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5.27.2010

O que é e como se desenvolve o câncer de estômago?

No Brasil, é o câncer do aparelho digestivo mais frequente nos homens e o segundo mais frequente nas mulheres. Em aproximadamente 95% dos casos, o câncer gástrico se desenvolve a partir de alterações nas células da mucosa gástrica que vão se acumulando ao longo dos anos. Tais alterações são provocadas, em sua grande maioria, por agentes cancerígenos presentes no meio ambiente ou agregados aos hábitos de vida, incluindo hábitos alimentares. Uma das principais substâncias cancerígenas para o estômago é a nitrosamina, substância química encontrada principalmente em alimentos defumados, como carnes e peixe; em produtos derivados do leite, como o queijo; em alimentos e bebidas que têm como conservantes nitratos ou nitritos, que são precursores das nitrosaminas. As nitrosaminas também são formadas durante o processo de preparo de carnes, como no grelhamento e formação do churrasco. Outra substância também cancerígena para o estômago, mas de menor poder que a NITROSAMINA, é o SAL. O alto teor de sal na dieta está fortemente relacionado ao desenvolvimento do câncer gástrico, atuando como facilitador da ação cancerígena das nitrosaminas. De forma semelhante, a bactéria Helicobacter pylori, que é encontrada principalmente na água não tratada ou de baixa qualidade. Essa bactéria é considerada agente que participa do processo de carcinogênese no estômago. O hábito de fumar também comprovadamente favorece o desenvolvimento do câncer de estômago, pois na fumaça do cigarro, dentre as inúmeras substâncias cancerígenas existentes, encontramos as nitrosaminas da fumaça. O refluxo de bile para o estômago também é um fator importante que contribui para o desenvolvimento do câncer gástrico, sendo comum após cirurgias para tratamento de úlcera péptica. O câncer gástrico é mais frequente em homens do que em mulheres, sendo também mais frequente após os 40 anos de idade, mas o pico máximo de incidência atualmente é entre os 60 e 70 anos. Há que se considerar também um tipo menos frequente, que tem pouca influência do meio ambiente, porém tem forte influência genética. Este surge mais frequentemente em mulheres e em idade abaixo dos 40 anos, podendo ocorrer também entre os 20 e 30 anos de idade.

Qual é o quadro clínico da doença?

Na fase precoce da doença não há sintomas específicos, podendo o paciente apresentar-se assintomático ou com discreto desconforto abdominal epigástrico. Nessa fase não são encontradas manifestações sistêmicas tais como emagrecimento, fraqueza. Nas fases subsequentes podem surgir sintomas como náuseas, vômitos, emagrecimento, fraqueza geral. Mesmo com esses sintomas, a doença ainda pode estar apenas localmente avançada, sem que tenham ocorrido metástases à distância. Em fase mais avançada, além dos sintomas já descritos, podem ser encontrados ascite, gânglios cervicais ou nódulos periumbilicais.


Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico é muito simples, e é feito mediante endoscopia digestiva alta e biópsia da lesão. A radiografia do estômago é também recomendada, pois esta localiza melhor a posição da lesão, principalmente nas lesões localizadas no terço superior do estômago, e é de particular importância em uma das manifestações graves do câncer gástrico, chamada “linite plástica”, na qual a lesão na mucosa gástrica é sutil ou não está presente, sendo característica deste ter tido a dificuldade de contração do estômago, o que é melhor visto através de radiografia.

É possível prevenir?

Sim, a prevenção é possível para aqueles casos que são mais influenciados pelo meio ambiente, como é a maioria. As recomendações preventivas são a erradicação da bactéria Helicobacter pylori, tanto mediante tratamento adequado quanto evitando adquiri-la novamente; alimentando-se com baixo teor de sal; evitando a ingesta de alimentos que contenham nitrosaminas; evitando o hábito de fumar, ativa ou passivamente. Pessoas que apresentam história familiar de câncer gástrico em parentes de primeiro grau têm um risco maior para o desenvolvimento da doença, e devem ser submetidos a exames endoscópicos periódicos. Quem foi submetido a ressecções gástricas prévias também têm maior risco para o desenvolvimento da doença, que começa após 10 anos da cirurgia prévia e aumenta a cada ano, sendo também para estes recomendada a endoscopia periódica.

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