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3.07.2009

Novo fármaco pode melhorar locomoção de pacientes com esclerose múltipla

Novo fármaco pode melhorar locomoção de pacientes com esclerose múltipla


Resultados de um novo estudo sugerem que um fármaco experimental, denominado fampridina, é um tratamento seguro que pode melhorar a capacidade de andar de alguns pacientes com esclerose múltipla.

O Dr. Andrew D. Goodman, do Centro Médico da Universidade de Rochester, em Nova Iorque, concluiu que a melhoria funcional observada com a fampridina foi associada a uma redução da incapacidade de andar relatada pelos pacientes, sendo um benefício terapêutico clinicamente significativo.

O estudo, publicado na “The Lancet”, incluiu 301 pacientes, com qualquer forma de esclerose múltipla, que receberam aleatoriamente fampridina ou placebo diariamente durante 14 semanas. O estudo focou-se principalmente no tempo que os pacientes demoravam a caminhar cerca de 8 metros.

Trinta e cinco por cento dos pacientes que receberam fampridina caminharam mais depressa após terem recebido o fármaco do que antes do tratamento. Em contraste, apenas 8 por cento dos participantes no grupo do placebo demonstraram uma melhoria no tempo de caminhar.

Além disso, entre aqueles que apresentaram progressos, a média de melhoria na velocidade de andamento foi maior com a fampridina do que com o placebo: 25, 2 por cento contra 4,7 por cento.

Foram observados oito possíveis efeitos secundários relacionados com o tratamento com fampridina. Pensa-se que dois efeitos graves, convulsões e ansiedade severa, possam estar relacionados com o fármaco, embora investigações posteriores tenham sugerido que estes problemas podem ser resolvidos através de uma redução da dosagem.

A esclerose múltipla é uma doença do sistema nervoso provocada pela danificação do revestimento que protege as células nervosas. A doença afecta 2,5 milhões de pessoas globalmente e pode provocar queixas ligeiras em algumas pessoas e incapacidade permanente noutras. Os sintomas incluem entorpecimento ou fraqueza dos membros, perda de visão e uma dificuldades de locomoção.

Os estudos epidemiológicos apontam para a existência de 450 mil pessoas com esclerose múltipla só na Europa, sendo a incidência maior nos países nórdicos. Estima-se que o número de doentes em Portugal seja da ordem dos 5 mil.

Isabel Marques

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