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9.15.2009

CAUSA DE 30% DAS MORTES: DOENÇAS CARDIOVASCULARES
04/09/2009
Tecnologias evitam óbitos e sequelas e melhoram a qualidade de vida. No Brasil, 30% das mortes são decorrentes de doenças cardiovasculares. Apesar do número elevado de óbitos, são muitas as opções de tratamento e, cada vez mais, a medicina conta com tecnologias que proporcionam melhor qualidade de vida aos coronario-patas. Uma delas é o stent farmacológico, que amplia as opções de tratamento da doença arterial co-ronariana (DAC), uma das que se destaca dentre as enfermidades cardiovasculares. Trata-se de uma prótese metálica em forma de rede que é usada na tentativa de normalizar o fluxo sanguíneo para o coração ao dilatar as artérias coronárias que sofreram estreitamento devido ao acúmulo de gordura em suas paredes internas. A angioplastia para a implantação do stent por meio de cateterismo é uma variante para evitar procedimentos cirúrgicos mais invasivos, como a ponte de safena. Anginas, dores ou pressão no peito, são sintomas que alertam para a DAC, que pode resultar em ataque cardíaco ou obstrução total da artéria por um coágulo, causando infarto do miocárdio ou até morte súbita. O diretor do Serviço de Cardiologia do Instituo Dante Pazzanese, em São Paulo, Fausto Feres, explica que tabagismo, pressão alta, diabetes, obesidade, colesterol elevado, estresse e sedentarismo são fatores que aumentam o risco de desenvolvimento da doença. "O tratamento clínico otimizado desses fatores é fundamental. A modificação do estilo de vida é outro ponto importante para minimizar a incidência da doença cardiovascular", pontua Feres. A implantação do stent, no entanto, não impede que a artéria volte a ser obstruída, processo conhecido no meio médico como restenose. Por isso, o Feres explica que cardiologistas e empresas de tecnologia médica trabalham na elaboração de métodos de tratamento que reduzam os índices de restenose. "As células podem crescer entre a prótese e reobs-truir a artéria. Trabalhamos para evolução da tecnologia e criação de um stent que não cause tanta reação nas paredes do vaso", explica. NOVO MODELO - O modelo de stent não-farma-cológico foi adaptado dos balões usados nas primeiras angioplastias realizadas por Andreas Gruentzig a partir de 1977. O balão passou a ser substituído pelo stent, que atinge 3 mm de diâmetro. No final da década de 80, os primeiros stens farmacológicos foram aplicados no País. A prótese passou a ter a superfície metálica revestida por medicamentos, que têm sua liberação programada e inibe o crescimento de células no momento inicial. "A taxa de retorno para revascularização da lesão alvo tratada com stent não-farma-cológico é de 20%, sendo que a taxa do tratamento com o farmacológico é de menos de 10%", informa Feres. O coronariopata ainda não tem acesso ao stent farmacológico por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), que implantou mais de 40 mil stents não-farmacológicos no Brasil, em 2008, segundo a Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista (SBHCI). "O custo da prótese farmacológica ainda é muito alto em relação ao não-far-macológico", argumenta. Ainda conforme a SBHCI, 18% dos pacientes que receberam stent no ano passado foram tratados com o farmacológico. Outro desafio dos médicos com o stent não-farmacológico é evitar a trombose, originada da coagulação devido ao contato do sangue com o metal da prótese. "O paciente precisa tomar remédio para afinar o sangue e não ocorrer a obstrução do vaso", pontua Feres. "Com isso, alguns poucos casos de trombose foram identificados, pois o paciente interrompe a medicação por algum motivo como um procedimento cirúrgico", esclarece. O remédio deve ser ministrado por, pelo menos, um ano. O cardiologista do Instituo Dante Pazzanese salienta que as pessoas não devem ignorar as manifestações e devem procurar atendimento médico. "Pode não ser nada, mas também pode ser o primeiro sintoma de um infarto, que pode ser evitado". - Lara Aliano -
Fonte: Jornal de Brasília - Portal Médico

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