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4.01.2009

Enxaqueca

Enxaqueca
Tire isso da cabeça. A enxaqueca é apenas uma dor de cabeça com um
nome mais complicado – ou é muito mais do que uma simples dor de cabeça? Os especialistas não quebram a cabeça para explicar: já foram catalogadas 316 causas
possíveis de dor de cabeça; a enxaqueca é apenas uma delas.
E, sem dúvida, é a mais desafiadora. Ela afeta cerca de um quinto de nossa população, ou cerca de 36 milhões de brasileiros. Trata-se de um tipo de dor
de cabeça mais complicado de diagnosticar e tratar.

E o tratamento quase sempre requer um programa
abrangente, que envolve mudanças na alimentação, nos
padrões de sono, controle de stress e, eventualmente,
remédios. O médico paulista Alexandre Feldman,
membro da Sociedade Norte-Americana de Dor de
Cabeça e autor do livro Enxaqueca, só tem quem quer,
defende a mudança de estilo de vida como o melhor
remédio contra essa forma de dor que pode afetar o diaa-
dia e prejudicar carreiras como poucas doenças. Aqui,
ele dá dicas de como enfrentar esse tormento
A enxaqueca é apenas uma das 316 causas
conhecidas da dor de cabeça.
Mas pode ser a mais complicada mudança de estilo de vida, a melhor terapia



Alteração do humor (euforia em alguns casos,
depressão e irritabilidade em outros) e do
apetite (vontade de comer doces, ou então
perda de apetite), visão embaçada, visão dupla,
escurecimento da visão de um ou ambos
os olhos, e sensação de estar vendo pontos
brilhantes, como se fossem vaga-lumes. A
freqüência da dor é muito variável, podendo
ser desde uma vez na vida, até todos os dias,
e até várias vezes ao dia, no caso da cefaléia
em salvas. A dor pode ser muito forte, a ponto
de impedir o indivíduo de exercer qualquer
atividade, obrigando-o a fi car deitado, num
quarto escuro, em silêncio, durante horas
ou dias. O paciente torna-se muito irritável,
preferindo ser deixado sozinho. Boa parte
das crises termina com o sono, ou quando a
pessoa vomita (principalmente as crianças).
Ao fi m de uma crise, o paciente sente-se como
que de ressaca, apresentando, por mais de
um dia, tolerância limitada para atividade
física e mental.

AURA: UMA PREMONIÇÃO
A doença pode ter um sintoma
curioso – que ocorre em 10 a 15 em cada
cem pacientes e recebe o nome de aura de
enxaqueca. Aura, nesse caso, é no sentido
de premonição. “O indivíduo começa, de
repente, a apresentar alucinações visuais: ele
vê luzinhas, estrelinhas, vagalumes piscando
no seu campo visual, ou então enxerga linhas
em zigue-zague, que vão aumentando em tamanho
e atrapalhando a visão, ou uma perda
bastante peculiar da visão, no sentido que a
pessoa passa a enxergar apenas uma parte
dos objetos. A sensibilidade pode se alterar,
com formigamentos na metade da língua,
e/ou lábios. A aura dura entre 20 minutos
e uma hora, após o que ela vai regredindo.
Assim que a aura passa, a dor de cabeça,
tipicamente, começa. O médico diz: “Meus
pacientes de enxaqueca com aura são cuidadosamente
instruídos a jamais dirigirem
durante o período de aura. Alguns já seguem
essa precaução instintivamente”.

