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6.05.2009

Droga anticâncer & antidepressivos

Pesquisas trazem resultados conflitantes sobre antidepressivos e droga anticâncer
Um dos estudos, nos EUA, mostrou risco aumentado de volta da doença.
O outro, realizado na Holanda, não mostrou problema com combinação.

Dois trabalhos científicos, apresentados no Congresso da Sociedade Americana de Oncologia Clínica, apresentaram resultados conflitantes avaliando a relação entre o tamoxifeno e os antidepressivos.

O tamoxifeno é um medicamento utilizado em associação com a quimioterapia para câncer de mama. Ele funciona bloqueando a ação do estrogênio, um hormônio feminino. Uma parte dos tumores malignos da mama são sensíveis ao estímulo hormonal pelo estrogênio. O tamoxifeno é prescrito para a prevenção da recidiva, ou seja dos tumores já tratados, bem como prevenção em casos de pacientes em alto risco de desenvolver esse tumor.

Em uma situação bastante comum, as pacientes que utilizam o tamoxifeno sentem as manifestações da menopausa com muita intensidade em alguns casos. Nas mesmas pacientes, o uso de antidepressivos também é relativamente frequente.
O tamoxifeno, em seu processamento dentro do corpo humano, necessita da ação de uma enzima chamada de CYP2D6. Alguns medicamentos antidepressivos têm a capacidade de interferir no metabolismo do medicamento, podendo diminuir sua eficácia.

Uma das pesquisas apresentadas, realizada pela Universidade de Indiana, avaliou mais de 1300 mulheres sobre o uso de tamoxifeno e antidepressivos. Os antidepressivos eram da classe dos inibidores de recaptação de serotonina e eram prescritos para depressão e para aliviar os efeitos dos sintomas da menopausa.

As participantes do estudo foram divididas em dois grupos, de acordo com a intensidade de inibição do antidepressivo sobre a enzima CYP2D6. Os resultados mostraram que as mulheres que usavam os antidepressivos de moderados a potentes, quando comparadas às que usavam somente o tamoxifeno, tinham um risco 2.2 vezes maior de recorrência do câncer.

O outro trabalho, realizado na Holanda, mostrou um resultado diferente do anterior quando avaliando também um grupo de mulheres que usavam tamoxifeno e antidepressivos: não encontrou diferenças nas taxas de recorrência do tumor entre os dois grupos. Diante disso, os médicos e pacientes que estiverem diante nessa situação devem discutir abertamente as opções existentes de tratamento e escolhas.

Globo.com

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