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4.01.2010
Doença Celíaca: Restrição alimentar
Imagina a sua vida sem produtos de padaria, pastelaria, massas, esparguetes, croquetes, cerveja, folhados, entre outros? Certamente que não. Os celíacos vivem diariamente com esta realidade e são obrigados a ter uma dieta especial, no seu dia-a-dia, com produtos que não contenham glúten. Mário Rui Romero, presidente da Associação Portuguesa de Celíacos (APC) ajuda-o a perceber melhor o que é a doença celíaca (DC) e como se deve aprender a viver com ela.
A DC é uma intolerância alimentar crónica e permanente a uma proteína, de seu nome, glúten. Com uma componente genética e outra ambiental, sabe-se que os familiares mais próximos têm maior probabilidade de também vir a sofrer da doença. “Nesse caso, propomos o rastreio a pais, irmãos e filhos de celíacos com diagnóstico feito”.
Estima-se que, 0,5% a 1% da população europeia, possa ser celíaca. “Em Portugal, a APC tem 1200 sócios, estimando a existência de 5000 a 8000 celíacos diagnosticados”, explica o presidente da APC.
Actualmente, o único tratamento conhecido e eficaz para esta doença passa por uma dieta permanente e rigorosa que exclua o glúten da alimentação. Ainda existe muito o pensamento de que a DC é uma doença exclusiva em idade pediátrica. “Temos muitos celíacos a chegarem-nos à APC sem um diagnóstico correcto”, alerta Mário Rui Romero.
Semáforo alimentar
Todos os alimentos que contenham, na sua composição, trigo, aveia, centeio e cevada ou seus derivados devem ser abolidos da alimentação diária destas pessoas. “A APC aconselha os sócios a separar os alimentos por nível de perigosidade tal como de um semáforo se tratasse. Assim, os alimentos verdes são os que não apresentam riscos por serem naturalmente isentos de glúten.
São exemplo disso, a fruta, o leite, a carne, peixe e os ovos”, fundamenta Mário Rui Romero. Os alimentos amarelos são os que apresentam riscos de existência de glúten e, pelas suas características, são os que mais dúvidas suscitam aos celíacos no momento de consumo. “Neste grupo, podem ser incluídos todos os alimentos processados de forma industrial, como por exemplo, molhos, produtos pré cozinhados ou ultracongelados, gelatinas, salsichas, gelados”.
Por último, temos os alimentos vermelhos, aqueles que são absolutamente proibidos e os que devem ser excluídos da dieta sem glúten, “uma vez que provêm dos cereais proibidos. São exemplo deste grupo, produtos de padaria, pastelaria, massas, esparguetes, cerveja, croquetes, folhados, entre outros”.
APC luta pela comparticipação dos alimentos sem glúten
Os produtos adequados a quem sofre de intolerância ao glúten têm um preço superior aos restantes. “A APC compreende que os preços dos produtos actualmente não possam ser muito inferiores, pois são alimentos exportados de países com maior poder de compra, estão sujeitos a um controlo e rigor da qualidade alimentar acima do normal, e o facto de sermos poucos celíacos em Portugal não permite ter a massa critica necessária para alterar esta situação”, sistematiza Mário Rui Romero.
No entanto, o presidente da APC explica a luta que a associação trava no momento. “O Estado não nos apoia actualmente. Assim, a APC procedeu, há pouco tempo, à recolha de assinaturas, no seu portal, para a entrega de uma petição cujo objectivo era equipar os alimentos específicos a medicamentos para efeitos da Declaração de IRS, na rubrica despesas de saúde com IVA a 5%.” A APC vai assim de encontro aos países que já comparticipam, na totalidade, estes alimentos, sendo vendidos em farmácias mediante receita médica.
A APC tem como objetivo representar uma classe, divulgar a doença e apoiar todos os que queiram trabalhar esta patologia nas mais diversas áreas. A associação tem como objectivo último, e não menos importante, apoiar todos os celíacos, inclusivamente os turistas que visitam o nosso País e especialmente os recém-diagnosticados que, normalmente, sofrem maior ansiedade relativamente à sua situação clínica e lamentam o défice de informação acerca da doença.
Site. www.celiacos.org.pt
Fonte: Jornal do Centro de Saúde
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