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5.21.2010

Comer bem reduz doenças cardíacas

21/05/2010 -
Orquestrar as batidas do coração é um desafio para cada indivíduo do planeta. A Organização Mundial da Saúde (OMS) sabe bem disso, porque estima que cerca de 16,6 milhões de pessoas morram, anualmente, de doenças cardiovasculares – grupo que engloba males como infarto e insuficiência cardíaca, além de hipertensão e derrame cerebral. As falhas no músculo respondem por uma em cada três mortes no mundo.
De acordo com relatório da Organização, até 2010, as doenças cardiovasculares serão a principal causa de mortalidade nos países em desenvolvimento.Segundo os especialistas, os maus hábitos alimentares, o sedentarismo e o estresse estão associados ao aumento da incidência de males do peito.
A Associação Americana do Coração recomenda que, a partir dos 20 anos de idade, já se comece a olhar com mais carinho para o músculo e prevenir problemas cardíacos. A idéia é evitar um mal cada vez mais comum: infartos em pessoas com cerca de 40 anos.
Para quem adota hábitos saudáveis, como praticar exercícios, abster-se do cigarro e comer bem, a diminuição do risco de doenças cardíacas cai para um porcentual de 80%.
Alimentar-se da forma correta quer dizer reduzir as garfadas em gordura animal e açúcares. Uma em cada cinco pessoas no mundo tem o colesterol alterado. Como os males cardiovasculares estão diretamente relacionados ao colesterol elevado o jeito é abrir bem os olhos para essa gordura. O fígado produz cerca de 70% do colesterol do organismo e cerca de um terço do que circula no sangue vem da dieta.
A Sociedade Brasileira de Cardiologia está fazendo jogo duro contra o colesterol: recomenda que pacientes de risco devem ter no máximo 100 miligramas de LDL, o mau colesterol, por decilitro de sangue. Já o número desejável de HDL, ou colesterol bom, subiu de 35 para 40. Isso não significa que seu prato ficará pobre de comida, do contrário. Há uma farta lista de alimentos que encorpam o time dos melhores amigos do coração, cheios de nutrientes, capazes de blindar esse músculo vital contra os principais ataques. Em contrapartida, deve-se ficar longe os vilões da história, que sobrecarregam o coração.
Confira que são os amigos e os inimigos do seu prato e do seu peito.
Os heróis da resistência
Castanhas, nozes, avelãs, amêndoas e pistache
Cientistas da Universidade Park, do Eestado do Texas, nos Estados Unidos, concluíram que esses alimentos reduzem o risco de males cardíacos entre 25% e 39%, quando consumidos cinco vezes por semana. Isso porque contêm gorduras insaturadas, que aumentam o número de receptores do colesterol ruim (LDL) nas células. Assim o bandido é seqüestrado e utilizado pelo corpo de maneira mais eficaz. Ricos em vitamina E, os petiscos agem como antioxidantes, impedindo o depósito de gordura nas artérias (ateromas). Mas quando são industrializados e fritos, eles têm o valor nutricional reduzido e também podem provocar graves alergias alimentares , alerta a nutricionista Fabiana Honda, da Patrícia Bertolucci Consultoria Nutricional, de São Paulo.
Chocolate
Em um relatório apresentado na reunião anual da Associação de Cardiologia dos Estados Unidos, em Chicago, os pesquisadores afirmaram que o chocolate preto, em pequenas quantidades, pode reduzir o risco de um ataque cardíaco por diminuir a tendência de coagulação das plaquetas, processo responsável por obstruir os vasos sangüíneos. Os flavonóides presentes no chocolate são capazes de reduzir o colesterol do mal ( LDL) e podem impedir a arteriosclerose, processo degenerativo que provoca a obstrução progressiva das artérias , explica Fabiana. Outra pesquisa da Universidade da Pensilvânia (EUA) constatou que consumir 38 gramas de cacau em pó ou de chocolate amargo todo os dias o equivalente a cerca de duas trufas pequenas), pode reduzir os níveis de colesterol ruim em 4% e elevar o HDL, o bom colesterol, em outros 4%. Mas, é claro, a guloseima deve ser consumida com moderação. Além do mais, fuja dos produtos que abusam da gordura hidrogenada para substituir o cacau. Confira as proporções no rótulo.
