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4.04.2009

ANTICONCEPCIONAL (Um fiel aliado )


ANTICONCEPCIONAL
Um fiel aliado

Atualmente só engravida quem quer. O mercado está cheio de contraceptivos que impedem que a mulher engravide e a cada dia os efeitos colaterais desses remédios está diminuindo. ! O contraceptivo oral tem 40 anos que foi aceito pelo FDA - Food and Drugs Administration. De lá pra cá muita coisa mudou e antes de indicar esta ou aquela pílula, o médico deve conversar abertamente com a paciente e verificar qual método será mais efetivo e adequado ao tipo de vida que ela leva.

A primeira pílula lançada no Brasil, na década de 60, era fortíssima. Poucas mulheres se aventuravam ao medicamento. Naquela época, método anticoncepcional era a famosa tabelinha, e que não era bem feita.

A depo-provera - é uma injeção de hormônio a base de progestágeno (acetato de medroxiprogesterona) , que inibe a ovulação, e é aplicada de três em três meses, na dosagem de 150 mg. Estudos já comprovaram que este hormônio protege contra o câncer de endométrio e ovário, e também pode diminuir os efeitos da TPM (Tensão Pré Menstrual), com eficácia de 99,7%. Os contras deste medicamento é que ele não oferece proteção contra as DST (Doenças Sexualmente Transmissíveis), os hormônios injetáveis podem acarretar irregularidade menstrual, aumento de peso e, em alguns casos, aparecem sintomas de depressão. Depois que o uso é interrompido, a paciente leva alguns meses para ter a fertilidade e a menstruação regularizadas. O melhor é ir ao ginecologista a cada três meses para reaplicar a injeção e fazer um controle da medicação.

Uma outra novidade, que é bastante utilizada são as injeções de estrógeno e progesterona que podem ser mensais ou trimestrais. Aplicadas no início do ciclo menstrual, sua ação é imediata, com 99% de eficácia. As injeções alteram o muco cervical e inibem a ovulação. Outro fator positivo é a regularização do ciclo menstrual e o fim das cólicas. O método não protege contra as DST's e pode provocar náuseas e aumento de peso. Deve ser reaplicado uma vez por mês sob orientação médica.

Há também o implante subcutâneo que consiste em um microbastão implantado nas nádegas ou braços. Ele libera estrógeno e progesterona por seis ou doze meses, impedindo a ovulação. Cerca de 80% das mulheres que aderem a este tratamento param de menstruar. Poucos especialistas fazem este tipo de procedimento no país. O método protege contra o câncer ginecológico e endometriose, melhora os sintomas da TPM e a libído, sua eficácia é de 99,7%. A fertilidade volta de dois a três meses após a interrupção. Em contra partida o método não oferece nenhuma proteção contra DSTs e o implante pode ser desconfortável se não colocado adequadamente. Nas mulheres que não param de menstruar, às vezes o ciclo se torna irregular e há um aumento de oleosidade na pele.

E no meio de tantas novidades, há o endoceptivo Mirena. Ele só é indicado para pacientes que já tiveram filhos, mas é preciso fazer um preventivo antes da colocação, pois caso haja alguma inflamação não é possível sua colocação. É uma alternativa para o tratamento da endometriose e adenomiose (endometriose uterina). A diferença entre o DIU e o endoceptivo está basicamente na diferença do cobre e do implante de progestágeno. O Mirena tem eficácia 99,9% e em 80% dos casos param o sangramento, as cólicas e melhoram TPM, enquanto que com o DIU isto não ocorre . O endoceptivo é indicado para pacientes que não querem fazer o uso diário de anticoncepcional oral (muitas esquecem de tomar) e outras não querem o injetável, sendo por isso a melhor opção.

Capítulo à parte são as pílulas anticoncepcionais e continuam imbatíveis na preferência das mulheres em todo o mundo. As opções são várias: monofásicas (baixa dosagem); bifásicas e trifásicas (alternam maiores e menores doses de estrógeno e progesterona) e as minipílulas.

