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6.22.2009

Farmanguinhos entrega ao MS medicamento para tratamento da Malária (Artesunato+Mefloquina)


Artesunato+Mefloquina (ASMQ)
22 de junho de 2009

Denise Monteiro

Farmanguinhos realizou no dia primeiro de junho entrega ao Ministério da Saúde de 43 mil tratamentos do medicamento Artesunato + Mefloquina (ASMQ) utilizado por pacientes com malária.
O ASMQ é o primeiro medicamento inovador de Farmanguinhos, sendo fruto de uma parceria internacional coordenada pelo DNDi.

A primeira entrega, efetuada dentro do prazo firmado com o Ministério da Saúde, é parte dos 210 mil tratamentos solicitados pelo MS, a serem fabricados no CTM. Os tratamentos são de alta e baixa dosagem, utilizados por adultos e crianças, respectivamente.

O produto foi o primeiro fabricado por Farmanguinhos, em parceria com o DNDi (Iniciativa de Medicamentos para Doenças Negligenciadas -Drugs for Neglected Diseases initiative), e teve seu estudo de Validação de Processos iniciado e concluído em Farmanguinhos, incluindo qualificação de equipamentos, validação de metodologia analítica e processo produtivo.

O Artesunato + Mefloquina já foi incluído pelo MS entre os medicamentos que fazem parte do Programa Nacional de Prevenção e Controle da Malária no Brasil.

Informações sobre a malária:

A Malária é uma doença prevalente nos países de clima tropical e subtropical. Também conhecida como sezão, paludismo, maleita, febre terçã e febre quartã. O vetor da doença é o anofelino (Anopheles), um mosquito parecido com o pernilongo que pica as pessoas, principalmente ao entardecer e à noite. A Amazônia é a região do Brasil onde ocorrem 98% dos casos de malária.

A transmissão da malária pode ocorrer pela picada do mosquito, por transfusão de sangue contaminado, através da placenta (congênita) para o feto e por meio de seringas infectadas.

Os sintomas mais comuns são febre alta, calafrios intensos que se alternam com ondas de calor e sudorese abundante, dor de cabeça e no corpo, falta de apetite, pele amarelada e cansaço.

O período de incubação depende do tipo de malária, mas varia de 7 a 28 dias a partir do momento da picada.

Não existe vacina contra a malaria, uma doença autolimitada, mas que pode levar à morte se não for tratada em determinados casos. O tratamento padronizado pelo Ministério da Saúde é feito por via oral e não deve ser interrompido para evitar o risco de recaídas.

Recomendações• Use repelente no corpo todo, camisa de mangas compridas e mosquiteiro, quando estiver em zonas endêmicas; • Evite banhos em igarapés e lagoas ou expor-se a águas paradas ao anoitecer e ao amanhecer, horários em que os mosquitos mais atacam, se estiver numa região endêmica; • Procure um serviço especializado se for viajar para regiões onde a transmissão da doença é alta, para tomar medicamentos antes, durante e depois da viagem; • Não faça prevenção por conta própria e, mesmo que tenha feito a quimioprofilaxia, se tiver febre, procure atendimento médico; • Nunca se automedique.
Dráuzio Varela

Erradicação da malária está mais próxima, dizem especialistas
Doença infecta cerca de 500 milhões de pessoas por ano e mata quase um milhão em todo o mundo

GENEBRA - Novas iniciativas e um maior financiamento para combater a malária tornaram mais próxima a meta de erradicação da doença letal, afirmaram especialistas nesta sexta-feira, 24. Acabar com a malária no mundo poderia levar décadas, mas muitos países onde ela é endêmica estão prestes a eliminar a doença, que infecta cerca de 500 milhões de pessoas por ano e mata quase um milhão em todo o mundo, segundo os especialistas.
"A previsão de conseguir a erradicação em uma série de países está certamente próxima", disse Rifat Atun, diretor de estratégias do Fundo Global de Luta contra Aids, Tuberculose e Malária, uma instituição de financiamento internacional. A maioria das vítimas da malária é formada por crianças abaixo de 5 anos e por grávidas. Aproximadamente 90 por cento das mortes ocorrem na África, onde a malária é a causa de uma em cada cinco mortes infantis. A meta de erradicação da malária - doença causada por um parasita transmitido pela picada de um mosquito - deverá ser alcançada até 2050 ou 2060, disse Richard Feachem, presidente do Grupo de Eliminação da Malária.
Atualmente ela é endêmica em apenas cerca de metade dos países do mundo, após ter sido eliminada em locais como o Canadá e a Finlândia desde 1945, afirmou ele em uma entrevista coletiva, para o lançamento de dois relatórios do grupo dirigidos a especialistas em saúde pública e responsáveis por políticas de saúde.
México, África do Sul e ChinaUm dos relatórios concentra-se na erradicação da malária em países como México, África do Sul e China, às margens de áreas tropicais onde a doença é endêmica.
Feachem afirmou que a estratégia inclui o controle agressivo nas áreas centrais a fim de reduzir o número de infecções e mortes, a eliminação a partir das fronteiras país a país, e pesquisa em drogas, vacinas e inseticidas. Ele afirmou que os países poderiam aprender com as regras rigorosas impostas em Cingapura. A cidade-Estado tropical considera ilegal que construtoras permitam que as obras em andamento tenham mosquitos transmissores da malária e torna os indivíduos responsáveis por evitar água parada em suas residências.
"Num país onde o ambiente legislativo e político permite, a legislação pode exercer um papel importante, exigindo que os proprietários façam determinadas coisas", disse ele. O combate à malária assume formas diversas -- a dedetização de focos e residências para acabar com os mosquitos, o uso de medicamentos para tratar pessoas infectadas e o desenvolvimento de uma vacina para evitar a infecção.
Tais tratamentos são levados à população dos países mais pobres do mundo por organizações internacionais e grupos privados como a Fundação Bill e Melinda Gates, comprando medicamentos da indústria farmacêutica a preços especiais. Alguns métodos, no entanto, são polêmicos. O pesticida DDT salvou milhões de vidas contra a malária, mas a preocupação de que o uso intenso na agricultura possa espalhar o câncer levou à sua proibição em muitos países.
Tratamentos novos como um medicamento desenvolvido pela farmacêutica suíça Novartis, usando artemisinina, substância derivada de uma erva utilizada na medicina tradicional chinesa, estão reduzindo o número de mortes e infecções, disse Chris Hentschel, do Medicines for Malaria Venture. O tratamento, administrado em 57 milhões de pessoas no ano passado, salvou 500 mil vidas no último ano. Cerca de 50 novos projetos de medicamentos estão aguardando aprovação, disse Hentschel.
A GlaxoSmithKline está prestes a iniciar ensaios clínicos de uma vacina em um teste envolvendo 16 mil crianças em sete países da África. A vacina pode chegar ao mercado em três anos, de acordo com a segunda maior fabricante de remédios do mundo.

Jonathan Lynn - Reuters

Fotos: Alex Mansour

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