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10.12.2009

Para escapar do sexo: Dorzinha na hora H

Dorzinha na hora H
Para escapar do sexo, 30% das mulheres que nunca têm enxaqueca inventam dor de cabeça. As que sofrem da doença mentem menos: 10%

Rio - Estudo comprova: a dor de cabeça é, sim, desculpa para a recusa do sexo. Três em cada dez mulheres que nunca sofreram de enxaqueca já mentiram dizendo que estavam com dor de cabeça para se esquivarem de uma relação sexual, segundo estudo que será divulgado no XXIII Congresso Brasileiro de Cefaléia. O trabalho, realizado no Núcleo de Pesquisa e Assistência em Cefaléia do Ceará, aponta que as que têm enxaqueca, no entanto, usam muito menos a desculpa: uma em cada 10 admite já ter alegado dor de cabeça para não fazer sexo.

“As mulheres que sofrem de enxaqueca usam muito menos este clichê. Estudos anteriores mostram que elas têm mais fantasias sexuais porque a doença está ligada à serotonina, neurotransmissor relacionado ao prazer. Então, as que sofrem de enxaqueca não precisam mentir porque gostam mais de sexo. Quando elas dizem que estão com dor é porque realmente não estão bem”, explica o neurologista João José Carvalho, coordenador do trabalho.

O estudo apontou ainda que a enxaqueca prejudica a vida sexual de 67% das mulheres que têm esse tipo de dor. Porém somente 24% já interromperam uma relação sexual por causa de uma crise.

“Isso mostra que elas começaram a fazer sexo apesar da dor. E a maioria das entrevistadas falou que se a crise estiver forte, o sexo faz a dor ficar mais intensa”, diz o neurologista, acrescentando que cerca de 80% dos homens acreditam e entendem quando as mulheres que têm enxaqueca alegam que estão com dor.

SOFRIMENTO INTENSO

Segundo Carvalho, 18% das mulheres e 6% dos homens adultos tiveram ou têm o problema. “A enxaqueca é um distúrbio biológico que envolve mecanismos cerebrais associados ao mecanismo da dor. É como se o cérebro estivesse desregulado. A pessoa pode ter uma dor pior do que a provocada por um tumor cerebral sem nunca ter tido um”, diz. A doença se caracteriza por dor latejante, unilateral, que piora com esforço e provoca náusea.

O Dia

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