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5.17.2009

Mania antivacinação coloca em risco saúde de crianças americanas

Mania antivacinação coloca em risco saúde de crianças americanas
Médicos temem que ideias obscurantistas se popularizem no Brasil.
Infecção com sarampo, por exemplo, pode causar problemas sérios.

A cada ano mais pais americanos deixam de vacinar seus filhos pelos mais variados motivos, religiosos, crenças naturais ou pelo simples desconhecimento dos riscos. Em alguns estados a recusa de vacinação cresceu quase três vezes em 4 anos. Um dado interessante: a motivação religiosa não altera a cobertura vacinal, porem as razões filosóficas são as responsáveis pelo crescimento da recusa. O pior é que pais brasileiros estão embarcando nessa onda. Por enquanto, de acordo com pediatras consultados, o fenômeno está restrito a grupos ditos naturalistas.

A descoberta das vacinas talvez tenha sido o avanço mais importante em termos de saúde pública da história do homem. Acho que é hora de lembrarmos como era antes da era das vacinas. Vamos pegar como exemplo o sarampo, uma doença viral que muitos acreditam ser benigna.


Realmente, para 80% das pessoas que a contraírem, depois de passarem os sintomas não ficarão sequelas. Porém 20% dos casos de sarampo podem evoluir com complicacões. As infecções de ouvido poderão atingir 10% das vítimas e a pneumonia pode acontecer em 5% dos casos. Infelizmente, algumas poucas crianças poderão sofrer de infecções do sistema nervoso central, que podem levar a convulsões e deixar sequelas como retardo mental.

Para cada mil crianças que pegarem sarampo, 1 ou 2 morrerão. O sarampo ainda mata no mundo, nos dias de hoje, mais de 1 mihão de crianças por ano. Além dessas complicações diretas, se uma gestante se infectar com o sarampo, isso poderá levar a um aborto, parto prematuro ou um bebê de baixo peso.


Dois artigos científicos em revistas como "The New England Journal of Medicine" e "Archives of Pediatric and Adolescence Medicine" chamam a atenção para a repercussão da recusa em vacinar os filhos.
Nos Estados Unidos, antes da era vacinal, aconteciam cerca de 2 milhões de casos de sarampo por ano. Após a implantação do esquema de vacinação, os casos caíram para pouco mais de 50 por ano.

Do ponto de vista de saúde pública o aparecimento de núcleos de crianças que não se vacinam pode significar o aumento do risco de que as outras crianças venham a se contaminar.
No Estado do Colorado, de 1985 a 1992, o aumento da recusa na vacinação aumentou o risco da ocorrência de um surto de sarampo em 35 vezes para certas comunidades. Portanto, antes de tomar a decisão de não vacinar seu filho, seja por que causa for, pense no risco que você pode estar trazendo para as outras crianças que convivem com ele.

Globo.com

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