Alho
Seu segredo está nos compostos sulfurados. Esses nutrientes reduzem a pressão arterial e as taxas de LDL, além de prevenir contra tumores , afirma a nutricionista de São Paulo. O alimento também impede que o colesterol grude nas paredes das artérias. O ideal é consumir até três dentes crus por dia.
Cebola
Assim como o chocolate, a cebola diminui a formação de placas de gordura que causam a obstrução dos vasos sangüíneos. O resultado desse entupimento é a arteriosclerose, processo de endurecimento das artérias, capaz de levar ao infarto. A quantidade recomendada é de meia cebola crua por dia.
Peixes
O cardiologista Michael Burr constatou, no Centro de Pesquisas Médicas de Cardiff, no País de Gales, que vítimas de ataques cardíacos aumentaram as chances de evitar novos problemas em 29%, quando passaram a comer peixe pelo menos duas vezes por semana. O ideal é o consumo de peixes grelhados ou assados, de preferência acompanhados de molhos leves, arroz, purês e vegetais , aconselha a nutricionista Fabiana Brunacci, da Equilibrium Consultoria, de São Paulo. Tudo isso porque a turma dos mares carrega o ômega 3, um tipo de ácido graxo que promove uma faxina geral nas artérias. Esse nutriente é encontrado principalmente nos nadadores das águas frias, como salmão, atum, sardinha, arenque, anchova, tainha, bacalhau e a truta. O ômega 3 atende dois requisitos fundamentais para o coração bater a todo vapor: aumenta o HDL, o colesterol bom, e reduz o ruim, o LDL.
Laranja, morango, kiwi e goiaba
Esse time de frutas possui um ingrediente essencial ao coração: vitamina C, um poderoso antioxidante que também reforça a parede das artérias, por combater a formação das malfadadas placas de gordura. Ao comprovar que esse nutriente atua nos vasos, uma pesquisa da Universidade de Frankfurt, na Alemanha, apontou que a vitamina C é uma ótima pedida para quem sofre de insuficiência cardíaca. O ideal é consumir, no mínimo, duas frutas por dia ricas nesse nutriente.
Azeite de oliva
Diversos estudos apontam a importância desse óleo extraído do caroço da azeitona no combate às doenças cardíacas. O azeite de oliva possui grande quantidade de ácidos graxos monoinsaturado e antioxidantes, sendo um aliado na diminuição dos níveis de colesterol ruim (LDL), explica Fabiana Honda. Segundo as pesquisas, indivíduos que consomem mais manteiga e outros óleos correm um risco de vida três vezes maior na comparação com os aficionados do azeite.
Vinho tinto
Está mais do que provado que tomar um cálice da bebida dos deuses no almoço e outro no jantar pode inibir o enferrujamento do LDL, colesterol do mal. Quando está oxidado fica mais fácil para as moléculas do danado se depositarem nas coronárias, entupindo geral. Como o vinho tinto fica mais em contato com a casca da uva, ele traz mais vantagens ao organismo do que o branco. A bebida é um coquetel de flavonóides, antioxidante capaz de diminuir os riscos de doenças cardiovasculares justamente por evitar a formação das placas de gordura , defende a nutricionista Fabiana Honda
Abacate
Assim como o azeite de oliva, esta fruta é rica em gordura monoinsaturada, que ajuda a aumentar os níveis do colesterol bom, o HDL, e despachar o colesterol ruim do sangue. Além disso, é rico em triptofano, um aminoácido precursor da serotonina, neurotransmissor que promove sensação de bem-estar. Esse nutriente atua como protagonista na combate a depressão. Mas o que os deprimidos têm a ver com os infartados? Muita coisa. Um levantamento feito pela Federação Mundial de Cardiologia mostrou que 45% das vítimas de infarto também tinham depressão. O estresse e a depressão elevam os níveis hormonais de cortisol e adrenalina no sangue, prejudicando o trabalho cardíaco. Esses hormônios causam espasmos nos vasos e isso faz com que placas de gordura acumuladas ali despenquem para o sangue, formando os indesejados coágulos que correm para bloquear o caminho do sangue nas artérias.
