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6.30.2009

CATARATA


catarata é uma patologia dos olhos que consiste na opacidade parcial ou total docristalino ou de sua cápsula. Pode ser desencadeada por vários fatores, como traumatismo, idade, Diabetes mellitusuveítes, uso de medicamentos,etc.. Tipicamente apresenta-se como embaçamento visual progressivo que pode levar a cegueira ou visão subnormal.
É uma doença conhecida há milhares de anos e sua cirurgia já é realizada há séculos.
Atualmente, a técnica cirúrgica mais moderna para o tratamento da catarata, consiste da remoção do cristalino por microfragmentação e aspiração do núcleo, num processo chamado Faco-emulsificação, e posterior implante de uma lente intra-ocular.
A evolução da técnica permite hoje incisões muito pequenas, entre 2 e 3 milímetros, o que dispensa a necessidade de sutura e possibilitando assim, que o paciente seja submetido à cirurgia de catarata com anestesia tópica (apenas colírios), saindo da sala de cirurgia já enxergando, com uma visão bem próxima da visão esperada, a qual costuma ocorrer em cerca de 1 mês após a cirurgia.

EM ANIMAIS

Cão com catarata.
A catarata é um problema oftalmológico também em muitos animais, levando à cegueira. As principais causas são genéticas, inflamação no tecido intra-ocular, males da retina, traumatismo, diabetes e a idade.[1]
As causas são também, na maioria das vezes associadas à idade do animal: se até 2 anos deve ser congênita (como o estado de saúde materno) ou hereditária; entre 2 a 5-6 (catarata juvenil), pode ter causas diabetogênicas, traumas, etc.); a partir dos 6 anos nos cães, ou 20 anos nos cavalos, a catarata é senil.[1]
Algumas raças caninas são propensas à doença, dentre as quais o Afghan Hound,BeagleCavalierCocker SpanielGolden RetrieverHusky SiberianoPastor Alemão,PointerPoodle (Toy e Miniatura), entre outros.
Não há outro tipo de tratamento, além do cirúrgico, com índice de sucesso em torno de 90%.[1]

Catarata: o que é, e como tratá-la?

