado em que a fábrica está instalada.
Número do registro do remédio no Ministério da Saúde
Número do lote impresso na parte de fora da caixa deve ser igual ao que vem no frasco ou na cartela interna.
‘Raspadinha’: toda embalagem tem campo que, raspado, mostra a palavra 'qualidade' e o nome do laboratório.
Medicamentos pirateados já estão em circulação
Consumidor deve observar se o medicamento possui selo de segurança, que só é visível após raspado.
Medicamentos também são alvo de pirataria. Os produtos vem de fora do país e chegam aos farmacêuticos pelas mãos de sacoleiros.
Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) revelam que os medicamentos piratas movimentam U$ 32 bilhões em todo o mundo, podendo atingir U$ 60 bilhões em 2010. Já a Organização das Nações Unidas, através da Junta Internacional de Fiscalização de Entorpecentes, indicam que entre 25% a 50% dos medicamentos consumidos nos países em desenvolvimento, como é o caso do Brasil, são falsificados.
Segundo a assessoria de imprensa da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a pirataria de medicamentos é uma das formas mais perversas da falsificação de produtos. “Diferentemente de quando se compra óculos, DVD ou bolsa, ao adquirir um medicamento o consumidor não tem consciência de que está adquirindo um produto falso, que oferece risco à saúde”, falou o presidente do Conselho Nacional de Combate à Pirataria, Luís Paulo Barreto.
“São produtos que não fazem efeito. Daí, o paciente retorna ao médico, que por sua vez pensa que o problema está no fabricante”, disse. Ele alertou para os cuidados ao comprar o remédio, e o principal deles, verificar a existência do selo de segurança visível apenas depois de raspado. “É um sistema de segurança que tem um custo altíssimo para a indústria e que não é copiado pelo fabricante pirata, justamente por isso”.
Os riscos com a compra de medicamentos a granel. Por serem vendidos fora da caixa e de forma fracionada, o consumidor não tem nenhuma garantia de originalidade. “Ele compra sem saber sequer a validade”, A fiscalização precisa agir com rigor.
Fiscalização
O Conselho Nacional de Combate à Pirataria se reuniu com representantes de farmácias para traçar estratégias de enfrentamento à falsificação de medicamentos. O conselho é formado pela Anvisa, Polícia Federal e Rodoviária, Receita Federal e Ministério da Justiça, além de representantes da indústria farmacêutica.
Entre as decisões acordadas está à intensificação das operações de repressão à fabricação, entrada e venda de remédios piratas no Brasil. Acertaram ainda a criação de um banco de dados fornecidos pelas indústrias para rastrear o produto desde a saída do fabricante até a chegada ao farmacêutico.
O CNCP pretende ainda elaborar uma ampla campanha para alertar a população sobre o assunto. Os remédios mais pirateados no Brasil são o Viagra e o Citotec. Até vacinas são vendidas por até 90% mais barato.
Cuidados na hora de comprar medicamentos
A Anvisa dá as seguintes orientações ao consumidor:
- Nunca compre medicamentos em feiras e camelôs, mas só em farmácias e drogarias, de preferência naquelas que já conhece;
- Muita atenção com as promoções e liquidações: preços muito baixos podem indicar que o medicamento tem origem duvidosa e nenhuma garantia de qualidade;
Exija sempre a nota fiscal e guarde-a junto com a embalagem. Eles são o seu comprovante em caso de irregularidade; Para registrar queixa ligar para o Disque Denúncia da Anvisa 0800-611997;
- Se o medicamento que sempre foi eficaz deixar de fazer o efeito de repente, ou se a pessoa tiver o estado de saúde agravado durante o uso recorra ao médico. Ele vai corrigir o tratamento da doença, e se for o caso passar o assunto para a Vigilância Sanitária;
- É muito importante que as embalagens não tragam rasuras ou alguma informação que tenha sido apagada ou raspada. Os lacres não podem estar rompidos e os rótulos não podem se soltar facilmente, estar apagados ou borrados;
- A bula não pode ser xérox.
Fonte: O Dia, Anvisa
Nenhum comentário:
Postar um comentário