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1.02.2010

Anestesia


Muitas mulheres e até homens morrem de medo de anestesia, mas sempre acontece de em algum momento da vida ter de passar por uma cirurgia. Saiba que procedimentos sérios, que demandam dias de recuperação e vários cuidados prévios, no entanto, acabam recebendo menos atenção do que uma das etapas na hora de se submeter à operação: a anestesia. Há quem comece a tremer de medo só de pensar em “apagar” por algumas horas. Mas o medicamento é necessário para que os médicos possam trabalhar com segurança e sem causar nenhuma dor em você. Você deve saber que a função da anestesia é proteger o corpo contra os efeitos dos estímulos realizados numa cirurgia ou num exame mais invasivo. Ela também ajuda o paciente, e não causar nenhum tipo de medo ou ansiedade.

A anestesia pode ser prolongada pelo tempo que for necessário, através da administração do anestésico, sem interrupção. Na anestesia geral você adormece enquanto os médicos trabalham, ou parcial, também chamada regional (raquianestesia, peridural ou combinada), quando apenas uma região do corpo é anestesiada e o paciente pode ficar dormindo ou acordado, como for mais confortável. Neste tipo de anestesia, o bloqueio vai até a medula, por isso ela só é utilizada em cirurgias do umbigo para baixo e nos membros superiores. Na anestesia local, tipo doa dentista, ela é feita apenas no local da operação. Sempre são monitorados por aparelhos os sinais vitais, e se for notado uma superficialização da anestesia (taquicardia e aumento de pressão arterial, por exemplo) e a cirurgia não foi finalizada, é o momento de prolongar a dose.

Na anestesia geral são paralisado diversas funções do corpo para que não ocorra qualquer resposta inesperada à ação cirúrgica. Ocorre a redução de ações motoras, cardiocirculatórias e respostas hormonais por meio dos medicamentos utilizados. Geralmente a anestesia é realizada utilizando um analgésico potente (muitas vezes mais potente que morfina), um hipnótico (inibidor de consciência) e um bloqueador da junção neuromuscular que promove relaxamento da musculatura esquelética facilitando a respiração mecânica (obtida por aparelhos) e o acesso cirúrgico. Os neurônios não são paralisados com a aplicação da anestesia. Ocorre a redução da resposta do organismo ao trauma cirúrgico e, com isso, há a redução de descargas neuronais, não ocorrendo dor.

Agora você vai saber o procedimento e as precauções. Todo paciente antes de tomar anestesia geral, terá de fazer jejum de 8 horas e suspender medicações que interfiram no efeito da anestesia, daí a importância de comunicar o médico sobre quaisquer medicamentos que estejam em uso. Se por um exemplo o paciente utiliza um anticoagulante e durante a cirurgia, se o anestesiologista e o cirurgião não obtiverem esta informação poderá haver sangramento intenso e comprometer a vida do paciente.

Em crianças é diferente o período de jejum, por possuírem um metabolismo mais intenso e, como esvaziam o estômago para o intestino mais rapidamente, não correm risco de regurgitação e aspiração pulmonar após 4 horas de jejum. Assim temos escalas de orientação sobre tipos de alimentos e jejum.
A responsabilidade do procedimento é sempre do médico (em vez de pediatria, por exemplo, ele fez especialização em anestesia). Só ele tem condições de pedir e interpretar os exames necessários para a escolha da anestesia que será melhor para o procedimento.

É normal o paciente receber um medicamento que alivia o estresse e a ansiedade. E, uma vez na sala de operação, ele é monitorado por aparelhos específicos para avaliar seus sinais vitais (pulso, pressão, oxigenação). Também é instalado um soro para hidratação e administração dos medicamentos. Somente, após esses cuidados o paciente receberá a anestesia programada. A anestesia é diluída em soro fisiológico e aplicada pela veia. Para anestesia geral podem ser utilizados por via venosa o tiopental, propofol, etomidato, fentanil, remifentanil, sufentanil. Há os anestésicos inalatórios: isoflurarno, sevoflurano e os de anestesia local a lidocaína, bupivacaína e a ropivacaina.

Durante a aplicação da anestesia e no procedimento cirúrgico é recomendado não usar quaisquer metais. Diferente do que muita gente pensa, eles não interferem na ação da anestesia, mas podem dificultar na localização de algumas veias, como é o caso de pulseiras e anéis. Esmalte de cor escura nas unhas pode interferir na medida da oximetria de pulso, uma monitorização que quantifica a ligação da hemoglobina por oxigênio.