O olho humano é semelhante a uma câmara de filmar. Internamente, existe uma lente, o cristalino, com capacidade de focalização, e na parte posterior, uma película nervosa sensível, a retina, que funciona na captação de imagens.
Com a catarata há uma turvação progressiva do cristalino, que interfere na absorção da luz que chega à retina e causa uma visão borrada. A leitura fica mais difícil e dirigir um carro pode se tornar perigoso, devido às dificuldades que o portador encontra para enxergar com nitidez. “A sensação que o paciente tem é de que a visão está embaçada, como se houvesse uma nuvem, uma fumaça na frente dos olhos”, explica Dr. Miguel Zaidan, oftalmologista na Clínica de Olhos Dr. Rosuel Zaidan.
A catarata pode ter várias etiologias, como traumáticas, congênita, por uso de medicamentos, inflamatórias, entre outras. Porém a causa mais comum de seu surgimento está relacionada à idade, também denominada senil.
A principal causa de cegueira infantil é a catarata congênita (adquirida antes do nascimento ou no primeiro mês de vida), considerando que os possíveis fatores apontados são anomalia de desenvolvimento, fator hereditário, embrionário infecciosa; rubéola, toxoplasmose e sífilis materna. “Por isso, nós, profissionais de saúde, insistimos na importância de se realizar um bom pré-natal, a fim de se prevenir a criança de possíveis doenças”, ressalta o oftalmologista.
Uma vez formada, o único tratamento é a extração cirúrgica e sua indicação ocorre quando a diminuição visual interfere nas atividades rotineiras ou quando há aumento na pressão intra-ocular do paciente. “Antigamente era necessário o amadurecimento da catarata para fazer a operação. Hoje essa situação mudou, o idoso se tornou uma pessoa muito mais dinâmica: faz faculdade da terceira idade, ginástica, executa tarefas no computador”, ressalta Dr. Miguel.
Atualmente existem duas técnicas para a realização do procedimento cirúrgico: a extra-capsular e a facoemulsificação, considerando que a última é mais utilizada e com um maior avanço tecnológico. A facoemulsificação consiste em uma pequena incisão no olho, através da qual entra um aparelho que se utiliza de onda de ultra-som para fraccionar o cristalino e aspirar todos os seus fragmentos. Durante a cirurgia é mantida a cápsula posterior do cristalino, para que sobreponha uma lente intra-ocular.
A técnica extra-capsular não foi descartada como recurso, porém ela exige uma grande incisão para a retirada da catarata, e conseqüentemente uma maior necessidade de pontos, causando um retardamento na recuperação da visão.
Segundo o oftalmologista, a lente intra-ocular é multifocal e permite a visualização de objetos que se encontram longe e perto, dispensando a utilização de óculos após o ato cirúrgico. É importante ressaltar que elas já estão à venda no mercado, mas existem restrições e não são recomendadas para todos os pacientes, principalmente para aqueles que dirigem muito à noite porque causa distorção da luz. “Estamos aperfeiçoando essa lente, para que atenda a todos os pacientes, fazendo com que eles utilizem cada vez menos óculos após a cirurgia”, conclui.
Com duração de 10 a 15 minutos, a cirurgia deve ser realizada em um centro cirúrgico, onde há profissionais, disponibilização de recursos caso o paciente se sinta mal e, principalmente, esterilização do ambiente. “Mesmo realizada em um tempo curto, não podemos considerá-la banal, pois é uma cirurgia que requer cuidados com o pré e pós-operatório, porque no momento em que ocorre uma complicação pode gerar uma infecção grave, inclusive levar à perda da visão”, alerta Dr. Miguel. 
De acordo com o oftalmologista, após o término do ato cirúrgico, o paciente volta a enxergar com total nitidez, mas em alguns casos isso não ocorre. Se a pessoa for diabética ou um idoso que tenha algum tipo de degeneração na retina ou senil, não terá uma recuperação total da visão.
Uma vez removida, a catarata não volta. O que normalmente acontece é opacificação de uma película que proporciona o suporte à lente intra-ocular, causando o embaço da visão e, durante o ato cirúrgico, o médico deve agir com cautela para não danificá-la. “Quando o paciente chega no consultório reclamando da vista embaçada após um determinado tempo, utilizamos como tratamento um aparelho chamado Yag laser, que realiza a limpeza dessa película e a pessoa volta enxergar como estava no pós-operatório”, diz o oftalmologista.
Durante a recuperação, o paciente deve seguir toda a orientação de seu médico, como não coçar os olhos com força, não carregar peso, e, principalmente, usar de maneira correta os colírios prescritos e comparecer a todas as consultas, a fim de evitar ou mesmo detectar precocemente qualquer complicação.
O DESAFIO DA CATARATA

HÁ POUCOS casos em medicina em que se pode proporcionar tanto benefício com rapidez e poucos recursos quanto em cirurgias de catarata. O problema, comum em idosos, torna opaca a lente natural do olho, o cristalino, e leva à piora progressiva da visão. Uma operação simples, muitas vezes em ambulatório, implanta uma lente artificial e traz ganho imediato de qualidade de vida ao paciente. A Organização Mundial da Saúde recomenda 3.000 cirurgias anuais para cada milhão de habitantes. No Brasil realizou-se em 2008 o total de 252 mil, ou pouco mais de 1.300 por milhão. A cifra aumentou muito na última década (eram 600 intervenções por milhão em 1998), mas houve altos e baixos: em 2002 já se alcançara a marca de 1.815. O decréscimo relativo pode ter várias razões, como a realização de menos campanhas de cirurgia. Os mutirões, argumentam alguns especialistas, não são a forma ideal de abater o déficit. Casos menos urgentes podem acabar operados antes, alertam. Pesquisa noticiada pela Folha mostra que 39% da demanda pela correção de catarata está, de fato, desatendida. O estudo foi realizado por pesquisadores da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) com 4.224 pessoas acima de 50 anos, de 2004 a 2005, na capital paulista. O Ministério da Saúde pondera que o número de cirurgias cresce ano a ano, desde 2006, assim como o investimento para realizá-las. Em lugar de ações isoladas, privilegia-se um atendimento integrado e disseminado pela rede do SUS. A despeito da explicação, é certo que ainda há muito terreno para progredir. Se um investimento de apenas R$ 571 por operação pode mudar a vida de milhares de idosos, não há razão à vista para deixar de fazê-lo.
Fonte: Folha de São Paulo