OS GATILHOS
Um dos maiores problemas da enxaqueca
é que ela pode ser desencadeada por
uma série de "gatilhos". Sair de casa em dias
muito claros, freqüentar lugares aglomerados
(feiras, shopping), passar por emoções mais
fortes, acordar mais tarde que de costume,
dormir durante o dia, atrasar refeições, beber
uma simples taça de vinho, comer certos
pratos como salsicha, alimentos muito gordurosos,
queijos amarelos, chocolate, sorvete
e até algumas frutas, ainda que em pequena
quantidade, tudo isso pode ser sufi ciente para
desencadear 3 horas a 3 dias de muita dor e
outros sintomas.
TRATAMENTO
UM CONJUNTO
Segundo o Dr. Alexandre Feldman,
quanto maior o número de fatores que podem
desencadear a enxaqueca, maior a predisposição
e mais grave é o estágio da doença.
“Quando meus pacientes melhoram, comentam
com alegria: ‘Antigamente, se eu fosse à
feira, já era certeza de que iria ter uma dor de
cabeça. Outro dia eu fui, e não senti dor´.Ter
a dor de cabeça da enxaqueca desencadeada
por um fator signifi ca que você está com uma
doença que predispõe o aparecimento da dor
mediante qualquer coisa, por mais inocente
que seja”. Para o médico, o tratamento da
enxaqueca vai além em descobrir os fatores
desencadeantes – mesmo porque, a maior
parte dos enxaquecosos já os conhece com
intimidade. O controle da doença envolve
uma série de mudanças de hábito, a começar
pela cozinha. Feldman costuma reunir
seus pacientes em grupos, na cozinha de
casa, para dicas de alimentação saudável -
antienxaqueca

ALIMENTOS
“A maior farmácia do mundo está em nossa cozinha”, costuma dizer o Dr.
Feldman. Ele lamenta que a alimentação de hoje privilegie a fast food e produtos ricos de carboidratos refi nados, como açúcar e farinha – que, como mostram os estudos, são os alimentos que mais predispõem ao
aparecimento da enxaqueca.

A dieta para tirar o paciente da crise que, na verdade, consiste
de uma reeducação alimentar. Não se trata de uma daquelas dietas “politicamente corretas”.
“O mundo está diet, light e cada vez mais doente. Num dia, a moda é ser
vegetariano; no outro, comem-se apenas proteínas.
Há, ainda, quem jure viver somente de luz. Contam-se as calorias com fanatismo.
Os suplementos alimentares lotam as prateleiras, esvaziam os bolsos e tomam o
lugar da comida. Com tanta informação - ou desinformação - disponível,
não é difícil ficar sem saber o que comer”. A dieta de Feldman
para vítimas crônicas de enxaqueca envolve um período inicial de algum sacrifício – três meses nos quais não se deve consumir pães, café, açúcar, frango (por causa dos hormônios hoje utilizados na criação de galináceos) e
massas com farinha refi nada. “A dieta deve ser o quanto possível isenta de carboidratos refinados nesse primeiro momento. Após
esse período de três meses, cria-se uma nova base alimentar, um verdadeiro porto seguro, baseado no consumo rotineiro dos ingredientes reputados como saudáveis. De vez em quando, o indivíduo pode consumir qualquer outro ingrediente. Afi nal, aquilo
que é ocasional passa a ser irrelevante, em termos de prejuízos à saúde. Na verdade, o que seria de uma pessoa que jamais pudesse
comer um pãozinho quente, beber um café, tomar um chocolate quente?”. Ele não faz
maiores restrições à carne vermelha, em quantidades moderadas. Mas diz que a carne
de peixe é sem dúvida a mais recomendada. Durante as crises, quem sofre de enxaqueca costuma se refugiar em ambientes escuros e isolados.

