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4.20.2010

Consumo de bebidas alcoólicas: Doença ou Diversão




Se prevenir é o melhor remédio, você já parou para pensar a quantas anda o seu consumo atual de bebida alcoólica?

Como será que o chopinho consumido no fim de semana ou a taça de vinho de todos os dias está contribuindo para a sua saúde?

Sabe-se que o alcoolismo é hoje um problema de saúde pública, o fato é que toda a responsabilidade sempre foi colocada sobre aquele que chamamos de dependente do álcool. Aquele sujeito que aos olhos da sociedade já está doente, que tem difícil recuperação, que muitas vezes é mal julgado moralmente. Porém, este conceito está cada vez mais ultrapassado.

Pesquisas têm demonstrado que para o dependente já existem perspectivas de tratamento desde que ele e sua família resolvam assumir a doença e seu tratamento.

Este texto visa refletir sobre a ponta submersa do iceberg, aquelas pessoas que consomem bebidas alcoólicas despreocupadamente, mas que podem potencialmente vir a serem prejudicadas se este consumo não for controlado.

Álcool, doenças, acidentes e violência:
Pesquisas indicam que o consumo de álcool está ligado a incêndios, afogamentos, acidentes de trânsito, acidentes de trabalho (operação de máquinas), suicídios, quedas, acidentes com barcos, jet-ski, assaltos, brigas, violência doméstica e contra crianças, estupro, comportamento agressivo, nervosismo, resfriados, risco elevado de pneumonia, doenças do fígado (cirrose), pancreatite, tremor nas mãos, dormências, perda de memória, envelhecimento precoce, câncer de boca e faringe, insuficiência cardíaca, anemia, câncer de mama, úlcera gástrica, gastrite, hemorragia digestiva, deficiência de vitaminas, diarréia, má nutrição, disfunção erétil, risco de má formação do feto em gestantes e nascimento de filhos com retardo mental.

Assim, o consumo de bebidas alcoólicas de alto risco além de reduzir o tempo de vida da pessoa, de consumir sua qualidade de vida também pode produzir acidentes ou incidentes com lesões graves e morte!

As bebidas são diferentes umas das outras.

Você sabe qual a quantidade de álcool nos diferentes tipos de bebidas?

Você sabe o que é uma dose padrão?

1 tulipa de chope = 350 ml = 12 g de álcool
1 taça de vinho = 140 ml = 12 g de álcool
1 dose de pinga, conhaque, uísque, etc = 40 ml = 12 g de álcool
Conclui-se que em doses normais essas bebidas contem aproximadamente a mesma quantidade de álcool puro.

A dose limite de baixo risco estabelecida é:
Homem adulto com boa saúde 2 doses por dia ou 3 doses uma vez na semana;
Mulher adulta com boa saúde e não grávida 1 dose por dia ou 2 doses uma vez na semana;
Homem idoso saudável 1 dose por dia ou duas doses uma vez na semana.
Não se deve beber quando:
Estiver dirigindo veículos ou operando máquinas;
Durante a gravidez e a amamentação;
Estiver cuidando de crianças;
Estiver sob uso de determinados medicamentos (seu médico deve orientar);
Em vigência de certas doenças (seu médico deve orientar);
Você não consegue se controlar quando ingere bebidas alcoólicas;
Estiver portando armas ou quando se é responsável pela segurança de outras pessoas.
Deve-se parar de beber quando:
Tentou diminuir o consumo e não conseguiu;
Sofre de tremores nas mãos pela manhã;
Está grávida ou apresenta pressão alta ou outra doença;
Está ingerindo medicação.

O seguinte teste ajuda a avaliar seu consumo de bebidas alcoólicas e faz você refletir sobre isso e se é necessário mudar.

AUDIT – Teste para Identificação de Problemas Relacionados ao Uso de Álcool


(Versão Auto-Aplicável)

Após responder o questionário, faça a contagem da pontuação indicada em cada parêntesis e, no final, calcule o total.

