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5.29.2010
Lula vai discutir carro elétrico no Brasil com ministros em junho
Governo ainda definiu se deve ou não incentivar a produção local.
Programa inicial previa redução de impostos e da alíquota de importação.
Fiat Palio Weekend Elétrico. (Foto: Divulgação)Depois do fiasco do anúncio do programa de estímulo ao desenvolvimento do carro elétrico, cancelado de última hora na terça-feira por divergências dentro do governo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva convocou os ministros da Fazenda, Guido Mantega, do Desenvolvimento, Miguel Jorge, de Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende, e do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, para buscar um consenso.
O que está na mesa é se o governo deve ou não incentivar a produção local de veículos elétricos com corte de impostos e subsídios. A reunião deve ocorrer no fim de junho. Até lá, fica o mal-estar entre Mantega e os cerca de 30 empresários e vários jornalistas convidados para o evento. Eles foram informados da suspensão apenas cinco minutos antes do horário agendado.
O documento que seria apresentado enumera uma série de vantagens fiscais ao carro elétrico, como redução de IPI, ICMS, IPVA, Imposto de Importação e bônus. Também cita a criação de uma política de compras e concessões governamentais para veículos com essa tecnologia. Uma parte do governo considerou desproporcional os privilégios ao carro elétrico em relação aos modelos flex, bandeira levada por Lula a diversos países.
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Nissan inicia obras na fábrica que produzirá o elétrico Leaf nos EUA Daimler e BYD criam empresa para a produção de carros elétricos na China Países europeus pedem maior apoio para a produção de carros elétricos "O carro flex não tem esses subsídios", ironiza uma fonte do governo. "Por que o documento não cita o etanol, o carro movido a biomassa, o carro movido a gás?", acrescenta. No documento de 41 páginas, o etanol é citado apenas uma vez. Os autores dizem que a "tecnologia flex tem proporcionado ampla vantagem competitiva para o Brasil", mas reforçam que o carro elétrico é 'consenso' para o futuro da indústria e que esse tipo de veículo "já é uma realidade comercial".
Para alguns membros do governo, o Brasil não pode deixar de lado a tecnologia flex. Eles defendem seu aperfeiçoamento para se tornar mais eficiente em consumo e emissões até que outra tecnologia mais avançada seja viável. De acordo com o ministro de Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende, o investimento na tecnologia do carro elétrico no Brasil é considerado irreversível. O monistro afirma que o carro elétrico é mais eficiente do que o veículo movido a álcool, e o país não pode ficar de fora desse novo mercado.
"Estamos tocando o desenvolvimento do carro elétrico independentemente dessa decisão, temos dinheiro dos fundos setoriais, mas precisamos de mais", argumenta Sergio Rezende, numa referência aos incentivos fiscais que estavam para ser anunciados pelo colega Guido Mantega (Fazenda). Sobre o incidente de terça-feira, comentou: "Houve falta de acordo".
"O carro flex é importante e não vai deixar de ser, o carro elétrico é para daqui a 10 anos", argumentou o ministro, sugerindo que o motivo da resistência ao carro elétrico é a defesa da tecnologia dos veículos a álcool, desenvolvida no país há 30 anos. Os carros flex já representam mais de 30% da frota nacional.
Sobre o dinheiro já investido no novo projeto, Rezende cita os R$ 10 milhões destinados à rede de centros de inovação em tecnologias, uma das linhas do Sistema Brasileiro de Tecnologia. O projeto conta com outras linhas de financiamento para o desenvolvimento de baterias de sódio, por exemplo. As baterias são o grande desafio tecnológico, na avaliação do ministro. Atualmente, os modelos estrangeiros usam baterias de lítio, que o Brasil não produz e cuja fabricação é dominada por empresas asiáticas.
Atualmente, as montadoras que pretendem iniciar a venda em escala de carros elétricos contam com altos subsídios dos governos, casos por exemplo dos Estados Unidos, Alemanha, França e até a China.
Montadoras já fecham acordos para lançar carro elétrico no Brasil
A Renault-Nissan estão na corrida para viabilizar o carro elétrico no Brasil. Uma parceria entre o grupo e a prefeitura de São Paulo firmada em abril deste ano estuda oportunidades de uso do Leaf na capital paulista. Segundo a companhia, a parceria envolve estudos de viabilidade, infraestrutura, recursos e produtos, que incluem a implantação de uma rede de recarga na cidade.
Apesar do otimismo da divulgação da parceria, o presidente-executivo da aliança Renault-Nissan, Carlos Ghosn, afirmou no evento que "não achamos que haverá condições de termos uma comercialização em massa (no Brasil) se não houver incentivo para o consumidor".
Países europeus pedem maior apoio para a produção de carros elétricosLula quer avaliar plano para carro elétrico e cancela anúncioPonto de abastecimento de veículos elétricos é inaugurado em GuarulhosAustrália inaugura sua primeira estação de recarga de carros elétricosPininfarina comemora 80 anos e apresenta o elétrico NidoFord anuncia investimento de US$ 135 milhões para veículos elétricos"O carro elétrico não vai ficar popular se não houver uma boa equação econômica (...) sem apoio do governo ele vira produto de nicho de mercado e nossa prioridade são locais onde os governos estão ajudando os consumidores a comprarem o carro", disse Ghosn.
Carlos Ghosn, CEO do grupo renault-Nissan, posa ao lado do Leaf (Foto: AP)Segundo o executivo, a produção do Leaf no Brasil depende de garantia de uma demanda de pelo menos 50 mil carros por ano. Ghosn não estimou quando isso poderia acontecer e afirmou que se for vendido no país, o preço do Leaf dependerá de incentivos do governo.
O veículo, segundo o grupo franco-nipônico, é capaz de percorrer 160 quilômetros com uma carga na bateria e será vendido nos Estados Unidos por 25.280 dólares (R$ 44.543).
O presidente da Renault para Brasil e Mercosul, Jean-Michel Jalinier, afirmou após a apresentação que a chegada do Leaf do país dependeria de incentivos do governo federal, como forma de equilibrar a diferença inicial do custo maior de produção dos veículos elétricos em relação aos movidos a gasolina, cuja escala é muito maior.
"Nos Estados Unidos, por exemplo, eles conseguiram equilibrar totalmente essa diferença", disse o executivo. Ghosn afirmou na apresentação que consumidores norte-americanos recebem incentivos de cerca de 7.500 dólares na compra de veículos elétricos.
Segundo o prefeito da cidade de São Paulo, Gilberto Kassab, a prefeitura pretende encomendar um lote de veículos elétricos da parceria para ser entregue até o final deste ano. Os carros equipariam a frota da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) da cidade.
Kassab não informou quantos veículos a prefeitura pretende encomendar. Enquanto isso, representantes da prefeitura disseram que o acordo assinado representa um protocolo de intenções e que nenhum detalhe concreto foi acertado ainda.
Do G1, com informações da Agência Estado
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