Isso além da pílula do dia seguinte, que mesmo não sendo um método anticoncepcional, se ingerida até 48 horas após a relação sexual sem proteção, impede a implantação do ovo. Sua eficácia se torna maior nas primeiras 24 horas. "É um método de emergência que quanto mais cedo for usado mais eficaz, mas seus efeitos colaterais podem ser fortes como: náusea, vômito, tontura e dor abdominal". Afirma a doutora. A pílula vaginal, que em termos gerais parece oferecer menor risco à saúde, combina estrógeno e progesterona. É uma ótima opção para mulheres que sofrem com os efeitos colaterais de contraceptivos orais. Por ser introduzida na vagina, não é metabolizada pelo fígado. Em termos gerais, oferece menos risco à saúde, além de evitar problemas gástricos. Ela não interfere nas taxas de colesterol nem na coagulação do sangue, mas se houver qualquer processo inflamatório isso irá intervir no seu efeito.

Os anéis vaginais usados como contraceptivos não são novidade e aparecem em descrições isoladas desde a década de 70, mas o que mais se fala atualmente é mesmo no NuvaRing. grande diferencial do NuvaRing são as baixas concentrações de hormônios, a alta eficácia e o fato de não ter sido comprovado nenhum efeito colateral.

Diferente da pílula, a administração vaginal do NuvaRing tem uma série de vantagens sobre a sua parenta pílula anticoncepcional, sendo que a maior delas, é a ausência de absorção gastrintestinal, já que a ingestão diária das pílulas provoca em muitas mulheres enjôos e mal estar.

O Nuvaring libera hormônio através do calor, por isso deve ser conservado na geladeira e quando introduzido na vagina libera 15 nano de etinilestradiol (EE) e 120 de etonogestrel (ENG) por dia.

Outro fator que destaca o produto é a sua fácil colocação. O anel deve ser introduzido na vagina pela própria usuária e retirado após 3 semanas para que ocorra a menstruação. Após o descanso de 1 semana, um novo NuvaRing deve ser recolocado por mais 3 semanas e assim sucessivamente. O processo é totalmente indolor e imperceptível. Após a colocação, nem a paciente, nem seu parceiro são capazes de senti-lo ou mesmo percebê-lo.

Importante é saber que para não engravidar e não contrair DSTs, deve-se optar pela camisinha, mesmo com parceiros fixos, além dos outros métodos contraceptivos como diafragma. Esta é a única garantia para manter uma vida sexual saudável e sem preocupações.

MÉTODOS CONTRACEPTIVOS - PRÓS E CONTRAS


Contraceptivos Orais Combinados (estrógenos/progesterona)

Mecanismo: ingeridos serão absorvidos no intestino, passam pela corrente sanguinea e chegam a hipófise e ao ovário (também modificam o muco cervical, impedindo a ovulação);

Vantagens: seguros, reversíveis, protegem contra o câncer de útero (endométrio) e ovário;

Desvantagens: não protegem as DSTs, tem que ser tomada no mesmo horário e provoca irregularidade no ciclo menstrual;

Eficácia: 99,9%.

Contraceptivos Orais Especiais
As mesmas características dos contraceptivos orais combinados.

Minipílula (progestágenos)

Mecanismo: modifica o muco cervical e atua modificando o endométrio;

Vantagens: eficazes, seguras, podem ser usadas no período pós parto, fumantes acima de 35 anos, não aumenta o peso e possui menos efeitos colaterais;

Desvantagens: não protegem contra as DSTs , tem que ser tomada no mesmo horário e provoca irregularidade no ciclo menstrual;

Eficácia: 98%.

Contraceptivos Injetáveis Mensais

Mecanismo: liberado em doses lentas na corrente sanguinea, com efeitos iguais aos anteriores;

Vantagens: eficazes, seguros, discretos e reversíveis de 1 a 2 meses;

Desvantagens: cólicas, sangramento, dores de cabeça, dores torácicas, hipertensão, perturbações visuais, tromboflebite e manchas escuras na pele;

Eficácia: 99%.

Sistema Intra Uterino

Mecanismo: muco cervical espesso, inibe mobilidade e função do espermatozóide dentro do útero e trompa, inibe o crescimento endometrial, ação local intra-uterina. Contém hormônio levnsrgestrel (liberado em doses baixas );

Vantagem: mulheres que já tiveram filhos e efeitos corporais mínimos;

Contra-indicação: gravidez, câncer do útero e colo, DIP (Doença Inflamatória Pélvica), infecção do trato genitorinário inferior, cervicite, hemorragia uterina, anomalia uterina e doença hepática;

Eficácia: 100%.

