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7.25.2009

Perigo para a saúde dos bebês: Produtos industrializados antes dos 3 meses de idade

Perigo para a saúde dos bebês
Pesquisa mostra que 67% das crianças experimentaram produtos industrializados antes dos 3 meses de idade

Rio - Uma grande parte dos pais brasileiros está trocando a alimentação saudável de seus filhos menores de 2 anos por comestíveis ricos em gorduras e açúcares, que fazem mal à saúde. A conclusão é de pesquisa da Unifesp (Universidade Federal de SP), feita com 270 pais de menores frequentadores de berçários e creches públicas da capital paulista. O estudo aponta que 67% dos bebês experimentaram, antes dos três meses de idade, alimentos industrializados como macarrão instantâneo, açúcar refinado, suco de frutas artificial e até mesmo salgadinhos e embutidos.

De acordo com Maysa Helena de Aguiar Toloni, nutricionista e autora da pesquisa, os resultados preocupam, já que a obesidade infantil é considerada um problema de saúde pública no Brasil: cerca de 10% das crianças e 20% dos adolescentes estão acima do peso.

A pesquisa mostra que, até os três meses de vida, 31% dos pais afirmaram ter oferecido açúcar ao filho; 49%, chás e, 18%, mel. Até os doze meses, o açúcar atinge o índice de 87%; o chá, 88%, e, o mel, 73%. Outro dado que chama a atenção é a idade com que as crianças começam a conhecer os refrigerantes: entre o primeiro e o sexto mês de vida, 12% já experimentaram. Até os nove meses, o índice sobe para quase 20% e mais da metade (56,5%) já teve a bebida incluída no cardápio até o primeiro ano de vida. “Somente depois dos seis meses é que a criança está apta a receber, de forma gradual, outros alimentos adequados à idade, mas mantendo o leite materno até os dois anos”, diz Maysa.

Diabetes, hipertensão e obesidade

A ingestão precoce de gorduras e açúcar está associada ao abandono do aleitamento materno e ao baixo consumo de frutas, legumes, cereais e hortaliças. Esse tipo de alimentação compromete o crescimento e desenvolvimento e pode desencadear alergias, diz a nutricionista. Ela destaca, ainda, a possibilidade de surgimento, cada vez mais cedo, das chamadas ‘doenças crônicas não transmissíveis’: diabetes, hipertensão arterial, obesidade, dislipidemias, acidente vascular cerebral, diversos tipos de cânceres, artroses e enfisema pulmonar, entre outras.

“Vale lembrar que 60% das crianças e adolescentes obesos já sofrem de hipertensão e dislipidemia, que é o aumento do nível de gordura no sangue e que está ligada à doenças coronarianas”.

O Dia

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