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3.06.2009
Vendas de medicamentos genéricos explodem com a crise
No momento mais crítico da crise financeira, o último trimestre do ano de 2008, as vendas de genéricos explodiram, subindo 22,3% em relação ao mesmo período do ano anterior. O salto registrado no último trimestre foi suficiente para puxar para cima todo o resultado do setor no ano de 2008, que totalizou aumento de 19% nas vendas, passando de 233 milhões unidades comercializadas em 2007 para 277,1 milhões no último ano.
Segundo o presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos (Pró Genéricos), Odnir Finotti, a diminuição da renda somada a consolidação da confiança da população nos genéricos impulsionaram as vendas. "O preconceito está caindo e o bolso falou mais alto", disse.
Ao todo, as indústrias de genéricos movimentaram US$ 2 bilhões em 2008, o que representa alta de 31,4% em relação a 2007, quando as vendas somaram US$ 1, 522 bilhão. Os dados, segundo a entidade, são referentes exclusivamente às vendas no varejo farmacêutico brasileiro.
O MERCADO
Ao longo do último ano, o desempenho do mercado de genéricos superou até mesmo o da indústria farmacêutica como um todo, que cresceu 8%. No ano passado, foram comercializadas no Brasil cerca de 1,634 bilhão de unidades de medicamentos no período ante 1,514 bilhão em 2007. Em valores, o mercado farmacêutico brasileiro movimentou no varejo US$ 14,669 bilhões ante US$12,169 bilhões, crescimento de 20,5%.
Com isso, a participação de mercado dos genéricos chegou a 18% (em unidades) durante 2008, acima dos 15,8% obtidos em 2007. Pelo critério valor, os genéricos encerraram 2008 com 14,6% de market share, percentual maior que os 13% registrados em 2007.
Para Finotti, o fenômeno indica que houve forte migração de consumidores de produtos de marca para os genéricos. "Em tempos de crise e cortes no orçamento doméstico, os consumidores acabam encontrando nos genéricos uma opção segura e muito mais em conta para prosseguirem seus tratamentos medicamentosos", explicou o executivo.
Os resultados obtidos no final do ano animaram os laboratórios de genéricos, que projetam crescimento bastante otimista para 2009, apesar de prognósticos de baixo crescimento econômico ou até mesmo recessão no Brasil. A entidade espera crescimento entre 15% e 20% este ano.
OTIMISMO
Desde que chegaram ao mercado brasileiro, em meados do ano 2000, a categoria de medicamentos já proporcionou economia de US$ 10,5 bilhões aos consumidores brasileiros, de acordo com a entidade. "A verdade é que o genérico permitiu o acesso de uma grande parte da população aos tratamentos", afirma Finotti.
Ao mesmo tempo, fortaleceu laboratórios nacionais, que hoje são responsáveis por 85% do fornecimento deste tipo de medicamento. "A legislação mais exigente elevou o nível das indústrias, que hoje disputam a liderança com os gigantes", acrescenta.
Toda essa força tem despertado interesses e já se fala em consolidação também na área de genéricos, assim como está ocorrendo no mercado mundial. Para Finotti, não se pode negar que as empresas "se tornaram muito atraentes e o mercado brasileiro também", sem citar as possíveis aquisições.
Com a entrada dos medicamentos genericos nas categorias destinadas ao tratamento de doenças crônicas é o principal impulso de crescimento da indústria.
"Os genéricos permitem aos portadores de doenças crônicas um tratamento mais barato e igualmente eficaz aos promovidos pelos medicamentos de referência".
Os genéricos devem manter o ritmo da expansão registrada no trimestre ao longo do ano. "Os genéricos desfrutam da confiança dos consumidores, da classe médica, além de contar com o apoio do varejo",
Fonte: Gazeta Mercantil
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