40% DOS PACIENTES NÃO TÊM ACESSO À CIRURGIA DE CATARATA
25/06/2009
Pesquisa da Unifesp, financiada pela OMS, avaliou 4.224 pessoas acima de 50 anos. Estudo concluiu que a cobertura cirúrgica no país é de 61%; Ministério da Saúde diz que houve aumento de 25% no total de operações. Aos menos 40% dos pacientes que precisam de cirurgia da catarata não conseguem tratamento, revela uma pesquisa da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo). O trabalho, inédito na América Latina, recebeu financiamento da OMS (Organização Mundial da Saúde) e do Instituto da Visão dos EUA e acaba de ser publicado na edição online do "American Journal of Ophthalmology". O objetivo da OMS foi conhecer a frequência e os resultados das cirurgias de catarata no Brasil. Iniciativas semelhantes aconteceram na China, na Índia e na Rússia. A OMS recomenda uma taxa de 3.000 cirurgias por ano por milhão de habitantes. Embora o país tenha melhorado o acesso à cirurgia -passou de 600 (em 1998) para 1.815 (em 2002) por milhão de habitantes-, os pesquisadores avaliam que o número seja insuficiente. No estudo, com 4.224 pessoas acima de 50 anos, concluiu-se que a cobertura cirúrgica da catarata é de 61%. A pesquisa foi realizada entre os anos de 2004 e 2005. Para o oftalmologista Rubens Belfort Júnior, professor da Unifesp e um dos coordenadores do estudo, o déficit persiste. Dados do próprio Ministério da Saúde mostram que, em 2008, foram realizadas 252 mil cirurgias -68 mil a menos do que o total feito em 2002, conforme a pesquisa. "Quase 40% dos pacientes que precisam de cirurgia da catarata no Brasil não estão sendo operados. Isso se indicarmos a cirurgia apenas quando o paciente tiver cerca de 30% de visão. Na prática, as pessoas acabam necessitando [da cirurgia] muito antes disso", diz. Segundo ele, o acesso à cirurgia é ainda mais difícil quando o paciente é idoso e precisa de internação hospitalar -em geral, o procedimento é feito no ambulatório, sem internação. OCIOSIDADE - No Instituto da Visão da Unifesp, por exemplo, são feitas por mês 200 cirurgias de catarata, quando a real capacidade do local é realizar de 500 a 600 procedimentos mensais. "Estamos impossibilitados de operar mais pacientes porque o sistema [SUS] não autoriza." A pesquisa também detectou que falta assistência após a cirurgia de catarata. Em uma primeira avaliação, 41% dos pacientes operados estavam com visão máxima (acima de 50%). Depois de receberem novos óculos, o índice de visão máxima passou para 60% -ou seja, 19% deles não estavam sendo seguidos corretamente. Belfort explica que o uso do óculos após a cirurgia é necessário especialmente aos pacientes que se submeteram a técnicas mais antigas. "Além de aumentar o número de cirurgias, é preciso padrão de qualidade e um seguimento pós-operatório adequado." MINISTÉRIO DA SAÚDE - Em nota, a assessoria de imprensa do Ministério da Saúde informou que, em nove anos, foram investidos R$ 1,2 bilhão em cirurgias de catarata, com quase 2,5 milhões de procedimentos. Entre 2006 e 2008, houve um incremento de 25% no número de cirurgias -de 201 mil para 252 mil. Com isso, diz o ministério, houve redução da demanda reprimida em todas as regiões do Brasil. Informa também que, desde 2008, uma série de portarias aperfeiçoou a atenção à saúde ocular. Entre elas, houve a criação de cinco programas que preveem a redução do tempo de espera e a ampliação da oferta de procedimentos. De acordo com o ministério, nunca houve recusa de propostas encaminhadas pelos gestores (Estados e municípios) ou corte nos repasses de recursos. O ministério também diz que tem recebido manifestações de apoio de entidades oftalmológicas. "Elas pontuam que a atual gestão do SUS tem mudado o panorama do atendimento oftalmológico no Brasil sem a necessidade de ações pontuais, como campanhas e mutirões, e nos colocando num patamar mais elevado, capaz de tornar o país referência internacional." - Cláudia Collucci, da Reportagem Local -
Fonte: Folha de São Paulo

