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2.20.2010

Pequenos inimigos

A indústria farmacêutica Abbott desenvolveu uma tecnologia capaz de detectar e caracterizar todos os microrganismos conhecidos pelo homem, sejam bactérias, vírus e fungos. A chamada tecnologia Ibis foi considerada uma das principais inovações de 2009 pela revista The Scientist. É um sistema de bioidentificação de alto desempenho capaz de detectar virtualmente todos os microrganismos de vários tipos de amostras, como alimento, água ou material biológico. Pode ser aplicado tanto na área médica, como no sistema de biodefesa, ajudando a identificar criaturas microscópicas em armas biológicas.

Os resultados das amostras submetidas à análise pelo sistema Ibis podem ser obtidos em horas. A inovação está na agilidade com que a amostra é analisada . “Enquanto determinados métodos convencionais podem demorar dias para realizar o mesmo teste, o Plex-Id (nome de comercialização do Ibis) traz o resultado em horas”, segundo o porta-voz da divisão de Diagnósticos da Abbott International, Donald Braakman.

Segundo ele, num primeiro momento o equipamento será usado para pesquisas científicas. “A tecnologia tem apresentado uma vasta utilidade numa grande variedade de aplicações não clínicas, como segurança nacional, investigação forense e detecção e vigilância de doenças infecciosas”, conta. Braakman diz ainda que a Ibis tem potencial para se tornar uma ferramenta poderosa e versátil em diagnósticos clínicos para aplicações como detecção de infecções hospitalares.

O porta-voz explica que a tecnologia é inovadora porque permite que os usuários identifiquem rapidamente praticamente todos os microrganismos em uma única amostra, ao invés de ter que realizar testes de agentes especificos um de cada vez. “Os avanços conceituais e técnicos obtidos com a tecnologia requereram a integração de várias tecnologias diferentes, incluindo amplificação de ácidos nucleicos (PCR), que é a base para os atuais testes moleculares de organismos específicos. A tecnologia Ibis usa um método especial para amplificar os ácidos nucleicos de diferentes grupos de organismos e não de organismos individuais específicos somente”, comenta.

Segundo o laboratório, os produtos de amplificação de ácido nucleico (DNA ou RNA) são injetados em um espectrômetro de massa, técnica usada para identificar moléculas em uma amostra pela medição de sua massa, para determinar assinaturas genéticas únicas. “A Ibis incorpora um amplo banco de dados de assinaturas genéticas de organismos diferentes. Os organismos em uma amostra podem ser identificados, comparando-os com assinaturas conhecidas no banco de dados.


Apesar da evidente aplicação na área médica, o conceito original para a tecnologia desenvolvida pela Abbott, uma indústria farmacêutica, foi direcionado para a pesquisa e as necessidades ainda não atendidas em biodefesa. “A equipe de biociências da Ibis desenvolveu aplicações ou kits que podem ser executados em seu sistema biosensor universal para observação de ampla gama de armas biológicas”, comenta o porta voz da divisão de Diagnósticos da Abbott International, Donald Braakman.

As aplicações em biodefesa foram projetadas para detectar todas as bactérias patogênicas e vários grupos de vírus, incluindo ameaças pandêmicas como vírus de gripe aviária e vírus raros como Ebola ou vírus semelhantes ao sarampo. Segundo o porta-voz da empresa, a nova tecnologia é capaz de identificar agentes novos, possibilitanto aplicações potenciais significativas para observação de doenças emergentes, aquelas cuja incidência em humanos foi aumentada durante as últimas duas décadas ou que poderão ameaçar a humanidade num futuro próximo. “Para o gerenciamento global de doenças infecciosas emergentes, a detecção precoce é fundamental para que pessoas infectadas possam isoladas e tratadas, evitando a transmissão da doença”, comenta Braakman. (PA/AAN)

Fonte: Gazeta de Piracicaba

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