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7.23.2009

Sarampo, caxumba e rubéola – Tríplice viral





O sarampo é uma doença infecciosa aguda, viral, transmissível
e muito comum na infância. Os sintomas iniciais
são: febre acompanhada de tosse persistente, irritação
ocular e corrimento do nariz. Após estes sintomas, geralmente
há o aparecimento de manchas avermelhadas no
rosto, que progridem em direção aos pés, com duração
mínima de três dias. Além disso, pode causar infecção nos
ouvidos, pneumonia, ataques (convulsões e olhar fixo), lesão
cerebral e morte. As bactérias podem atingir as vias
respiratórias, causar diarréias e até infecções no encéfalo.
A transmissão ocorre de pessoa a pessoa, geralmente
por tosse, espirros, fala ou respiração. A suscetibilidade
ao vírus do sarampo é geral e a única forma de prevenção
é a vacinação. Apenas os lactentes cujas mães já tiveram
sarampo ou foram vacinadas possuem, temporariamente,
anticorpos transmitidos pela placenta, que conferem imunidade
geralmente ao longo do primeiro ano de vida. Com
o reforço das estratégias de vacinação, vigilância e demais
medidas de controle que vêm sendo implementadas em
todo o continente americano desde o final dos anos 90, o
Brasil e os demais países das Américas vêm conseguindo
manter suas populações livres do sarampo. Atualmente,
há o apenas registro de casos importados. Os principais
grupos de risco desta doença são as pessoas de seis meses
a 39 anos de idade.
A caxumba tem um período de incubação de duas ou três
semanas. Seus primeiros sintomas são febre, calafrios,
dores de cabeça, musculares e ao mastigar ou engolir,
além de fraqueza. Uma das principais características da
doença é o aumento das glândulas salivares próximas
aos ouvidos, que fazem o rosto inchar. Nos casos graves,
a caxumba pode causar surdez, meningite e, raramente,
levar à morte. Após a puberdade, pode causar inflamação
e inchaço doloroso dos testículos (orquite) nos homens ou
dos ovários (ooforite) nas mulheres e levar à esterilidade.
A caxumba é altamente contagiosa e causada pelo vírus
Paramyxovirus, transmitido por
contato direto com gotículas de
saliva ou perdigotos de pessoas
infectadas. A melhor maneira de
evitar a caxumba é através da vacinação
aos 15 meses de vida.
A rubéola é uma doença infectocontagiosa,
causada pelo Rubella
vírus e acomete, principalmente,
crianças entre cinco e nove anos.
A transmissão acontece de uma pessoa a outra, geralmente
pelas secreções respiratórias dos doentes. Após um período
de incubação, que varia de duas a três semanas, mostra
seus primeiros sintomas: febre baixa, surgimento de
gânglios linfáticos e de manchas rosadas que se espalham
primeiro pelo rosto e depois pelo resto do corpo. Apesar de
não ser grave, a rubéola é particularmente perigosa na forma
congênita. Neste caso, pode deixar seqüelas irreversíveis
no feto como: glaucoma, catarata, malformação cardíaca,
retardo no crescimento, surdez e outras. A imunidade
é adquirida pela infecção natural ou por vacinação, sendo
duradoura após infecção natural e permanecendo por quase
toda a vida após a vacinação. Para diminuir a circulação
do vírus da rubéola, vacinar é essencial. Todos os adolescentes
e adultos (homens e mulheres) também precisam
tomar a vacina tríplice viral ou a vacina dupla viral (contra
difteria e tétano), especialmente mulheres que não tiveram
contato com a doença. As mulheres em idade fértil devem
evitar a gestação por 30 dias após a vacinação e gestantes
não podem ser vacinadas.
As crianças devem tomar duas doses da vacina combinada
contra rubéola, sarampo e caxumba (tríplice viral): a primeira,
com um ano de idade; a segunda dose, entre quatro e
seis anos. Os adolescentes, adultos (homens e mulheres) e,
principalmente, no contexto atual do risco de importação de
casos, os pertencentes ao grupo de risco, também devem
tomar a vacina tríplice viral ou dupla viral (contra tétano e
difteria). A vacina combinada contra sarampo, caxumba e rubéola
(tríplice viral) é injetável. Trata-se de uma preparação
mista liofilizada das cepas de vírus atenuados de sarampo
(cepa Schwarz), caxumba (cepa RIT 4385, derivada da cepa
Jeryl Lynn) e rubéola (cepa Wistar RA 27/3), separadamente
obtidas por propagação, em culturas de tecido de ovos embrionados
de galinha (caxumba e sarampo) ou células diplóides
humanas MRC5 (rubéola). A vacina é apresentada em
frasco-ampola de dez doses.
Fonte: Biomanguinhos