O tratamento medicamentoso se divide em duas vertentes:
o sintomático e o preventivo. Este, segundo ele, é a forma mais
apropriada de tratamento para a maioria dos
indivíduos com dores de cabeça freqüentes,
ou muito fortes e incapacitantes, e que não
respondem senão a enormes doses de analgésicos.
O tratamento clínico preventivo visa
corrigir o distúrbio bioquímico cerebral levando
o cérebro a produzir e utilizar a quantidade
correta das substancias químicas destinadas a
manter o indivíduo sem enxaqueca – com medicamentos
de várias famílias terapêuticas que
previnem as crises, reduzindo sua freqüência
e intensidade. Mas ele ressalta: “Os remédios
preventivos devem ser tomados única e exclusivamente
mediante orientação e receita médica.
Nunca, jamais, faça uso diário de remédios
sem a supervisão de um médico de sua estrita
confi ança. O médico pode tomar a decisão de
receitar um ou mais remédios preventivos,

Para o médico prescrever um remédio preventivo,
é preciso que ele esteja diante de um paciente
cujas dores de cabeça preencham as seguintes
condições:
Dores freqüentes
Dores não tão freqüentes, porém muito intensas e prolongadas.
Dores infreqüentes, mas que não respondem aos remédios de crise.
Quando houver contra indicação para tomar remédios de crise.
Para tornar os remédios de crise mais eficazes.
“A maioria das pessoas que fazem tratamento preventivo também
podem precisar fazer uso de medicamentos sintomáticos (remédios de
crise), pois o tratamento preventivo, infelizmente, não tem a pretensão
de acabar com 100% das crises, mas apenas preveni-las ao máximo.
Em outras palavras, torná-las mais espaçadas”.

RELAXAMENTO
Períodos de relaxamento ao longo do dia

1. Sente-se

2. Tente fazer as pessoas não interromperem. Depois que desenvolver o hábito, simplesmente sentando-se nesse lugar você relaxará.
O tempo ideal para o relaxamento
é de 20 minutos, duas vezes ao dia, de
preferência no mesmo horário.

3. Feche os olhos e respire calma e pausadamente, sem forçar nem a
inspiração ou a expiração. Mantenha a boca levemente aberta, detecte os
pontos de tensão no seu corpo, principalmente no pescoço, ombros e costas.
Solte toda a musculatura tensionada, dando ao seu corpo ordens mentais,
repetindo suavemente palavras tais como "solte-se" ou "relaxe".

4. Escolha uma palavra ou frase para repetir à medida em que
respira. Algumas pessoas preferem palavras neutras tais como calma, paz. É
normal que os pensamentos venham à sua mente enquanto você relaxa.
Simplesmente deixe que eles aconteçam, passivamente ignore-os e focalize a sua
atenção na frase ou palavra escolhidas, repetindo-as mentalmente.

5. Se você faz ginástica, a melhor hora para o relaxamento é imediatamente após os exercícios.

6. Não faça relaxamento se estiver com fome, após as refeições
ou imediatamente antes de dormir. Se você dormir, quebra o condicionamento.
Vá dormir mais cedo

Noites bem dormidas como antídoto da enxaqueca.
“Sem esta mudança, não há como obter uma melhora real da enxaqueca, a partir das suas causas”.

Os ciclos de claridade e escuridão controlam os níveis de insulina, não apenas através da ingestão de carboidratos, mas também de mecanismos de geração de stress. Com as luzes acesas, o hormônio do stress (cortisol) permanece elevado. Ele age favorecendo a presença de açúcar no sangue. Isso eleva os níveis de insulina, no intuito de armazenar esse açúcar nos músculos. O simples fato de assistir à TV no
horário nobre mantém os níveis de insulina elevados por mais tempo que a natureza planejou. No cérebro, esses níveis anormais de insulina desequilibram neurotransmissores como a serotonina e a dopamina.
“A natureza nos projetou para acordarmos com fome, com a insulina lá em baixo e com o cortisol no seu pico. Em vez disso, dorme-se tarde, acorda-se com o cortisol lá em baixo e a insulina bem mais alta que deveria. Nessa situação, é fácil pular o café da manhã - afinal com a insulina alta, você não sente fome.

Para mudar sua história de enxaqueca, ou depressão, pânico, memória fraca e ansiedade, você precisa ir dormir bem mais cedo. Nos primeiros três meses, procure seguir esta orientação à risca.”

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