1. Com que freqüência você consome bebidas alcoólicas?
Nunca ( ) 0 ponto
Uma vez por mês ou menos ( ) 1ponto
2-4 vezes por mês ( ) 2
2-3 vezes por semana ( ) 3
4 ou mais vezes por semana ( ) 4

2. Quantas doses de álcool você consome num dia normal?
0 ou 1 ( ) 0
2 ou 3 ( ) 1
4 ou 5 ( ) 2
6 ou 7 ( ) 3
8 ou mais ( ) 4

3. Com que freqüência você consome cinco ou mais doses em uma única ocasião?
Nunca ( ) 0
Menos que uma vez por mês ( ) 1
Uma vez por mês ( ) 2
Uma vez por semana ( ) 3
Quase todos os dias ( ) 4

4. Quantas vezes ao longo dos últimos doze meses você achou que não conseguiria parar de beber uma vez tendo começado? Nunca ( ) 0
Menos que uma vez por mês ( ) 1
Uma vez por mês ( ) 2
Uma vez por semana ( ) 3
Quase todos os dias ( ) 4

5. Quantas vezes ao longo dos últimos doze meses você não conseguiu fazer o que era esperado de você por causa do álcool?
Nunca ( ) 0
Menos que uma vez por mês ( ) 1
Uma vez por mês ( ) 2
Uma vez por semana ( ) 3
Quase todos os dias ( ) 4

6. Quantas vezes ao longo dos últimos doze meses você precisou beber pela manhã para poder se sentir bem ao longo do dia após ter bebido bastante no dia anterior?
Nunca ( ) 0
Menos que uma vez por mês ( ) 1
Uma vez por mês ( ) 2
Uma vez por semana ( ) 3
Quase todos os dias ( ) 4

7. Quantas vezes ao longo dos últimos doze meses você se sentiu culpado ou com remorso após ter bebido?
Nunca ( ) 0
Menos que uma vez por mês ( ) 1
Uma vez por mês ( ) 2
Uma vez por semana ( ) 3
Quase todos os dias ( ) 4

8. Quantas vezes ao longo dos últimos doze meses você foi incapaz de lembrar o que aconteceu devido à bebida?
Nunca ( ) 0
Menos que uma vez por mês ( ) 1
Uma vez por mês ( ) 2
Uma vez por semana ( ) 3
Quase todos os dias ( ) 4

9. Você já causou ferimentos ou prejuízos a você mesmo ou a outra pessoa após ter bebido?
Não ( ) 0
Sim, mas não no último ano ( ) 2
Sim, durante o último ano ( ) 4
10. Alguém ou algum parente, amigo ou médico, já se preocupou com o fato de você beber ou sugeriu que você parasse?
Não ( ) 0
Sim, mas não no último ano ( ) 2
Sim, durante o último ano ( ) 4

Fonte : PAI-PAD-HCRP-FMRP-USP – Site: www.fmrp.usp.br/paipad

Interpretação:

Menos de 7 pontos baixo risco ou abstêmios (75% das pessoas)
De 8 a 15 pontos uso de risco
De 16 a 19 pontos uso nocivo
20 pontos ou mais provável dependência (5% das pessoas)
Em caso de resultado acima de 8 procure ajuda com um profissional de saúde para orientações mais detalhadas.

Referências:

- PAI-PAD-HCRP-FMRP-USP – Site: www.fmrp.usp.br/paipad


- Formigoni MLOS. A intervenção breve na dependência de drogas: a experiência brasileira. São Paulo, SP, Brasil: Contexto; 1992.

- Marques ACPR. Comparação da efetividade da terapia comportamental-cognitiva breve individual e em grupo no tratamento de dependentes de álcool ou outras drogas [Thesis]. Universidade Federal de São Paulo; 1997.

- Oliveira MS. Eficácia da intervenção motivacional em dependentes do álcool /The efficacy of motivational intervention in alcohol dependents [Thesis]. Universidade Federal de São Paulo; 2000.

Fonte: Dra. Sonia Orquiza
"orientaçõesmedicas"

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