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1.09.2010
Jesus Cristo – Super Estrela
O mundo carece de um Jesus Cristo. Alguém que, sendo onipotente, ofereça o que todo ser humano aceitaria com prazer: um deus pessoal. Um ser supremo que zele pelo jornadear do homem neste mundo de sofrimento. Quem não deixaria imediatamente de ser ateu ou agnóstico se tivesse certeza plena que esse ser existe? Somente o néscio - o tolo. Quem quereria ser ateu ou agnóstico apenas para ser do contra? Quem não aceitaria uma vida eterna repleta de realizações e desenvolvimento permanente da razão? Acredita-se que ninguém em sã consciência deixaria de aceitar, sendo de graça, imenso dom.
O grande problema reside no fato de que é praticamente impossível saber da existência desse ser supremo. Para tentar localizá-lo, caso exista, é muito difícil. É um ser que se esconde. Que só pode ser imaginado através da subjetividade da fé. Mas a fé não é certeza. Sendo algo concreto e facilmente palpável não seria objeto da fé. Exercitar a fé não é para qualquer um. O racionalista, dentro de sua sinceridade, carece de fatos concretos. Ele não é teimoso! Não é um rebelde sem causa! Observem: não é porque existe uma pregação permanente nos muitos centros de fé que ele, o racionalista, acredite que pelo muito falar e pelo bastante ouvir o ser supremo se materialize. O mundo, portanto, carece de um Jesus Cristo palpável, que não se esconda e que se manifeste de forma simples e objetiva. Ele, segundo os crentes, existe e tem amor de sobra para dar. Mas por que ele não se manifesta de forma inequívoca para os racionalistas sinceros? Sendo ele um ser de pleno amor, por que não demonstrar essa caridade mostrando-se e tornando desnecessária a fé? Por que esse ser não liquida de vez com a necessidade crescente de teólogos que inventam, anos após anos, formas de ver e sentir esse Jesus Cristo?
Seria Jesus Cristo um ser concreto ou uma superprodução? Não seria esse Jesus Cristo uma Super Estrela que é apresentada de múltiplas formas pelos múltiplos centros de fé e de esperança? Uma pergunta que insta em não se calar: Jesus Cristo se de fato o senhor existe por que não se mostra de forma simples e cristalina - sem a necessidade dos olhos da fé? Uma afirmação que não quer se calar: Jesus Cristo: caso o senhor se manifeste de forma concreta e esplendorosa (como os teólogos dizem que o senhor é), o mundo o aceitará! É tão simples aceitar a verdade! É impossível recusar os fatos! Sendo Jesus Cristo um ser de pleno amor, por que não simplifica a vida das criaturas carentes de vida (...)? E que tal vida seja eterna! O mundo aceita – é certeza absoluta!
Não queremos um Jesus Cristo Super Estrela e sim aquele Jesus que os teólogos dizem existir. Basta que ele não se esconda - tornando-se visível apenas para os olhos da fé. A fé é um instrumento que muitos não possuem. São muitos os aleijados - por não possuírem esse membro (a fé). Seria justo não se mostrar de forma concreta para os cegos - aqueles que não possuem os olhos da fé?
É para se pensar: ou apenas existe um Jesus Cristo - Super Estrela ou apenas existe um Jesus Cristo que não quer se mostrar para os que não têm os olhos da fé ou ele simplesmente não existe! Não existe? Não como ser concreto - e sim como uma superprodução dos teólogos - aqueles que possuem olhos da fé ou que usam a fé alheia, de forma espúria, para sobreviver neste mundo vil e tenebroso – usando os centros de fé como um pasto inesgotável.
O mundo real não carece de um Jesus Cristo – Super Estrela. O mundo real clama por esse ser supremo e pessoal. O mundo dos aleijados – que não possuem os olhos da fé, necessita de uma manifestação concreta deste ser que os teólogos dizem que é de infinito amor. Sendo de tão grande caridade por que simplesmente não aparece e diz: estou aqui, venham todos os humanos vivos e os ressuscitados. Sigamos para o paraíso! Venham viver eternamente comigo!
O mundo, sem dúvida, aceitará...
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Fonte: [Cultura e Religiosidade].
Enéias Teles Borges
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