GLAUCOMA QUE MAIS CEGA PODE SER EVITADO, DIZ ESTUDO
29/06/2009
Taxa de cegueira é maior nos tipos com causa definida; traumas lideram estatísticas. Doença acomete 900 mil brasileiros e é maior causa de cegueira irreversível em todo o mundo, diz OMS; tratamento controla o mal. Apesar de menos incidentes, os glaucomas secundários -com causas conhecidas e evitáveis- são, proporcionalmente, os que mais levam à cegueira. Isso é o que revela uma pesquisa inédita, da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), que avaliou dados de quase 4.000 prontuários. Doença que provoca a perda gradativa do campo visual, o glaucoma atinge 900 mil brasileiros e é apontado pela OMS (Organização Mundial da Saúde) como a principal causa de cegueira irreversível. Trata-se de uma doença silenciosa que provoca lesão no nervo óptico, relacionada ao aumento da pressão intra-ocular. "Essa pressão ocular elevada mata as células da retina", explica o médico Sebastião Cronemberger, líder do estudo e professor titular de oftalmologia da UFMG. Segundo a pesquisa, enquanto 70,3% dos portadores de glaucomas secundários perderam a visão, menos da metade (44,1%) dos que tinham glaucomas primários (quando a doença não tem causa conhecida) ficaram cegos. O glaucoma de pior prognóstico, que cegou 95% de seus portadores, foi o neovascular. Ele é causado, por exemplo, pela retinopatia diabética, fruto de diabetes mal controlado. Já o tipo mais comum de glaucoma, o chamado glaucoma crônico de ângulo aberto, que não tem causa conhecida, cegou 40% de suas vítimas. Além de doenças como diabetes e hipertensão, fatores como complicações em cirurgias intra-oculares e uso inadequado de colírios também causam os glaucomas secundários. "Os colírios com corticoides [potentes anti-inflamatórios] devem ser usados com muita cautela", frisa Cronemberger. Só no hospital da UFMG há registros de mais de uma centena de crianças com glaucoma devido ao uso indiscriminado desse tipo de medicamento. Segundo Cronemberger, há um lacrimejamento normal e transitório que pode acontecer nas crianças com até um ano de idade, mas muitos profissionais não sabem disso e acabam receitando colírios com corticoide de forma inadequada. Traumas oculares também podem elevar a pressão sem que a vítima perceba. Às vezes uma pancada pode romper estruturas dentro do olho sem dar nenhum sinal externo. Outra constatação da pesquisa é que os glaucomas primários de ângulo aberto demoram muito mais para levar à perda da visão. "Eles se instalam gradualmente", explica Cronemberger. Já os secundários cegam mais rapidamente. Estima-se que cerca de 40% dos pacientes cheguem à primeira consulta com cegueira em um dos olhos -o que caracteriza estado avançado. "Embora não haja cura, a medicina pode ajudar no controle por meio de diagnóstico precoce, de colírios cada vez mais eficientes e com menos efeitos colaterais", diz o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto, do Instituto Penido Burnier, em Campinas, no interior paulista. O grande desafio dos especialistas é diagnosticar o problema o quanto antes e preservar a visão dos pacientes. Segundo Queiroz Neto, essa não é uma tarefa fácil, pois a doença não tem sintomas e, muitas vezes, não é percebida pelo paciente até que tenha ocorrido grande perda do campo visual. "Com tratamento correto, o glaucoma tem poucas chances de cegar, mas quanto maior a demora no diagnóstico, mais difícil o tratamento", diz oftalmologista Newton Kara José, professor da Universidade de São Paulo. Não é possível prevenir o glaucoma primário de ângulo aberto, mas o diagnóstico precoce consegue evitar suas consequências. Por isso, recomenda-se um exame para medir a pressão intra-ocular depois dos 40 anos. A partir dos 50, o check up deve ser anual. Quem tem casos na família, usuários de remédios com cortisona, tem doenças como diabetes ou hipertensão, deve redobrar a atenção. São os chamados grupos de risco, em que a chance de desenvolver o problema é maior. Já grande parte dos glaucomas secundários poderia ser evitada, controlando, por exemplo, doenças de base como diabetes e hipertensão. PACIENTES NÃO FAZEM TRATAMENTO CORRETO - Levantamento do Instituto Penido Burnier, com 184 portadores de glaucoma, mostra que 45% deles não fazem o tratamento correto. Mais da metade pinga colírio além do necessário, outros instilam fora da mucosa e outros ainda se esquecem de usá-lo. - Gabriela Cupani, da Reportagem Local -
Fonte: Folha de São Paulo - Portal Médico

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