Método Barreira

CONDON ou PRESERVATIVO: feito de látex fino, impede o espermatozóide de entrar no colo uterino.

Vantagens: Previne DSTs, sem prescrição médica e praticamente é o único método contraceptivo masculino. É o preferido em relações esporádicas;

Desvantagens: romper, provocar alergia e falta de sensibilidade;

Eficácia: 60 a 80%.

DIAFRAGMA: disco flexível de borracha com anéis metálicos flexíveis, colocados no interior da vagina impedindo a ascensão do espermatozóide.

Vantagens: Colocação horas antes da relação sexual, relações esporádicas, proteção contra DSTs, proteção do câncer do colo uterino e pode ser usado em período pós-parto;

Desvantagem: só especialistas podem indicá-los, a paciente tem que ter habilidade para coloca-lo e conhecimento de seus órgãos genitais;

Eficácia: 85%.

ESPONJA: não é muito usado, colocado no fundo vaginal, obstruindo o colo.

Vantagens: fácil uso, proteção 24h, sem espermaticida;

Desvantagens: habilidade, conhecimento ginecológico e só um especialista pode prescrevê-lo;

Eficácia: 85%.

ESPERMATICIDAS: substância química (gel, creme, óvulo, espuma ou comprimido vaginal) serve para desativar o espermatozóide.

Vantagens: fácil uso e usados em relações esporádicas;

Desvantagens: aplicação incomoda, curta duração e baixa eficácia;

Eficácia: 63%

Métodos mecânicos

DIU: dispositivo intra uterino (em forma de "T"), feito de polietileno com filamento metálico em suas hastes (cobre) - colocação no interior do útero. Particularidades: reação inflamatória local, tempo de duração de 3 a 5 anos (dependendo do tipo), acompanhamento médico rigoroso.

Vantagens: tempo do efeito contraceptivo (5 ou mais anos), recuperação da capacidade reprodutiva, colocado em qualquer período da vida reprodutiva, pós coito, pós parto ou pós abortamento;

Desvantagens: pacientes com histórico de dores abdominais em alguns casos, colocado somente por profissional da área. O uso em nuliparas (mulheres que nunca tiveram filhos), seguem 3 requisitos básicos para o uso: pacientes com mais de18 anos, parceiro sexual fixo, ausência de infecção vaginal;

Eficácia: 98%.

COITO INTERROMPIDO: Interrupção antes que ocorra a ejaculação

Vantagens: disponibilidade/ emprego fácil e imediato, sem custos;

Desvantagens: dificuldade para identificar o momento certo, controle do parceiro;

Eficácia: 20 a 30%.

MÉTODO DE RITMO/ MÉTODO DO CALENDÁRIO:

Vantagens: natural;

Desvantagens: abstinência no período fértil (observar cuidadosamente o período fértil) e pouco eficaz;

Eficácia: 30 a 40%.

MÉTODO DE TEMPERATURA CORPORAL BASAL:

Vantagens: natural e sem custos;

Desvantagens: requer um registro gráfico de 0,5 a 1,0 C, período fértil (efeito progestágeno) da temperatura com outras causas, disciplina no registro gráfico diário;

Eficácia: 30 a 40%.

Métodos Definitivos

ESTERILIZAÇÃO DA MULHER: ligadura tubária ou laqueadura tubária (intervenção cirúrgica onde ocorre o seccionamento das trompas de falópio na porção mediana, impedindo o óvulo de atravessa-la.

Vantagens: pode ser realizada a qualquer momento, não tem revisão constante, a internação e recuperação são rápidas;

Desvantagens: método definitivo, deve ser feito com equipe médica especializada e pode trazer consequências psicológicas ao paciente;

Eficácia: 100%.

ESTERILIZAÇÃO DO HOMEM: seccionar os canais deferentes para evitar que o sêmen contenha espermatozóides. Anestesia local e cirurgia segura.

Vantagens: pode ser realizada a qualquer momento;

Desvantagens: definitivo, deve ser feito por cirurgião experiente e pode trazer conseqüências psicológicas ao paciente;
Eficácia: 100%.

Arthur Campos da Paz é especialista em
Reprodução Humana, Ginecologia e Obstetrícia.

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