Fibras
Presentes na aveia, feijão, cereais, maçã, goiaba e cenoura, as fibras solúveis facilitam a remoção do colesterol ruim (LDL) do corpo.
Tomate
Ele está cheio de licopeno. Sabe-se que esse pigmento vermelho, também presente na goiaba e na melancia, tem propriedades antioxidantes capazes de livrar as artérias do colesterol inimigo (LDL). Cientistas da Universidade Harvard (EUA) analisaram mil mulheres por dez anos para concluir que aquelas com os maiores níveis do pigmento no plasma sangüíneo tinham o coração protegido.
Feijão,banana e couve
O segredo desses alimentos está em serem boas fontes de vitaminas do complexo B. Elas dão uma mãozinha no controle das taxas de homocisteína no sangue, um aminoácido tão relacionado aos problemas cardíacos que pode indicar tendências ao infarto. Sua presença em excesso no sangue é um baita sinal vermelho denunciando que o peito vai mal. Estudos sugerem que a homocisteína altere o tecido das artérias coronárias, facilitando, assim, a deposição de gorduras nas paredes dos vasos sangüíneos.
Comer bem para viver bem! Os vilões do ataque ao músculo
Gorduras
Gorduras saturadas facilitam o aumento dos níveis de colesterol ruim (LDL) no sangue. Elas estão presentes na manteiga, no óleo de coco e na banha. Já os ácidos graxos trans, também relacionados a doenças cardiovasculares, aparecem em alimentos de origem vegetal, como as margarinas. Reduza o consumo de carnes vermelhas, ricas nesse tipo de gorduras. Procure substitui-las por frango ou peixe , aconselha Fabiana Honda. Também prefira as margarinas com fitosterol, um esteróide que impede a absorção de colesterol pelo intestino. O colesterol está presente apenas em comidas de origem animal, como gema do ovo, fígado, vitela, frios e embutidos. É encontrado, em menor quantidade, na gordura da carne, no leiteintegral, na manteiga e nos queijos amarelos.
Açúcares
O excesso de açúcar na circulação ameaça o equilíbrio dos componentes sangüíneos, além de ferir a camada interna dos vasos, elevando o perigo de depósitos de gorduras nos canais de circulação. Estima-se que doenças coronarianas podem aparecer até dez anos antes nos diabéticos, grupo que sofre com o descontrole dos níveis de glicose no sangue.
Sal
Seis gramas é a dose máxima recomendada de consumo diário de sal. Acima disso há riscos para o coração, sobretudo de hipertensão arterial. Nos hipertensos, a pressão alta causa lesões nas paredes dos vasos. Quando isso acontece, o corpo envia um exército de plaquetas com a missão de regenerar o local atingido. Com grande poder de coagulação, as plaquetas captam o excesso de colesterol e triglicérides (gorduras que vagam pelo sangue até serem transformadas em energia pelas células) que aparecem pelo caminho. O resultado é transformação do conjunto de múltiplas plaquetas em coágulos, as placas que entopem os vasos, causando o infarto.
Álcool
O consumo do álcool em excesso também pode obstruir nossas artérias. A bebida aumenta os níveis de triglicérides no sangue e, assim, cresce o perigo de essa gordura entupir os vasos sangüíneos, junto a moléculas de colesterol, e provocar um ataque cardíaco.
Não bastasse, o álcool pode ser ainda mais danoso ao miocárdio. Doses excessivas, sobretudo de destilados, enfraquecem o músculo e podem, em última instância, fazê-lo parar de bater.
fonte: Minha Vida

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