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Vacina Contra Tríplice Viral
(sarampo, caxumba e rubéola)


A vacina tríplice viral é preparada a partir de vírus vivos atenuados do sarampo (cepas Schwarz, Moraten e Edmonston Zagreb), da caxumba (cepas Jeryl Lynn, L-3 Zagreb e Urabe AM9) e da rubéola (cepa Wistar RA27/3). Existem três combinações vacinais de diferentes cepas de sarampo e caxumba com o vírus da rubéola. Esta vacina é indicada no Brasil para crianças a partir dos 12 meses de idade, idealmente aplicada aos 15 meses, devendo receber uma dose única de 0,5 ml pela via subcutânea na região do deltóide. Os profissionais da saúde podem receber uma dose única desta vacina com o objetivo de prevenir as três doenças. Todos os três componentes desta vacina são altamente imunogênicos e eficazes, dando imunidade duradoura por praticamente toda a vida. A proteção inicia-se cerca de duas semanas após a vacinação e a soroconversão é em torno de 95%.

As vacinas com vírus vivos atenuados não devem ser aplicadas em crianças com deficiência adquirida ou congênita, exceto os pacientes HIV positivos que poderão ser vacinados. As mulheres vacinadas deverão evitar a gravidez durante três meses, embora as gestantes quando vacinadas não deverão considerar a interrupção da gravidez. As crianças com neoplasias malígnas e sob efeito de corticosteróides, imunossupressores e/ou radioterapia só devem ser vacinadas após três meses da suspensão da terapêutica. Está contra-indicada a vacina para os indivíduos alérgicos ao ovo de galinha, à neomicina e à kanamicina.

Deve-se adiar a vacinação quando o paciente apresentar doença febril aguda grave, quando estiver sob uso de corticosteróides, imunossupressores e/ou radioterapia (adia-se a vacinação por três meses). A vacina só deve ser aplicada duas semanas antes ou cerca de três meses após o uso de derivados do sangue (plasma, imunoglobulinas, sangue total).

Entre as manifestações locais da vacina salienta-se ardência no local da injeção, eritema, hiperestesia, enduração, linfadenopatia regional. O tratamento deve ser feito com analgésicos e compressas frias ou quentes. Não há contra-indicação de se aplicar as doses subseqüentes da vacina.

Entre as manifestações sistêmicas gerais observam-se de 0,5 a 4% de aumento de temperatura corporal, irritabilidade, conjuntivite e sintomas catarrais (5 a 12 dias após). Cinco a 12% desenvolvem febre acima de 39,5º C. Neste caso pode ocorrer convulsões. O exantema está presente em cerca de 5% dos casos (7 a 10 dias após) e a linfadenopatia em menos de 1% e aparece entre 7 e 21 dias após a aplicação. O tratamento deve ser feito com analgésicos e compressas frias ou quentes. Não há contra-indicação de doses subseqüentes da vacina.

Entre as manifestações relativas ao sistema nervoso central salienta-se a meningite, a encefalite e a pan-encefalite esclerosante subaguda. A meningite em geral é causada pelo vírus da caxumba em geral da cepa Urabe AM9. A encefalite pode ser causada tanto pelo vírus da caxumba, quanto pelo do sarampo. A pan-encefalite esclerosante subaguda está relacionada com o vírus selvagem do sarampo, embora a vacina não esteja totalmente isenta deste efeito colateral. Outras manifestações nervosas tais como ataxia cerebelar, mielite transversa, meningite asséptica, síndrome de Reye, síndrome de Guillain-Barré, surdez e retinopatia raramente têm sido relatadas. A avaliação clínica por especialista (neurologista, pediatra ou infectologista) deve sempre ser indicada. Nestes casos há contra-indicação de doses subseqüentes da vacina.

Além disso, tem sido relatado púrpura trombocitopênica (causada pela cepa do vírus do sarampo), orquite, parotidite e pancreatite (vírus da caxumba - em geral cepa Urabe). As reações articulares tais como artrite e artralgias são causadas pela cepa viral da rubéola (Wistar RA27/3).

Apesar dos eventos adversos relatados, trata-se de uma vacina bastante segura e deve ser preconizada para todas as crianças a partir dos 12 meses de idade.

Fonte: vacinas.org.br

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