Durante a fase de recuperação da anestesia o paciente poderá apresentar alguns efeitos colaterais como dor, frio, tremores, náuseas, vômito, raciocínio confuso e dificuldades para urinar. Como os medicamentos anestésicos atuam inibindo a transmissão neuronal e, até estes serem eliminados do organismo, promovem uma diminuição desta transmissão. Existem novos medicamentos utilizados são eliminados rapidamente e os pacientes podem ter alta para casa no mesmo dia, sendo que a maior limitação é pelo tipo de procedimento cirúrgico.

Hoje acontecem muito raramente um acidentes ou complicações de uma anestesia. A anestesia é um procedimento com cerca de 160 anos. A proporção de que algo dê errado durante e após a aplicação da anestesia é de 1 para 200.000 pacientes. Se você considerar que um anestesiologista realiza de 50 a 60 anestesias por mês, com uma vida útil de trinta anos, realizará aproximadamente 20.000 anestesias, com chance mínima de ter um evento fatal de causa anestésica. Existe a possibilidade de os bloqueios localizados falharem, mas quando isso ocorre opta-se por outro tipo de bloqueio ou aplica-se anestesia geral.





É culpa da anestesia

A maioria das pessoas tem muito medo de anestesia, embora seja um procedimento muito seguro. Sem contar que é quase impossível operar sem anestesia. Já vimos que os primeiros experimentos de sucesso com anestésicos começaram com um dentista americano.

Tentou-se muito álcool, éter, até se chegar às drogas modernas. Os tipos mais comuns de anestesia são: a local, raqui e geral. A primeira restringe-se ao local (como a dos dentistas), a raqui interrompe a transmissão dos impulsos nervosos de um segmento da coluna. A geral é feita com gases inalatórios.

Usamos ainda um outro tipo chamado de analgesia (retira só a dor) e preserva, parcialmente a coordenação motora.

Muito se sabe sobre os efeitos anestésicos e sobre suas consequências. Algumas como as reações alérgicas são imprevisíveis.

Uma das dúvidas mais comuns que se ouve em consultório é que após a raquianestesia passou a ter problemas de coluna ou dores de cabeça.

Ledo engano. A raqui não deixa sequela desse nível. Os riscos deste tipo de anestesia são outros e os mais comuns são da raqui “subir” causando parada respiratória, as alergias medicamentosas, que como vimos são imprevisíveis, uma doença chamada de hipertermia (devido à droga utilizada e não ao procedimento) e queda de pressão arterial.

Uma consequência da raqui é a chamada cefaléia (dor de cabeça) pós-raqui e por isso causa a confusão. Muitos mecanismos parecem envolvidos no caso. As suspeitas recaem sobre uma reação alérgica, extravasamento de líquido céfalo-raquidiano, reação inflamatória e o próprio trauma.

O sintoma mais comum é uma dor de cabeça muito forte que ocorre quando ficamos em pé e que desaparece ao deitar. Costuma surgir entre 2 a 3 dias após a anestesia.

Como há muitas hipóteses, provavelmente, terá muitas causas ou a somatória delas. O tratamento é feito com repouso, analgésicos, hidratação (tomar bastante líquido) e medicação específica. Em alguns casos trata-se com a injeção de sangue no espaço peridural (entre a capa que recobre a medula e o osso da coluna).

Este acontecimento (cefaléia pós-raqui) não deixa sequelas, ou seja, não permanece, nem passa a causar dores de cabeça. É passageiro. Costuma se resolver com repouso em 3 a 4 dias. Os tratamentos são feitos para diminuir o desconforto ou por que nos casos de parto a paciente não consegue ficar deitada, pois tem que amamentar e precisa se levantar muitas vezes.

Não há possibilidade da raqui causar qualquer alteração na conformação da coluna, nem causar dores nas costas. Problemas de coluna são muito comuns e isto é o que mais causa dores nas costas, se pensarmos em gestantes fica mais comum ainda.

Se precisar de anestesia uma boa conversa pode desmistificar muito do que se ouve e que não tem respaudo científico.

Fonte
Potal Formosa
Saude da Mulher

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