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2.17.2010

Muito sal à mesa

Muito sal à mesa
Estudo mostra que brasileiros consomem 4 vezes mais que o ideal. Índios que não comem produto não são hipertensos ou cardíacos
POR JOÃO RICARDO GONÇALVES

Rio - Especialistas em doenças cardíacas querem que os brasileiros que têm abusado do sal sigam o exemplo dos índios. A ideia é diminuir o consumo da substância, relacionada com doenças que causam 315 mil óbitos por ano no Brasil. Estudos com yanomamis, que raramente consomem sal, mostraram que os índios não têm casos de hipertensão ou doenças cardíacas. Uma das táticas para reduzir o consumo da substância é retirar o saleiro da mesa.

Segundo o diretor de Promoção à Saúde Cardiovascular da SBC, Dikran Armaganijan, o ideal é que se consuma entre 1 e 3 gramas de sal por dia. “Os brasileiros consomem entre 12 e 14, então, nossa meta é tentar convencer as pessoas a consumirem, no máximo, seis gramas. Nos EUA, estudos indicam que a redução de 3 gramas no consumo diário de sal, independentemente de quanto se consuma, evitaria entre 60 e 120 mil casos anuais de doença coronária”, explica.

CAMPANHA NOS EUA

Segundo Dikran, o consumo de sal é elevado não apenas no Brasil, mas também em outras regiões do mundo. Em Nova Iorque, a prefeitura iniciou uma campanha para reduzir o consumo. “O problema é que o sal aumenta a pressão arterial e essa hipertensão pode levar ao infarto, acidente vascular cerebral e doenças renais. As necessidades orgânicas de sal são inferiores às comumente ingeridas, diariamente pela população”, explica.

O médico lembra que o cloreto de sódio até traz um benefício ao corpo — regula o balanço de líquidos corporais. O costume em consumir quantidades exageradas de sal para o tempero e o consumo de alimentos industriais, porém, contribuem para doenças.

“Não são só as pessoas que tem doenças cardíacas que devem evitar o exagero de sal. Se a população em geral evitar o abuso do produto, há possibilidade de se prolongar a expectativa de vida”, diz Dikran.
O Dia

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